Carregar apresentação
A apresentação está carregando. Por favor, espere
PublicouEstela Fontes di Castro Alterado mais de 7 anos atrás
1
Popper (Áustria ) Problema 1: Será possível conhecer a realidade? Sim! Teoria dos mundos/Realidade (é real o que puder interagir com qualquer objeto do mundo 1): Mundo 1: Objetos físicos (criados ou não pelo ser humano). Mundo 2: Seres da consciência/processos mentais (ideias, sentimentos, etc.). Vertente privada do ser humano. Mundo 3: Criações e descobertas do espírito humano (uma obra de arte, uma teoria científica, uma ponte). Parte do mundo 3 pode existir autonomamente, a objetiva.
2
Interação entre os mundos 1,2 e 3
Interação entre os mundos 1,2 e 3. A relação com o mundo 1 suscita o mundo 2. Por sua vez, o mundo 2 dá origem ao mundo 3, e este pode alterar o 1 e o 2. O mundo 3 manifesta-se no mundo 1 através do mundo 2. Tenho uma teoria atómica (mundo 3); compreendo-a (mundo 2) construo uma bomba atómica e destruo com ela uma cidade (mundo 1). Problema 2: Qual é a origem do conhecimento? Várias: razão, sentidos, imaginação, senso comum, etc. Problema 3: Qual é a natureza da relação entre o sujeito e o objeto?
3
2ª aula:
4
Popper – O que é a ciência? (Problema 4)
A ciência é constituída por teorias, que são obra nossa. Nós fabricamos as teorias, saímos com elas pelo mundo, analisamos o mundo activamente e vemos qual é a informação que lhe podemos extrair, (...), perguntamos ao universo se esta ou aquela teoria é verdadeira ou falsa. E em seguida tentamos analisar metodicamente estas questões (...) a atitude crítica é essencial na ciência. Assim, primeiro criamos as teorias e depois criticamo-las. Popper, O Futuro Está Aberto
5
Popper – O objetivo da ciência?
Sugiro que o objectivo da ciência é encontrar explicações satisfatórias (…): uma explicação em termos de leis universais falsificáveis e testáveis e de condições iniciais. E uma explicação deste tipo será mais satisfatória quanto mais testáveis forem essas leis e quanto melhor tiverem sido testadas. (...) isto significa avançar para teorias com um conteúdo cada vez mais rico e com graus de universalidade e de precisão cada vez mais elevados. (...). Popper, Conhecimento Objetivo
6
Popper – O critério de demarcação
O critério da ‘refutabilidade’ é a solução para o problema da demarcação, pois afirma que, para serem classificadas como científicas, as assertivas ou sistemas de assertivas devem ser capazes de entrar em conflito com observações possíveis ou concebíveis. Popper, Conjeturas e Refutações
7
Problema 5: Características de uma (boa) teoria científica?
Não é: a) Teorias não refutáveis: astrologia, marxismo (Marx) e psicanálise (Freud). b) Teorias sem sentido. c) Constatações pontuais dos cientistas: Aquecendo um arame ele dilata. d) Conhecimento particular do quotidiano: Marcelo Rebelo de Sousa é o 20º Presidente da República Portuguesa.
8
Características de uma (boa) teoria científica (cont.)
É: a) Conhecimento universal: lei da atração universal. b) Refutável/ falsificável. (ver argumentos) c) Conjetura audaciosa: - Explica, com êxito, os mesmos fenómenos do que a anterior teoria. - Evita as falhas da anterior teoria. - Explica novos fenómenos não explicados pela teoria anterior. d) Independentemente testável: qualquer cientista, debaixo das mesmas condições, deverá poder realizar os experimentos e obter os mesmos resultados. e) Corroborada: ter passado com sucesso nos testes de falsificação.
9
Características de uma (boa) teoria científica (cont.)
f) Verosimilhante: estar mais perto da verdade. Elevando conteúdo de verdade. Alto grau de verosimilhança. Teoria: conteúdo de verdade (conjunto de explicações verdadeira) conteúdo de falsidade (conjunto de explicações falsas) Grau de verosimilhança: diferença entre estes conteúdos: Exemplo: Geocentrismo: Terra como centro do sistema – F Órbitas circulares – F Heliocentrismo de Copérnico: Sol no centro – V Órbitas circulares - F
10
Hipotético-dedutivo 1. Problema 2. Conjetura 3. Refutação
Problema 6: Qual é o método usado pela ciência? Hipotético-dedutivo 1. Problema 2. Conjetura 3. Refutação
11
A experiência crucial: uma teoria é científica se contiver em
Hipotético-dedutivo (cont.):3. Aspectos relevantes para a compreensão da noção de refutabilidade das teorias científicas. A experiência crucial: uma teoria é científica se contiver em si uma experiência crucial que a possa falsificar. Por outras palavras, uma hipótese que possa ser confrontada com o real e desmentida por ele. A relatividade de Einstein propõe que a luz é a entidade mais veloz do universo. Ora, se outra qualquer entidade ultrapassar a velocidade da luz, a teoria de relatividade pode ser falsificada. Os enunciados universais são falsificáveis. Enunciados particulares não são falsificáveis. Os enunciados universais não são verificáveis. Enunciados particulares são verificáveis. Todos os corvos são pretos e deslocam-se voando Alguns corvos são pretos e deslocam-se voando .
12
Hipóteses refutáveis e não refutáveis:
Uma hipótese é falsificável se existe uma proposição de observação ou um conjunto delas que, se estabelecidas como verdadeiras, falsificam a hipótese. Proposições falsificáveis (universais com conteúdo empírico): 1. Nunca chove às quartas-feiras. 2. Todas as substâncias se expandem quando são aquecidas. 3. Quando um raio de luz é refletido num espelho plano, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão. Proposições não falsificáveis (particulares com ou sem conteúdo empírico): 4. Alguns corvos são pretos. 5. Ou está chovendo ou não está chovendo. 6. Todos os pontos num circunferência são equidistantes do centro. (não é falsificável, pois é logicamente verdadeira). 7. A sorte é possível na especulação desportiva.
13
Hipotético-dedutivo (cont. ):3
Hipotético-dedutivo (cont.):3. Aspectos relevantes para a compreensão da noção de refutabilidade das teorias científicas. Historicamente, podemos constatar que todas as grandes teorias científicas foram, mais tarde, falsificadas. Posicionamento ético: se nenhuma teoria é absolutamente verdadeira, então o cientista deve ser honesto e tentar falsificá-la.
14
Hipotético-dedutivo (cont. ):3
Hipotético-dedutivo (cont.):3. Refutabilidade das teorias Aplicação da regra Modus Tollens : Se p então q; não q, então não p Se a Teoria (T) é verdadeira, então ocorre aquilo que ela prevê (P). Se o que prevê T não ocorre, então a teoria é falsa. Se existe fogo, então há oxigénio. Não há oxigénio. Então não há fogo.
15
Hipotético-dedutivo (cont. ):3
Hipotético-dedutivo (cont.):3. Refutabilidade das teorias Aplicação da regra Modus Tollens (cont.) Se todos os corpos quando passam por um processo de combustão perdem peso, então, um pedaço de ferro sujeito a combustão perde peso. O pedaço de ferro sujeito a combustão não perde peso, então a teoria é falsa.
16
Hipotético-dedutivo (cont. ):3
Hipotético-dedutivo (cont.):3. Refutabilidade das teorias Indutivo experimental – Processo de verificação das teorias Se p então q; q, então p Se a Teoria (T) é verdadeira, então ocorre aquilo que ela prevê (q). Ocorre o que prevê (q), então a teoria é verdadeira. Se todos os cisnes são brancos, então o meu cisne é branco. O meu cisne é branco. Então, todos os cisnes são brancos. Falácia da afirmação do consequente.
17
Problema 7: a ciência progride? Sim, por eliminação de erros.
A melhor teoria substitui a anterior, mantendo os conhecimentos que resistem à crítica. A nova teoria: - Explica mais fenómenos. É mais abrangente. - É logicamente mais forte, mais coerente. - É mais resistente à falsificação. - Ultrapassa os obstáculos da teoria anterior.
18
Problema 7: a ciência é objetiva? Sim!
- Objetividade forte e objetividade fraca. - A subjetividade e a objetividade das teorias. Embora na sua origem seja subjetiva, a teoria é objetiva se puder ser submetida a provas científicas e compreendida por todos.
19
Problema 9: Existe uma verdade?
A verdade consiste na adequação das teorias aos factos. Existem verdades científicas provisórias e o trabalho do cientista consiste em aproximar-se cada vez mais da verdade. Podemos conceber uma Verdade única, mas não será alcançável pelo ser humano devido aos limites das suas capacidades, à sua finitude temporal e à mutabilidade do universo.
20
Críticas à teoria popperiana
1. Será que as teorias podem ser conclusivamente falsificadas? -- A observação não é fiável. Se a Terra orbita o Sol, como defende Copérnico, então a direção na qual uma estrela fixa é observada da Terra deve variar durante o curso do ano conforme a Terra se move de um lado do Sol para o outro, argumentava Brahe. Mas quando Brahe tentou detetar essa paralaxe prevista com seus instrumentos, que eram os mais acurados e sensíveis na época, falhou. Isto levou Brahe a concluir que a teoria copernicana era falsa, apesar de o erro residir nas suas observações. O facto de a paralaxe estelar ser tão pequena que se mostrava inobservável na época foi usado como principal argumento científico contra o heliocentrismo. -
21
Críticas à teoria popperiana
1. Será que as teorias podem ser conclusivamente falsificadas? - A existência de uma hipótese falsa pode não ser suficiente para refutar a teoria. Einstein introduziu a Constante Cosmológica na sua teoria da Relatividade para suportar a sua ideia de um universo estacionário. No entanto, a descoberta do efeito de Dopller veio mostrar que o universo não é estacionário. Perante esta hipótese, a Relatividade não foi refutada e Einstein recusou a sua Constante Cosmológica. Ao que parece, hoje em dia o interesse pela Constante Cosmológica voltou. - A experiência pode falhar por ter sido mal pensada, preparada ou conduzida. Os instrumentos podem falhar. Defeito das lentes do Hublle. -
22
Críticas à teoria popperiana
2. Contraria a prática da maior parte dos cientistas agora e no passado. As falsificações são muito mais raras em ciência do que a procura de instâncias confirmativas. 3. Algumas das mais famosas teorias científicas parecem não ser falsificáveis, embora continuem a produzir os seus efeitos positivos. (Teoria da evolução natural das espécies por seleção, penicilina, etc.). 4. Não dá uma explicação satisfatória para a mudança de paradigma. A ciência não parece progredir por refutação das teorias.
23
Críticas à teoria popperiana (cont.)
5. Não temos razões para supor que uma teoria falsificada hoje não possa ser alterada ou ser corroborada no futuro. Heliocentrismo de Aristarco de Samos (Grécia, 230 a. C.) 6. Defende um certo irracionalismo das hipóteses. 7. Será a teoria de Popper refutável?
Apresentações semelhantes
© 2024 SlidePlayer.com.br Inc.
All rights reserved.