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PublicouAurélio da Rocha Bergmann Alterado mais de 7 anos atrás
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CONSIDERAÇÕES SUCINTAS ACERCA DOS SISMOS E A NEOTECTÔNICA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM (PA).
Rosanny Caldas de Lima (UFPA/ Antonio Pinto Goulart Neto (UFPA/ & Maurício da Silva Borges 1. INTRODUÇÃO A área de estudos está localizada na Região do Nordeste do Estado do Pará, mais especificamente na Região Metropolitana de Belém (RMB) e os centros urbanos próximos, os quais historicamente foram submetidos a abalos sísmicos, a exemplo de Marituba, Benevides, Ananindeua, Santa Izabel, Castanhal, Soure, Abaetetuba, Salinópolis, Santa Maria, Apeú, Vigia e Afuá. Embora relatos desses abalos sejam evidenciados na RMB, desde o século XIX, por documentos históricos como jornais, em formato microfilme, disponíveis no acervo da Biblioteca Arthur Vianna (CENTUR -Fundação Cultural do Estado do Pará), ainda são escassos os trabalhos que tratam da relação sismicidade-estruturas tectônicas, como elemento a ser considerado no processo de antropização e, de profunda modificação da região em comento. No momento, a ausência de informações geológicas de detalhe, com este enfoque, contribui muito pouco com as áreas das Engenharias e, suporta a ideia, de que a RMB situa-se em uma área de tectonicamente estável, marcada por Unidades Estratigráficas do Terciário Superior e do Quaternário. Assim, este trabalho busca apresentar de forma sucinta, alguns registros sísmicos públicos e, a sua provável vinculação às estruturas neotectônicas existentes, nesse segmento da crosta continental. 2. METODOLOGIA Costa et al (1996) apontam que através de estudos geológicos, geomorfológicos, estruturais e sismológicos, os registros de movimentos recentes, em várias áreas, que indicam a continuidade da evolução neotectônica presente desde o Mioceno até o Quaternário. Os mesmos ainda ressaltam que, muitas dessas estruturas permanecem ativas até o presente momento. Nesse contexto, a neotectônica na região estudada é um reflexo de um quadro, que segundo os mesmos autores, decorre de deformações intraplaca por forças de um par conjugado destral de direção E-W. A gênese desses tensores se deu pela rotação e, movimentação da Placa Sul-Americana para oeste desde o Mioceno, produzindo transtensão de direção NE-SW e transpressão a NW-SE, no interior da placa. Os efeitos da neotectônica são significativamente perceptíveis, quando são efetuadas observações de campo nas faixas litorâneas do Nordeste Paraense. Igreja (1992) atenta para a relação inversa entre topografia e a idade das unidades aflorantes na região. Segundo este autor, as paisagens mais elevadas topograficamente se constituem de rochas mais antigas, enquanto que as cotas mais baixas, produzidas pela atuação da neotectônica pelo basculamento dos blocos, feições essas já observadas por Igreja (1985). Essas unidades litorâneas demonstram a atividade neotectônica, tanto em escala de afloramento, quanto em escala quilométrica, observada em mapas a partir de um forte controle estrutural das feições de drenagem litorânea, como observado na figura 01. Igreja et al (1990) e Costa et al (1992) sugeriram a presença de grandes falhas de transcorrência na direção NE-SW, marcadas por alinhamentos de drenagem e falhas normais de direção principal NW-SE, controlando em parte a disposição das falésias e praias. Posteriormente, Costa et al (1996) englobaram os aspectos neotectônicos de toda a Região Amazônica e observaram a mesma correlação estrutural para o Nordeste Paraense, onde o regime transtensivo exerce forte controle das falhas principais que proporcionaram a deposicão dos sedimentos do Grupo Barreiras (Formações Pirabas e Barreiras) e Grupo Pará (Formação Pós-Barreiras). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os “tremores de terra” podem passar de forma despercebida, devido a grande extensão territorial e a presença de muitas áreas não habitadas. Nesse contexto não se têm registros anteriores ao séc. XIX, sendo o primeiro evento registrado em 4 de agosto de 1885 e, o segundo por volta do ano de 1931 de acordo com o jornal O Liberal de 1970, exposto no acervo do CENTUR. O principal evento sísmico que afetou a RMB data da madrugada do dia 12 de janeiro de 1970, segundo os relatos históricos o primeiro tremor ocorreu por volta de 1h45m, com duração de 10 segundos. Esse episódio, embora considerado moderado na escala Mercalli-Wood-Neumann, intensidade de 4,5, foi suficiente para causar pânico na população e danos materiais (O Liberal, 1970), em uma época onde o modelo arquitetônico e civil de ocupação, do espaço territorial, era muito diferente do atual, em grande parte da região. Ainda sobre a mesma publicação jornalística, em 2 de agosto de 1977 um evento sísmico de intensidade 4,8 afetou as fronteiras entre os estados do Pará e Amapá, respectivamente nos municípios de Afuá e a Capital Macapá. Esse evento foi registrado as 14h52m durante poucos segundos, causando danos graves como desabamento e feridos na cidade de Afuá, Ilha do Marajó. Nos últimos anos, sismos isolados foram frequentes, nas coberturas jornalísticas da RMB. Destes destacam-se os episódios dos dias 29 de novembro de 2007 e 16 de setembro de 2015, os quais foram coincidentes, embora sem relação aparente ou conhecida, com sismos registrados na região de Mertinica, Chile, de acordo com as coberturas jornalísticas de diversos jornais destas datas. Em função da magnitude destes tremores, que registraram 7,3 e 8,4 na escala Richter (segundo dados do observatório sismológico da Universidade de Brasília), nas suas regiões de epicentros, nos Andes, e da coincidência com alguns sismos encontrados na Amazônia Brasileira, fizeram como que, alguns pesquisadores se inquerissem acerca da especulativa correlação, entre a atividade sísmica andina e sua influência nas regiões intraplaca do norte do Brasil. Estas ideias foram postuladas, também pela verificação de sismos em outros estados, tais como o Amazonas, Roraima e Rondônia, que também registraram os mesmos eventos e encontram-se amplamente registrados nos noticiários destas datas e por mídias online. Figura 1 - Mapa geológico destacando as principais feições estruturais Neotectônica do Nordeste Paraense. Dados extraído de CPRM (2017). Muito pode se observar na escala de mapeamento, como apresentado na Figura 01, a respeito das feições de relevo e drenagem, associadas à atividade neotectônica. A drenagem apresenta-se como um forte marcador do controle tectônico. Os segmentos retilíneos contínuos, nas drenagens principais de megaescala, marcam lineamentos orientados a NE-SW, os quais são interpretados como que encaixados em descontinuidades regionais, que sofreram reativação neotectônica durante o Neógeno. Segundo (IGREJA, 1992) outras feições importantes são as falhas normais, que produzem grabens e hemi-grabens, identificados através da investigação de perfis sísmicos das porções distais do nordeste do Pará, mais precisamente nas sub-bacias costeiras. 4. CONCLUSÕES Com o quadro atual do conhecimento técnico cientifico os debates multidisciplinares se fazem cada vez mais necessários e produtivos, fomentando assim a interação de diferentes áreas de estudo. Todavia, o conhecimento geológico ainda é pouco difundido em algumas Áreas das Engenharias e, as Geociências vêm se mostrando como grande fonte de contribuição para uma melhor expansão e manejo do espaço, no que diz respeito às atividades antrópicas. Nesse contexto, a Neotectônica deve ser vista como importante modelo investigativo, para avaliar os processos de instalações de assentamentos humanos e, aparelhos públicos e privados. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA ML Aspectos geológicos dos lateritos da Amazônia. Rev Bras Geoc 21: Costa, J. B. S.; Borges, M. S.; Bemerguy, R. L.; Fernandes, J. M. G.; Costa Junior, P. S. & Costa, M. L Geologia (Folha Salinópolis). Relatório Técnico/91. Tema 4. Belém, IBAMA/SECTAM/IDESP. p COSTA J.B.S, BEMERGUY R.L, HASUI Y, BORGES M.S, FERREIRA JÚNIOR C.R.P, BEZERRA P..EL, COSTA M.L AND FERNANDES J.M.G Neotectônica da região Amazônica: aspectos tectônicos, geomorfológicos e deposicionais. Geonomos 4: CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, Dados, Informações e Produtos do Serviço Geológico do Brasil. Disponível em < Acesso em 01/07/2017 IGREJA, H.L.S Aspectos tectono-sedimentares do Fanerozóico do nordeste do Estado do Pará e noroeste do Maranhão, Brasil Belém: CG/UFPA. Tese (Doutorado). IGREJA H. L. S.; BORGES M. S.; ALVES, R. J.; COSTA JR., P. S. C.; COSTA, J. B. S. Estudos neotectônicos nas ilhas de Outeiro e Mosqueiro, NE do Estado do Pará. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 36., 1990, Natal. Anais...Natal: Sociedade Brasileira de Geologia, 1990.p , v. 5. IGREJA, H.L.S. Estudo geológico da Sequência Camiranga - Nordeste do Pará. Dissertação de Mestrado em Geologia) Apresentada ao Centro de Geociências da UFPa... Belém: p. O LIBERAL, Diretor-Superintendente Rômulo Maiorana. Ano XXIII Nº 5.692, Belém-PA. Acervo Microfilme Biblioteca Arthur Vianna (CENTUR -Fundação Cultural do Estado do Pará).
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