Monitoras: Andreia Pimenta e Joana Madureira

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1 Monitoras: Andreia Pimenta e Joana Madureira
Irradiação de águas de cozedura de cortiça: efeito em células humanas e fungos Ana Rita Laranjo Melo Daniela Regina Malveiro Carvalho Monitoras: Andreia Pimenta e Joana Madureira Introdução A indústria da cortiça é responsável por uma grande parte da economia nacional. Uma das etapas do fabrico de rolhas de cortiça é a cozedura de pranchas, sendo que as águas provenientes da cozedura são a principal fonte de resíduos. Estas águas contêm compostos tóxicos e não degradáveis naturalmente, apresentando toxicidade, ou seja, têm a capacidade de produzir um efeito nocivo quando interagem com um ser vivo. Como tal, são utilizadas tecnologias para degradar/eliminar estes compostos, no entanto, alguns destes apenas poderão ser degradados/eliminados com a ajuda de radiação gama. Objetivos Este estágio foi realizado com o intuito de: Avaliar a toxicidade das águas de cozedura de cortiça em células humanas, antes e após irradiação; Estudar a capacidade de biodegradação das mesmas amostras através do metabolismo de fungos filamentosos. Metodologia Irradiação a 50 kGy durante 31h das amostras de água de cozedura da cortiça com diferentes fatores de diluição. Efeito em células humanas – Caco 2 Efeito em fungos – Penicillium oxalicumn De uma forma geral o valor de ufc/ml foi aumentando ao longo do tempo de incubação. *O decréscimo verificado nos resultados no t=24h pode ser devido a falha técnica durante o plaqueamento Resultados De uma forma geral tanto para os 0 como para os 50 kGy vai aumentando à medida que a concentração das água de cortiça diminui. Gráfico 2- Log10 (ufc/ml) do fungo Penicillium oxalicumn em crescimento na amostra irradiada (50 kGy) e na amostra não tratada (0kGy) ao longo do tempo de incubação. Gráfico 1 - Percentagem de viabilidade celular para cada amostra (irradiada e não irradiada) e diluição. Conclusão A percentagem de viabilidade celular para cada amostra é maior quanto maior forem as diluições da água de cozedura de cortiça utilizadas, uma vez que os compostos tóxicos presentes nas amostras se encontrarem em menores quantidades. O tratamento das águas de cozedura de cortiça através da radiação parece ter o efeito oposto do esperado. Os resultados indicam que as amostras irradiadas são mais tóxicas que as não irradiadas, ou seja, produzem mais efeitos nocivos quando interagem com organismos vivos. Nos ensaios de biodegradação, o crescimento do fungo na presença das amostras não irradiadas foi semelhante ao do controlo de crescimento, verificando-se um aumento do valor de ufc/ml de 4 log10. Na presença das amostras irradiadas (50 kGy), o aumento do valor de ufc/ml foi menor do que para as amostras não irradiadas (3 log10). O valor de ufc/ml sofreu um pequeno decréscimo no controlo de crescimento (apenas meio mínimo e água), o que mostra que o crescimento do fungo nas amostras testadas foi devido à presença de compostos específicos nelas existentes.