MERCADORIA VALOR DE USO: VALOR DE TROCA: quantidade qualidade

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Apresentação em tema: "MERCADORIA VALOR DE USO: VALOR DE TROCA: quantidade qualidade"— Transcrição da apresentação:

1 AULA 3 – Fetichismo da mercadoria, trabalho concreto e trabalho abstrato, mais-valia

2 MERCADORIA VALOR DE USO: VALOR DE TROCA: quantidade qualidade
Capacidade de satisfazer necessidades VALOR DE TROCA: quantidade Capacidade de comprar outras mercadorias

3 A CATEGORIA MERCADORIA
MERCADORIA: Conceito central para a compreensão do sistema capitalista de produção. É, antes de tudo, um bem ou um objeto que satisfaz uma necessidade qualquer do homem e que pode ser trocado por outro bem. A mercadoria possui dois valores: o valor de uso e o valor de troca. VALOR DE USO: a utilidade que o bem possui para quem o vai consumir. VALOR DE TROCA: a proporção pela qual determinados valores de uso trocam-se por valores de uso de outras espécies. A forma de manifestação do valor. Precondições para a produção de mercadorias: divisão da sociedade em classes sociais; divisão social do trabalho e propriedade privada dos meios de produção.

4 Valor de uso “Uma coisa pode ser útil e produto do trabalho humano, sem ser mercadoria. Quem com seu produto satisfaz sua própria necessidade cria valor de uso mas não mercadoria. (...) Para tornar-se mercadoria, é preciso que o produto seja transferido a quem vai servir como valor de uso por meio da troca.” (Karl Marx)

5 Trecho do livro “Economia Política” – José Paulo Netto
(p.88) O valor de uma mercadoria é a quantidade de trabalho média, em condições históricas dadas, exigida para a sua produção (trabalho socialmente necessário); tal valor só pode manifestar-se quando mercadorias diferentes são comparadas no processo de troca – isto é, através do valor de troca: é na troca que o valor das mercadorias se expressa.

6 Trabalho “Como criador de valores de uso, como trabalho útil, é o trabalho, por isso, uma condição de existência do homem, independente de todas as formas de sociedade, eterna necessidade natural de mediação entre homem e natureza e, portanto, da vida humana.”(Karl Marx)

7 O DUPLO CARÁTER DO TRABALHO
O trabalho, enquanto mercadoria também apresenta um duplo aspecto: ele é concreto e abstrato. TRABALHO CONCRETO: É o trabalho que se destina a um fim determinado ou a produção de um valor de uso. TRABALHO ABSTRATO: o dispêndio humano de força de trabalho, o trabalho humano em geral. Este é o trabalho abstrato, a forma pela qual o trabalho cria valor. Valor de uso Trabalho concreto MERCADORIA TRABALHO Valor de troca Trabalho abstrato

8 O trabalho que cria valor de uso é o TRABALHO CONCRETO (trabalho útil), e a criação de valores de uso é uma condição necessária à existência de qualquer sociedade, isso significa que toda sociedade exigirá trabalho concreto de seus membros.

9 Mas ao examinarmos a mercadoria, constatamos que ela não é apenas valor de uso: é também valor de troca – e, para ser trocada, precisa ser comparada: quando o sapateiro leva ao mercado os seus sapatos para trocá-los por tecidos, há que comparar-se o trabalho do sapateiro com o do tecelão. Essa comparação necessária para a troca, realiza-se com a eliminação das particularidades das diversas formas de trabalho e com a sua redução a um denominador comum, àquilo que todas as formas de trabalho têm entre si: o fato de todas implicarem um dispêndio de energia física e psíquica – o fato de serem trabalho em geral ; quanto o trabalho concreto é reduzido à condição de trabalho em geral, tem-se o TRABALHO ABSTRATO.

10 O DINHEIRO O dinheiro é a mercadoria especial na qual todas as outras expressam o seu valor. O valor de uma mercadoria, expresso em dinheiro, é o seu PREÇO.

11 O dinheiro, em moedas de ouro, prata etc
O dinheiro, em moedas de ouro, prata etc., ou através de seus símbolos de papel (cédulas), desempenha várias funções nas sociedades onde existe produção mercantil. Quando essa produção se amplia e comércio generaliza as trocas, o dinheiro funciona como: a) equivalente geral – equiparando todas as mercadorias oferecidas; b) meio de troca – possibilitando a circulação de mercadorias; c) medida de valor – oferecendo um padrão de mensuração para todas as mercadorias;

12 d) Meio de acumulação ou entesouramento – podendo ser guardado para uso posterior;
e) Meio de pagamento universal – servindo para quitar dívidas públicas e privadas. Antes do aparecimento do dinheiro, outras mercadorias funcionaram para aferir o valor na sua forma desenvolvida ou total (nalguns lugares o sal, noutros o gado e algures as peles). Na Antiguidade, registraram-se lingotes metálicos na Mesopotâmia e no Egito e, no Ocidente, eles foram utilizados pela civilização creto-micênica. É na Lídia, por volta de 700 antes de Cristo, que surgem moedas de ouro. A utilização do papel-moeda é relativamente recente: nos Estados Unidos é de finais do século XVII, na França é de inícios do século XVIII e, na Rússia, data de Até então, empregavam-se moedas metálicas.

13 O que é fetiche? “O fetiche é um objeto que obteve, de alguma maneira, poderes naturais ou humanos e até sobrenaturais e sobre-humanos. É um objeto mágico.” (CARCANHOLO, p.3) Carranca Rio São Francisco Totem - Alaska Totem - Canadá

14 Quando a produção mercantil está desenvolvida, para produzir as mercadorias é necessária uma ampla divisão do trabalho: há vários ramos de produção e, na composição de uma só mercadoria, entram muitas outras – em suma, surge uma grande dependência mútua entre todos os produtores, o que significa que o trabalho de cada um deles (que chamaremos de trabalho privado) é parte do conjunto do trabalho da sociedade (o trabalho social ou total) e só é possível no seu interior.” (JPN, Economia Política, p.91-92).

15 No entanto, como se trata de um produtor privado (ou seja, que tem a propriedade privada dos meios de produção), ele administra isoladamente, privadamente, a sua produção; o produtor atua independentemente dos outros produtores e, por isso, o seu trabalho, parte do trabalho social, aparece-lhe essencialmente como trabalho privado. O produtor só se confronta com o caráter social do seu trabalho no mercado: sua interdependência em face dos outros produtores lhe aparece no momento da compra-venda das mercadorias; em poucas palavras: as relações sociais dos produtores aparecem como se fossem relações entre mercadorias, como se fosse relações entre coisas. (JPN, p.92)

16 A mercadoria passa a ser, então, a portadora e a expressão das relações entre os homens. Na medida em que a troca mercantil é regulada por uma lei que não resulta do controle consciente dos homens sobre a produção (a lei do valor), na medida em que o movimento das mercadorias se apresenta independentemente da vontade de cada produtor, opera-se uma inversão: a mercadoria, criada pelos homens, aparece como algo que lhes é alheio e os domina; a criatura (mercadoria) revela um poder que passa a subordinar o criador (homens). (JPN, p.92)

17 No mercado, a mercadoria realiza esta inversão: as relações sociais, relações entre homens, aparecem como relações entre coisas. As relações entre os produtores mostram-se como relações entre mercadorias. As qualidades peculiares das relações sociais são transferidas à mercadoria. A essa forma fantasmagórica, a esse poder autônomo que as mercadorias parecem ter e efetivamente exercem em face dos seus produtores, Marx chamou de fetichismo da mercadoria. (JPN, p.92)

18 Nas sociedades em que esse modo de produção impera, as relações sociais tomam a aparência de relações entre coisas. Por isso mesmo, o fenômeno da REIFICAÇÃO (em latim, res = coisa; reificação, pois, é sinônimo de coisificação) é peculiar às sociedades capitalistas; é mesmo possível afirmar que a reificação é a forma típica da alienação (mas não a única) engendrada no modo de produção capitalista. O fetichismo daquela mercadoria especial que é o dinheiro, nessas sociedades, é talvez a expressão mais flagrante de como as relações sociais são deslocadas pelo seu poder ilimitado.

19 “O produto do trabalho se torna assim um fetiche e o fenômeno da transformação desse produto em algo enigmático, misterioso, ao adotar a forma de mercadoria é o que Marx chama de fetichismo da mercadoria.” (Sánchez Vázquez, p.445)

20 A essência social da produção capitalista, a maneira como o capital se reproduz por meio de uma relação entre classes sociais antagônicas – onde as trocas e as mercadorias como que se apresentam resultado final – fica obscurecida ou oculta. Assim, diz Marx n’O Capital, produtos e produtores se confundem: alfaiate e carpinteiro aparecem como casaco e mesa.

21 “Seu próprio movimento social possui para eles a forma de um movimento de coisas, sob cujo controle se encontram, em vez de controlá-las.”(Karl Marx)

22 “O que posso pagar, ou seja, o que o dinheiro pode comprar, isso sou eu, o dono do dinheiro. Meu poder é tão grande quando o poder do dinheiro. ...Portanto, o que sou e o que posso não está determinado por minha individualidade. Sou feio, mas posso comprar a mulher mais formosa. Logo, não sou feio, já que o efeito da fealdade, seu poder de dissuadir, foi aniquilado pelo dinheiro. Eu, segundo minha individualidade, sou paralítico, mas o dinheiro me dá vinte e quatro pés; logo não sou paralítico.

23 Sou um homem mau, desonesto, inescrupuloso, desalmado, mas como se prestam honras ao dinheiro, o mesmo se estende ao seu proprietário. O dinheiro é o bem supremo, e por isso quem o possui é bom. Além disso, o dinheiro me põe acima da condição de desonesto; pressupõe-se que eu seja honesto. Sou um desalmado, mas se o dinheiro é a verdadeira alma de todas as coisas, como pode ser desalmado quem o possui?

24 Com ele se podem comprar os homens de espírito, e o que constitui um poder sobre os homens de espírito não é ainda mais espiritual que os homens de espírito? Eu, que através do dinheiro posso conseguir tudo a que o coração humano aspira, por acaso não possuo todas as faculdades humanas? Acaso meu dinheiro não transforma todas as minhas incapacidades em seu contrário?” (Marx, 2001, Manuscritos, apud Rosdolsky, )

25 A LEI DO VALOR E O PREÇO VALOR: lei que explica a origem e a magnitude ou grandeza do valor das mercadorias. Sendo a mercadoria fruto do trabalho humano, o valor de uma mercadoria é determinado pela quantidade ou tempo de trabalho socialmente necessário para a sua produção. PREÇO: é a forma monetária do valor. O preço pode divergir do valor, influenciado pelas condições de oferta e procura, especialmente pelas condições de monopólio na venda ou mesmo na compra.

26 AS MERCADORIAS ESPECIAIS (DINHEIRO E FORÇA DE TRABALHO) E A MAIS-VALIA
DINHEIRO: uma mercadoria muito especial: Rompe a troca direta entre mercadorias; É equivalente geral das mercadorias; É medida de valor; É meio de troca; É meio de pagamento; É forma de entesouramento; Foi forma embrionária do capital. No capitalismo, é também a forma preferencial da existência do capital (por ser equivalente geral).

27 A OUTRA MERCADORIA ESPECIAL: A FORÇA DE TRABALHO
FORÇA DE TRABALHO: conjunto de faculdades físicas e mentais postas em ação para produzir valores de uso. No modo de produção capitalista a força de trabalho transforma-se em mercadoria, passa a ser adquirida no mercado, passando a possuir um valor de troca. VALOR DE USO da força de trabalho: É a capacidade que a mesma possui de produzir valor de uso. VALOR DE TROCA OU VALOR da força de trabalho: É a quantidade de tempo de trabalho socialmente necessário para mantê-la e reproduzi-la; ou seja, é o valor dos meios de subsistência necessários à manutenção e reprodução do trabalhador. Seu preço é o salário.

28 A MAIS-VALIA MAIS-VALIA: É o valor adicional que a força de trabalho gera no processo de produção (trabalho excedente), sendo apropriado pelo capitalista. TRABALHO NECESSÁRIO: É o tempo de trabalho que o trabalhador necessita para a produção do valor equivalente ao valor dos seus meios de subsistência. TRABALHO EXCEDENTE: É o tempo de trabalho em que o trabalhador produz gratuitamente para o empregador capitalista.

29 MAIS-VALIA ABSOLUTA E RELATIVA
MV ABSOLUTA: advinda da extensão da jornada, mantendo-se inalterado o trabalho necessário (que reproduz o valor da força de trabalho); MV RELATIVA: decorrente da redução do trabalho necessário, usado para reproduzir o valor da força de trabalho, mantendo-se constante o tempo da jornada. O que equivale a uma redução do valor da força de trabalho A MV relativa pode ser conseguida pela redução do valor de reprodução da força de trabalho (redução do valor dos bens de sobrevivência) ou pelo aumento da produtividade da força de trabalho (mais ou melhores máquinas e organização do processo de trabalho).


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