“Conhece-te a ti mesmo”

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Apresentação em tema: "“Conhece-te a ti mesmo”"— Transcrição da apresentação:

1 “Conhece-te a ti mesmo”
Sócrates (471/470 – 399 a.C) “Conhece-te a ti mesmo”

2 Vida e Pensamento: Nascimento: Atenas, Grécia, em 471 ou 470 antes da Era Cristã; Falecimento: Atenas, Grécia, em 399 antes da Era Cristã; A partir de seu pensamento, a filosofia passa a ocupar-se também das questões propriamente humanas, sobretudo aquelas que se referem à ética e à política.

3 Vida e Pensamento: Sócrates é considerado um dos principais marcos da história da filosofia; a influência de seu pensamento foi tamanha que, tradicionalmente, divide-se a filosofia antiga em antes e depois dele, donde deriva, sobretudo, a denominação “pré-socrático”, apesar da imprecisão cronológica da expressão. Filho de um escultor (Sofronisco) e de uma parteira (Fenareta ou Fenarete), Sócrates teria aprendido o ofício paterno, exercendo, por algum tempo, a profissão de oleiro, fato, porém, do qual não se tem ainda uma satisfatória precisão; seja como for, ao exercer a filosofia, fazia-o comparando-se aos pais, uma vez que declarava esculpir o próprio pensamento, bem como o pensamento dos seus interlocutores, da mesma forma que os ajudava a concebê-los ou a vir à luz, tal como sua mãe o fazia; casou-se com Xantipa, mulher cujo gênio forte tornara-se quase proverbial, razão pela qual se atribui a seguinte frase a Sócrates: “O homem que se casa ou é feliz ou vira filósofo”; juntos, tiveram três filhos: Lamprocles, Sofronisco e Menexeno.

4 Vida e Pensamento: Sócrates nada deixou de sua vida e de seu pensamento por escrito; tudo que se sabe a seu respeito foi herdado por seus seguidores, diretos ou indiretos – Platão (428/7-348/7 a.C), Xenofonte ( a.C) e Aristóteles ( a.C) – bem como por seus adversários – Aristófanes ( a.C); os três primeiros retratam-no com uma personalidade extremamente austera,perspicaz e, acima de tudo, sábia; o último, por sua vez, descreve-o como um bufão, ridicularizado por ocupar-se de questões inúteis; desse modo, difícil é saber ao certo a sua filosofia, tal como ele próprio a apregoava.

5 Vida e Pensamento: Apesar das discrepâncias entre as descrições da vida e do pensamento de Sócrates, verifica-se, em contrapartida, que também existem congruências entre os seus biógrafos; por exemplo, todos concordam com o fato de que, segundo ele, a filosofia exercia-se por meio do diálogo, o qual, por sua vez, era construído por intermédio de um jogo de perguntas e de respostas, ao fim do qual se repudiava determinada tese, uma vez demonstrada a sua contradição ou incoerência; tal método, posteriormente denominado, em lógica, ‘redução ao absurdo’ (reductio ad absurdum), constitui, pois, o método filosófico socrático, o qual, igualmente, também é conhecido como elenko, isto é, refutação.

6 Vida e Pensamento: O método da refutação, desenvolvido por Sócrates, aproximava-o dos sofistas, razão pela qual tem sido considerado, desde a sua própria época, como um deles; seja como for, tal método compunha-se de duas etapas, quais sejam: a) Ironia: em grego, significa ‘interrogação’; consiste em uma série de questões feitas com o intuito de verificar se determinada afirmação ou tese teria ou não consistência ou coerência; por isso, tanto servia para ajudar as pessoas a se desfazerem de falsas opiniões quanto para embaraçar aqueles que se arrogavam saber algo que, de fato, não sabiam; b) Maiêutica: em grego, significa ‘parturição’; também consiste em um conjunto de indagações formuladas com o propósito de fazer com que o indivíduo, através de um exercício intelectual direcionado, elabore, por si mesmo, as respostas para as perguntas que tem diante de si.

7 Vida e Pensamento: A peculiaridade com a qual Sócrates conduzia a sua vida, a qual procurava manter coerente e coesa com o seu pensamento, fez com que atraísse tanto admiradores e seguidores quanto adversários e inimigos; por tal razão, sua fama como filósofo, dada pelos primeiros, e como sofista, dada pelos segundos, permite a elaboração de um quadro comparativo entre ele e os seus principais rivais intelectuais, ou seja, os sofistas, os quais ele procurava combater, denunciando a pretensa ou falsa sabedoria que arrogavam possuir. Ainda que existam semelhanças entre eles [por exemplo: ocupavam-se da educação da juventude de seu tempo; interessavam-se pelos problemas práticos, sobretudo éticos (morais) e políticos (cívicos); especulações antropológicas sobrepunham-se a elucubrações cosmológicas...] a questão é que, ao fim das contas, eram bem diferentes, principalmente no que tange à formação intelectual e moral do indivíduo.

8 Sócrates e os Sofistas Sócrates:
Não cobrava por seus ensinamentos, posto que defendia que o saber era direito de todos; Sofistas: Ensinavam mediante remuneração, uma vez que viviam à procura de quem pudesse pagar por aquilo que sabiam;

9 Sócrates e os Sofistas:
Defendia que a verdade era absoluta, independente de estarmos ou não convencidos dela; Sofistas: Defendiam que a verdade era relativa, dependendo, assim, da capacidade de persuasão;

10 Sócrates e os Sofistas:
Afirmava que a areth (virtude), ou seja, a excelência intelectual e moral, não poderia ser ensinada, mas apenas adquirida pelo indivíduo que se dispusesse a fazer uma auto-análise de sua vida; virtude significa conhecer e praticar o bem, o que, por si só, consiste na própria felicidade (eudaimonia); Sofistas: Afirmavam que a virtude poderia ser ensinada, da mesma forma que se poderia aprender qualquer ciência ou arte, razão pela qual não reputavam tanto ao indivíduo a responsabilidade pela construção do seu próprio conhecimento e, consequentemente, por sua conduta moral;

11 Sócrates e os Sofistas:
Advogava que o auto-conhecimento era a chave para o aprimoramento pessoal (‘conhece-te a ti mesmo’ – inscrição do Oráculo de Delfos) e, consequentemente, para a felicidade do Cidadão e do Estado. Sofistas: Advogavam que o conhecimento das técnicas de persuasão (retórica, oratória, erística, dialética...) era a chave para o sucesso pessoal, uma vez que isso lhe garantiria, sobretudo, a satisfação de seus interesses egoístas, seja na vida pública, seja na vida privada.

12 Sócrates e os Sofistas:
Afirmava que a sabedoria consiste no reconhecimento da própria ignorância (‘sei que não sei’), a partir do qual se inicia a busca pela verdade através da introspecção (recolhimento interno para análise, estudo ou meditação). Sofistas: Afirmavam que a sabedoria consiste na capacidade de persuasão, procurando-se, por meio de técnicas, sempre vencer toda e qualquer disputa verbal, nunca se deixando intimidar por qualquer questão (‘perguntai e responder-vos-emos’).

13 O Destino de Sócrates: Conforme mencionado alhures, a atividade filosófica desenvolvida por Sócrates conquistou-lhe ódio, inveja e rancor, motivo pelo qual seus opositores tramaram contra a sua vida, movendo-lhe falsas acusações (impiedade e corrupção da juventude) e pedindo a sua condenação à morte; intimado a comparecer à Assembleia (Ekklesia) Ateniense, principal instância administrativa e jurídica do seu Estado, perante a qual discursou para, aproximadamente, quinhentas pessoas, rebateu tudo aquilo contra o qual fora acusado; mesmo assim, foi condenado à morte por envenenamento, uma vez que se havia recusado a renunciar à filosofia, posto que “uma vida não examinada não é digna de ser vivida” – assim pensava –, além de alegar que a razão de sua vida filosófica era uma ordem divina, tal como constava na inscrição délfica.

14 O Destino de Sócrates: Esta pintura, feita, no Século XVIII (1787), por Jacques-Louis David ( ), retrata os últimos momentos de Sócrates, nos quais, conversando com alguns de seus amigos, filosofa sobre a morte e exorta-os a não se entristecerem pela sua partida, pois a morte é uma incógnita e, mais cedo ou mais tarde, tudo acaba dragado por ela: “Não serão todas as coisas engolidas pela morte?” Chegando o carrasco com o cálice de cicuta (veneno extraído de uma planta, com o mesmo nome), toma-o e dele bebe, sentindo os efeitos paralisantes do veneno dos pés à cabeça, vindo, por fim, a falecer.

15 O Legado de Sócrates: A morte de Sócrates certamente não foi em vão; seu exemplo tem inspirado pensadores ao longo da história; sua influência, em âmbito filosófico, deu origem às chamadas escolas socráticas, as quais englobam filósofos classificados como Pequenos e Grandes Socráticos; dentre os primeiros, tem-se: cínicos, cirenaicos e megáricos; dentre os segundos, figuram Platão e Aristóteles, com suas respectivas escolas.

16 Os Pequenos Socráticos: Cirenaicos
A Escola Cirenaica, fundada por Aristipo de Cirene (c a.C), centrava-se nas questões éticas; segundo o filósofo, a vida ética deveria ser praticada para atingir um fim específico, que era o gozo de todo prazer imediato. Defendia, porém, um controle racional sobre o prazer, para que não se desenvolvesse uma dependência em relação aos prazeres; também pregavam que tanto a dor quanto o prazer eram uma espécie de movimento. O prazer seria um movimento leve e a dor um movimento violento. Já o êxtase era visto como a ausência de prazer e de dor, não sendo, portanto, nem agradável, nem doloroso; esta doutrina influenciaria, mais tarde, principalmente uma outra escola filosófica helenística, qual seja: o epicurismo; ademais, contribuiu para a formulação de uma das principais doutrinas sobre o prazer: o hedonismo, segundo o qual o prazer é a finalidade máxima da existência humana, ou seja, a felicidade.

17 Os Pequenos Socráticos: Cínicos
A Escola Cínica, fundada por Antístenes (c a.C), cujo maior expoente é seu discípulo, Diógenes de Sínope, ou Diógenes, o Cínico (412/ a.C), pregava, sobretudo, o desprezo pelas convenções sociais, donde provavelmente deriva sua denominação (cínico, em grego, kuon, kuno, significa: cão). Ao contrário da acepção moderna e vulgar desse termo, o cinismo tem como objetivo essencial a conquista da excelência (virtude) moral, que somente seria obtida eliminando-se da vontade todo o supérfluo, ou seja, tudo aquilo que fosse exterior ou acessório; defendiam um retorno à vida da natureza, errante e instintiva, como a dos cães. Afirmavam também que dispunha o homem de tudo que necessitava para viver, independente dos bens materiais. A isto chamavam de autarceia (autarquia: ou seja, condição de auto-suficiência do sábio, a quem basta ser virtuoso para ser feliz. Além dos cínicos, foi uma proposição também defendida pelo estoicismo, escola filosófica helenista por eles influenciada.

18 Os Pequenos Socráticos: Megáricos
A Escola Megárica, fundada por Euclides de Mégara (c a.C), afirmava, sobretudo, a Unidade do Ser, o qual, por sua vez, identificava-se com o Bem; por isso, a Multiplicidade, assim como o Mal, não passariam, pois, de ilusões causadas pela percepção sensorial, as quais, por sua vez, deveriam ser repudiadas, para que o exercício intelectual ou racional atingisse a verdadeira realidade, na contemplação do Uno. Sendo, desse modo, os sentidos fontes de erros, os megáricos influenciariam o ceticismo, para o qual não há certeza, mas apenas, quando muito, probabilidade, em relação aos dados sensíveis.

19 Algumas frases atribuídas a Sócrates:
“ A vida que não passamos em revista não vale a pena viver”; “ A palavra é o fio de ouro do pensamento”; “ Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”; “ É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal”; “ Alcançar o sucesso pelos próprios méritos. Vitoriosos os que assim procedem”; “ A ociosidade é que envelhece, não o trabalho”; “ O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância”; “ Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado”; “ Há sabedoria em não crer saber aquilo que tu não sabes; “ Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão equivocados”; “ O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia”; “ A verdade não está com os homens, mas entre os homens”; “ Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente”; “ Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir”; “ Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos”; “ Todo o meu saber consiste em saber que nada sei”; “ Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus”.


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