Sermão de Santo António aos peixes

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Apresentação em tema: "Sermão de Santo António aos peixes"— Transcrição da apresentação:

1 Sermão de Santo António aos peixes

2 O que é um sermão? Um sermão é um discurso oral , ou seja, de oratória, ou religioso feito por um profeta ou membro do clero sobre temas bíblicos, teológicos, religiosos ou morais, normalmente sustentando uma crença, lei ou comportamento humano num contexto presente ou pretérito. Os elementos da pregação incluem exposição, exortação e aplicação prática. O sermão é por muitos considerado como sinônimo da homilia. Em contextos não religiosos, o sermão é um discurso de chamada de atenção ou repreensão, de um superior hierárquico (ex.: pais, patrões).

3 O autor: Padre António Vieira
O padre António Vieira (Lisboa, Brasil,Colégio da Baia, ) foi para o Brasil com apenas seis anos, indo estudar para o colégio dos Jesuítas na Baía. Aos quinze anos entrou na Companhia de Jesus; formou-se noviço em 1625 passando a lecionar humanidades e retórica na Companhia de Pernambuco; ordenou-se sacerdote em 1635, na Baía. Em 1641, acompanhando a Portugal o filho de vice-rei, tornou-se intimo de D. João IV que o nomeou pregador da corte, seu confessor e conselheiro. Em 1643 teve a missão de negociar a conquista das colónias. A partir de 1646, desempenhou numerosas missões diplomáticas e politicas em países como: Paris, Haia, Londres e Roma.

4 Conseguiu o apoio do rei, como missionário, para a libertação dos índios.
Não foi bem aceite pelos colonos, contra os quais pregou vários sermões, como o sermão : “Santo António aos Peixes” e “Sexagésima”. Em 1656, com a morte de D. João IV, viu-se perseguido pela inquisição, conseguindo a sua liberdade com a subida ao trono de D. Pedro II, passando cerca de 5 anos em Roma sob a protecção da Rainha Cristina da Suécia. A partir de 1675 de regresso a Portugal dá inicio à publicação dos Sermões. Fernando Pessoa Chamou-lhe “Imperador da Língua Portuguesa”, pela excelência que tinha como orador, missionário, diplomata, politico e prosador. A sua obra, um verdadeiro “titulo de glória de Vieira”, é constituída por 200 Sermões, 500 Cartas e diversos ensaios de caracter politico, social, cultural e literário como “Esperanças de Portugal”, “Clavis Prophetarum” e “História do Futuro”

5 Razões para o título: Homenagear Santo António (por ter sido pregado no dia de Santo António) Aproveita os exemplos do sermão pregado aos peixes por Santo António Tal com Santo António tentou converter os hereges (para que conseguissem expulsar os demónios dentro de si ), também Padre António Vieira tenta convencer os colonos portugueses no Brasil a mudar o seu comportamento.

6 Objetivos a atingir com o sermão:
Agitar as consciências; Conduzir à reflexão; Evitar o mal; Preservar o bem.

7 As partes do Sermão Exórdio: Capitulo I
Conceito predicável - “Vos estis sal terrae”( “Vós sois o sal da terra”) Exploração do tema da metáfora do sal – (“Santo António foi…”) Elogio a Santo António como modelo a seguir Invocação à Virgem Maria no final do capítulo – “Ave-Maria” Nota: Embora não fosse obrigatório, os sermões podiam conter também uma invocação ( pedido de auxílio divino). Exposição do plano a desenvolver e das ideias a defender

8 Exposição e confirmação :
Louvores aos peixes em geral Capítulo II (Exposição) Exposição e confirmação : Louvores aos peixes em particular: Peixe de Tobias Rémora Torpedo Quatro – olhos Capítulo III (Confirmação) (Desenvolvimento da argumentação “para que procedamos com clareza, dividirei, peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os vossos vícios”) Repreensões aos peixes em geral: - Denúncia de casos de antropofagia social Capítulo IV (Exposição) Repreensões aos peixes em particular : Roncadores Pegadores Voadores Polvo Capítulo V (Confirmação)

9 Retrato dele próprio como pecador
Peroração : Capitulo VI Apelo aos ouvintes numa última advertência aos peixes(cf. “Peixes, dai muitas graças a Deus de vos livrar deste perigo[…]”) (“Com esta última advertência vos despido, ou me despido de vós, meus peixes. E para que vades consolados do sermão, que não sei quando ouvireis outro, quero-vos aliviar de uma desconsolação mui antiga, com que todos ficastes desde o tempo em que se publicou o Levítico”) (Utilização de um desfecho forte para impressionar o auditório) – conclusão com uma última advertência aos peixes; retrato dele próprio como pecador; hino de louvor. Retrato dele próprio como pecador Hino de Louvor a Deus (cf. Repetição anafórica “Louvai a Deus”)

10 Louvores aos peixes

11 Louvores em Geral: O Padre António Vieira faz referencia às:
- Obrigações do sal; - Indicação das virtudes dos peixes em geral; - Crítica aos homens. Retoma as duas propriedades do sal “conservar o são e preservá-lo para que se não corrompa” Pretende repreender os vícios dos homens, opostos às virtudes dos peixes. Critica os homens por analogia com os peixes, como está expresso nesta passagem irónica: “Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não falam”. Afastamento do Padre António Vieira dos homens para se aproximar de Deus.

12 Louvores em Particular:
Na confirmação o Padre António Vieira louva os peixes em particular: O Peixe Tobias – cujas entranhas têm a virtude de curar a cegueira dos homens e expulsa os demónios; A Rémora - que possui a força de impedir uma nau de seguir o seu caminho. Comparável à língua de Santo António que serve de guia às pessoas; O Torpedo – que produz descargas eléctricas, que fazem tremer o braço do pescador que o tenta capturar. Representa a conversão; O Quatro-Olhos – que tem a capacidade de se defender dos outros peixes e das aves. Representa a capacidade de diferenciação do bem e do mal (Céu/Inferno). Os quatro peixes, possuem características que na sua totalidade se podem identificar com as principais virtudes de Santo António.

13 Repreensões aos peixes

14 Capitulo IV: Vieira repreende os peixes em geral pois os peixes grandes comem os pequenos (alegoricamente é referida a antropofagia social, isto é, os homens poderosos aniquilam os mais frágeis, os marginalizados da sociedade). Mas os homens também se comem uns aos outros mesmo dentro da mesma classe social, porque cobiçam os bens uns dos outros, são interesseiros: «Pois tudo aquilo é andarem buscando os homens como hão de comer e como se hão de comer. Morreu algum deles, vereis logo tantos sobre o miserável a despedaçá-lo e a comê-lo. Comem-nos os herdeiros, comem-no (…) ainda o pobre defunto o não comeu a terra, e já o tem comido toda a terra.»

15 Os peixes comem-se uns aos outros no mar por razões de sobrevivência, mas os seres humanos aniquilam-se e desprezam-se por amor excessivo ao dinheiro. Esta constatação leva a uma 2ª repreensão geral aos peixes alegoria dos homens: Estes dão a vida por insignificâncias, «um retalho de pano», mas os bens terrenos são ilusórios e fonte de discórdias; o costume de se aproveitarem dos bens dos naufragados é condenável: «Pode haver maior ignorância e mais rematada cegueira que esta?» Deviam seguir o exemplo de Santo António que, tendo nascido rico, abandonou tudo para imitar Jesus Cristo.

16 Capítulo V

17 Principais recursos estilísticos
Alegoria: todo o sermão é alegórico ou uma extensa alegoria, a partir do cap. II (os peixes são alegorias dos homens e vícios destes). Anáfora e Paralelismo sintático ou estrutural : «Os peixes, pelo contrário, lá se vivem nos seus mares e rios, lá se mergulham nos seus pegos, lá se escondem nas suas grutas» Apóstrofes : «Vindo pois, irmãos, às vossas virtudes (…)» Antíteses : «tanto mais unido com Deus, quanto mais apartado dos homens» Enumerações : «(…) que também nelas há falsidades, enganos, fingimentos, embustes, ciladas e muito maiores e mais perniciosas traições» Comparações : «O polvo com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seus raios estendidos parece uma estrela (…)»


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