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As constantes demissões do Governo e as dificuldades económicas sentidas diariamente pela população desacreditaram os políticos e criaram um clima própria.

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Apresentação em tema: "As constantes demissões do Governo e as dificuldades económicas sentidas diariamente pela população desacreditaram os políticos e criaram um clima própria."— Transcrição da apresentação:

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2 As constantes demissões do Governo e as dificuldades económicas sentidas diariamente pela população desacreditaram os políticos e criaram um clima própria para uma conspiração. Em 28 de Maio de 1926 deu-se em Braga um golpe militar organizado por um grupo de militares conservadores. O golpe militar foi chefiado pelo general Gomes da Costa, que tinha sido um destacado combatente na Primeira Guerra Mundial. A este movimento aderiram tropas de todo o país. Em 6 de Julho, o general Gomes da Costa, acompanhado de outros chefes militares e à frente de milhares de soldados, desfilou em Lisboa, na Avenida da República, perante uma multidão que o aplaudia.

3 Como se preparou o movimento A conspiração foi iniciada em Novembro do ano passado e por várias vezes esteve para pôr em prática os seus planos. Não havia, porém, confiança bastante ou propícia ocasião para isso. A última data marcada para a sua eclosão seria a de 15 de Junho. Há doze dias tinha sido distribuída a senha e a contra-senha e os chefes principais trataram de furtar-se o mais possível à vigilância da política. Parece que na quinta-feira o general Gomes da Costa, oculto nos arredores de Lisboa, recebeu um emissário dos outros chefes para se combinar um movimento simultâneo. E acompanhado pelo seu ajudante-de-campo, o tenente Armindo Pinto Correia, e pelo tenente João de Carvalho, emissário das guarnições de Braga e Vila Real, partiu de automóvel em direcção ao Porto onde chegou às 8 da noite. Ali, sem que a sua passagem fosse notada, realizou conferências com oficiais de várias unidades e partiu quarenta e cinco depois para Braga. Diário de Notícias, 30 de Maio de 1926

4 O golpe militar de 28 de Maio pôs fim à 1.ª República. O Parlamento foi encerrado, o Presidente da República (Bernardino Machado) demitiu-se e os militares entregaram a chefia do Governo a uma dos revolucionários, o comandante Mendes Cabeçadas. Foi então instaurada em Portugal uma ditadura militar, que durará de 1926 a 1933. Durante a ditadura militar não se realizaram mais eleições para o Parlamento, e os governadores passaram a ser escolhidos pelos militares. Proibiram-se as greves e as manifestações e a imprensa passou a ser controlada pela censura. O primeiro Presidente da República do novo regime político foi o general Carmona, escolhido em 1928 numas eleições nas quais ele era o único candidato.

5 Salazar e o Estado Novo Ainda em 1928, o presidente Óscar Carmona convidou Oliveira Salazar para fazer parte do Governo como ministro das Finanças. Salazar só aceitou o cargo depois de lhe ter sido garantido que ficaria a fiscalizar as despesas de todos os Ministérios. As Palavras de Salazar (…) Não tomaria (…) sobre mim esta pesada tarefa, se não tivesse a certeza de que ao menos poderia ser útil a minha acção, e de que estavam asseguradas as condições dum trabalho eficiente. (…) Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o País estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar. Em 1932, Salazar foi nomeado Chefe do Governo (Primeiro-Ministro), cargo que manteve durante 36 anos (até 1968). Sob a sua orientação fez-se uma nova Constituição – a Constituição de 1933 -, a qual foi posta à aprovação dos portugueses através de uma votação (ainda que nem todos tivessem o direito de votar).

6 Estado Novo A partir de 1933 instaurou-se em Portugal um novo regime a que se deu o nome de Estado Novo e que durou 40 anos (1933- 1974). A Constituição de 1933 determinava 4 órgãos de soberania: 1)o Presidente da República; 2)a Assembleia Nacional (Parlamento); 3)o Governo; 4)e os Tribunais. A Assembleia Nacional deixou de ter o poder de nomear e de demitir o Presidente da República. Em contrapartida, o Governo passou a ser o órgão de soberania com mais poder e a decretar a maioria da leis. Em 1934 decorreram eleições para a Assembleia Nacional. A estas eleições só pôde concorrer a União Nacional, partido do regime.

7 Logo nos primeiros anos do seu governo, Salazar aumentou as receitas do Estado (através dos impostos) e diminuiu as despesas com a Educação, Saúde, Assistência Social, etc. Conseguiu, assim, em poucos anos, que o Estado português acumulasse algumas reservas de dinheiro e não precisasse de recorrer a empréstimos estrangeiros. Por outro lado, durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), na qual Portugal não participou, exportaram-se grandes quantidades de volfrâmio e produtos agrícolas para os países envolvidos na guerra. Os lucros das exportações aumentaram ainda mais as reservas de ouro do Banco de Portugal. O sucesso de Salazar como ministro das Finanças permitiu-lhe adquirir grande prestígio entre alguns portugueses. Esse facto serviu de pretexto para uma campanha do Estado Novo, na qual Salazar era considerado O Salvador da Pátria.

8 Parte das reservas de ouro do Estado foi aplicada na construção de obras públicas. Com essas obras, o Governo pretendeu desenvolver e melhorar o país e ao mesmo tempo mostrar a sua capacidade de realizar grandes empreendimentos.

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13 As obras públicas construídas neste período facilitaram o crescimento do turismo e de algumas importantes indústrias (têxteis, conservas, siderurgia) localizadas junto às cidades de Lisboa, Porto e Setúbal. No entanto, esse crescimento não foi suficiente para transformar Portugal num país moderno e desenvolvido. Nas cidades e no campo o desemprego mantinha-se. E muitos portugueses emigraram, principalmente para França e Alemanha. As Restrições à liberdade Salazar, como chefe do Governo, controlava todos os ministérios e governava o País de uma forma autoritária e absoluta. Dele dependiam todas as decisões administrativas e políticas. Durante os anos da ditadura não havia liberdade de expressão. Foi criada uma comissão de censura prévia que tinha como função examinar todos os jornais, revistas, filmes, teatros, etc., e cortar previamente tudo aquilo que pudesse prejudicar o regime. Ao mesmo tempo, também não havia liberdade de reunião e de associação. Foi proibido o direito à greve e não era permitido aos trabalhadores associarem-se livremente em sindicatos e federações, como faziam no período da 1.ª República.

14 Não era autorizada a formação de partidos políticos. Todos aqueles que queriam intervir nas actividades políticas tinham de pertencer à União Nacional, criada em 1931. Existia, portanto, um partido único – o partido do Governo. Em 1936 foi criada uma polícia política que tinha informadores secretos e perseguia todos aqueles que manifestassem ideias contra o Governo ou fossem considerados opositores ao Estado Novo. A polícia política chamou-se, a partir de 1945, Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE). Dois pides e um preso político (desenho de J. A. Manta) Quadro – Presos Políticos AnosN. os 1932/3352 1934/351327 1936/375 883 1938/392 410 1940/411 288 1942/431457 1944/451 225

15 Testemunho de uma Presa Política Fui presa no dia 21 de Abril de 1965. A PIDE assaltou-me a casa. Era 4,30 horas da madrugada. Estava sozinha. (…) Como eu disse que ninguém me podia obrigar a dizer ou a fazer aquilo que não queria, ele disse: Esta quer levar a bandeira do Partido em cima do caixão. (…) No dia 6 de manhã levaram-me (…) para a sede da PIDE (…). Apareceu-me o inspector Tinoco para dizer que já sabia tudo a meu respeito, as minhas actividades, mas que queria ouvir da minha boca (…). Que se eu não falasse só saía para a morgue ou para o manicómio. (…) No dia 7 já não conseguia comer (…). Tinha febre e pedi um médico. Foi-me recusado (…). No dia seguinte (…) já mal me aguentada de pé. Tinha dores de cabeça fortíssimas, vomitava a toda a hora. Nesse sai 8, no sábado, diz o Tinoco: Maluca já ela está (…). Vai passar o fim-de-semana a Caxias e volta na segunda-feira (…). (…) Na segunda-feira entraram então na sala duas pides (…). A Madalena começou aos pontapés (…), a bater-me na cara (…), cada vez batia mais (…). O Serra voltou-me a perguntar-me: Fala ou não fala? Gritei várias vezes: Não, não, não, não (…). Aos berros mantive-me no não (…). Quando reanimei levaram-me para Caxias.

16 (…) estive dois meses num completo isolamento, sem advogado, sem ter um lápis, sem papel, sem livros, sem ter absolutamente nada para me ajudar a passar o tempo. Testemunho de Maria da Conceição Abrantes, empregada de escritório As cadeias mais violentas para os presos político eram Caxias e Peniche. Salazar também criou um campo de concentração em Cabo Verde, o Tarrafal, para onde foram enviados presos políticos, muitos dos quais acabaram por morrer.

17 Para defender o regime contra aameaça comunista, o governo de Salazar criou, em 1936, a Legião Portuguesa, que era uma organização militarizada composta pelos mais fanáticos adeptos do salazarismo. No mesmo ano fundou-se a Mocidade Portuguesa, à qual tinham obrigatoriamente de pertencer todos os jovens dos 7 aos 14 anos. Esta organização juvenil procurava desenvolver nos jovens o espírito de obediência aos Estado Novo e o culto do dever militar.

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