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GLOMERULOPATIAS E PROGRESSÃO DA LESÃO RENAL
Professora Ana Cristina Simões e Silva UNIDADE DE NEFROLOGIA PEDIÁTRICA – FM – UFMG
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Classificação etiológica das Doenças Renais
Doenças vasculares Nefroesclerose hipertensiva, vasculopatias renais. Doença glomerulares primárias Esclerose focal-segmentar, glomerulonefrite membranosa, membrano-proliferativa, IgA. secundárias Diabetes, doenças reumáticas, pós-infecciosa (GNDA), HIV. Doenças túbulo-intersticiais Genética, idiopática, pielonefrite crônica, por metais pesados, analgésicos e hipersensibilidade a drogas. Doenças urológicas Estenose uretral/ureteral, bexiga neurogênica, hiperplasia prostática, litíase. Doenças hereditárias Doença renal policística, síndrome de Alport, de Fanconi.
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Mecanismos primários das Doenças Renais
LESÕES DOS GLOMÉRULOS, VASOS, TÚBULOS E INTERSTÍCIO DOENÇAS INTRÍNSECAS
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Mecanismos primários das Doenças Renais
COMPROMETEM O FLUXO DE SANGUE OU A SAIDA DE URINA DO RIM DOENÇAS EXTRÍNSECAS
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Mecanismos primários das Doenças Renais
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Doenças Glomerulares (Glomerulopatias)
Grupo de doenças heterogêneas que acometem predominantemente o glomérulo. Dividem-se em: Glomerulopatias primárias Glomerulopatias secundárias (podem ser manifestação de doenças sistêmicas, vasculares, metabólicas ou genéticas, que afetam também outros órgãos) Os mecanismos de lesão glomerular são complexos: A resposta imune está envolvida nas fases iniciais da grande maioria das glomerulopatias
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Classificação Etiológica
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Classificação Histológica
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Classificação Histológica
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Filtração glomerular
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Patogenia das Glomerulopatias
Mecanismos imunológicos de lesão renal Mecanismos não-imunológicos de lesão renal C3 P P
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Patogenia das Glomerulopatias
A lesão renal depende de: Tipo e intensidade da resposta imunológica e localização dos antígenos Mecanismos imunopatológicos Citotoxicidade mediada por anticorpos Lesão mediada por imunocomplexos Lesão imunológica mediada por células (Hipersensibilidade tardia) Lesão por ativação do complemento e por mediadores inflamatórios Outros mecanismos: Lesão por toxinas Alterações metabólicas Lesões por estiramento mecânico
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Citotoxicidade mediada por anticorpos (Hipersensibilidade tipo II)
Ocorre quando os anticorpos interagem com antígenos na superfície celular Mecanismos de citotoxicidade: Ac promovem a destruição celular por citotoxicidade direta (ADCC) Ac ligam-se à superfície celular promovem a destruição das células-alvo via ativação do complemento (CDC)
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Lesão mediada por imunocomplexos (Hipersensibilidade tipo III)
Anticorpos circulantes reagem com antígenos endógenos ou exógenos circulantes e formam imunocomplexos circulantes A formação excessiva de imunocomplexos in situ ou a deposição tecidual de imunocomplexos circulantes induz a ativação do complemento, promove a resposta inflamatória e induz lesão tecidual A resposta inflamatória leva a formação de microtrombos e aumento da permeabilidade vascular
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Distribuição dos Imunocomplexos
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Grau de lesão por imunocomplexos
O grau de lesão depende da quantidade e da distribuição dos imunocomplexos:
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Lesão mediada por células (Hipersensibilidade tardia ou tipo IV)
Células apresentadoras de antígeno processam o antígeno localmente e migram para linfonodos regionais, onde ativam linfócitos T Linfócitos T sensibilizados migram para o tecido renal, onde produzem citocinas. Estas citocinas atraem macrófagos que produzem lesão tecidual O infiltrado de células mononucleares pode se acumular no sítio de concentração do antígeno e produzir lesão tecidual, através da liberação de mediadores inflamatórios
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ESTÍMULO ANTIGÊNICO MACRÓFAGOS MATRIZ EXTRACELULAR PERDA DE NÉFRONS
ATIVAÇÃO/PROLIFERAÇÃO DE LINFÓCITOS T MACRÓFAGOS FIBROBLASTOS/MIOFIBROBLASTOS ESTÍMULO ANTIGÊNICO ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO RESPOSTA HUMORAL RESPOSTA CELULAR PERDA DE NÉFRONS ATIVAÇÃO DE MOLÉCULAS DE ADESÃO EFEITO QUIMIOTÁTICO CÉLULAS MESANGIAIS INFLAMAÇÃO INTERSTICIAL GLOMERULOSCLEROSE MATRIZ EXTRACELULAR
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Mediadores inflamatórios das glomerulopatias
Fatores solúveis secretados por células residentes (mesangial, endotelial e epitelial - podócito) e células imunes (linfócitos T, monócitos e macrófagos) que se infiltram no glomérulo Principais mediadores Inflamatórios: Citocinas Linfócito Th1 (IL-2 e INF) Linfócito Th2 (IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13) Monócitos/macrófagos (IL-1, IL-6 e TNF) Quimiocinas IL-8, MCP-1, RANTES Fatores de crescimento PDGF, TGF-beta, FGF-beta, EGF
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Objetivo: Medir mediadores imunológicos no sangue e na urina de 24 horas de pacientes com síndrome nefrótica, comparando com controles saudáveis
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Alterações inflamatórias nas glomerulopatias
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Glomerulopatia proliferativa
Hiperplasia do epitélio e endotélio Hipercelularidade mesangial Edema celular Infiltrado Inflamatório Hipertrofia glomerular Redução da superfície de filtração
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Lesão podocitária
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Glomeruloesclerose
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Progressão da glomeruloesclerose
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Alterações fisiopatológicas nas glomerulopatias
A redução significativa da superfície de filtração leva a redução da filtração e excreção de líquidos, pequenos solutos, eletrólitos (↓S » ↓Kf) → SÍNDROME NEFRÍTICA O aumento difuso da permeabilidade da barreira de filtração glomerular leva perda de proteínas (↑K » ↑Kf) → SÍNDROME NEFRÓTICA As GLOMERULOPATIAS freqüentemente produzem associação de Síndrome Nefrítica e Síndrome Nefrótica em diferentes níveis, dependendo de vários fatores, tais como: etiologia, tipo de resposta imune e tipo de célula acometida.
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Redução da Superfície de Filtração
Leva à insuficiência renal de intensidade variável Inflamação hematúria e proteinúria (variável) Glomérulo Normal Glomérulo Inflamado
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Redução da Superfície de Filtração
S = Kf Glomérulo Normal Inflamação glomerular
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Conseqüências do processo inflamatório
O processo inflamatório causa pontos de ruptura no capilar glomerular, com saída de hemácias e leucócitos para o espaço urinário → hematúria e leucocitúria
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Aumento da permeabilidade da barreira de filtração
Alteração na carga elétrica da barreira de filtração glomerular Alteração no tamanho e/ou número dos poros
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Aumento da Condutividade Hidráulica
K = Kf
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Progressão da lesão renal
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Doença renal crônica Independente da doença primária, a Doença Renal Crônica, uma vez estabelecida, é progressiva e evolui para IRCT
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Contribuintes para a progressão da lesão renal
Doença renal primária: Extensão da lesão inicial Fatores secundários: Hipertensão sistêmica Hipertensão glomerular Ativação do SRA Proteinúria Ingestão de proteínas elevada Anemia Obesidade Tabagismo Raça, sexo, fatores genéticos, número reduzido de néfrons ao nascimento
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Contribuintes para a progressão da lesão renal
Hipertensão glomerular Hipertrofia glomerular Disfunção primária dos podócitos Quebra da barreira glomerular Alterações metabólicas
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P P Moléculas de adesão TGF Angio II Produtos da Cox P P P
Estiramento mesangial TGF Angio II Moléculas de adesão Produtos da Cox Proliferação/inflamação mesangial P P P P P
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D P DP D P D P D P Lesão do podócito
Sinéquias, inflamação periglomerular Lesão do podócito D P DP D P D P D P
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Mediadores inflamatórios AGE
Receptor AGE Mediadores inflamatórios AGE PRODUTOS DE GLICOSILAÇÃO NÃO ENZIMÁTICA
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MACRÓFAGOS + PERDA DE NÉFRONS ESTIRAMENTO MECÂNICO
LESÃO DA BARREIRA GLOMERULAR + LESÃO PRIMÁRIA DO PODÓCITO ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS ATIVAÇÃO/PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS T MACRÓFAGOS CÉLULAS MESANGIAIS FIBROBLASTOS/MIOFIBROBLASTOS MATRIZ EXTRACELULAR GLOMERULOSCLEROSE INFLAMAÇÃO INTERSTICIAL PERDA DE NÉFRONS
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Mecanismos de progressão da lesão renal
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Mecanismos de progressão da lesão renal
Persistência da lesão glomerular Hipertensão glomerular Proteinúria acentuada Resposta Imunológica e mediadores inflamatórios Produção e recrutamento de fibroblastos Deposição de matriz extracelular Lesão acelular cicatricial, isquemia, atrofia tubular e fibrose intersticial
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Persistência da lesão glomerular
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Hipertensão glomerular
Integração da hipótese da pré-programação (Barker) com a hipótese da hiperfiltração (Brenner)
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Hipertensão glomerular e SRA
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Lesão túbulo-intersticial e fibrose intersticial
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Recrutamento de fibroblastos e fibrose intersticial
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Fibrose intersticial
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SUMÁRIO A maioria das glomerulopatias produzem lesões através de mecanismos imunopatológicos A progressão da lesão renal ocorre a partir da resposta imunológica, que produz inflamação e fibrose Independente da doença primária, a Doença Renal Crônica, uma vez estabelecida, é sempre progressiva e evolui para IRCT Estratégias para prevenir a progressão da Doença Renal Crônica são essenciais para impedir a perda contínua da função renal = RENOPROTEÇÃO A Doença Renal Crônica pode ser revertida?
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