Carregar apresentação
A apresentação está carregando. Por favor, espere
PublicouCesarina Clemente Alterado mais de 5 anos atrás
1
Entrevistas em profundidade: usos, estratégias e desafios
Diálogos com P. Bourdieu e L. Wacquant
2
tipos de entrevistas ESTRUTURADA surveys;
instrumento de coleta: questionário; preocupação com a padronização (sem improviso!) e a comparabilidade; necessidade de treinamento. SEMI-ESTRUTURADA perguntas padronizadas + perguntas não estruturadas; maior liberdade ao entrevistador em comparação aos questionários; sondagem e diálogo; "convites a estender questões estruturadas”; permitem que as pessoas respondam "mais nos seus próprios termos”; a importância do contexto da entrevista é maior do que com o uso de instrumentos estruturados. tipos de entrevistas
3
tipos de entrevistas NÃO-ESTRUTURADA OU FOCALIZADA conversa aberta;
desafia preconcepções de quem pesquisa; permite respostas dentro da estrutura de referência de quem é entrevistado; acesso às ideias e significados dos sujeitos de pesquisa; maior liberdade de exploração dos tópicos; vinculação maior ao contexto da entrevista. tipos de entrevistas
4
Wacquant: ‘entrevista’ como uma relação social
5
Wacquant: ‘entrevista’ como uma relação social
6
Miséria do Mundo: obra coletiva de uma equipe de 16 pesquisadores que trabalhavam juntos desde os anos 1960
7
inflexão metodológica/epistemológica na trajetória de Bourdieu: engajamento político, exposição na mídia, interesse pelos “novos problemas sociais”. objetivo: tornar pública a questão das desigualdades sociais na França de fim dos anos 1980, contexto em que as disparidades sociais aumentavam e a pobreza se disseminava. aposta teórica: a partir de estudos de casos baseados em testemunhos de pessoas comuns sobre suas experiências cotidianas, chegar a uma teoria global e complexa sobre o “novo capitalismo”. A Miséria do Mundo
8
9 grandes temas introduzidos por uma reflexão teórica breve, seguida da transcrição de uma (ou mais) das 41 entrevistas realizadas (38 na França, 3 nos EUA) entre e 1992. cada capítulo abre com uma descrição do ambiente em que foi gravada a entrevista, a disposição dos entrevistados, a impressão que pretendiam projetar durante a interação e alguns elementos descritivos (características da composição familiar, experiências educativas e de trabalho), considerados importantes para o argumento teórico do livro. contraponto: pesquisas realizadas por órgãos do governo, consideradas pela equipe de Bourdieu como artificiais e improdutivas. A Miséria do Mundo
9
“não deplorar, não rir, não detestar, mas compreender”
“Ao leitor”
10
“Ao leitor”
11
a representatividade do caso e as estratégias de apresentação das entrevistas
“Ao leitor”
12
“Ao leitor”
13
“O espaço dos pontos de vista”
um quadro harmonioso de “pontos de vista coexistentes e às vezes diretamente concorrentes” “O espaço dos pontos de vista”
14
“O espaço dos pontos de vista”
15
“O espaço dos pontos de vista”
esforço de superação da violência simbólica que marca a interação entre entrevistador e entrevistado: cabe ao primeiro definir as regras e começar o jogo; em geral, há uma assimetria social relativa ao capital cultural. opção por uma relação ativa, ainda que metódica, durante as entrevistas. “O espaço dos pontos de vista”
17
“A rua dos Junquilhos”
18
“A rua dos Junquilhos”
19
“A rua dos Junquilhos”
20
“eles perguntarão ao final: mas o que vão fazer com tudo isto?”
“A rua dos Junquilhos”
21
proposta do livro: mistura pouco eficiente de literatura e ciência.
objeto: conforme os parâmetros defendidos pelo próprio Bourdieu, deve-se realizar uma definição clara do objeto de estudo, rompendo com as pré-noções e o senso comum, mas a noção de "miséria" não teria sido bem definida, faltando a contraposição com termos correlatos (sofrimento, dor, infelicidade). escolha da amostra: das 182 entrevistas realizadas, foram publicadas somente 62, sem uma explicitação dos critérios de seleção e de sua representatividade no sentido não estatístico. característica dos entrevistadores: muitos eram pessoas que viviam na mesma situação e espaço social dos entrevistados; essa tática causaria uma dificuldade de objetivação. Bourdieu como entrevistador: ao optar pelo engajamento, teria realizado uma condução invasiva das entrevistas, produzindo nada mais que uma "conversação ordinária" (Mayer, 1995, pp ). Crítica dos pares MAYER, Nonna. (1995), "L'entretien selon Pierre Bourdieu: analyse critique de La misère du monde". Revue française de sociologie, 36 (2), avril-juin.
22
“Compreender”
23
Em “A miséria do mundo” e “Corpo e alma”, temos magníficos exemplos de entrevistas estruturadas baseadas em uma amostragem estatisticamente representativa da população. O pressuposto teórico que informa as entrevistas realizadas por Bourdieu e sua equipe baseia-se na possibilidade de, controlada a situação de entrevista, chegarmos a respostas não-contraditórias. Nas entrevistas não-padronizadas, como as realizadas por Wacquant, os entrevistados são encorajados a responder utilizando sua própria estrutura de referência, i.e. ideias e significados com os quais estão familiarizados e não os que são predeterminados pelo entrevistador. Bourdieu e Wacquant enfatizam, em nome do rigor metodológico, a neutralidade do papel do entrevistador e a padronização das explicações. É possível dizer que mesmo entrevistas não-estruturadas, como as realizadas por Bourdieu e Christian, permitem comparações desde que o entrevistador tenha clareza do contexto e do conteúdo da entrevista, estando apto a incorporar novas hipóteses surgidas a partir das respostas dos informantes. Como demonstram “A miséria do mundo” e “Corpo e alma”, acessibilidade, cognição e motivação, por parte do entrevistado, são pré-requisitos exclusivos às entrevistas estruturadas. Aprendemos com Wacquant e Bourdieu que, independentemente do tipo de entrevista que se escolha, é preciso planejar a coleta de informações, formular questões que atinjam os objetivos pretendidos, adequar a sequência de perguntas e a linguagem, realizar um exercício contínuo de autorreflexão e crítica, assim como estabelecer um entendimento intersubjetivo pesquisador-informante. VERDADEIRO OU FALSO? Justifique! Exercício de diálogo com Bourdieu e Wacquant sobre a entrevista na pesquisa sociológica
Apresentações semelhantes
© 2025 SlidePlayer.com.br Inc.
All rights reserved.