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Sustentabilidade das diversas formas de produção de biocombustíveis.

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1 Sustentabilidade das diversas formas de produção de biocombustíveis.
Enrique Ortega (Fac. Engenharia de Alimentos) Miguel Bacic (Instituto de Economia) Unicamp, Campinas, SP Congonhas, SP, 11 de maio de 2009

2 A metodologia emergética faz o calculo do valor biofísico dos recursos da natureza e dos produtos da atividade humana. H. T. Odum esquematizou o procedimento de cálculo. Ele diz que o valor biofísico é o valor real das coisas e considera que esse conhecimento é necessário para compreender o funcionamento da biosfera, dos ecossistemas e da economia humana.

3 A metodologia emergética propõe o uso da energia solar equivalente como medida do valor biofísico dos recursos da terra, sejam estes os fluxos externos que entram na biosfera, os estoques geológicos e biológicos, fluxos de materiais nos ciclos biogeoquímicos e dos fluxos resultantes da intervenção humana. De acordo com Odum, o valor econômico e o emergético, geralmente não coincidem, o preço no mercado costuma ser inferior. O presente trabalho procura explicar, passo a passo, a abordagem emergética usando como exemplo a produção de biocombustíveis.

4 1. Introdução. Sobre o conceito e a medição do valor na Economia, existem duas linhas de pensamento principais, a teoria Marginalista e a teoria Marxista, as quais são antagônicas. A proposta teórica de Howard Thomas Odum ( ) se enquadra dentro da teoria do valor-trabalho de Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx e a amplia o conceito, pois considera o valor do trabalho humano acrescido do trabalho da natureza na formação do valor de um recurso. Odum define esse valor-trabalho integral como a emergia do recurso.

5 A emergia se expressa em Joules de energia solar equivalente (seJ) por unidade de produto (kg, J, etc.). O valor da emergia é valido quando a medição considera todas as entradas y saídas dos sistemas envolvidos na produção. Outra condição necessária é que as demais saídas não devem conter energia com potencial de impacto ambiental e social (externalidades negativas), ele deve ser absorvido ou resolvido dentro do sistema.

6 2. Justificativa. A compreensão da metodologia emergética exige abertura, tempo e dedicação para conhecer novas idéias e marcos de interpretação dos fenômenos que envolvem a atividade humana. Mas o esforço vale a pena, pois os conhecimentos sistêmicos permitem entender como funciona a biosfera, os ecossistemas naturais, os ecossistemas antrópicos e a evolução histórica da economia humana.

7 Consegue-se compreender mais claramente os temas que desafiam a análise econômica:
As bases sustentabilidade ecológica; A capacidade de suporte; A resiliência das distintas regiões da Terra; O consumo energético do estilos de vida; O saldo energético das fontes de energia (renováveis e não renováveis); A área de absorção de impacto pelo uso de energia não renovável, etc.

8 3. Objetivo Esta apresentação visa introduzir aos conceitos mais importantes da abordagem emergética e ilustrar com o exemplo da produção de biocombustíveis.

9 4. Materiais e métodos Será feita uma exposição seqüencial do raciocínio de forma similar a utilizada nos manuais de introdução a Física, a Biologia, a Economia e da Ecologia de Sistemas. Estudaremos então as análises de: Um processo físico, Um processo biológico, Um processo econômico simples, Um processo econômico mais complexo, Um processo econômico em um ecossistema, Um processo econômico dentro da biosfera

10 4.1. Análise de um processo físico
A matéria é modificada por ação da força aplicada e desse trabalho surge um recurso com novos potenciais e também se dissipa calor.

11 Processo físico Como a matéria pode ser expressa em termos de energia, teríamos a equação seguinte: Nesta representação não se diz de onde vem as energias, nem como elas são geradas.

12 4.2. Análise de um processo biológico simples
O diagrama mostra que a produção bruta forma um estoque e que uma parte dele é aproveitado na retroalimentação reduzindo a quantidade de produto que sai do sistema (energia líquida).

13 Processo biológico simples
Este modelo é auto-catalítico, ele é capaz de aumentar a entrada de energia disponível em função da suas estruturas internas (estoque) que também lhe impõem um limite.

14 Para aproveitar da melhor forma possível a energia externa e os recursos materiais (externos e internos) disponíveis, as unidades auto-organizadas de produção de biomassa vegetal e biomassa animal formam redes de produtores e consumidores.

15 Para subsistir, as redes de organismos biológicos desenvolvem laços duplos de energia, materiais e informação (para cima e para baixo da cadeia trófica). A sobrevivência do sistema depende da qualidade das interações que seus componentes desenvolvem. Os consumidores não podem destruir a base que os sustenta (os produtores biológicos) senão o sistema colapsa. Na cadeia trófica ilustrada se mostra a origem dos recursos que sustentam o ciclo de produção-respiração (o metabolismo) do ecossistema, geralmente a produção é um processo lento e o consumo se realiza em forma de pulso rápido.

16 4.3. Análise de um processo econômico simples

17 Exemplo do produtor individual que produz para se manter (auto-subsistência) e destina parte de sua produção para intercambiar com os produtores individuais que produzem outros produtos. Não se analisa como ele produz, a origem dos recursos que utiliza nem se fala da sua relação com a natureza.

18 4.4. Análise de um processo econômico um pouco mais complexo

19 O diagrama mostra o intercâmbio de recursos entre dois ou mais produtores que levam seus produtos ao mercado. Existe a possibilidade de escambo e pode ser justo, pois há um contato direto dos produtores no mercado e podem negociar com maior igualdade.

20 4.5. Relação entre campo e cidade usando moeda
Utiliza-se a moeda para facilitar as trocas entre produtores rurais e consumidores urbanos.

21 O fluxo monetário ocorre em sentido inverso ao fluxo das mercadorias
O fluxo monetário ocorre em sentido inverso ao fluxo das mercadorias. Quando o sistema econômico cresce relações de troca podem ser tornar injustas, pois a força de pressão dos diversos agrupamentos humanos é diferente.

22 Geralmente ocorre uma transferência da riqueza do produtor individual rural para o agrupamento humano urbano.

23 Dentro da cidade a distribuição da riqueza também pode ser desigual e se concentra no topo da cadeia de transformação de energia.

24 4.6. Análise do funcionamento de um ecossistema

25 Os ecossistemas evoluíram pouco a pouco e conseguiram o maior aproveitamento possível dos recursos disponíveis e estão integrados a o sistema maior do planeta: a biosfera. Constituem o modelo que de maior eficiência e sua sustentabilidade. O homem quando altera um ecossistema diminui sua diversidade e eficiência, mas pode enriquecer o sistema: através da sua cultura. Existem duas restrições no uso de um espaço de vegetação nativa: não ir além da capacidade de suporte crítica e evitar que o sistema perda sua resiliência (sua capacidade de recuperação). Nem sempre se procede assim.

26 4.7. Análise de um processo econômico em uma região
A cidade se beneficia dos serviços e materiais que se produzem na região. Deve-se planejar considerando a capacidade de carga crítica e a resiliência. As áreas de mata nativa e brejos podem absorver os impactos ambientais.

27 4.8. Análise do processo econômico dentro da biosfera

28 Este diagrama vincula as atividades do presente com o trabalho da natureza e da humanidade realizado em outros tempos.

29 Temos os vínculos com o trabalho geológico das primeiras Eras, com o trabalho biológico dos ecossistemas que levou centenas ou milhares de milhões de anos para gerar os componentes (biodiversidade) e os arranjos funcionais da biosfera e o trabalho social (mais recente) que levou a formação dos modelos de organização da produção e consumo das distintas culturas humanas.

30 Esses estoques geológicos e biológicos imemoriais e os estoques culturais formados na historia recente geram fluxos importantes cujo valor emergético pode ser calculado. Esses fluxos, muitas vezes ignorados, permitiram as atividades humanas no planeta e no futuro as limitaram. Agora sim, sabemos de onde vêm os recursos que usamos, quanto tempo leva sua formação e os processos que exigem, qual a sua renovabilidade (sustentabilidade energética), qual o saldo energético que elas oferecem.

31 4.9. Sistema de produção de biocombustíveis convencional

32 É um modelo que degrada o meio e reduz os serviços ambientais, causa erosão social e ambiental, concentra a propriedade e o poder, transfere os benefícios fora da região, gera emprego rural de péssima qualidade, depende de recursos do petróleo (70%), tem saldo de gases de efeito estufa prejudicial e é planejado externamente.

33 É possível produzir biocombustíveis de outra forma. Tabela 1
É possível produzir biocombustíveis de outra forma? Tabela 1. Escalas e modelos sócio-políticos. Modalidade de organização Área (ha) e toneladas de cana dia (TCD) Litros etanol /dia e MegaWt/ano de eletricidade Modelo altamente concentrador ha 5000 TCD l/dia – ~ MW/ano Modelo com ajustes sócio-ambientais 4 000 ha 500 TCD l/dia MW/ano Assentamentos rurais grandes 400 ha 50 TCD l/dia - Assentamentos rurais médios 40 ha 5 TCD 5 000 l/dia - Assentamentos rurais pequenos 2- 4 ha 0,5 TCD l/dia -

34 Tabela 2. Escalas e modelos tecnológicos.
Modalidade de organização Lavoura Outras características Modelo concentrador Monocultura extensiva e agro-química. Terreno plano, mecanização. Modelo com ajustes sócio-ambientais Monocultura orgânica e produção pecuária Cooperativas (dezenas, ou milhares de associados). Assentamentos rurais. Policultura ecológica Terreno ondulado, sem mecanização.

35 Tabela 3. Estimativa dos benefícios e custos sócio-ambientais.
Efeito medido Modelo ecológico US$/ha/a Modelo agroquímico US$/ha/a Geração e manutenção de emprego rural, um emprego cada 10 ha (salário mínimo) versus um posto de trabalho cada 300 ha (dois salários). 180,00 12,00 Problemas sociais na periferia das cidades: infra-estrutura e serviços públicos para migrantes, desemprego, narcotráfico, criminalidade, etc. -30,00 Geração e manutenção de solo. -13,60 Assoreamento. -83,00 Manutenção da cobertura vegetal e da biodiversidade. -4,00 Geração de mudanças climáticas: dióxido de carbono, óxido nitroso e metano. -10 -60,00

36 Infiltração de água pela floresta preservada e filtração da água pela drenagem dos brejos Preservação da qualidade da água dos rios. 180,00 22,50 Problemas de poluição hídrica. -39,70 Preservação da qualidade de vida no meio rural e da paisagem (valor estético). 3,7 Destruição do ecossistema (floresta, cerrado): custos de reposição da cobertura vegetal e da biodiversidade. -98,38 Problemas de saúde provocados pelos agrotóxicos. -0,20 Totais 353,70 -303,38 Diferença a favor 657,00

37 Tabela 3b. Estimativa das forças sociais, políticas e militares.
Preservação da soberania nacional ? Destruição das estruturas sociais e dos recursos biológicos, em escala local e nacional. -300,00 Diferença a favor 957,00

38 Tabela 4. Estimativa de serviços sócio-ambientais e externalidades por modelo político.
Modalidade de organização social Serviços ambientais dólares/ha/a Externa-lidades negativas dólares/ha/a Saldo US$/ha Modelo concentrador 25 -360 -335 Modelo com ajuste sócio-ambiental 50 -180 -130 Assentamentos rurais pequenos 100 -50 +50 Assentamentos rurais grandes 200 -10 +190

39 Os valores do saldo de ganhos e perdas ambientais da Tabela 4 deveriam ser considerados no cálculo da rentabilidade dos sistemas de produção de etanol. Os produtores deveriam arcar com os prejuízos ambientais e sociais que geram e receber os benefícios dos serviços ambientais que oferecem ao sistema econômico regional e global.

40 4.10. Sistema de produção de alimentos, energia e serviços (SIPAES)

41 5. Resultados: Comparação dos indicadores emergéticos de usinas de álcool.
Índice Fórmulas Grande usina ( ha) Micro usina (30 ha) Tr (seJ/J) Y/E 48 700 74 000 %R* 100 x ((R+MR+SR)/Y) 35 76 EYR Y/(MN+SN) 1,57 6,31 EIR (MN+SN)/(R+MR+SR+N) 1,39 0,37 ELR* (N+MN+SN)/(R+MR+SR) 1,82 0,29 EER Y produto / Y dinheiro venda 0,68 (3,11)

42 6. Discussão Os resultados da análise da micro-destilaria ainda estão em fase de revisão. Mesmo assim, os resultados preliminares indicam que a renovabilidade da micro-destilaria (na verdade do sistema integrado de produção em escala pequena) é muito maior do que o valor da renovabilidade obtido na usina de grande escala.

43 O sistema que combina sistema agrosilvopastoril e microdestilaria de etanol ganha em quase todos os indicadores da análise emergética: maior saldo energético, menor taxa de investimento, menor carga ambiental. Somente perde na taxa de intercâmbio emergético, porém esse valor ainda está sendo revisado. Os resultados da análise econômica estão sendo revisados, mas se mostram promissores.

44 7. Conclusões Estudar a fundo a opção das microdestilarias integradas a sistemas agrosilvopastoris para produzir etanol, alimentos e serviços ambientais com trabalho humano de boa qualidade (SIPAES). Apoiar os empreendimentos desse tipo que estão sendo implantados em diversas regiões do país. Analisar os resultados sociais, ambientais econômicos obtidos e a partir deles imaginar cientificamente os cenários futuros possíveis nos espaços geográficos onde essa modalidade de produção fosse implementada Finalmente discutir e propor programas de governo cujo objetivo fosse o emprego de boa qualidade, a produção dos alimentos, da energia e os serviços ambientais necessários para as distintas regiões do país e para atender mercados locais, regionais e externos.

45 8. Referências bibliográficas
Bacic, M., Carpinteiro, J., Costa Lopes, C., Ortega, E., Proposta para o estudo de um novo modelo de empresa agroindustrial. Trabalho apresentado no II Encontro Brasileiro de Energia para o Meio Rural, UNICAMP. Odum, H.T., Environmental Accounting: Emergy and Environmental Decision Making. Wiley, New York, NY, USA, 370 pp. Odum, H.T., Odum, E.C., A prosperous way down: principles and polices. Boulder, University Press of Colorado, 326 pp.

46 Ortega, E. ; Cavalett, O. ; Bonifacio, R. ; Watanabe, M
Ortega, E.; Cavalett, O.; Bonifacio, R.; Watanabe, M. Brazilian soybean production: Emergy analysis with an expanded scope. Bulletin of Science, Technology and Society., Toronto, Canada, v. 25, n. 4, p , 2005. Ortega, E., Zanghetin, M., Takahashi, F. Cartilhas do LEIA. Modulo #1. Como funciona a natureza? Conceitos básicos sobre a biosfera, os ecossistemas e a economia humana. Laboratório de Engenharia Ecológica da Unicamp. Convênio PRO-EXT/MEC- Unicamp. Campinas, SP, outubro de Primeira revisão: maio de 2009.


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