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AGRICULTURA FAMILIAR, PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

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Apresentação em tema: "AGRICULTURA FAMILIAR, PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL"— Transcrição da apresentação:

1 AGRICULTURA FAMILIAR, PLANIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

2 NOÇÕES BÁSICAS PRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO MERCADO MT e MS
LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO E GLOBALIZAÇÃO Prof. Dr. Medson Janer da Silva

3 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
Nas últimas décadas, a agropecuária brasileira vem passando por profundas metamorfoses, dando origem a uma atividade intensiva em capital. O Centro-Oeste, em especial os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por ter sua economia baseada principalmente na soja, na pecuária bovina;

4 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
E também, nos últimos 5 anos, no frango de granja, suínos, algodão e milho, vem sofrendo a ação evolutiva da agropecuária brasileira de transformações drásticas, tecnologia e informações, com conseqüente aumento de produtividade do setor de acumulação de capital. A mudança é de base técnica, com maciça substituição dos insumos naturais para os produzidos em escala industrial (ELIAS e SAMAPIO, 2002).

5 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
Este processo iniciou-se, principalmente, nos primeiros anos da década de oitenta, com a implantação de uma série de pequenas indústrias substitutivas de importações (do mercado interno). Todavia, só no segundo lustro da década passada (90), desencadeou-se o processo de instalação de médias e grandes unidades industriais na região (OLIVEIRA, 2003). Esta mudança promove um outro modelo econômico e social de produção agropecuária via especialização, divisão social e territorial do trabalho. Ampliam-se as potencialidades das economias de escalas, aumentando a competitividade e otimizando lucros, numa resposta mais positiva à racionalidade do capitalismo selvagem e globalizado, segundo os mesmos autores.

6 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
A inserção da soja no mercado produtivo regional possibilitou a introdução/incorporação de uma variedade de produtos (máquinas, insumos, implementos, veículos, etc) no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, em processo muito amplo que o desencadeado pela comercialização do zebu. O mercado de soja (beneficiada ou não) exigiu uma cooparticipação mais ativa da coletividade, forçando assim a intensificação da divisão social do trabalho, notadamente bem mais significativa do que o mercado do gado (abatido ou não).

7 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
Por fim, a soja esmagada (farelo e óleo) tem possibilitado além da inserção dos Estados no mercado mundial, aumento da arrecadação (apesar dos subsídios) O desencadeamento da implantação de outras unidades industriais ligadas direta ou indiretamente ao consumo de seus produtos. Como efeito, tem contribuído para um arranjo na divisão territorial do trabalho; tem contribuído, com maior intensidade, no processo de acumulação e reprodução do capital na região.

8 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
No Estado de Mato Grosso do Sul, a instalação da agricultura empresarial na região sul, nas regiões MRG-10 e11, tendo como pólo o município de Dourados, que iria expandir-se para outras regiões, ocupando todo território sul-mato-grossense na década de 90, Assim como no Estado de Mato Grosso a soja e o agronegócio empresarial iria ocupar no final do século passado as regiões norte do estado, destacando municípios como:

9 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
Sinop, Sorriso, Nova Mutum, Lucas e outros e no sul, Rondonópolis, Primavera do Leste (principalmente com algodão), além de outros município em regiões pólos como Gaúcha do Norte, Paranatinga, Nova Xavantina, que vem se destacando sobremaneira no desenvolvimento rural. Essa evolução periódica é explicada pelo professor Milton Santos (2000), como reorganização do espaço agrário, em três momentos distintos. O primeiro é o da mudança da base técnica, a partir do final da década de 1950, com a intensificação do uso de insumos artificiais, em detrimento dos naturais, com a difusão de inovações químicas (fertilizantes, agroquímicos, corretivos, etc) e mecânicos (tratores, arados, colheitadeiras, etc).

10 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
O segundo momento caracteriza-se em meados de 1960, quando as grandes corporações se apropriam do processo de produção da agropecuária brasileira. Segundo Graziano da Silva (1996), configura-se assim o processo de industrialização da agricultura, com ampla implantação de indústrias e agroindústrias no ramo da agropecuária. Ocorre nestas duas fases, uma nova dinâmica da agricultura, que passa a ser determinada pelo padrão de acumulação industrial, centrando seu desenvolvimento nos complexos agroindustriais (CAIs), transformando a agropecuária moderna em núcleos de CAIs emergentes em todo Brasil.

11 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
No Estado de Mato Grosso do Sul, a região do município de Dourados já despontava como pólo de uma região que logo seria destaque nacional, principalmente pela cultura da soja. Neste momento já era evidente a excludência da agricultura familiar, esquecida e marginalizada em detrimento à modernização da agricultura tecnológica. Compreender a modernização excludente na agricultura tecnológica e empresarial, com a marginalização da agricultura praticada pelos métodos naturais pelos agricultores familiares, é verificado em SANTOS (1988),

12 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
Quando o professor destaca que os sistemas de fixos e de fluxos dos principais CAIs no Brasil (soja, suco de laranja, cana-de-açúcar, café), em especial a partir de seus circuitos espaciais de produção (SANTOS, 1986; ELIAS, 1996), é um exercício de análise, tanto da produção agropecuária e agroindustrial brasileira, como do território por eles produzidos (ELIAS e SAMPAIO, 2002). Como em qualquer pólo agropecuário do Brasil, os incentivos governamentais, sempre privilegiando os grandes CAIs e a expansão da modernidade tecnológica da agricultura, o Estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sofre a mesma ação avassaladora da revolução agrícola agroindustrial com apoio total dos governos federal e estadual. Explica Santos (1994 e 1996), que do mesmo modo que a nova economia agrícola capta seus circuitos de cooperação e seus sistemas de ações e identifica, no tempo e no espaço, a forma de agir das grandes corporações globalizadas que dominam a produção agropecuária e agroindustrial brasileira, revelando suas ingerências na reestruturação do espaço.

13 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
A terceira fase da reestruturação produtiva da agropecuária (ELIAS e SAMPAIO, 2002), pode ser identificada em meados da década de Nesse período, dá-se um processo de integração de capitais, a partir da centralização de capitais industriais, bancários, agrários, etc, expansão de sociedades anônimas, cooperativas agrícolas, empresas integradas verticalmente (agroindustriais ou agrocomerciais), assim como, a organização de conglomerados empresariais, por meio de fusões, organizações de “holdings”, cartéis e trustes, com atuação direta nos CAIs (DELGADO, 1985). No Estado de Mato Grosso do Sul, os CAIs já são uma realidade na década de 1970 e 1980, as cooperativas ocupando as cidades-pólos como Campo Grande, Dourados, Sidrolândia, Ponta Porã, Chapadão do Sul, São Gabriel, que se transformavam em uma força total da nova economia do rural. O Banco Financial, de família abastada e tradicional do Estado, ocupa um lugar de destaque nesse novo cenário do rural brasileiro.

14 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
Assim como no Estado de Mato Grosso na década de 80 e 90 a mesma evolução tecnológica, na região norte, denominada carinhosamente de nortão da soja. Segue processando esse desenvolvimento até encontrar o século XXI, crescendo e projetando esse desenvolvimento para outras regiões do estado e em outras culturas como o algodão e a fruticultura em Primavera do Leste.

15 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
O fenômeno soja deve ser entendido dentro de um contexto histórico de elevação de conteúdo das exportações e da revolução agrária. Contudo, a sua incorporação como grande cultura, no processo, não está ligada à vontade ou ao planejamento estatal elaborado. Antes da soja, houve, pelo menos, o café, trigo e o milho, que se impunham prioridade para desencadear o processo. Somente a partir do momento que estes agentes não correspondiam às aspirações propostas, a soja, levando em conta sua trajetória favorável no Rio Grande do Sul e sua ascendente participação no mercado internacional, tornou-se a salvação da lavoura literalmente e passou, gradativamente, a ocupar espaço, consorciando-se com milho e o trigo, desalojando o café e outras culturas na época.

16 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTENTÁVEL
Apesar de ter sido cultivada, pela primeira vez no Brasil por migrantes japoneses, nos arredores de Campinas/SP, no final do século XIX, até muito recente era tida como cultura marginal. Só mesmo a partir de 1955 (OLIVEIRA, 2003), quando “granjeiros”, ou seja agricultores gaúchos, aproveitando-se do crédito fácil oferecido pelo governo federal, visando a diminuição da importação de trigo, plantaram trigo e escolheram a soja como a leguminosa para a rotação no verão, tentando aumentar a produtividade do trigo no inverno, pelas qualidades de adubo verde de umas leguminosa. Quando colhido os grãos eram vendidos para alimentação de porcos na região.

17 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOJA – CONQUISTA ESPAÇO MUNDIAL
A base do modelo de acumulação do capital nos EUA, durante o período recessivo do entre guerras, foi um programa intensivo de utilização da capacidade produtiva interna, visando ao mercado interno, mesmo porque o mercado mundial estava mergulhado numa brutal recessão. Com uma intensa mecanização das lavouras, reduziram-se radicalmente as necessidades de cereais para alimentação de animais de tração. Criam-se superproduções sucessivas e engendrou-se a liberação de áreas (especialmente do milho e algodão), para produtos ligados a indústria. A soja, que recebia subvenções por fazer parte do programa de combate à erosão, apresentou-se como alternativa para ocupação dessas áreas. A superfície cultivada de solo passou do triênio para o triênio de , de 768 há para (BERLAN, BERTRAN, LEBAS, 1976:308)

18 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOJA – CONQUISTA ESPAÇO MUNDIAL
Com a contribuição do congresso americano, que impôs taxações sobre o óleo de coco importado das Filipinas desde a Primeira Guerra, reduziu-se em menos de dez anos ( ) em mais de 90% do óleo de coco na produção de margarina. A soja elevou a área cultivada para há em ; subindo de 102 mil toneladas trituras em , para toneladas em (BERLAN, BERTRAN, LEBAS, 1976:308). Após a segunda guerra a soja já contribuía com 40% do volume de produtos ricos em proteínas consumidas no mercado interno americano.

19 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOJA – CONQUISTA ESPAÇO MUNDIAL
Esses dados interessam ser avaliado enquanto falarmos em desenvolvimento na agricultura, isto porque estão engendrado uma série de fatores neste complexo processo denominado “desenvolvimento”. Entender que os EUA possuíam um mercado de soja atuante e garantido, antes de se lançarem a conquista de outros mercados para expansão de seus excedentes. O desejo de se lançar sobre o mercado mundial, mesmo com ajuda do Plano Marshal e da revolução Chinesa (grande abastecedora de soja na Europa), foi barrado pela retração do mercado mundial, mesmo com a sincronização mundial de retoma do crescimento industrial. Os estoques americanos de cereais chegaram a níveis insuportáveis em 1954, levando os EUA a elaborarem a famosa PL 480, como forma de escoar os excedentes agrícolas.

20 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOJA – CONQUISTA ESPAÇO MUNDIAL
BOXE: “A Public Law 480 ou apenas PL 480”, tinha como metas intensificar com outros países “amigos”, retomar os mecanismos de atuação do Plano Marshall; socorrer países em dificuldades; e escoar excedentes agrícolas. De fato a Lei PL 480 irá tornar-se verdadeiramente uma ferramenta de dois gumes , de conquista de novos mercados e de políticas exterior ativa ( BERTRAN, LAURENT, LECLERCQ, 1987:71). Esta possibilitou que os EUA desovassem, através de ajuda alimentar aos países do Terceiro Mundo, os seus estoques de óleos de soja. Entretanto, poucas razões justificariam o consumo de farelo de soja, nos países subdesenvolvidos. Nesse sentido, o comércio de farelo de soja possuía um ritmo diferenciado, cuja participação da PL 480 pouco influenciou, à exceção da Espanha.

21 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOJA – CONQUISTA ESPAÇO MUNDIAL
O óleo subsidiado pela PL 480 chega à Espanha no auge de uma crise dos olivais de remodelação da estrutura campesina e de enfrentamento com o regime franquista; resultando numa mudança da postura política e econômica a partir de O Plano de Estabilização determinou o fim da autarquia, propôs a Lei dos salários de 1956, desvalorizou a peseta e redimensionou a política externa, enquadrando-a nos fluxos do comércio mundial e adequando-se aos ditames da Divisão Internacional do Trabalho. Essa nova imagem determinou uma mudança de hábitos no consumo, fazendo da Espanha uma consumidora freqüente de óleos de grãos e cereais e farelo de soja no mercado, em especial dos EUA. Ainda grande exportadora de azeite de oliva até os dias de hoje, CASTTEL (1980).

22 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOJA – CONQUISTA ESPAÇO MUNDIAL
O ritmo das operações comerciais do farelo deu-se por outras vias, outras pressões dos EUA sobre o comércio internacional, via GATT (General Agreement Tarif and Trade) hoje OMC, o aumento do criatório intensivo (bovinos, suínos e aves) na Europa Ocidental, a mudança no consumo de gordura animal para óleos vegetais e a entrada da URSS no comércio internacional de óleos-proteginosos, (OLIVEIRA, 2003).

23 PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOJA – CONQUISTA ESPAÇO MUNDIAL
Mas para entendermos todo essa produção e desenvolvimento sustentável entre aspas, vamos estudar passo a passo, os espaços agrários passando primeiramente pela compreensão de espaços, lugar, território e globalização, além de conceitos e concepções sobre desenvolvimeto sustentável, tanto na agricultura empresarial como na agricultura de produção familiar.

24 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
SANTOS (1985:1) acentua que o espaço não pode ser apenas formado pelas coisas, os objetivos geográficos naturais e artificiais, cujo conjunto nos dá a natureza. “O espaço é tudo isso e mais a sociedade: cada fração da natureza abriga uma fração da sociedade atual”, e “considera como um ponto determinado no tempo, uma paisagem representa diferentes momentos do desenvolvimento de uma sociedade. A paisagem é o resultado de uma acumulação de tempos. Para cada lugar, cada porção do espaço, essa acumulação é diferente...” (SANTOS, 1982:38).

25 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
Assim, a paisagem é uma dimensão, uma escala do espaço geográfico, formado por fatos do passado e do presente revelando processos sociais e se constitui numa realidade objetiva, um produto social em permanente processo de transformação. O espaço é dinâmico, sofre mudanças constantes, de acordo como bem estar do homem, que o administra, Exemplo cidades inteiras construídas pelo desenvolvimento da agricultura nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Agora e a Gestão disso tudo, é sustentável?

26 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
Destaco a conceituação de espaço definida mais recente – “o espaço é um meio dinâmico e unitário, onde se reúnem materialidade e ação humana. O espaço seria o conjunto indissociável de sistemas de objetivos naturais ou fabricados e de sistemas de ações, deliberadas ou não. A cada época, novos objetivos e novas ações vem juntar-se às outras, modificando o todo, tanto formal quanto substancialmente” (SANTOS – 1994).

27 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
Por sua vez, a expressão território e o derivado territorialidade, tem uso antigo nas ciências sociais e naturais. Recentemente, porém, com a retomada dos estudos da geografia política e de geopolítica, voltaram a ser mais utilizados e a ter maior atualidade. Hoje, concorrem com termos tradicionais de espaço e região, esta última tendendo a cair em desuso.

28 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
Nas ciências naturais, o território seria a área de influência e denominação de uma espécie animal que exerce o domínio da mesma, de forma mais intensa no centro e que perde esta intensidade ao se aproximar da periferia, onde passa a concorrer com domínios de outras espécies. Em Ciências Sociais, a expressão território vem sendo muito utilizada, desde o século passado pelos geógrafos preocupados com o papel desempenhado pelo Estado no controle do território e que procurava estabelecer as relações entre as classes sociais e espaço ocupado e dominado. Os especialistas em teoria do Estado também costumam afirmar que o Estado se caracteriza por possuir três elementos essenciais: o território, o povo e o governo, enquanto a nação é caracterizada pela coexistência do território e do povo, mesmo inexistindo governo e, conseqüentemente o Estado (ANDRADE, apud SANTOS et al 1998).

29 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
O conceito de local e de global em economia espacial pode ser equiparado a regional ou internacional. Não é apenas uma oposição entre o objeto de estudo, mas uma oposição de métodos. O “meio local” (região ou país) é caracterizado por uma personalidade, uma região acha-se em relação mais ou menos benéfica com outras regiões. Semelhante tipo de abordagem centra-se na estrutura interna de um espaço e explica suas relações com outros espaços, mas globalmente não é uma visão estruturalista. Ao contrário, a abordagem global define as regiões por suas posições numa estrutura mais vasta. A região (e suas características) é o produto do inter-regionalismo. Por exemplo, essa abordagem exprime-se frequentemente em relações entre o “centro” e a periferia (BENKO, 1999).

30 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
Cada lugar é uma totalidade porque as ações que interagem criam eventos, estes que acontecem e transformam. Os eventos ocorrem nos lugares, portanto, é um conjunto de ações que são denominados totalizações, esta que se define através de periodicidade, que nada mais é do que entender a história. O lugar é tão importante para entender o mundo, quanto ao próprio mundo. Lugar é o espaço do acontecer solidário, é o receptor da flecha do tempo e cada flecha do tempo que entra em um lugar, transforma a totalidade. O futuro está no lugar, este que é revelador e abriga a forma/conteúdo, ou seja, a força está no lugar (SOUZA, 1999)

31 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
Segundo LEFEBVRE (2000), o lugar contém uma multiplicidade de relações, discerne um isolar, ao mesmo tempo em que se apresenta como realidade sensível correspondendo a um uso e a uma prática social vivida. Neste contexto o lugar revela a especificidade da produção espacial global, tem um conceito social e só pode ser entendido nessa globalidade que se justifica pela divisão espacial do trabalho que cria uma hierarquia espacial que se manifesta na desigualdade e se configura enquanto existência real em função das relações de interdependência com o todo, fundamentado na indissocialização dos fenômenos sociais. Onde os lugares tanto se opõem como se completam ou se reúnem, o que introduz uma classificação por topias (isotopias, heterotopias, utopias, quer dizer lugares contrastantes), mas também é, sobretudo, uma oposição altamente pertinente entre os espaços dominados e apropriados.

32 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
A relação sociedade-espaço está na base da discussão marxista do temário geográfico. Para efeitos de análise será examinada, num primeiro momento, a forma mais elementar de intercâmbio material presente nessa relação, contendo, de um lado, a sociedade com as suas necessidades, trabalhos e formas de organização para a produção e, de outro, o espaço com seu substrato material mais imediato, expresso nos recursos naturais e na natureza em geral. Desde logo, é preciso enfatizar que não se trata aqui do exame de conexões entre homem e quadro natural, com eventuais relações de causalidades entre eles. Do ponto de vista da teoria marxista sobre essa questão, trata-se, isto sim, de se investir nessa relação com intercâmbio material, processo no qual o trabalho humano é a categoria central (com adequação da tecnologia da época) – mão de obra qualificada.

33 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
A ótica eminentemente social é que pressupõe, desde o início, uma relação permanente de apropriação da natureza pelo homem. Para Marx, o próprio trabalho é definido como “um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano, com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza (MORAES e COSTA –1999). Também significa pensar a história particular de cada lugar se desenvolvendo, ou melhor, se realizando em função de uma cultura/tradição/língua/hábitos que lhes são próprios, construídos ao longo da história e o que vem de fora, isto é, o que vai sendo modificado como conseqüência do processo de constituição mundial.

34 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
BOXI – 1 A falta de administração do crescimento econômico, tem sido o causador dos maiores problemas sociais perante o Estado. Tem desenvolvimento sem crescimento. BOXI - 2 LUGAR SUJEITO  necessidades e ilusões do lugar CRIAR ESPAÇOS  cultural,religioso, político, social, econômico e outros CONJUNTO DOS ESPAÇOS  resulta na Cidade BOXI – 3 Desta forma teremos, a cidade com uma forma física e social naquele tempo, daí, a teoria da sociedade urbana é a do tempo e espaço.

35 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
SANTOS (Técnica Espaço e Tempo) – O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo, senão como metáfora. Todos os lugares são mundiais, mas não há espaço mundial. Quem se globaliza, mesmo, são as pessoas e os lugares. O lugar é a base da reprodução da vida e pode ser analisado pela tríade habitante-identidade-lugar. A cidade, por exemplo, produz-se e revela-se no plano da vida e do indivíduo. Este plano é aquele do local. As relações que os indivíduos mantêm com os espaços habitados se exprimem todos os dias nos modos do uso, nas condições mais banais, no secundário, no acidental. É o espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido através do corpo (CARLOS, 1996).

36 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
O conceito de território não deve ser confundido com o de espaço ou de lugar, estando muito ligado à idéia de domínio ou de gestão de uma determinada área. Assim, deve-se ligar sempre a idéia de território à idéia de poder, quer se faça referência ao poder público, estatal, quer ao poder das grandes empresas que estendem os seus tentáculos por grandes áreas territoriais, ignorando as fronteiras políticas. Já em meados do século XX, as empresas motrizes, controlando instalações e explorações em áreas as mais diversas do globo, eram muitas vezes mais importantes que as nações e os próprios Estados. Este fato é hoje comprovado com o processo de mundialização da economia, fazendo esmaecer a importância das fronteiras políticas e diminuindo a importância da soberania dos Estados. E a perda de influência e de expressão dos estados é bem testemunhada com a desagregação da União Soviética, o grande acontecimento político da última década do século XX.

37 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
BOXI – 4 A produção de espaço esta ligado a produção de mercadoria e do mercado → Mercadoria e mercado → Ocupação do espaço → Economia política → Administração → Negócios e comércios, etc CAPITAL TENDE AO SUJEITO  mercadoria tende ao mundo  toda essa realidade é para si o CAPITAL  produção do espaço é o momento do capitalismo, daí  deve-se discutir o urbano, cotidiano (buscando um novo sujeito)  métodos alternativos e novos mercados. Todo espaço, deve antes ser criado no espaço mental → propaganda → mercado Podemos dizer que o espaço mental tem a liberdade de criar diversos outros espaços ilimitados e infinitos. Mas conflitantes – pois um saber é também um espaço, no qual o sujeito pode tomar posição para falar dos objetos dos quais ele faz o discurso......desde o teórico ao prático, do mental ao social, do espaço dos inventores aos que compraram os objetos. HEGEL a história leva o saber absoluto. MAX revolução total havia de criar(produzir) um novo mundo.....compreender o próprio saber.

38 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
HENRI LEFEBVRE o saber se fragmenta e se especializa, ....o espaço inteligível não é percebido, ....o espaço percebido é o real e lógico. O sujeito se encontra a partir do outro – as necessidades humanas  mola propulsora de toda economia de classe : vestir –se, alimentar-se, moradia, segurança, trabalhar e outros, O capitalismo vai ocupando o espaço mental dos consumidores, de uma forma passiva – talvez pela hegemonia americana – criando o consumismo global. Hegemonia se exerce através do espaço bem definido (PLANEJAMENTO E GESTÃO). ESPAÇO MENTAL  CONSUMISMO  CAPITALISMO.

39 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
O capitalismo de organização, quer modelar a sociedade, modelar as relações sociais, a ciência, ou seja, isolar ou destruir os centros de resistência, tanto no pensamento como na pratica. Espaço/tempo/energia – tríade do trabalho, do desenvolvimento com crescimento desde que haja administração. Gerando crescimento essa tríade gera outra – espaço/tempo/local. Cada sociedade produz um espaço, o seu próprio. Gerando a ilusão da idealidade filosófica e da materialidade. Todo espaço torna-se intercambiável, por isso da idéia de homogeneização. Comercio é o espaço ou o lugar de acumulação – Burguesia. O trabalho é um conjunto de relações sociais, é o espaço social e é suporte de coisas – o trabalho cria as classes sociais.

40 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
BOXI – 6 * O Período Técnico-Científico (Milton Santos – Técnica Espaço Tempo) A fase atual da história da humanidade, marcada pelo que se denomina de revolução, científico-técnica, é freqüentemente chamada de período técnico-científico. Em fases anteriores, as atividades humanas dependeram da técnica e da ciência. Recentemente, porém, trata-se da interdependência da ciência e da técnica em todos os aspectos da vida social, situação que se verifica em todas as partes do mundo e em todos os países. Nesta nova fase histórica, o mundo está marcado por novos signos, como: a multinacionalização das firmas e internacionalização da produção e do produto; a generalização do fenômeno do crédito, que reforça as características da economização da vida social;os novos papéis do Estado em uma sociedade e uma economia mundializadas; o frenesi de uma circulação tornada fator essencial da acumulação; a grande revolução da informação que liga instantaneamente os lugares, graças aos progressos da informática.

41 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
BOXI –7 José Cárpio Martin / UCM As características do Desenvolvimento Local propostas por diversos autores levam agora a entender o D. L. como “como um processo dinamizador da sociedade local”para melhorar a qualidade de vida da comunidade local, sendo o resultado de compromisso, pelo que se entende por espaço, como lugar de solidariedade de intuições de grupos e indivíduos. A força do lugar – O fenômeno da globalização está formando uma complexa rede de relações entre os lugares do mundo e, nesta realidade, “o local” constitui sua própria força de desenvolvimento. A tendência atual da globalização é a de que os lugares se unam verticalmente. Porém, os lugares também podem se unir horizontalmente, reconstruindo as bases da convivência local.

42 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
A eficácia das ações depende da existência das virtualidades locais que estão relacionadas com as potencialidades e o capital sinérgico do território de adquirem sua totalidade com as formas de interação e a identidade. O lugar como espaço de solidariedade ativa – A difusão da modernidade(meio cientifico e informacional dos territórios) amplia as possibilidades de interação, gerando sistemas e subsistemas de solidariedades de diferentes naturezas nas diferentes escalas desde o local ao global. A cultura popular local simboliza o homem e seu entorno, um tipo de consciência e de materialidade social. Sua valorização permite fortalecer a individualidade e a auto-estima frente ao mundo e dá sentido às comunidades humanas, na busca do desenvolvimento da própria criatividade, em conformidade com seus valores. O dinamismo do desenvolvimento é dependente também da articulação e uso dos recursos naturais sociais locais existentes. E por sua vez, a decisão política sobre o modo e a capacidade de utilização econômica dos recursos depende da cultura local, das relações internas e externas, entre o local e o global. Desta maneira, a idéia do desenvolvimento está ligada ao “bem-estar”dos povos.

43 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
BOXI – 8 Globalização – Milton Santos Este mundo globalizado, visto como fábula, erige como verdade um certo numero de fantasias, cuja repetição, entretanto, acaba por se tornar uma base aparentemente sólida de sua interpretação (Maria da Conceição Tavares – Destruição não Criadoras,1999) A máquina ideológica que sustenta as ações preponderantes da atualidade é feita de peças que se alimentam mutuamente e põem em movimento os elementos essenciais à continuidade do sistema. Alguns exemplos são importantes em destacar. Fala-se, em aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de notícias realmente informa as pessoas. A partir desse mito e do encurtamento das distâncias - para aqueles que realmente podem viajar- também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. Ë como se houvesse tornado, para todos, o mundo ao alcance da mão.

44 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
Um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. Há uma busca de uniformidade, ao serviço dos atores hegemônicos, mas o mundo se torna menos unido, tornando mais distante o sonho de uma cidadania verdadeiramente universal. Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado. Fala-se, igualmente, com insistência, na morte do Estado, mas o que estamos vendo é seu fortalecimento para atender aos reclamos das finanças e de outros grandes interesses internacionais, em detrimento dos cuidados com a população cuja vida se torna mais difícil. Esses poucos exemplo, recolhidos numa lista interminável, permitem indagar-se, no lugar do fim da ideologia proclamado pelos que sustentam a bondade dos presentes processos de globalização, não estaríamos, de fato, diante da presença de uma ideologização maciça, segundo a qual a realização do mundo atual exige como condição essencial o exercício de fabulações.

45 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem a qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas enfermidades como a AIDS se instalam e velhas doenças, supostamente extintas, fazem seu retorno triunfal. A mortalidade infantil permanece, a despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de qualidade é cada vez mais inacessível. Alastram-se e aprofundam-se males espirituais e morais, como o egoísmos, os cinismos e principalmente a corrupção. A perversidade sistêmica que está na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as ações hegemônicas.

46 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputáveis ao presente processo de globalização. DISCUSSÃO Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergência dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apóia para construir a globalização perversa que falamos acima. Mas essas mesmas bases técnicas poderão servir de outros objetivos, se forem postas ao serviço de outros fundamentos sociais e políticos. Parece que as condições históricas do fim do século XX apontavam para essa ultima possibilidade. Tais novas condições tanto se dão no plano empírico quanto no plano teórico. OBS: Partindo da contradição trabalho-capital, MAX dizia que, à medida que, avançam a técnica e a produtividade, o valor como medida do trabalho se torna cada vez mais pobre de organizar o trabalho, de medir e alocar o dispêndio de energia humana. A aplicação do componente político da técnica e do trabalho não representa também uma aplicação das condições objetivas para o questionamento do próprio trabalho assalariado, da organização mercantil da sociedade.

47 LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO GLOBALIZAÇÃO
RESPOSTA DE MILTON SANTOS – Creio que sim. Basta você ver os remédios hoje, o que tem de matéria e o que tem de ideologia, de propaganda. O conteúdo propagandístico do valor é enorme. Pagamos para sermos enganados. Paga-se o processo de engano que acompanha e que precede a produção das coisas, das relações e das imagens. É o papel formidável da informação. A SUPREMACIA DOS OBJETOS – Ana Fani Alexandri Carlos Apesar de Max estar completamente fora de moda, acredito que ninguém ainda esqueceu de como ele inicia O Capital: ä riqueza da sociedade na qual domina o modo de produção capitalista se apresenta como um enorme acúmulo de mercadorias e a mercadoria individual como a forma elementar de riqueza” Mais adiante no que se refere ao fetiche da mercadoria afirma que “`a primeira vista a mercadoria parece ser uma coisa simples e trivial de compreensão imediata,mas sua análise demonstra que é um objeto endemoniado”

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Para Max, segundo Ana Fani, o fetiche da mercadoria deriva do fato de que ela reflete para os homens o caráter social de seu próprio trabalho como característica objetiva inerente aos produtos do trabalho, como a propriedade social natural das ditas coisas e, do mesmo modo, reflete a relação social que existe entre os produtores e o trabalho global como relação social entre os objetos existentes à margem dos produtores. No mundo moderno essa situação atingiu o seu limite. A mercadoria se autonomizou ante o sujeito determinando as relações entre as pessoas uma vez que o processo de reprodução das relações sociais dá-se cada vez mais fora da fabrica, na cidade, englobando a sociedade e o espaço inteiro, invadindo o cotidiano e produzindo o que GRANOU chamou de reino da mercadoria.

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Na sociedade de consumo passa-se definitivamente da cultura da escassez – alicerçada na limitação das necessidades – para a da abundância, esta constituída pela multiplicação dos objetos e na amplitude do consumo, onde o homem passa a ser visto e pensado enquanto simples consumidor. Veja bem. Apagando-se a idéia do homem criativo, substituído pela imagem do consumidor, Isto é, homens dominados pelo valor da troca. Isto porque o alargamento da base econômica da sociedade requer a multiplicidade dos objetos produzidos com um tempo de vida cada vez menor.

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DISCUSSÃO: No mundo atual – fechado, onde a produção do capital enche todo o espaço social, o modo de vida reduz-se a este incrível consumo de mercadorias duas vezes consumidas, sendo que a primeira na imagem que impõe o capitalismo e a segunda no uso do objeto-mercadoria. Veja bem - duas vezes alienantes: a primeira da mercadoria que cria a ilusão de que ao apropriar-se desta mercadoria o individuo se realiza, quando, na verdade, apenas se despersonaliza; a segunda vez, quando adquire um objeto-mercadoria que apenas o deixa insatisfeito pois quer ser diferente, não é gozar com o uso dos objetos mas, apropriar-se constantemente das imagens-objetos-mercadorias com qualidade ilusória de objetos diferentes. Nesse sentido “o reino absoluto da mercadoria é também o da alienação e da servidão, Na outra vertente, o objeto também se modifica radicalmente através da separação entre significado-significante, isto é, entre forma e conteúdo, valor de uso de signos, e, desse modo, produzindo os objetos-signos não ligados a uma função ou definidos por uma necessidade.

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Agora os objetos produzidos correspondem a uma outra lógica, a da moda ou do prestígio – o signo é agora distintivo das pessoas – o que cria uma “lógica fetichista”, nas palavras de Baudrillard. Conseqüentemente os objetos se hierarquizam como decorrência do desaparecimento generalizado do valor de uso e da imposição da função simbólica do objeto pela diferenciação e pelo prestígio. Nesse contexto, surge o “gadgat”(bugiganga) que na análise de Baudrillard é o emblema da chamada sociedade pós-industrial – definido pelo desaparecimento relativo de sua função objetiva – que o identifica com o utensílio – em proveito de sua função de signo, se admitirmos que o objeto de consumo se caracteriza por uma espécie de inutilidade funcional”. O gadgat (bugiganga) segundo o mesmo autor, “faz parte de uma lógica sistemática que apreende toda a cotidianidade sobre o modo espetacular e, por sua vez, torna suspeita de artificialidade, de trucagem e de inutilidade todo ambiente de objetos e, por extensão, todo ambiente de relações humanas e sociais”

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Construção e reprodução do cotidiano passam pela idéia de que os homens se relacionam com um conjunto de objetos que, cada vez mais, regem as relações entre os homens e são convertidos em elementos distinguidores na construção da sociabilidade ou da sua negação. Diminui a relação direta entre os homens, por sua vez, a mídia se instala na vida cotidiana como propagação profunda de todos os componentes. O triunfo dos objetos faz desaparecer o homem, isto é, na resplandecência do objeto, o homem torna-se ausente e ai o objeto aparece como sujeito. Assim, o processo de produção produz uma massa de mercadorias que se sobrepõe ao trabalho humano e que lhe é alienada e, em seu desenvolvimento, produz uma separação abissal entre o sentido da mercadoria, o uso e o seu valor. Daí, neste contexto, a mercadoria criou o maravilhoso espetáculo do valor de troca.

53 CONSIDERAÇÕES FINAIS Vivemos num mundo de representações, povoado de objetos como parte de sua reprodução. Há um mundo de representações, isto é, a representação se generaliza na sociedade atual onde o objeto dotado de prestígio e poder hierarquiza a sociedade e se consome como signo de modernidade, status, tecnicidade.

54 REFLEXÃO VIVEMOS NESTE MUNDO OU ESTAMOS CRIANDO ESTE MUNDO,
PODEREMOS FAZER DIFERENTE OU É ISTO MESMO QUE QUEREMOS, E AQUI ONDE VIVO, ESTÁ ASSIM COMO VIMOS, OU AINDA NÃO CHEGOU E NEM VAI CHEGAR ESTA SITUAÇÃO DESCONFORTANTE, NÃO ACREDITO QUE O MUNDO ESTEJA ASSIM, APENAS MANEIRA DE INTERPRETAR DOS PENSADORES, MAS, SE ASSIM ESTIVER COMO SERÁ O AMANHÃ, A TÉCNICA E A TECNOLOGIA IRÃO SUBSTITUIR O HOMEM, E O TRABALHO – DEPENDER DA GESTÃO

55 Apresentação desenvolvida por: José Mesquita Júnior
MJ Solutions - Design - Web - Tecnologia (65)


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