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PublicouArmando Canela Gil Alterado mais de 9 anos atrás
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A PSICOLOGIA NO BRASIL Profa. Msc. Thais Vargas
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A Psicologia no Brasil As primeiras contribuições para o estudo da Psicologia, no Brasil, são oferecidas por Médicos. Em suas teses de doutoramento; Nas teses de provimento de cátedra e nas teses de verificação de títulos, incursionavam, estudantes e profissionais, sobretudo no Rio de Janeiro e Bahia, nas áreas da Psicologia, (evidentemente, racional ou filosófica); Tais estudos traziam em leque de achados e conclusões de interesse não só para o filósofo e historiador, como para o homem de cultura;
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Não se desdenhava da Filosofia por se a reconhecer como a “mater scientiarum”(mãe das ciências), mesmo nas especialidades médica; Sabe-se que, sem a filosofia ocorre um empobrecimento do pensamento, padece a lógica, esbate-se a dialética, morre a crítica, apouca-se a criatividade, sofisma-se a verdade; No Rio de Janeiro, os estudos da Faculdade de Medicina tendiam para a Neuropsiquiatria, a Psicofisiologia e a Neurologia; Dentro dessas instâncias, se situava a maioria das teses defendidas, entrando, não raro, a Psicologia era analisada em suas relações com aqueles campos de estudo e pesquisa;
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Na Alemanha, em 1879, Wundt abria seu Laboratório de Psicologia Experimental, incorporado, pouco depois, à Universidade de Leipzig. Nesse Laboratório formaram-se os homens mais eminentes da nova ciência, tanto alemães (Kraepelin, Lehmann, Külpe, Neumann) e americanos (Cattel, Stanley Hall, Titchener, Warren, Stratton e outros); O Laboratório edita sua revista: Philosophische Studien, encerrada em 1903 e, mais tarde, reaberta como título: “Archiv für die gesamte Psychologie” (arquivo para a psicologia integral);
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O intenso trabalho de pesquisa lá desenvolvido e a obra de Wundt determinaram, através dos seus alunos, grande influência, em vários países; Pouco mais de uma década, após o início das atividades de Wundt e seus discípulos, no Rio de Janeiro, começam a aparecer teses de doutoramento em que a envergadura científica é bastante apreciável; Em 1891, Odilon Goulart escreve o primeiro trabalho, no Brasil, de Psicologia Clínica: Estudo Psicoclínico da Afasia; Já no campo da memória, o primeiro trabalho brasileiro surge, em 1894, quando Alberto Seabra defende a tese: A Memória e a Personalidade.
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A psicologia no Brasil foi criando um campo fértil de conhecimento sobre a pessoa, largamente evidenciado em seu contínuo e visível desenvolvimento, fundamentalmente ao longo dos últimos 150 anos; Esse campo fértil desenvolvido pela psicologia trouxe inegáveis contribuições para o progresso da ciência e para a construção de uma sociedade mais justa e humanizada; A psicologia proporcionou a conscientização das pessoas sobre a vida pessoal e comunitária, sobre a saúde, o bem- estar e sobre a própria participação na construção do futuro pessoal e da sociedade como um todo;
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Investindo na compreensão da pessoa, no desenvolvimento das potencialidades da vida, no ajustamento do indivíduo-ambiente e na superação do sofrimento, a Psicologia integra instrumentos requeridos para a construção consciente e responsável da sociedade; A criação da profissão do psicólogo é um dos resultados mais positivos e promissores do desenvolvimento da Psicologia no Brasil; A origem dessa profissão como espaço técnico e especializado de conhecimentos e de serviços está evidenciada em incontáveis atividades nos campos acadêmico, jurídico, social, da saúde, do trabalho e da educação, desde a segunda metade do séc. XIX;
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Sua aceitação e sua consolidação ocorreram muito rapidamente pela atratividade das questões implicadas na pesquisa do psiquismo humano; Pela importância dos problemas que dependiam da compreensão do comportamento do sujeito; Pela funcionalidade e eficácia de técnicas oriundas do conhecimento dos processos psíquicos e pela confiança que mereceu das pessoas e das instituições; Em espaço inferior a 50 anos, a identidade do psicólogo tornou-se presença marcante em diversos países atendendo demandas dos mais diversos setores da sociedade;
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Hoje, início do século XXI, a profissão do psicólogo é um território ocupacional, regulamentado, institucionalizado e integrado à dinâmica da sociedade; O nascimento, o crescimento e a consolidação da psicologia e da profissão do psicólogo no Brasil ocorreram em concomitância com os mesmos fenômenos nos países mais desenvolvidos do planeta;
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A Profissionalização do Psicólogo
Os primeiros sinais de uma profissão emergente, alicerçada no conhecimento sobre o comportamento humano apareceram ainda no final do século XIX; Em concomitância com a reorganização de outras ocupações já tradicionais, como as dos médicos, engenheiros, administradores e advogados.; Todas essas profissões foram institucionalizadas nesse momento inercial de formação do Estado moderno e da adaptação da sociedade como um todo ao modo de produção industrial;
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Espaços, papeis e fronteiras profissionais foram redefinidas para se ajustarem às novas demandas de recursos institucionais problemas da vida cotidiana; Ainda no final do século XIX, já eram encontrados, em diversos países, laboratórios, revistas, disciplinas acadêmicas, congressos, associações e serviços profissionais que levavam o nome de “Psicologia”; Esse conjunto de instrumentos oriundos da Psicologia foram expandidos e constituíram o repertório de atividades que veiculava a divulgação, o ensino e a aplicação de conhecimentos no campo da Psicologia;
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Tais atividades fomentaram a representação de um novo profissional dedicado à aplicação de conhecimentos sobre os processos psíquicos aos problemas existentes na sociedade; Essa reorganização das profissões foi bakuzada por 2 fatores principais: 1)O primeiro fou a guarida e o controle advindos da força do paradigma burocrático que nesse momento se impunha ao Estado eficácia administrativa racionalidade burocráticalógica do conhecimento;
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2) reorganização das profissões estímulos a inovação decorrentes das novas descobertas científicas e tecnologias; O aparecimento dos testes psicológicos nesse momento é uma das evidências dessa inovação; Toda a sociedade se mobiliza para se ajustar às condições criadas pelo processo de industrialização, redesenhando ou adaptando estruturas e serviços; O conhecimento científico recebeu vários investimentos e foi aplicado aos inúmeros problemas da sociedade os profissionais começam a assumir tais problemas;
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Essa reorganização dos serviços profissionais foi a alvorada da instituição e do conceito de carreira que apareceu na sociedade por força de trajetórias e regulamentações criadas pelas organização do trabalho no contexto burocrático e técnico; Até meados do século XIX, a mobilidade entre atividades profissionais era reconhecida e restrita às instituições militares e religiosas; Até então, a vida profissional não pressupunha trajetórias e nem a movimentação entre cargos e tarefas vida regulada pelas tradições;
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Assim, a formação profissional formal adquirida em alguma instituição acadêmica apropriada, tornou-se etapa obrigatória para o desempenho da grande maioria das atividades técnicas; No caso dos psicólogos, muitos foram buscar essa formação nos laborátorios da Alemanha, que nesse momento era reconhecida como referencia nos estudos em Psicologia; No Brasil, devido ao baixo número de escolas de formação profissional, à época, e ao ainda incipiente investimentos em pesquisa; os jovens interessados no campo da psicologia eram enviados à Europa;
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Em resumo, a profissionalização da aplicação do conhecimento produzido pela Psicologia ocorreu na virada do século XIX para o século XX, em um período de aproximadamente de 50 anos; Neste marco histórico a profissão foi subjulgada a trajetórias e controles crescentemente rígidos e visíveis dentro das organizações, sob a égide da lógica administrativa, como também sob serviços autônomos e da lógica de mercado; A profissionalização das chamadas ocupações tradicionais expressava a aplicação do rigor exigido na pesquisa científica, no desempenho dos profissionais;
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Esse período entre a modelagem da sociedade pela burocracia e a força da produção criada pela tecnologia eletromecânica (1880) e o término da primeira grande guerra (1918) foi o palco para a formatação e viabilização dessas profissões que assumiam o conhecimento técnico da intervenção no âmbito da sociedade; A profissão de psícólogo integrou e foi produto dessa racionalidade dentro desse palco; Os psicólogos foram chamados para contribuir com avaliações diversas sobre a pessoa e com intervenções para o ajustamento e o desenvolvimento dos indivíduos frente aos grupos sociais;
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No Brasil, as atividades dos diversos profissionais, no início do século XX, revelavam o alinhamento com o avanço da Psicologia na Europa e nos EUA; O reconhecimento e a legitimação dos serviços técnicos oferecidos pelos psicólogos por parte das organizações, foram fatores políticos que contribuíram de modo significativo para o desenvolvimento e legitimação da profissão; Esse “casamento” entre demanda de serviços e oferta de soluções técnicas padronizadas ganhou espaço e consolidou de modo contínuo e consistente o exercício da profissão nos mais diversos campos: saúde, educação, engenharia, etc;
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Pode-se assumir que, nesse momento, no qual muitas soluções padronizadas para as questões comportamentais eram visísveis e eficazes, a profissão do psicólogo já era uma atividade com elementos básicos previstos pela institucionalização da profissão; No final dos anos de 1920, os psicólogos já tinham um rosto, uma certidão de nascimento e um espaço para construir suas carreiras; Dinamizada pelos problemas que tornavam a sociedade mais complexa e pelo desenvolvimento do conhecimento científico sobre o comportamento humano, a Psicologia ampliou seu espaço de atuação e sua legitimação;
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Tornou sua institucionalização, desse momento em diante, um fato irreversível em todos os países do mundo; VALE RESSALTAR ENTÃO: A psicologia foi iniciada como ciência há cerca de 100 anos, sendo a sua regulamentação, como profissão no Brasil, somente em 27 de agosto de 1962 perante a LEI: 4.119: dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicólogo;
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Vale ressaltar que, em 1957, a lei nº 3862 de 28 de maio, cria o Curso de Psicologia que inicia seu funcionamento na Faculdade de Filosofia da USP em 1958. Com a vinda do golpe militar de 1964 e com a instalação de seu regime repressivo, a perspectiva da psicologia e as suas conquistas foram reprimidas. O currículo do curso sofreu várias mudanças pelo Ministro da Educação;
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O período da profissionalização é compreendido entre 1890/1906 e 1975, abordando desde a gênese da institucionalização da prática psicológica até a regulamentação da profissão e a criação dos seus dispositivos formais que teve várias discussões sobre essa nova profissão e a partir daí, um novo rumo começou a ser delineado; Após a inauguração dos laboratórios de psicologia experimental na educação (1906), e a criação do código de ética (1975) a psicologia passa a ter um conhecimento próprio tornando-se detentora de um determinado mercado de trabalho, ainda que compreendido entre a medicina e a educação;
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DIFICULDADES QUE AINDA RONDAM A PROFISSÃO:
Embora consolidada de forma irreversível, a profissão de psicólogo não esteve livre de obstáculos externos e desafios internos; Por força da diversificação das demandas, desde os seus primórdios, a profissão de foi institucionalizada na forma de identidade polivalente; O psicólogo é o profissional da pessoa humana;
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Seu objetivo e seu trabalho é promover e resgatar o indivíduo como sujeito junção psicologia e filosofia; Dentro da inércia polivalente no âmbito da psicologia a mesma abrigou a produção de instrumentos que poderiam ser aplicados em muitas situações, como os testes e aconselhamentos; Os testes permitiram e fomentaram a generalização do conceito de diagnóstico psicológico como uma das atividades mais identificadas com a profissão de psicólogo;
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Além da polivalência a psicologia se deparou com a dificuldade em lidar com os diferentes caminhos epistemológicos Freud e Watson; Existiria a possibilidade de universalização dos critérios epistemológicos para a Psicologia? A ambiguidade identitária da psicologia não se mostra como um obstáculo, mas antes, como um testemunho da complexidade da pessoa humana; A psicologia se torna uma ciência mais rica por causa dessa diversidade, assim como os psicólogos dispõem de mais recursos técnicos;
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Além da polivalência e da diversidade criadas pela interface com outros campos do conhecimento, outra dificuldade visível no exercício da profissão de psicólogo advém da abertura da psicologia variada aplicação do conhecimentoex:motivação; O trabalho profissional do psicólogo é complexo, exigindo dele não somente conhecimentos de sua ciência, mas também do contexto em que ele atua; Assim, a Psicologia se aloca como profissão multidisciplinar;
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Outra dificuldade para a psicologia advém em “administrar” sua profissionalização mediante o avanço do conhecimento e da complexidade da sociedade; Pós segunda guerra rápidas mudanças e mais profundas no âmbito da sociedade avanços tecnológicos e da comunicação; Mudanças sociais administrar e regular a profissão volatilidade e fragmentação dos vínculos, dos indivíduos e instituições;
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Disputas no âmbito da Psicologia no tocante ao saber profissional com médicos, administradores, pedagogos, etc; No momento da reorganização profissional, espaços e tarefas específicos, embora disputados por distintas profissões começaram a se fragmentar em conhecimentos especializados; Os espaços profissionais, por conta da legitimação foram fortalecidos e aprofundados;
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Necessidade eminente do reconhecimento de fronteiras entre as profissões e pela atribuição de tarefas a diversos profissionais;
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