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PublicouMargarida de Sousa Bento Alterado mais de 8 anos atrás
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A Crise do Positivismo Suderlan Tozo Binda
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O POSITIVISMO Iniciemos com uma citação de Marcuse: – “ Desde a primeira vez em que foi usado, provavelmente na escola de Saint-Simon, o termo ‘positivismo’ designa: a) a convalidação do pensamento cognitivo por meio da experiência fatual; b) a orientação do pensamento cognitivo para as ciências físicas como modelos de certeza e exatidão; c) a persuasão de que o progresso do conhecimento depende de tal orientação. – Em consequência disso, o positivismo é uma luta contra todas as metafísicas, contra todos os transcendentalismos e idealismos, considerados modos de pensamento obscurantistas e regressivos”. Marcuse, H., L’uomo a una dimensione, Turim, 1969.
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Teoricamente positivismo e idealismo se contrapõem: Primazia da idéia no idealismo, primazia da observação, no positivismo; Afirmação de que o homem é espírito, participação no espírito absoluto, no idealismo; Redução do homem à natureza, consideração do homem como um produto da natureza, no positivismo; Afirmação da divindade do espírito, no idealismo; Redução da divindade a ilusão pueril, no positivismo.
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Positivismo: – Século XIX : A ciência se tornou, para muitos, o único fundamento da vida humana, quase uma nova religião – O positivismo nasceu como reação ao Idealismo de Hegel, ou melhor, como uma exigência a um maior respeito para com a experiência e os dados positivos Augusto Comte (1798-1857)
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Positivismo para lembrar: – “Doutrina de Auguste Comte”, caracterizada, sobretudo, pela: Orientação antimetafísica e antiteleológica que pretendia imprimir à filosofia; E por preconizar como válida unicamente a admissão de conhecimentos baseados em fatos e dados da experiência;
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Observação importante: – Segundo Comte, todo o universo procede da matéria por via de evolução. Também o homem é produto da evolução da matéria: – Quando a evolução atingiu o estádio humano, teve início a história, cujas fases principais são: » A religiosa » A filosófica » A científica As quais constituem as três épocas fundamentais da história da humanidade.
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Augusto Comte (1798-1857) era um admirador entusiasta das realizações científicas de seu tempo a tal ponto que julgava ter chegado o momento em que se devia substituir a “especulação racional da filosofia” pelos “dados positivos da ciências”. Comte iniciou uma campanha contra a filosofia e propôs, como seu substituto, uma coletânea de Ciências cuja ramificação deveria esgotar todo o saber humano. – Seu lema era: “Nada de pura especulação, e sim sistematização e metodologia das ciências”.
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Com isto ele queria fazer uma catalogação de todos os fenômenos sociais, históricos, naturais etc., investigando-lhes as causas, descobrindo-lhes as leis. – Para Comte, a ordem lógica das ciências vai de uma maior abstração e menor complexidade, para uma menor abstração e maior complexidade: Exatamente o contrário do espírito da filosofia. A prova disso, para Comte, está inscrita na história humana.
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A história da civilização, dizia ele, pode ser dividida em três grandes fases ou épocas: – Primeiro, a Fase Teológica ou mitológica, da antiguidade, em que domina a fantasia do povo e os mitos: Ela se apresenta como uma fase de maior abstração e menor complexidade, pois nela não existem as divisões e subdivisões das ciências modernas. Nessa fase quase tudo é explicado abstratamente mediante uma mitologia religiosa. – Segundo, a Fase Metafísica, da Idade Média, quando o pensamento abstrato é reduzido ao domínio da filosofia: A Filosofia que surge nessa segunda fase pretende explicar racionalmente, e portanto abstratamente, o mundo e os fenômenos.
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Terceiro, a Fase Positiva, dos tempos modernos, quando tudo é explicado com a pesquisa científica e com as leis então descobertas: – Por isso o século XIX representa o começo da Terceira Fase. – Positivo é aquilo que é real, que pode ser provado com o microscópio ou com o telescópio, enfim, cientificamente. – Ciência torna-se uma palavra mágica; é o novo mito que sobrevive até hoje no culto dos valores materiais, visíveis, tangíveis, com descaso e até com desprezo pelos valores invisíveis e intangíveis.
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Analisando o pensamento de Comte, concluímos que ele introduziu uma postura (mais do que um sistema de ideias) onde todos os que estão envolvidos com a ciência limitam-se unicamente à experiência. – Comte esquecia que os dados científicos são interpretados à luz de um princípio superior, apresentado pela filosofia: Eles podem tornar-se cruéis e tiranos, dominadores cegos e amorais; Cabe à filosofia desmascarar criticamente os pressupostos ideológicos da ciência e refletir sobre suas consequências éticas e políticas.
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O Positivismo se espalhou pela França, Inglaterra, Itália, Brasil, Alemanha etc., obedecendo sempre aos mesmos princípios, que são: – A única fonte da verdade é a experiência; – A observação dos fatos é o começo de toda ciência; – O conjunto, a soma de todos esses conhecimentos científicos constitui a filosofia; – Pelo fato de nós não podermos conhecer nada além da experiência, qualquer especulação abstrata, qualquer metafísica, em suma, qualquer filosofia é-nos impossível.
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