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Crónicas dos Guerreiros da Paz (de um Outro Mundo?)

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Apresentação em tema: "Crónicas dos Guerreiros da Paz (de um Outro Mundo?)"— Transcrição da apresentação:

1 Crónicas dos Guerreiros da Paz (de um Outro Mundo?)
Ecos de Mon Crónicas dos Guerreiros da Paz (de um Outro Mundo?) José Patrão (Para o meu filho João Patrão, por ocasião do seu 18º aniversário) (C) José Patrão, 2006

2 Ecos de Mon PREÂMBULO Nesta apresentação pretendo falar dos princípios inerentes à Filosofia Materialista Japonesa e Chinesa, que estão por detrás de muitos aspectos da Cultura Japonesa, incluindo, obviamente as Disciplinas do Budo. Tentarei demonstrar que estes princípios não são meras especulações Filosóficas desligadas do real, mas sim o resultado de uma Observação e Experimentação de manifestações Materiais e Concretas, muito típica da Cultura Chinesa e que é muito próxima da atitude científica moderna. Tentarei também demonstrar que é por isso mesmo que são tão Universais como as Leis da Física e tão comuns a todos nós como a Linguagem da Matemática, que entendo ser a linguagem do Universo. Por isso: Os muito práticos que me perdoem mas uma pitada de teoria pode ser útil. Os muito materialistas que me perdoem mas o Espírito é Essencial. E os muito idealistas que me perdoem mas a Matemática é fundamental. Advertência: Nesta apresentação gostaria de falar-vos dos princípios inerentes à Filosofia Materialista Japonesa e Chinesa, que estão por detrás de muitos aspectos da Cultura Japonesa, incluindo, obviamente as Disciplinas do Budo. Tentarei demonstrar que estes princípios não são meras especulações Filosóficas desligadas do real, mas sim o resultado de uma Observação e Experimentação de manifestações Materiais e Concretas, muito própria da Cultura Chinesa e que é muito próxima da atitude científica moderna. Tentarei também demonstrar que é por isso mesmo que estes Princípios são tão Universais como as Leis da Física e tão comuns a todos nós como a Linguagem da Matemática. Por isso: Os muito práticos que me perdoem mas talvez uma pitadinha de teoria lhes possa ser útil. Os muito materialistas e tecnicistas que me perdoem mas todos sabemos que um Kata (forma) sem Espírito, não faz sentido. E os muito idealistas que me perdoem mas o pensamento religioso, ou metafísico que não resista ao crivo objectivo da Matemática e da Ciência não passa de especulação inútil. (C) José Patrão, 2006

3 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA?
Haverá uma Tradição Única que perpassa todas as civilizações desde a Antiguidade até Hoje? Haverá algo de comum a todas essas manifestações filosóficas, cosmológicas, espirituais e metafísicas? Se assim é, de facto, deve resultar da compreensão de algo de Universal. Em busca desse Princípio Único proponho-lhes um rápido passeio desde a Antiguidade… até hoje (C) José Patrão, 2006

4 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA!
Ao longo desta Viagem veremos que, de facto, Todas as Culturas Tradicionais Se baseiam no entendimento e aplicação de um princípio Único e primordial Que se polariza em Dois Princípios opostos e complementares… Taoísmo Zoroatrismo Budismo Shintoismo Judaísmo Cristianismo Taoísmo Zoroastrismo Budismo Shintoísmo Judaísmo Cristianismo (C) José Patrão, 2006

5 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – OS DRÁVIDAS
Cerca de 2500 AC fixou-se no Vale do Indo a civilização Drávida com cidades admiráveis como Harappa e Mohenjo-Daro, com ruas largas orientadas numa malha ortogonal e com boas redes de saneamento Os Drávidas habitavam em casas amplas dotadas de salas-de-banho, jardins e terraços e praticavam Yôga (palavra que significa “União” em Sânscrito) Há mais de 5000 anos no dealbar da Idade do Bronze desenvolveu-se no Vale do Indo a civilização Drávida de que resultaram cidades admiráveis e como – Harappa e Mohenjo-Daro: Os vestígios das cidades Drávidas, por si só, chegam para por em causa a noção errónea de que o progresso é como uma linha que vai avançando sempre… Podemos ver no lado direito da figura duas reconstruções que ilustram o Grande Balneário de Mohenjo-daro, nas seus dois níveis, os edifícios a norte são quartos com balneários privados... Se entendermos o tempo como linear o progresso não acompanha a sua linha contínua, sendo feito, isso sim, de avanços e retrocessos. Falando, por exemplo, de conceitos de higiene e saneamento nas cidades, ela adquiriu-se e perdeu-se ao longo da História. Perdeu-se com os invasões da Civilização Drávida pelos Arianos. Redescobriu-se com os Romanos, perdeu-se na Idade Média, retomou-se no início do Século XX e hoje, a julgar pelo que se passa nos bairros de lata das grandes metrópoles, está-se a perder novamente, a nível parcial pelo menos… (C) José Patrão, 2006

6 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – OS DRÁVIDAS
Os Drávidas já conheciam, como mostram os vestígios arqueológicos dos seus adornos, os dois princípios opostos e complementares… E as evidências históricas dessa civilização mostram que, ainda mais cedo, no VI Milénio A.C. já havia nessa região o culto de Shiva e Shakti polarizações masculina e feminina do Deus Único Brahman Segundo os registos arqueológicos mais antigos até agora encontrados, a Civilização Drávida, fixou-se no Vale do Indo há cerca de 5000 anos e já se conhecia então, como mostram os vestígios arqueológicos dos seus adornos, os dois princípios opostos e complementares… As evidências históricas dessa civilização mostram que, ainda mais cedo, no VI Milénio A.C. já havia nessa região o culto de Shiva e Shakti polarizações masculina e feminina do Deus Único Brahman Além disso sabe-se, por imagens esculpidas em pedra, que esta civilização praticava Yôga, embora as origens desta disciplina possa ser ainda mais antiga Vários vestígios arqueológicos como o selo que se apresenta na figura a preto e branco no slide demonstram que este povo adorava Shiva - o criador do Yôga. A imagem mostra um selo em pedra com a figura de Pashupati, o senhor dos animais, uma das representações de Shiva. À direita podemos ver Shiva na representação mais clássica. Ao culto primordial de Shiva chamaram alguns historiadores: Shivaísmo, porque se centrava sobre Shiva o princípio masculino, embora as evidências demonstrassem que a sociedade que o acolheu era predominantemente matriarcal. (C) José Patrão, 2006

7 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – o 2 (Dois)
Tendência: Expansão (A) e (Un) – demonstrar com o Shin-Kokyu Movimento: Mais lento (Tai-chi) mais rápido (Karate) – demonstrar Efeito do Clima: O Clima Equatorial muito quente, com muito Sol, muita luz, mais Yang, com uma de água gera muitos frutos, muita vegetação e nos seres humanos gera uma cultura de apreciação dos prazeres da vida, e de lazer e descanso; não é por acaso que a maioria das pessoas prefere férias no Verão. Yang provoca Yin Um clima mais frio com menos Sol, menos luz, mais Yin, portanto, gera nos seres humanos uma atitude mais activa, menos contemplativa, mais interveniente. Yin provoca Yang. E há mais de 6000 anos, os Drávidas não só sabiam isso, como praticavam esta filosofia activamente. (C) José Patrão, 2006

8 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – do 1, 2, 4, 8
Na China, também em 2500 A.C. Fu-Xi falava no nome Taikyoku e sistematizava a manifestação cósmica desde o 1 passando pelo 2, 4 e 8 até ao 64... Taikyoku Taikyoku: “Infinidade Una” “Não-Polarização” “Deus em Repouso” “O Nada Grávido” Yin Yang Dai-Yin Ko-Yin Dai-Yang Ko-Yang No Tao Te Ching, Lao Tzu (o seu lendário autor) diz: O Tao Produz Um Um produz Dois (Yin e Yang) Dois produz Três (Céu – Homem – Terra) Três produz todos os fenómenos (Este é o primeiro nível de compreensão: os aborígenes da Austrália, os Bosquímanos do Kalahari e algumas tribos da Amazónia usam ainda hoje apenas 3 números: 1, 2 e muitos) O Um é Taikyoku: literalmente o “Grande Ki Vazio”, a “Infinidade Una”, o “Não-Polarizado”, o “Deus em Repouso”, ou como eu gosto de dizer “O Nada Grávido” Quando Gigo Funakoshi Sensei, sob a orientação de seu pai Gichin Funakoshi Sensei (que para além de ser mundialmente conhecido como o “Pai do Karate”, era um estudioso dos textos clássicos budistas) deu o nome de Taikyoku ao Kata que todos nós conhecemos desde cinto branco, o Kata que é a raiz de todos os outros Kata’s subsequentes, vemos agora que não escolheu esse nome por acaso. Taikyoku manifesta-se em dois pólos (fazer os gestos do Taikyoku) : Shiva e Shakti; Yin e Yang; esquerda e direita; feminino e masculino. Mas depois Taikyoku não fica eternamente a balançar entre estes dois pólos… O Kata evoluiu… Fu-Xi agrupou então os princípios Yin/Yang 2 a 2: e chegou a 2 formas de Yin (Dai-Yin e Ko-Yin) e duas formas de Yang (Dai-Yang e Ko-Yang); Como veremos adiante estes quatro pólos, estão intimamente ligados à criação da Vida. Tal como o coração tem 4 cavidades e o Código Genético que une todos os seres vivos usa apenas 4 letras; mas isso veremos mais adiante. Por agora vejamos apenas como Fu-Xi continuou a agrupar os pares Yin e Yang em trios: produzindo oito trigramas: Olhemos para o aspecto deles Terra: toda ela receptiva e acolhedora Montanha: cuja força está no topo Água: cuja força está no centro Trovão/sismo: a força que treme a terra Fogo: a força que explode para cima e para baixo (deixando fraco o centro) Pântano: a força oculta nas profundidades Céu: a força em toda a sua plenitude Fu-Xi ainda arrumou os trigramas dois a dois criando os hexagramas do famoso I-Ching: 8 x 8 = 64 Hexagramas Estes Hexagramas representam 64 complexas transmutações que foram interpretadas por gerações sucessivas de sábios, dentre os quais o famoso Kung-Fu-Tsu (Confúcio) Terra Montanha Água Vento Trovão Fogo Pântano Céu (C) José Patrão, 2006

9 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – do 1 ao 64
Zoroastro (ou Zaratustra): ~1500 AC decidiu arrumar as mesmas 64 mutações de uma forma brilhante no familiar tabuleiro de xadrez a que chamou, em Persa: Asha ou Ordem Cósmica Lenda do Rei Vishtaspa Mas será que esta arrumação é exclusivamente Chinesa? Não, de facto trata-se de uma Tradição Única, comum a muitas das Culturas do Planeta. Zoroastro (ou Zaratustra) que viveu cerca de 1000 anos AC Criou coisas tão familiares para nós como… Um tabuleiro de Xadrez… Reza a lenda que o rei Vishtaspa da Pérsia ficara enfadado com a vida, porque tinha realizado tudo que desejara: já se saciara com tantos triunfos na guerra, cansara-se de tantas caçadas, enjoara-se das intrigas e dos prazeres da sua corte. O rei sofria de tédio e decidiu oferecer uma recompensa ilimitada ao homem que pudesse voltar a despertar-lhe o interesse pela vida. Ninguém foi bem sucedido até que Zaratustra apareceu a primeira versão de um tabuleiro com 64 quadrados brancos e pretos, a versão original do tabuleiro do que é hoje chamado Xadrez: a arte de Asha – ou Ordem Cósmica. O Sha de Zaratustra deu origem ao nome “Xadrez” em português ou “Chess” na língua inglesa Usando o tabuleiro ensinou ao rei as regras do “jogo”, ou seja as leis do universo e da vida. O rei ficou extremamente satisfeito e o seu interesse na vida foi renovado. Disse então a Zaratustra para pedir tudo o que quisesse que tudo lhe seria dado. Zaratustra desejou dar ao rei uma lição. Assim disse ao rei que queria algo de simples e modesta: um grão do trigo no primeiro quadrado da placa de xadrez, dois no segundo quadrado, o quadrado de dois no terceiro quadrado, o quadrado de 4 no quarto quadrado, e assim por diante até que todos os 64 quadrados estivessem preenchidos. O rei riu e disse que entregaria a Zaratustra o trigo em poucos dias, pensando que tolo era afinal aquele homem, ao pedir somente alguns grãos de trigo quando poderia ter pedido ouro ou qualquer outro tesouro. Disse então ao responsável da corte pela contabilidade que calculasse a quantidade de trigo a entregar a Zaratustra. Após diversas semanas de cálculos laboriosos, o contabilista veio cabisbaixo junto do rei e disse-lhe que tinha calculado e recalculado e que a quantidade de trigo a entregar a Zaratustra era mais do que todo o trigo que havia no reino. Aliás mesmo se se recolhesse todo o trigo do império, todo esse trigo não chegaria a ser um milésimo de um milésimo da quantidade que o rei se comprometera a dar a Zaratustra. O rei ficou muito chocado ao compreender que não poderia cumprir com a palavra dada e mandou chamar Zaratustra relatando-lhe a conclusão a que tinham chegado. Zaratustra respondeu que não queria um único grão de trigo, queria somente ensinar ao rei uma lição, e partiu de novo para o seu retiro na floresta. (C) José Patrão, 2006

10 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – do 1 ao 64
A Lenda do Rei Vishtaspa demonstra que Fu-Xi e Zaratustra sabiam bastante de Matemática O tabuleiro de xadrez, os trigramas, os hexagramas traduzem Sucessões Infinitas, ou Progressões Geométricas. A progressão de Fu-Xi pode ser expressa por x (n) = 2n onde n=0,1,2,… E a de Zaratustra: y(n) = y(n-1)2 Os números da série de FU-Xi são-nos familiares já que os computadores, seguem esta mesma progressão, porque também se baseiam no sistema binário: 0-1 N Fu-Xi X(n) = 2n Zaratustra Y(n) = Y(n-1)2 1 2 4 3 8 16 256 5 32 65 536 6 64 7 128 1.8 x 1019 Os computadores demonstram que tudo pode ser escrito com um sistema binário. Aliás aparentemente, tudo, todo o Universo, foi mesmo escrito segundo esse sistema. Os computadores funcionam segundo esta norma. Zoroastro (ou Zaratustra) que viveu 1000 a 1500 anos AC dizia tal como FH-Xi que que as leis do universo e da vida são escritas de acordo com este princípio. Como dizia Albert Einstein: “Se Deus Existe, a sua linguagem é a da Matemática”. (C) José Patrão, 2006

11 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Três / San
Com a progressão geométrica avançámos muito rapidamente do 0 ao 64 Ficámos a saber o que quer dizer, Taikyoku… Mas a verdade é que originalmente existiam 3 Kata Taikyoku: Shodan, Nidan e Sandan… Será por acaso que Funakoshi Sensei falava em 3 níveis (Dan)? Serão esses níveis os mesmos que se usam no Ikebana? E terá esse número 3 algo a ver com os 3 símbolos que se vêem no logótipo do Shotokai (o quadrado, o triângulo e o círculo) E afinal toda a gente sabe que existem 5 Kata Heian… Será por acaso que são 5? Teremos de voltar de novo um pouco atrás, ao século III A.C. Com a progressão geométrica avançámos muito rapidamente do 0 ao 64 e poderíamos ter ido muito mais longe, não só na progressão mas no significado e utilidade do arquétipo I-Ching. Mas esta palestra pretende ser apenas um Introdução e afinal nós só precisámos dela para ficarmos a saber o que quer dizer, por exemplo, Taikyoku… Mas a verdade é que originalmente existiam 3 Kata Taikyoku: Shodan, Nidan e Sandan… Será por acaso que Funakoshi Sensei falava em 3 níveis (Dan)? Terão esses níveis algo a ver com os 3 níveis tradicionais do Ikebana e das técnicas de todo o Budo? E terá esse número 3 também algo a ver com os 3 símbolos que se vêem no logotipo do Shotokai (o quadrado, o triângulo e o círculo) Afinal toda a gente sabe que existem 5 Kata Heian… Será por aceso que são 5 e não 3 ou 6? Para percebermos o significado simbólico desses números segundo a Tradição Única e Universal (que, aparentemente, anda um pouco esquecida por entre a miríade de informações dos dias de hoje) teremos de voltar agora um pouco atrás, mais concretamente ao século III A.C. para irmos ao encontro de algo que nos é tão familiar e comum no nosso dia a dia, que corremos o risco de não nos apercebermos do seu simbolismo. (C) José Patrão, 2006

12 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – 1 a Três
SINOJAPONESES, ÁRABES E HINDUS ROMANOS Comecemos então novamente do princípio ou seja do 1, 2, 3. Talvez por isso mesmo a representação dos numerais 1, 2 e 3 é praticamente comum a todos os povos do planeta. Conhecem-se vestígios do uso dos tracinhos Os tracinhos feitos com entalhes na madeira, no osso, e na pedra foram usados pelo menos nos últimos quarenta mil anos. Há registos arqueológicos que demonstram que praticamente todas as culturas da idade de pedra, incluindo os Antigos Índios Americanos, usavam tracinhos para as suas operações de troca de animais domesticados, serviços pessoais e bens. A representação do um, do dois e do três com tracinhos verticais ou horizontais é praticamente comum a todos os povos. Observemos aqui a representação usada por 3 grandes civilizações: Oriental (China, Japão e Coreia), Romana e Árabe. A representação é exactamente a mesma. Não admira se pensarmos que o simbolismo do 3 é um dos mais básicos: os aborígenes da Austrália, os Bosquímanos do Kalahari e algumas tribos da Amazónia usavam apenas 3 números: 1, 2 e muitos ) É curioso ouvir também o som do numeral 3. Quem tiver a Enciclopédia Encarta e um sistema de som no computador, pode confirmar que, em termos de som, o 3 é tão comum em todo o mundo que no geral se pronuncia apenas de 3 formas: San – Em praticamente todo o Extremo Oriente (China, Japão, Coreia, etc.) Tra-tsan – No Médio Oriente Três ou Tri (Drei, Trê, Três, Three) – no Ocidente No Ikebana usam-se estes três níveis e não só o corpo do atacante se divide em 3 níveis como, e muito mais importante que isso, todas as técnicas de Budo têm Origem num dos 3 Grandes Reservatórios de Energia Vital, ou Ki. Conclui-se então que o 3 se escreve e se pronuncia da mesma forma praticamente em todo o mundo. Mas haverá um simbolismo universal (ainda que um pouco esquecido nos dias de hoje) para o número 3? (C) José Patrão, 2006

13 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Três / San
Todas as cosmologias tradicionais reflectem usando diferentes palavras e analogias este simbolismo eis 3 exemplos: Cristianismo: Santíssima Trindade CANDELABRO CELTA Símbolo da Seita Shintoísta AIZU (C) José Patrão, 2006

14 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Três / San
Morihei Ueshiba ao estabelecer-se em Iwama tinha em mente três planos para realizar p seu ideal de um verdadeiro Budo: Primeiramente devia estabelecer o Santuário Aiki que simbolizaria o Caminho Ai-ki e o espírito de Aikido. Em segundo lugar construir um dojo ao ar livre permeado pelo ki da natureza de onde o ideal Budo de take-musu pudesse ser ensinado. O terceiro seria o de realizar o seu sonho de unificar a agricultura com a arte marcial. Procurou relacionar a prática do budō (“take”) que harmoniza com a força protectora da vida (“musu”) e com o trabalho agrícola através da qual a terra produz o alimento que sustenta a vida. (C) José Patrão, 2006

15 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Três / San
CORPO MENTE ESPÍRITO A imagem do slide é uma pintura Sumi-e realizada pelo Mestre Zen Sengai Gibon ( ) O triângulo representa a forma física, o corpo. O quadrado representa o pensamento limitado que a mente deve transcender. O círculo representa o espírito que abrange toda a natureza e o homem, contínuo completo.  Nota à parte: Parece o nome CAO (Centro de Artes Orientais) não é? Mas não é! Ou será que pensámos nisso há 10 anos atrás. Deixo-vos na dúvida… Mas se revirem mentalmente os três elementos do símbolo do CAO penso que têm a resposta. Será por acaso que é exactamente este o símbolo adoptado pelo nosso amigo Luís de Carvalho para a Associação Mushinkai? (C) José Patrão, 2006

16 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Três / San
QUANTO AO NOME QUE GICHIN FUNAKOSHI SENSEI QUIS DAR À ARTE QUE PRATICAMOS: Kara – Vazio Te – A mão, a Arma Do – A mente, a Norma E AS 3 COMPONENTES DO KEIKO: Kihon – A BASE Kumite – A mão, a Arma Kata – O vazio/plenitude APENAS MAIS 2 SÍMBOLOS QUE USAM A MESMA TRILOGIA: Só para lembrar os três componentes Kara – Vazio, o Círculo Te – A mão, a Arma, o Triângulo Do – A mente, a norma (C) José Patrão, 2006

17 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Três / San
Porque é que o Kyudo-Deshi “carrega o seu arco com o Ki do Céu“ antes de disparar. No campo de batalha não pareceria perda de tempo? Porque é que Mestre Murakami “carrega as suas mãos com o Ki do Céu“ na Hangetsu antes de defender lateralmente. Na aplicação prática não pareceria perda de tempo? Na realidade eles estão a “recolher a força do céu” antes de executar a técnica. (C) José Patrão, 2006

18 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA: o 4
PLASMA SÓLIDO GASOSO LÍQUIDO Quente Seco Frio Húmido FOGO TERRA AR ÁGUA Quente Seco Frio Húmido Vimos que até ao 3 praticamente todos os seres humanos estão de acordo (no símbolo e até no som) quando se trata de contar. Porém do quatro para a frente teremos de nos concentrar, para sermos mais concisos, num dos sistemas. Vamos então escolher o sistema comum de notação numérica que é usado na maior parte do mundo e que é hoje chamado o sistema de numeração “árabe”. Aquele que nós usamos. Em primeiro lugar convém esclarecer que este sistema foi desenvolvido inicialmente pelos Hindus e já era usado na Índia no século III A.C. O sistema numeral Hindu só foi introduzido no mundo árabe no século VII ou VIII da nossa era e o primeiro registo do uso deste sistema na Europa data de ano 976 da era cristã. A inovação importante deste sistema face a qualquer outro usado na Antiguidade foi o uso da notação posicional, em que os símbolos individuais do número assumem valores diferentes de acordo com sua posição no numeral escrito. Nem o génio dos Gregos como Arquimedes, nem o espírito prático dos Romanos conseguiu atingir o brilhantismo do Hindu desconhecido que introduziu a notação posicional. Para o que nos importa nesta conferência vamo-nos porém concentrar apenas na forma e no simbolismo dos numerais. Dito isto vejamos o que nos diziam os Gregos sobre a Estrutura Fundamental da matéria: O Filósofo Grego Empédocles (450 A.C.), citado por Platão referia-se a 4 elementos e 4 propriedades da matéria… Embora esta classificação fosse considerada desactualizada e desadequada desde o Renascimento… Em meados do Século XX a Nova Física veio reabilitar essa classificação dado que os estados da matéria são afinal quatro: Sólido (Terra) Líquido (Água) Gasoso (Ar) Plasma (Fogo) (Até a quintessência – o éter – de que falava Aristóteles parece afinal ser confirmado pelo condensado de Bose-Einstein que se refere ao comportamento da matéria muito perto do zero absoluto) (C) José Patrão, 2006

19 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA: o 4
A estrutura “lógica” fundamental da Matéria e da Biologia (os blocos de “Lego” de que o mundo é feito) 4 tipos de partículas compõem a matéria/antimatéria (Fermiões): Quarks e Anti-quarks Leptões e Anti-leptões 4 partículas regem as interacções fundamentais (Bosões): Electromagnética (fotões), Gravitacional (gravitões), Forte (gluões) Fraca (bosões) 4 componentes fundamentais do ADN: Adenina, Guanina, Citosina, Timina Preparem-se para uns nomes engraçadíssimos. (C) José Patrão, 2006

20 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – o 5 (Cinco)
Cinco é o número das ondas e das vibrações, das oscilações e transmutações Também aqui se podem ver ainda os 3 níveis de que falámos acima… (C) José Patrão, 2006

21 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – o 5 (Cinco)
Ensinados, diz a lenda, pelo monge indiano Bodhidharma, os Monges Guerreiros de Shaolin sabiam qual o órgão ou ponto vital a tratar (ou a atacar) em determinada hora do dia, conforme se tratasse de um doente ou um agressor… À medida que o dia decorre dois pares de órgãos (um órgão Yin e um órgão Yang) atingem um estado crítico: Com o Sol a destapar a noite, com o nascer da manhã assiste-se à transmutação madeira: nesse período o Fígado e a Vesícula Biliar atingem um estado de máxima actividade; Ao meio-dia com o sol muito alto, assiste-se à transmutação fogo: e o Coração e o Intestino delgado atingem um pico; Durante a tarde, na transmutação solo o Baço e o Estômago ficam mais activos… Como agora que todos estão em plena digestão com os olhos a fecharem-se!... Ao crepúsculo, com o cair da noite, parece que toda a natureza pára, é a transmutação metal: os Pulmões e o Intestino Grosso ficam mais activos E durante a noite, quando dormimos, os rins activam-se e a bexiga enche Depois com o nascer da manhã, parece que toda a natureza se eleva e o ciclo recomeça. Hoje em dia a ciência dos ritmos circadianos veio demonstrar que os monges de Shaolin tinham razão. Os atletas de alta competição conhecem e respeitam estes ciclos. Os corajosos que ousarem fazer, na próxima semana o Samurai Shugyo, com 24h a praticar, também poderão estes cinco ciclos de transmutação, como nós os sentimos no 1º Samurai Shugyo, realizado na Lagoa de Albufeira,). Transmutações semelhantes também ocorrem num ciclo anual. Por exemplo agora, no pino do Verão, é o elemento fogo que prevalece. O ciclo da água, é um outro excelente exemplo das cinco transmutações: Comecemos com a água em estado líquido Ao evaporar-se e ascender a água transmuta-se em nuvens (fazendo o movimento “Madeira”) Nas nuvens forma-se um raio de “Fogo” E depois a água desce em gotas caindo sobre o “Solo” E congelando a água torna-se sólida Depois vem o degelo e o ciclo recomeça. Mas a água é uma só, assumindo diferentes transmutações. Também existe um ciclo de alimentação… (dar exemplos Madeira alimenta o Fogo) E um ciclo de obstrução/destruição… (Água apaga o fogo) (C) José Patrão, 2006

22 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – Seis/Roku
Seis: o símbolo da Espiral criativa da Vida (C) José Patrão, 2006

23 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – Seis/Roku
Este gráfico é fundamental para a preparação de alimentos equilibrados. A culinária de acordo com os princípios Tradicionais, pode não só ser muito agradável ao paladar mas muito importante para a prevenção da Doença e a Manutenção da Saúde. (C) José Patrão, 2006

24 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Sete / Hichi
Perante o vento solar qual é a forma electroma-gnética da Terra no Espaço? É uma forma que assume uma relação de 1:7 1 7 Se perguntarmos a 100 seres humanos dos vários pontos da Terra qual é o número de 0 a 9 de que mais gostam, a maioria não hesitará em dizer que é o 7 ? Os seres humanos, nas suas tradições adoram o sete. 7 são as notas de música e 7 são as côres do arco íris (mesmo que sejam milhões). Sete são os dias da semana. Sete é o número de dias em que o Universo foi feito, diz o Génesis, simbolicamente. Para o efeito desta conferência, mantendo a nossa ideia de encontrar algo que é universal a todos os seres humanos, vamos usar as proporções do nosso próprio corpo… Porque temos estas proporções? Se vivêssemos num planeta com menor massa (como a Lua) teríamos as mesmas proporções?... Os cientistas acreditam que não! Eles acreditam que a gravidade condiciona a forma física. E é isso mesmo que a Tradição nos ensina: que sete é um número característico deste planeta. (C) José Patrão, 2006

25 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Oito/Hachi
Oito é o número do infinito, do eterno e da espiritualidade… É a compreensão do Todo… De que tudo no Universo está intimamente ligado Oito é o número do Amor Universal da Gratidão Ilimitada, da Liberdade Completa. Oito é o que no Budismo se chama “Satori” (C) José Patrão, 2006

26 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –1, 2, 3, 5, 8
Dos numerais até agora apresentados destacaram-se: 1, 2, 3, 5, 8 Essa série infinita, apresentada ao Ocidente pelo Italiano Fibonacci, onde cada número é a soma dos dois anteriores, reflecte uma característica profunda da natureza, sendo a espiral resultante encontrada nas espirais das flores e em muitos outros sistemas biológicos. Trata-se de uma série infinita… Se a prolongarmos até um número suficientemente grande e dividirmos um número da série pelo anterior (p. ex. 89/55), obteremos (como demonstrou Kepler) a “proporção sagrada” usada pelos Egípcios, pelos Gregos e por todos os grandes Arquitectos desde a Antiguidade aos nossos dias. Os monitores mais recentes dos televisores e computadores (wide-screen) também já se aproximam desta proporção muito mais “confortável” para os nossos olhos e sobretudo para a nossa mente. (C) José Patrão, 2006

27 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA –Nove/ Ku
Normalmente ambiciona-se atingir o Estádio 8, ou seja o estádio de sapiência Poucos são os que hoje o atingem… Tive a sorte de, ao longo da minha vida conhecer algumas pessoas que o atingiram… Porém até hoje só conheci uma pessoa que atingiu o estádio 9… A minha Avó Materna que aos 94 anos decidiu por sua vontade, com serenidade e sem mágoa retornar ao Infinito, com a sensação de uma vida plenamente vivida. (C) José Patrão, 2006

28 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – Zero
Este toda a gente conhece… e fosse o que fosse que eu escrevesse ou desenhasse deixava de ser zero… De qualquer em Mokusu, ou mesmo durante o Kumite, tentamos por vezes atingir esse estádio ao qual os Japoneses chamam Mu-Shin… (C) José Patrão, 2006

29 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA: 1 a 10
TENSHINGOSO 1 – Taikyoku – o Nada Grávido 2 – Yin e Yang 3 – Matéria, mente, espírito 4 – A Estrutura da Matéria e da Vida 5 – Vibrações e ondas (mundo do Ki) 6 – Nascimento da Vida 7 – Humanidade (espírito da Terra) 8 – Espiritualidade, o Infinito 9 – Retorno à origem 0 – O ovo, a semente inactiva SURYANAMASCAR Mostrar como duas coreografias rituais, ou kata’s – 1 com 6000 anos ou mais, outra com menos de 50 anos – exprimem os mesmos princípios PROPOR AO PÚBLICO QUE FAÇA AGORA A TENSHINGOSO e que procure sentir com todos os sentidos e com a imaginação as cinco transmutações do som A-E-I-O-U e os dez estádios da evolução. Exemplificar primeiro… Falar depois de como esta evolução pode traduzir também a evolução do ser humano… 1 - Taikyoku é o ovo fertilizado ainda antes da primeira divisão celular 2 – Primeira divisão do ovo em 2 células, divisão em Interior e Exterior 3 – No embrião define-se a cabeça, o tronco e os membros 4 – Definem-se os órgãos e sistemas fundamentais 5 – Activa-se a circulação do Ki pelos Chakras e Meridianos 6 – Nascimento e crescimento (infância, puberdade, juventude) 7 – Idade Adulta, materialização e concretização 8 – Espiritualização 9 – Velhice e decadência 0 – Retorno ao Zero/Infinito (C) José Patrão, 2006

30 Ecos de Mon TRADIÇÃO ÚNICA – A NOVA FÍSICA
E no presente mais recente? Haverá Hoje Ecos de Mon semelhantes aos do passado? A Resposta é sim! A chamada Nova Física (que hoje já se aprende na escola secundária) demonstra a: Unidade/Dualidade matéria-energia: E = mc2 Unidade/Dualidade espaço-tempo: (x, y, z, ct) Unidade/Dualidade onda-partícula:  = h / mv Com a teoria da relatividade restrita (1905 expandida em 1915 para incluir o campo gravitacional) Albert Einstein viu a matéria e a energia como duas faces de uma realidade una na célebre equação: E = mc2 Hiroshima 1 das “experiências” mais destrutivas do Século XX provou q a sua teoria permitia descrever a realidade de forma + correcta que as anteriores. Na mesma teoria Einstein propôs que o tempo e espaço não são entidades separadas mas sim um continuum a que chamou espaço-tempo. No espaço que os nossos sentidos percebem, ou seja, a 3 dimensões, bastam 3 coordenadas para localizar um objecto: x, y, z ou latitude, longitude e altitude. Hoje os carros mais modernos usam esse conceito usando um GPS! Mas se o nosso carro fosse uma nave movendo-se a uma velocidade extraordinária (próxima dos km/s da velocidade da luz no vácuo) para quem nos observasse da Terra já não bastariam essas 3 dimensões para nos localizar no espaço. Faltaria sim uma quarta dimensão o tempo ct. Assim, no espaço-tempo de Einstein para localizarmos com rigor um corpo viajando a grande velocidade no espaço precisamos de 4 coordenadas: x, y, z e ct A primeira viagem dos astronautas à órbita da Lua provou que Einstein tinha +1x razão: à chegada, o relógio dos astronautas estava cerca de 1 segundo atrasado em relação a outro exactamente igual que tinha permanecido na Terra. Finalmente a Dualidade onda-partícula enunciada em 1924 por Louis de Broglie: Todos os corpos têm carácter dual de ondas e de partículas. À medida que a massa de um corpo ou a sua velocidade aumentam, diminui consideravelmente o comprimento de onda. Todos os corpos macroscópicos (incluindo o nosso próprio corpo) têm associado um comprimento de onda. Porém quando a massa é grande o comprimento de onda é desprezível. Porém não nulo. Experiências físicas como a experiência de fazer passar electrões por uma dupla fenda. (C) José Patrão, 2006

31 Ecos de Mon A ÉTICA UNIVERSAL
Funakoshi Sensei, num dos seus 20 princípios diz: Tudo começa com Rei e termina com Rei Antes de terminar gostaria de fazer a transição para a palestra seguinte Trazendo-lhes alguns Ecos daquilo a que eu chamaria a Ética Universal Funakoshi Sensei, num dos seus 20 princípios diz Tudo começa com Rei e termina com Rei Antes de terminar gostaria de fazer a transição para a palestra seguinte (onde se vai fazer um paralelo entre a Cavalaria Ocidental e a Cavalaria Oriental) deixando-lhes a minha opinião, esta baseada unicamente na minha experiência de vida pessoal, dizendo-lhes que também neste Domínio existe uma Ética Universal… (C) José Patrão, 2006

32 Ecos de Mon O CAMINHO O Chinês – Lao Tzu – escreveu, num pequeno livro que falava de um Caminho Perfeito – Tao Te Ching – 53 belíssimos ecos do mundo de Mon. Escutemos um pouco: “Ninguém se aguenta muito tempo em bicos de pés. Quem estica muito as pernas não consegue caminhar. Assim, aquele que se expõe não brilhará e o que defende os seus pontos de vista sem cortesia não será distinguido. Aquele que se vangloria não verá reconhecidos os seus méritos e ao vaidoso não será reconhecida superioridade. Tais atitudes, sob o ponto de vista do Tao, são como restos de comida, ou como tumores no corpo, de quem ninguém gosta. Assim, aqueles que seguem a senda do Tao não as adoptam, nem as permitem.” (C) José Patrão, 2006

33 Ecos de Mon A VOZ DO ÍNDIO
Em 1854 o grande chefe Seattle resolveu dizer ao Presidente Franklin Pierce dos EUA (hoje um desconhecido) o que Mon lhe segredara ao ouvido sobre o Homem e a Natureza: Isto sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem pertence à terra. Isto sabemos: tudo está ligado, como o sangue que une uma família. Tudo está ligado: tudo o que acontece à terra acontecerá aos filhos da terra. O homem não teceu a rede da vida, ele é só um dos seus fios. Aquilo que ele fizer à rede da vida ele o faz a si próprio. (C) José Patrão, 2006

34 Ecos de mon A VOZ DO SAMURAI
O maior de todos os samurais – Miyamoto Musashi – depois de ter vencido todos os 60 duelos em que se envolveu, tentou escrever, aos sessenta anos, alguns ecos de Mon que o seu instinto escutara: O olhar deve ser grande e vasto. Há duas formas de olhar “percepção e fixação". A percepção é forte a fixação é fraca. Na estratégia de combate é importante ver as coisas distantes como se estivessem próximas e ter uma visão distanciada das coisas próximas. Na estratégia de combate é importante conhecer a arma do adversário e não se deixar distrair por movimentos insignifi- cantes. Deve estudar isto. O tipo de olhar é o mesmo seja em combate individual seja em estratégia de larga-escala. É necessário ver bem para ambos os lados sem mexer os olhos. Esta capacidade não se aprende depressa. (C) José Patrão, 2006

35 Ecos de Mon A VOZ DA SELVA
Do coração da Selva Africana, o inglês Kipling ecoou o mesmo desafio com um poema mais longo, mas igualmente maravilhoso: Se consegues manter a calma, quando todos em teu redor já a perderam e por isso te censuram. Se sabes acreditar em ti próprio quando todos de ti duvidam e mesmo assim aceitas a sua dúvida. Se sabes sonhar sem te tornares escravo dos teus sonhos. Se sabes pensar mas sem que pensar se torne o teu objectivo. Se sabes enfrentar o triunfo e a desgraça tratando esses dois impostores da mesma forma. Se suportas ouvir as verdades que disseste distorcidas por vendilhões que fazem delas armadilhas para ingénuos. Ou, vendo destruídas as coisas pelas quais deste a tua vida, recomeçar tudo de novo com ferramentas gastas. (C) José Patrão, 2006

36 Ecos de Mon A VOZ DA SELVA
Se és capaz de empilhar todas as tuas vitórias e arriscar tudo numa cara ou coroa e, perdendo, começares tudo de novo, sem um queixume que seja por teres perdido. Se consegues forçar o teu coração e os nervos e os músculos a servir o teu objectivo até que já nada mais reste do que a vontade que lhes diz: “prossigam!” Se consegues falar para multidões mantendo a tua virtude. Ou caminhar com reis sem perderes a tua simplicidade. Se nem amigos nem inimigos conseguem ofender-te. Se todos os homens podem contar contigo… mas nenhum em demasia. Se consegues preencher cada irrecuperável minuto com sessenta segundos da tua caminhada de longo curso. Tua é a Terra e tudo o que ela encerra. E, o que é mais… Serás um Homem, meu filho. (C) José Patrão, 2006

37 Ecos de Mon AHIMSA Mahatma Gandhi também escutou maravilhosos ecos de Mon e praticou-os uma vida inteira: “A não violência (Ahimsa) não consiste em abster-se de toda a espécie de combates reais perante a maldade. Pelo contrário vejo na não-violência uma forma de luta bem mais eficaz do que a mera Lei de Talião.” (C) José Patrão, 2006

38 Ecos de Mon O AMOR Finalmente – Jesus de Nazaré – um dos maiores Guerreiros da Paz do nosso mundo, fez ecoar no Sermão da Montanha as seguintes palavras: Olhai os Lírios do Campo… Eles não porfiam nem tecem… E todavia, nem Salomão, em toda a sua imensa glória, se vestiu jamais como um deles! E ensinou ao Mundo o mais simples e poderoso dos ensinamentos: Ama o teu próximo como a ti mesmo! (C) José Patrão, 2006

39 Ecos de Mon Conclusão - O Desafio
Os ecos de Mon dizem: “Quando um jovem quer ser Guerreiro, há que pô-lo à prova”. Os testes, porém, variam de lugar para lugar: Que lute sem parar com cada um dos outros Guerreiros! Que arranque duas penas da cauda de uma águia! Porém mais difíceis dos desafios, não são os que duram um dia, ou um mês, mas sim uma Vida Inteira, como estes três que foram ecoados pelo Grande Guerreiro Funakoshi: “Nunca vás contra a natureza!” “Até um verme com 2 cm tem uma alminha de 1 cm.” “O Caminho, quem o seguirá bem e com rectidão?” (C) José Patrão, 2006


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