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Literatura Prof. Henrique

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Apresentação em tema: "Literatura Prof. Henrique"— Transcrição da apresentação:

1 Literatura Prof. Henrique
Modernismo: Brasil 1ª geração

2 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: SP, anos 20 Modernização e atraso: Cidade moderna: Indústria, automóvel, amplas avenidas, parques e urbanização europeia ...massas operárias, imigração italiana, pobreza

3 Modernismo-Brasil -1ª geração
Paredão do Piques, por volta de Construções de caráter colonial

4 Modernismo-Brasil -1ª geração
Avenida Paulista, 1902: área alta da cidade para a moraria da elite: Fuga das enchentes e das doenças das várzeas dos rios

5 Modernismo-Brasil -1ª geração
Rua Direira, 1916, centro acanhado mas já com estilo francês

6 Modernismo-Brasil -1ª geração
Estação da Luz em 1905 : estilo inglês, parque da Luz ao lado, início da modernização

7 Modernismo-Brasil -1ª geração
Parque D. Pedro, anos 20 : parques ao estilo inglês

8 Modernismo-Brasil -1ª geração
Avenida Paulista, anos 20: casarões mostram o poder do café: cidade moderna

9 Modernismo-Brasil -1ª geração
Vale do Anhangabaú, 1923, com o Teatro Municipal ao fundo e o viaduto do Chá

10 Modernismo-Brasil -1ª geração
Vale do Itororó, atual av. 23 de maio: bairros afastados do centro: Operariado e pobreza

11 Modernismo-Brasil -1ª geração
Construção do edifício Martinelli, anos 20: o primeiro arranha-céu de SP ficaria pronto em 1929

12 Modernismo-Brasil -1ª geração
Edifício Martinelli nos dias de hoje

13 Modernismo-Brasil -1ª geração
Edifício Martinelli terraços luxuosos

14 Modernismo-Brasil -1ª geração
Edifício Martinelli nos dias de hoje: O primeiro arranha-céu é hoje um anão...

15 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: SP, anos 20 Modernização e atraso: Cidade moderna: A modernização econômica estava associada uma ampla reforma urbana e a um crescimento populacional imenso.

16 Modernismo-Brasil -1ª geração
Italianos na Hospedaria dos Imigrantes, final do XIX

17 Modernismo-Brasil -1ª geração
Crescimento populacional de SP

18 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Semana de Arte Moderna : influências vanguardas estéticas : novas linguagens para a Arte crise da República Velha: capitalismo industrial crescente alterando a República e o poder da elite paulista, com novos grupos sociais em ascensão Tenentismo, movimento operário, classes médias

19 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Semana de Arte Moderna : antecedentes 1912. Oswald de Andrade retorna da Europa: “estamos atrasados cinquenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno Parnasianismo”. 1913. Lasar Segall, pintor lituano, realiza “a primeira exposição de pintura não acadêmica em nosso país 1914. Primeira exposição de pintura de Anita Malfatti, que retorna da Europa trazendo influências pós-impressionistas. Lasar Segall – navio de imigrantes-1939

20 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Semana de Arte Moderna : antecedentes 1912. Oswald de Andrade retorna da Europa: “estamos atrasados cinquenta anos em cultura, chafurdados ainda em pleno Parnasianismo”. 1913. Lasar Segall, pintor lituano, realiza “a primeira exposição de pintura não acadêmica em nosso país 1914. Primeira exposição de pintura de Anita Malfatti, que retorna da Europa trazendo influências pós-impressionistas. Anita Malfatti – A Estudante 1915

21 Modernismo-Brasil -1ª geração
"Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura… Se Anita retrata uma senhora com cabelos geometricamente verdes e amarelos, ela se deixou influenciar pela extravagância de Picasso e companhia - a tal chamada arte moderna..". Monteiro Lobato "Assisti bem de perto essa luta sagrada e palavra que considero a vida artística de Anita Malfatti um desses dramas pesados que o isolamento dos indivíduos apaga para sempre feito segredo mortal.O povo passa, povo olha o quadro e tudo neste mostra vontade e calma bem definidas.O povo segue seu caminho depois de ter aplaudido a obra boa sem saber que poder de miserinhas cotidianas maiores que o Pão de Açúcar aquela artista bebeu diariamente com o café da manhã" Mário de Andrade. Anita Malfatti – A Boba 1916

22 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Semana de Arte Moderna : antecedentes 1917. Publicação de Há uma gota de sangue em cada poema; livro de poemas de Mário de Andrade, que utilizou o pseudônimo Mário Sobral para assinar essa obra pacifista, protestando contra a Primeira Guerra Mundial. Publicação de Moisés e Juca Mulato, poemas regionalistas de Menotti Del Pichia, que conseguem sucesso junto ao público. Publicação de A cinza das horas, de Manuel Bandeira. Segunda exposição de Anita Malfatti, exibindo quadros expressionistas, criticados com dureza por Monteiro Lobato, no artigo “Paranoia ou mistificação?”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, Esse artigo é considerado o “estopim” de nosso modernismo, já que provocou a união dos jovens artistas, levando-os a discutir a necessidade de divulgar coletivamente o movimento

23 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Semana de Arte Moderna : antecedentes 1921. Banquete no Palácio Trianon, em homenagem ao lançamento de As máscaras, de Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade faz um discurso, afirmando a chegada da revolução modernista em nosso país. 1922. presidente do estado de São Paulo, da época, Dr. Washington Luís apoiou o movimento, especialmente através de René Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro, Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista. Participaram da Semana : Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa- Lobos, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti.

24 Modernismo-Brasil -1ª geração
13 de fevereiro (Segunda-feira) - abertura oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Teatro Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa calma neste dia. 15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novais era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados, iniciativa aplaudida pelo público. Mas a "atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e confundem com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos de Manuel Bandeira, o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em algazarra. 17 de fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Cartaz da Semana, desenhado por Di Cavalcanti

25 Modernismo-Brasil -1ª geração
Victor Brecheret– túmulo da família Penteado, Cemitério da Consolação, SP Di Cavalcanti – O Samba, 1928

26 Modernismo-Brasil -1ª geração
Victor Brecheret– monumento às Bandeiras

27 Modernismo-Brasil -1ª geração
Revista Klaxon – maio de 22 a janeiro de 23

28 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Escritor, músico,crítico de arte Professor de piano no Conservatório de São Paulo 1917: “Há uma gota de sangue em cada poema” : Influência da poesia francesa simbolista Viagens ao interior do Brasil: Estudos pioneiros sobre o Barroco em MG Um dos fundadores do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Participou da fundação da USP, embora não tenha sido dela professor 1945: morte por enfarto, como era contrário à ditadura Vargas, não houve manifestação oficial do governo

29 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Apenas 50 anos após a morte do escritor a questão da sexualidade de Mário de Andrade foi abordada em livro por Moacir Werneck de Castro, que referiu que na sua roda de amigos não se suspeitava que fosse homossexual, "supunhamos que fosse casto ou que tivesse amores secretos. Se era ou não, isso não afeta a sua obra, nem seu caráter" E só em 1990, o seu amigo António Cândido se referiu diretamente ao assunto: "O Mário de Andrade era um caso muito complicado, era um bissexual, provavelmente". Oswald de Andrade ironizou que Mário se "parecia com Oscar Wilde por detrás" e referia-se a ele como "Miss São Paulo". No entanto, persiste fortemente nos meios acadêmicos um "silêncio" sobre o assunto, como se a discussão sobre a sexualidade do "pai" da cultura brasileira pudesse “manchar” o patrimônio intelectual brasileiro Pintura de Mário de Andrade por Anitta Malfatti

30 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 "prefácio interessantíssimo" é o prefácio de Mário de Andrade ao seu próprio livro Pauliceia Desvairada, texto teórico principal do Modernismo "está fundado o Desvairismo“ : Arte = programa poético sério mas ao mesmo tempo, irreverente. Polêmico, sem perder a sensibilidade estética. Destruidor, sem ser agressivo "escrever arte moderna não significa jamais para mim representar a vida atual no que tem de exterior: automóveis, cinema, asfalto.“ : luta por uma expressão nova, por uma expressão que não esteja agarrada a formas do passado. Influência do Futurismo, mas sem ser adepto de Marinetti "A língua brasileira é das mais ricas e sonoras". Para reforçar esta ideia do brasileiro como língua, grafa propositadamente a ortografia de modo a ficar com o sotaque brasileiro. Assim aparece muitas vezes neste manifesto "si" em vez de "se”: reação aos poetas parnasianos e ao purismo da língua Polifonia e de Liberdade. "Arroubos… Lutas… Setas… Cantigas… povoar!" (trecho da poesia Tietê) Estas palavras não se ligam. Não formam enumeração. Cada uma é frase, período elíptico, reduzido ao mínimo telegráfico".

31 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada,1922: "prefácio interessantíssimo" Leitor:  Está fundado o Desvairismo.  Este prefácio, apesar de interessante, inútil.  Alguns dados. Nem todos. Sem conclusões. Para quem me aceita são inúteis ambos. Os curiosos terão o prazer em descobrir minhas conclusões, confrontando obra e dados. Para que me rejeita trabalho perdido explicar o que, antes de ler, já não aceitou.  Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo que meu inconsciente me grita. Penso depois: não só para corrigir, como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste Prefácio Interessantíssimo.  Aliás muito difícil nesta prosa saber onde termina a blague, onde principia a seriedade. Nem eu sei.  E desculpem-me por estar tão atrasado dos movimentos artísticos atuais. Sou passadista, confesso. Ninguém pode se libertar duma só vez das teorias-avós que bebeu; e o autor deste livro seria hipócrita si pretendesse representar orientação moderna que ainda não compreende bem.

32 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada,1922: "prefácio interessantíssimo"   Não sou futurista (de Marinetti). Disse e repito-o. Tenho pontos de contacto com o futurismo. Oswald de Andrade, chamando-me de futurista, errou. A culpa é minha. Sabia da existência do artigo e deixei que saísse. Tal foi o escândalo, que desejei a morte do mundo. Era vaidoso. Quis sair da obscuridade. Hoje tenho orgulho. Não me pesaria reentrar na obscuridade. Pensei que se discutiram minhas idéias (que nem são minhas): discutiram minhas intenções. Já agora não me calo. Tanto ridicularizaram meu silêncio como esta grita. Andarei a vida de braços no ar, como indiferente de Watteau.   Um pouco de teoria? Acredito que o lirismo, nascido no subconsciente, acrisolado num pensamento claro ou confuso, cria frases que são versos inteiros, sem prejuízo de medir tantas sílabas, com acentuação determinada. A inspiração é fugaz, violenta. Qualquer impecilho a perturba e mesmo emudece. (...)

33 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada,1922: "prefácio interessantíssimo" (...) Pronomes? Escrevo brasileiro. Si uso ortografia portuguesa é porque, não alterando o resultado, dá-me uma ortografia. Escrever arte moderna não significa jamais para mim representar a vida atual no que tem de exterior: automóveis, cinema, asfalto. Si estas palavras freqüentam-me o livro é porque pense com elas escrever moderna, mas porque sendo meu livro moderno, elas têm nele sua razão de ser.   Mas todo este prefácio, com todo a disparate das teorias que contém, não vale coisíssima nenhuma. Quando escrevi "Paulicéia Desvairada" não pensei em nada disto. Garanto porém que chorei, que cantei, que ri, que berrei... Eu vivo!  

34 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada,1922: "prefácio interessantíssimo"  Aliás versos não se escrevem para leitura de olhos mudos. Versos cantam-se, urram- se, choram-se Quem não souber cantar não leia Paisagem nº 1. Quem não souber urrar não leia Ode ao Burguês. Quem não souber rezar, não leia Religião. Desprezar: A Escalada. Sofre: Colloque Sentimental. Perdoar: a cantiga do berço, um dos solos de Minha Loucura, das Enfibraturas do Ipiranga. Não continuo. Repugna-me dar a chave de meu livro. Quem for como eu tem essa chave. E está acabada a escola poética "Desvairismo". Próximo livro fundarei outra. E não quero discípulos. Em arte: escola=imbecilidade de muitos para vaidade dum só. Poderia ter citado Gorch Fock. Evitava o Prefácio Interessantíssimo. "Toda canção de liberdade vem do cárcere".

35 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 Grande personagem : São Paulo Ao contrário dos futuristas europeus que celebram sem hesitar a cidade, a urbanização, as máquinas e a tecnologia em geral, Mário se interroga sobre o significado desta nova metrópole o valor do novo, o efeito espetacular da industrialização, o papel empreendedor dos imigrantes, a democratização da vida urbana....mas... São Paulo é a cidade impassível e quase cruel que assiste sem derramar uma gota de lágrima à vida dura dos seus habitantes, uma cidade que apaga de forma violenta seu passado, sua cultura ancestral, suas raízes:

36 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 Passado e futuro : tensão: “Aos aplausos do esfuziante clown, / heróico sucessor da raça dos bandeirantes, / passa galhardo um filho de imigrante, / loiramente domando um automóvel!”. São Paulo = metáfora contínua do arlequim e do uso imoderado do neologismo arlequinal. O arlequim é o que restou da antiga elite que um dia teve grandeza e audácia. É o clown (o palhaço) que mistura ironia e tristeza na tentativa de entendimento de um mundo em mudança acelerada: “As primaveras de sarcasmo / intermitentes no meu coração arlequinal...”, diz o poeta expressando o seu estado de ânimo frente às mudanças. traje do arlequim com seus losangos, seu contraste de cores, parece representar a dualidade de uma metrópole feita de “cinza e ouro”, de “luz e bruma”, de tradição e ruptura, do velho e do novo.

37 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 Muitos dos poemas de Paulicéia captam este paradoxo: Ora o poeta afirma que esta cidade nova, que velozmente se modifica : “comoção de minha vida”; ora ele a vê como a “grande boca de mil dentes...” pronta a devorar os seus antigos senhores, em parte lamentando a perda da identidade cultural da cidade em acelerada industrialização, ora ele ressalta que a sua cidade é capaz de incorporar e sintetizar todas as etnias e todas as classes: “Costureirinha (...) ítalo-franco-luso-brasílico-saxônica, / gosto dos teus ardores crepusculares, / crepusculares e por isso mais ardentes, / bandeirantemente!” .

38 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 buscar a alma de São Paulo através da bruma, da garoa, do cinzento e do enevoado, esforçando-se em registrar o frêmito das ruas e a criação da riqueza, como neste excerto de Paisagem n.4: Os caminhões rodando, as carroças rodando, rápidas as ruas se desenrolando, rumor surdo e rouco, estrépitos, estalidos... E o largo coro de ouro das sacas de café!... (...) Oh! este orgulho máximo de ser paulistanamente!!!

39 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 Crítica da burguesia paulistana – Poema Ode ao Burguês Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos; e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os "Printemps" com as unhas! ...

40 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 Crítica da burguesia paulistana – Poema Ode ao Burguês Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros! Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Mas à chuva dos rosais o èxtase fará sempre Sol! Morte à gordura! Morte às adiposidades cerebrais! Morte ao burguês-mensal! ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano! "–Ai, filha, que te darei pelos teus anos? –Um colar... –Conto e quinhentos!!! Mas nós morremos de fome!"

41 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 Crítica da burguesia paulistana – Poema Ode ao Burguês Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais! Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares! Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, sempiternamente as mesmices convencionais!

42 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:poesia; Pauliceia desvairada, 1922 Crítica da burguesia paulistana – Poema Ode ao Burguês De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! Dois a dois! Primeira posição! Marcha! Todos para a Central do meu rancor inebriante Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! Morte ao burguês de giolhos, cheirando religião e que não crê em Deus! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! Ódio fundamento, sem perdão! Fora! Fu! Fora o bom burgês!...  

43 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:prosa; Macunaíma, 1928 livro é uma "história de busca" e se compõe de dois grandes movimentos: No primeiro, temos a "situação inicial", onde são apresentados o herói Macunaíma, sua mãe e seus irmãos, Maanape e Jiguê, índios tapanhumas, vivendo às margens do mítico rio Uraricoera. A situação inicial é rompida com a morte da mãe e a partida dos três irmãos, que abandonam terra natal em busca de aventuras. Macunaíma encontra Ci, Mãe do Mato, rainha das Icamiabas, tribo de amazonas. Depois de dominá-la (com a ajuda dos irmãos), faz dela sua mulher, tonando-se assim imperador do Mato Virgem. Mas quando tem um filho e esse morre, Ci morre também e é transformada em estrela. Antes de morrer dá a Macunaíma um amuleto, a muiraquitã (pedra verde em forma de sapo), que ele perde e que vai parar nas mãos do mascate peruano Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piaimã, comedor de gente. Como o gigante mora em São Paulo, chamada de cidade macota do igarapé Tietê, Macunaíma e seus irmãos descem no rio Araguaia e vão para lá, na tentativa de recuperar a muiraquitã.

44 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:prosa; Macunaíma, 1928     A maior parte do livro se passa em São Paulo, e é constituída pelos diversos embates de Macunaíma com Venceslau Pietro Pietra, embates entremeados pela sátira deliciosa de aspectos da vida paulistana (e brasileira). No final desse primeiro movimento Macunaíma consegue matar o gigante e recuperar o amuleto, partindo de volta para o Uraricoera.       O segundo movimento relata o antagonismo entre Macunaíma e Vei, a deusa-sol, que a certa altura da narrativa oferecera ao herói uma das suas três filhas em casamento. Macunaíma, entretanto, ao se ver sozinho na jangada de Vei, sai a passeio, encontra uma varina portuguesa e põe-se a namorá-la, perdendo assim a possibilidade de casamento e aliança com Vei. Trata-se, como o próprio Mário de Andrade explicou, de uma alegoria dos destinos do Brasil, que abandonara as possibilidades de construir uma grande civilização tropical (baseada na aliança solar) e enveredou pelos caminhos europeus. Ao fim da narrativa, vem a vingança de Vei: ela manda um forte calor, que estimula a sensualidade do herói e o lança nos braços de uma uiara traiçoeira, a qual o mutila e faz com que ele perca de novo – dessa vez irremediavelmente – a muiraquitã.

45 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:prosa; Macunaíma, 1928 Enredo ? Rapsódia: Movimento musical o livro não apresenta coerência no que se refere ao tempo, ao lugar, a ação e as personagens. Não existe lógica em qualquer uma destas quatro partes do romance tradicional –desconstrução do romance no movimento modernista “Macunaíma chega a São Paulo quando o Brasil é uma republica, mas durante as suas correrias encontra João Ramalho dos primórdios da fundação de Santo André da Borba do Campo, conversa com Maria Pereira que está viva ainda hoje e amofumbada num grotão da beira do São Francisco, desde o tempo da invasão holandesa; convida Bartolomeu de Gusmão para viajar com ele no dorso de um tuiuiú, e o padre voador, que morreu na Espanha, está caminhando e suando num areal do Maranhão" (Cavalcanti Proença, in Roteiro de Macunaíma).

46 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:prosa; Macunaíma, 1928 Forma: língua falada brasileira é valorizada em expressões, concordâncias, regências e colocação pronominal consideradas “erradas” pela gramática normativa:       "– Meu avo, dá caça pra mim comer?"       "– Tu não é mais curumi, rapaiz, tu não é mais curumi não... Gente grande que faiz isso...       "Maanape deu as garrafas pra Venceslau Pietro Pietra, um naco de fumo do Acará pra caapora e o casal esqueceram que havia mundo"     "– Me acudam que sinão eu mato! me acudam que sinão eu mato!" (Mac. 28)

47 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:prosa; Macunaíma, 1928 Heroi sem nenhum caráter: "No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia, tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.“ Em meio a suas andanças, Macunaíma fica branco... Brasileiro: povo de caráter multiétnico, com possibilidades de grandes atos de solidariedade para pouco depois ser extremamente egoísta e enganador

48 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:prosa; Amar, Verbo Intransitivo, 1927 teoria freudiana como embasamento da trama: Mário de Andrade foi um dos primeiros leitores de Freud no Brasil iniciação sexual do protagonista, Carlos Alberto. Seu pai, Sousa Costa, preocupado em prepará-lo para a vida, contrata uma profissional para isso, Fräulein Elza, alemã. Oficialmente, ela entra no lar burguês de Higienópolis para ser governanta e ensinar alemão aos quatro filhos do casal Sousa Costa-D. Laura O disfarce, hipócrita, de Fräulein ser na aparência governanta e na verdade iniciadora do amor, revela toda a complexidade em que a sexualidade humana está mergulhada (as teorias freudianas). Há aqui todo um jogo de querer e esconder, negar e afirmar, que vai perpassar a relação que Elza estabelecerá naquela casa. Críticas à família burguesa : sexo é a base desta família, mas deve ser escondido

49 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:prosa; Amar, Verbo Intransitivo, 1927 Revelando a sexualidade humana a atração entre os dois mostra-se mergulhada num jogo de avanços e recuos, de desejos e de medos: recalques. Os toques de Fräulein tornam-se cada vez mais constantes. A tensão torna- se máxima quando o menino masturba-se inspirado na professora episódio descrito de forma extremamente indireta, cuja intenção do narrador é, além de evitar o escândalo de ser claro em aspecto tão delicado , mostrar como a questão está problemática na cabeça de Carlos. Tanto é que pouco após esse episódio, há a menção a anjos lavando com esponja santa o pecado que acabara de ser cometido. Essa noção de prazer e pecado, de o instinto desejar algo, mas a educação e a formação religiosa marcarem isso como condenável, é outro elemento muito analisado por Freud: culpa

50 Modernismo-Brasil -1ª geração
Mário de Andrade: ( ) Obra:prosa; Amar, Verbo Intransitivo, 1927 Fräulein Elsa envolve-se com Carlos até se tornarem de fato, mais do que meros iniciador-iniciado, amantes. O pai flagra os dois no quarto num momento de sexo... Porém o “flagra” foi intencionalmente marcada entre o pai, Sousa Costa e ela mesma, pois ela quer uma separação de Carlos, pois seu objetivo é o dinheiro para voltar a Alemanha. Os dois separam-se. Ela consegue emprego em outra casa da burguesia de Higienópolis Encontram-se casualmente num Carnaval: trocam olhares; mas Carlos a encara friamente, pois está flertando com outra garota. Fräulein fica triste por ter perdido para sempre esse amor, mas ao mesmo satisfeita por ter participado do amadurecimento de mais esse homem.. Amar é verbo intransitivo = não importa quem, mas como um impulso, deve ser consumado

51 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

52 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

53 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

54 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

55 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

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Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

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Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

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Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

59 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

60 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

61 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

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Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

63 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

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Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

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Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

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Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

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Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

68 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

69 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

70 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria

71 Modernismo-Brasil -1ª geração
Contexto Histórico: Ruptura: Impossível definir o Modernismo Final do XIX, início do XX: Rupturas intelectuais Freud: inconsciente Marx: opressão Einstein: redefinição da matéria


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