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5. – Noções básicas sobre a Bíblia

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Apresentação em tema: "5. – Noções básicas sobre a Bíblia"— Transcrição da apresentação:

1 5. – Noções básicas sobre a Bíblia
Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço

2 5ª sessão – Noções básicas sobre a Bíblia
Sumário: Generalidades sobre a Bíblia 1.1. – A Bíblia 1.2 – O seu nome 1.3 – Algumas generalidades 1.4 - Curiosidades sobre a Bíblia Inspiração, Verdade e inerrância 2.1 – A Bíblia e a Inspiração A Verdade bíblica e os erros na Bíblia 2.3 – A Dei verbum nº 11 Divisão da Bíblia e canonicidade 3.1 - O Antigo e o Novo Testamento 3.2 – O cânone bíblico 3.3 – Algumas notas gerais sobre os livros 3.4 – As divisões em capítulos e versículos Os géneros literários As língua da Bíblia, manuscritos e traduções 5.1 – As línguas bíblicas 5.2 – Manuscritos e Traduções 5.3 – Uma cilada: a Bíblia das T.J. A Interpretação, Crítica e a leitura da Bíblia 6.1 – A Interpretação bíblica e a Crítica bíblica 6.2 – O contributo da Arqueologia e das disciplinas não literárias 6.3 – A leitura de um texto 6.4 – A leitura de fé Bibliografia recomendada (E.F.C. 5)

3 1. Generalidades sobre a Bíblia

4 1.1 – A Bíblia «É um determinado conjunto de escritos, judeus e cristãos, de finalidade religiosa, compostos por diversos autores em diferentes géneros literários ao longo de mais de mil anos e que tiveram, sobretudo a partir do cristianismo, uma influência decisiva na chamada civilização ocidental». A. Calvo /A. Ruiz, Para conhecer a Cristologia «É um conjunto de livros, escritos por inspiração de Deus, através dos quais Deus Se revela a Si mesmo e nos revela o Seu projecto de amor e salvação acerca do homem e da humanidade». Américo Veiga, Por que sou cristão? A sua importância deriva de duas razões fundamentais: 1ª - Razão religiosa: mais de 1/3 da humanidade actual (cristãos e judeus) vê na Bíblia um conjunto de livros que de alguma maneira contem a «palavra de Deus»; e por isso a veneram, lêem e estudam, e tiram ensinamentos para a vida. É um livro de fé feito por homens de fé para homens de fé; 2ª - Razão cultural: é um documento indispensável para compreender a raiz da cultura, do desenvolvimento, da história de grande número de países, influenciando a moral, a arte, a política, a economia, as festas, a alimentação, etc. Concretamente chama-se à civilização ocidental a civilização cristã. Com tantos livros interessantes para ler e estudar, por que será importante ler a Bíblia?

5 1.2 – O seu nome ORIGEM E EVOLUÇÃO DO NOME«BÍBLIA» NOMES DA «BÍBLIA»
Do grego (grego koiné ou comum) «biblos» (Βιβλος)= folha de papiro preparada para a escrita, rolo, rolo de papiro, livro; [Biblos era o nome que os gregos davam a uma cidade portuária fenícia (actual Líbano), que exportava o biblos (importavam o papiro do Egipto e preparavam-no para a escrita), onde se diz (embora não seja certo) que se coseram pela primeira vez cadernos de folhas escritas]. O diminutivo de biblos era biblion = rolo pequeno de papiro ou livrinho; e o plural de biblion era biblía = livrinhos; Com a evolução do grego, biblion e biblía perdem o seu valor diminutivo, em favor do seu valor normal; biblía = livros, colecção de livros santos, os livros (santos)… No latim clássico, o plural ta biblia, passa a ser um nome singular feminino e assim passou às línguas modernas; daí o italiano bibbia, o bibel em alemão, o francês bible, o português Bíblia, etc. Em resumo: Bíblia significa «os livros»; mais do que um livro, é uma BIBLIOTECA que contem os livros diferentes de todos, os livros por excelência; o facto de os livros serem perfeitamente harmónicos entre si, unidos pela fé, facilitou a passagem do plural no grego para o singular nas línguas modernas. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO NOME«BÍBLIA» Castelo dos Cruzados em Biblos NOMES DA «BÍBLIA» Outros nomes que se dá à Bíblia: «A Escritura» (graphê), «Escrituras», «Sagrada Escritura», nomes utilizados a princípio pelos judeus palestinianos, menos familiarizados com o grego e que usavam rolos de papiro ou pergaminho (por vezes com 7 metros de comprimento); «O Livro», «O Livro dos Livros», «O Livro Sagrado», etc. UTILIZAÇÃO DA PALAVRA «BÍBLIA» Os vocábulos biblia e biblion aparecem na Bíblia (em grego), mas nunca referente à própria Bíblia (exemplo: Jo 21, 25; II Tim 4, 13, etc). É no séc. III que Clemente de Alexandria (por volta do séc.II) começa-se a aplicar a palavra «Bíblia» para se referir ao conjunto dos livros da Sagrada Escritura.

6 1.3 – Algumas generalidades
A Bíblia não é um livro fácil: mas é apaixonante! A Bíblia não caiu do céu! Demorou cerca de 1100 anos a escrever e abarca cerca de 2000 anos de história (excluindo as narrações da pré-história bíblica) A Bíblia nem sequer é um livro: é uma Biblioteca! SÓ MAIS TARDE É QUE SE COMPREENDE: Muitas vezes um sentido de um acontecimento só é revelado mais tarde, só se percebe mais tarde: acontecimentos dispersos vão-se reunindo, recebem um sentido no global. Na Bíblia não interessam muito os acontecimentos em si, não é uma «reportagem em directo»:mas diz-nos o que se descobriu mais tarde sobre esses acontecimentos. O essencial é descobrir Deus por detrás dos acontecimentos. Os acontecimentos importantes são aqueles que deixam marca, que se lhes descobre um sentido: se eu pego num lápis, abro uma porta, são factos que existem, mas não têm qualquer sentido particular. A Bíblia não é um livro de moral: nela temos a realidade do homem em toda a sua realidade! A BÍBLIA: UM «ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS DE FAMÍLIA»: Na Bíblia temos a história de um povo que lentamente foi descobrindo o seu Deus; mais tarde, os cristãos descobrem, pouco a pouco, quem é Jesus. Nela não está tudo como num manual de verdades, mas é como um «álbum de fotografias»… A Bíblia não conta factos em «bruto», mas factos interpretativos: por exemplo, ao descrever um acidente, duas testemunhas podem descrevê-lo de forma diferente, consoante aquilo que lhes mais tocou, aquilo que deram mais atenção… Mas o facto existiu e é o mesmo! É o que se passa, por exemplo, nos Evangelhos.

7 A Bíblia é um livro de recordes! Um exemplar da Bíblia de Gutenberg
1.4 – Curiosidades sobre a Bíblia A Bíblia é um livro de recordes! Foi o primeiro livro a ser impresso: A Bíblia de Gutenberg em 1465 Um dos exemplares da Bíblia impressa por Gutenberg alcançou em 1978 o valor de ,00 € (cerca de 250 mil contos), o mais alto valor para um livro em leilão! Um exemplar da Bíblia de Gutenberg Entre 1815 e 1975 foram vendidos cerca de de exemplares da Bíblia A Bíblia está traduzida em 1800 línguas e dialectos diferentes; porém, há ainda duzentos milhões de pessoas que não têm acesso à Bíblia na sua própria língua. Entre os textos da Antiguidade, a Bíblia é o mais bem documentado: existem cerca de manuscritos antigos do Novo Testamento originários dos primeiros séculos.

8 2. Inspiração, Verdade e inerrância

9 2.1 – A Bíblia e a inspiração
DEUS É O AUTOR PRINCIPAL DE DEUS: A Bíblia é um livro escrito por iniciativa divina; foi Deus que iluminou a inteligência e moveu a vontade dos autores sagrados (hagiógrafos), para escreverem com exactidão a verdade religiosa que Ele desejava ensinar-nos a respeito de Si e da nossa salvação. A Bíblia é o livro de Deus: é uma espécie de carta ou mensagem dirigida com amor a cada um de nós da parte de Deus. A BÍBLIA É PALAVRA DE DEUS NA LÍNGUA DOS HOMENS A BÍBLIA É TAMBÉM O LIVRO DOS HOMENS: foram os homens que escreveram a Bíblia, sob a inspiração de Deus. E fizeram-no limitados a condicionalismos vários: de estilo, de cultura (semita, oriental), de mentalidade, de espaço, de tempo, de raça, etc; por outro lado, servem-se de géneros literários diferentes, como veremos. Assim, os homens são também verdadeiros autores, que escrevem o seu «suor na fronte». INSPIRAÇÃO É um influxo ou auxílio sobrenatural por meio do qual Deus iluminou os autores sagrados para que escrevessem o que Ele queria revelar e não se enganassem na transmissão da mensagem religiosa ou de fé que Ele queria comunicar aos homens. 1º Como ditado 2º Como transmissão da Palavra de Deus 3º Como inspiração Ao longo dos tempos, esta noção não foi estável. DOMENICO GUIRLANDAIO – Florença, 1449 REMBRANDT – Holanda, 1664 CARAVAGGIO, 1602

10 «Sol, detém-te sobre Gabaon!...E o sol deteve-se» (Js 10, 12).
2.2 – A Verdade bíblica e os erros na Bíblia O que interessa na Bíblia não é tanto as histórias, mas a verdade de fé que se pretende ensinar; o que interessa é apercebermo-nos do que Deus nos quis revelar; são estas verdades (muitas vezes sob muita roupagem literária e outras) que são inspiradas por Deus e por isso não podem conter erros; antes falava-se em «inerrância», isto é, dizia-se que se Deus é autor, então não pode haver erros de espécie (porque Ele não Se pode enganar!) alguma inclusive os científicos; o facto é que a Bíblia contem vários erros: ela ensina-nos a «verdade», em ordem à nossa salvação; não existe para ser um livro de ciência, de história, um tratado de moral, ou para satisfazer as nossas curiosidades.. Nela não há erros em relação à fé, mas pode haver (e há) erros científicos, ou de outra ordem, por exemplo… ERROS CIENTÍFICOS: descrevem-se fenómenos de natureza mítica e relatos que contradizem as leis naturais (por ex.: Jos 10, 12 e o caso Galileu)… «Sol, detém-te sobre Gabaon!...E o sol deteve-se» (Js 10, 12). Mas a Bíblia não é um livro de ciência; ela ensina «como se vai para o céu e não como funciona o céu» (Galileu). ERROS HISTÓRICOS: contem inexactidões ao contar factos do passado; contradiz-se em alguns factos nela própria.. Mas a Bíblia não é um livro de História; os escritores escrevem conforme o que sabem na época; deve-se ter em conta os géneros literários (por exemplo, o épico engrandece os factos) ERROS MORAIS: narrações escandalosas, mentiras (por exemplo, de Abraão e Jacob), violações, incesto, orações de vingança, guerras, práticas sociais inaceitáveis (escravidão, submissão da mulher, poligamia…), sacrifícios humanos, prática do herém (passar por fio de espada toda o homem, mulher, criança e animal das terras conquistadas para sacrifício a Deus)…. Mas a Bíblia não é um livro de moral, que nos diz o que se pode fazer ou não! Ela relata a realidade nua e crua de um homem nem sempre bom; por isso muitas coisas estão lá como exemplo a não seguir. A revelação é progressiva: o Antigo Testamento atinge a plenitude apenas no Novo (em Jesus Cristo); Deus é paciente, acompanha os Seus filhos pela mão, é educativo: os filhos também podem aprender com os seus erros!

11 2.3 – A Dei Verbum nº 11 Dei Verbum, nº 11 - A natureza da inspiração e a verdade da Sagrada Escritura 11. As verdades reveladas por Deus, que se encontram escritas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram redigidas sob inspiração do Espírito Santo (cfr. Jo 20, 31; 2 Tim 3, 16; 2Ped 1, 20-21; 3, 15-16). Com efeito, a Santa Mãe Igreja, segundo a fé apostólica, considera como sagrados e canónicos os livros completos do Antigo e do Novo Testamento com todas as suas partes, porque escritos sob inspiração do Espírito Santo, têm Deus por autor e como tais foram confiados à mesma Igreja. Todavia, para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens na posse das suas próprias faculdades e capacidades, para que, agindo neles e por meio deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele queria. Como, portanto, tudo aquilo que os autores inspirados ou hagiógrafos afirmam, deve ter-se como afirmado pelo Espírito Santo, por esse mesmo motivo deve proclamar-se que os livros da Escritura ensinam com certeza, com fidelidade e sem erro, a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas Sagradas Escrituras. Assim, pois, toda a Escritura é inspirada por Deus e adequada para ensinar, refutar, corrigir e educar na justiça, a fim de que o homem de Deus, seja perfeito e esteja pre­parado para toda a obra boa (2 Tm 3, 16-17). Constituição Dogmática sobre a Divina Revelação, Dei verbum, do Concílio Vaticano II

12 3. Divisão da Bíblia e canonicidade

13 3.1 – O Antigo e o Novo Testamento
Mais que um livro, a Bíblia é uma biblioteca. Actualmente a Bíblia edita-se em regra num só volume, mas não é um só livro, é um conjunto de livros reunidos numa mesma encadernação. O motivo que justifica esta união é a própria fé que impregna toda a obra, mas do ponto de vista da estrutura literária, da colocação histórica, dos conteúdos teológicos, apresenta-se variada, múltipla, desigual. Nela encontramos 73 livros, muito diferentes uns dos outros, agrupados em dois grandes conjuntos: o Antigo Testamento (AT) com 46 livros (ou 45 se juntarmos Jeremias e Lamentações) e o Novo Testamento (NT), com 27 livros. Os escritos sagrados dos judeus, anteriores a Cristo, pertencem ao Antigo Testamento, e o redigido pelos primeiros cristãos, depois da morte de Jesus, forma o Novo Testamento. A palavra «Testamento» não tem aqui o sentido que é tradicional na nossa língua; é um decalque da palavra latina testamentum que traduz a palavra hebraica berît e o grego diathéke, que pode significar «pacto», «aliança» ou «testamento». Além disso, os judeus de língua grega utilizavam esta palavra para indicar «o plano que Deus tem para salvar a humanidade». A Bíblia é, assim, um conjunto de livros que nos falam da Aliança que Deus estabeleceu com Israel por meio de Moisés (AT) e que alcançou a sua plenitude em Jesus Cristo, a Nova Aliança (NT). A Bíblia é o Livro da Aliança, é o Livro de Amor que narra o encontro entre duas liberdades. O centro da Aliança, da Bíblia é JESUS CRISTO: tudo aponta para Ele!

14 3.2 – O cânone bíblico CÂNONE BÍBLICO: É o conjunto de todos os escritos que compõem a Bíblia, ou seja, o catálogo completo dos escritos inspirados. Deriva do grego kanon e significa em sentido estrito, «cana», «haste para medir»; em sentido lato, «regra», «norma». Esses livros que fazem parte do cânone (os canónicos) são: regra de fé, isto é, os livros nos quais a Igreja encontra expressa a sua fé; regra de inspiração, isto é, os livros que assinalam o limite até ao qual se estende a inspiração bíblica; o cânone é assim o «catálogo dos livros inspirados. A canonicidade é o reconhecimento, por parte da Igreja, da inspiração divina de um livro. A canonicidade supõe, então, além da inspiração, a declaração oficial, por parte da Igreja, do carácter inspirado de um livro, já que foi à Igreja que Deus confiou o depósito da revelação. Foi no Concílio de Trento (séc. XVI) que se pronunciou definitivamente sobre quais os livros inspirados e canónicos, tendo declarado que são todos os que constam na actual Bíblia católica, e só esses; segundo Trento a canonicidade estende-se a todos os livros do AT e do NT (tanto protocanónicos como deuterocanónicos) e a todas as suas partes. Mas esse já era o consenso desde o final do séc. II. Mas por que é que se escolheram esses livros e só esses e não outros? Quais foram os motivos de canonicidade? A origem apostólica. Consideram-se como canónicos aqueles escritos que surgem dos apóstolos, ou dos seus imediatos colaboradores, ou das comunidades directamente relacionadas com eles. A ortodoxia, isto é, a conformidade destes escritos com a pregação de Cristo, a Sua vida e anúncio. Por isso se rejeitaram os apócrifos. A catolicidade, isto é, o seu uso generalizado em quase todas as Igrejas, segundo testemunha o seu uso litúrgico. Todos estes motivos se resumem ao critério último de canonicidade: a Tradição divino-apostólica, pois «por esta mesma Tradição, a Igreja conhece o Cânone inteiro dos Livros Sagrados » (DV 8), o uso que a Igreja fez desde a época apostólica destes livros.

15 Alguns conceitos introdutórios (no cânone católico):
3.2 – O cânone bíblico Alguns conceitos introdutórios (no cânone católico): LIVROS PROTOCANÓNICOS: aqueles livros sobre os quais a canonicidade não se colocou em causa. LIVROS DEUTEROCANÒNICOS: aqueles livros sobre os quais cuja canonicidade se colocaram dúvidas, mas que chegaram a entrar no cânone (assim, não significa que o seu valor seja inferior aos outros, mas que entraram em segundo lugar no cânone). Esses livros são: No AT: os livros ou as partes de livros escritos em grego. São: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Baruc, Sabedoria, Eclesiástico, partes de Ester (Est 10, 4-16,24) e partes de Daniel ( Dan 3, 24-90; 13-14; No NT: Hebreus, Tiago, Judas, 2 Pedro, 2 e 3 João, Apocalipse e Marcos 16, 9-20 (final «canónico» do Evangelho) e Jo 7, 53-8,11 (a mulher adúltera). Estes termos remontam a Sisto de Sena (séc. XVI), não muito «felizes» porque parecem distinguir graus de importância entre os vários livros. LIVROS APÓCRIFOS: aqueles livros sobre cuja canonicidade se duvidou durante algum tempo, mas que não chegaram a entrar no cânone. Deriva do grego apókryphos, «escondido».O seu valor religioso é apreciavelmente menor do que os da verdadeira Bíblia, e até, por vezes, sobre­tudo os que pretendem ser do Novo Testamento, roçam o ridículo. A palavra «apócrifo» significa secreto, e é-lhes aplicada porque nunca se leram publicamente nas igrejas. O Evangelho de Judas, recentemente «redescoberto» não é mais do que um escrito apócrifo, dos muitos que circulavam; por exemplo: Livro dos Jubileus, Vida de Adão e Eva, Ascensão de Isaías, Salmos de Salomão, Livro de Henoc, Apocalipse de Abraão, Evangelho dos hebreus, Evangelho de pedro, Actos de Paulo, Apocalipse de Pedro, Evangelho de Tomé, etc., etc. Que rica «descoberta» fizeram!!! Tradição católica Proto- canónicos Deutero- Apócri-fos Tradição protestante Canónicos Apócrifos Pseudo epígra- fos (falsa- mente atribuí- dos a um autor

16 Diferenças entre o cânone judaico, ortodoxo, protestante e católico:
3.2 – O cânone bíblico Diferenças entre o cânone judaico, ortodoxo, protestante e católico: CÂNONE JUDAICO: aceitam apenas os livros protocanónicos do AT, isto é, aqueles escritos em hebraico e aramaico. CÂNONE ORTODOXO: aceitam-se em geral todos os livros protocanónicos e deuterocanónicos, embora não tenham tomado nenhuma decisão «oficial». CÂNONE PROTESTANTE: só aceitam como canónicos: No AT, os protocanónicos; No NT, após muitas discussões aceitaram todos os livros, ainda que por vezes considerem de «segunda categoria» os escritos deuterocanónicos: 2 Pd; 2 e 3 Jo;Heb; Tg; Jd e Apoc. CÂNONE CATÓLICO: Segundo a definição de Trento, aceitam-se todos os livros, protocanónicos e deuterocanónicos, com todas as suas partes. FORMAÇÃO DO CÂNON. Os livros da Bíblia, sobretudo os do AT, antes de aparecerem na forma definitiva actual, passaram pelo longo processo da tradição oral, primeiro, e depois pela tradição escrita. Foi assim que se formaram os livros que, em primeiro lugar, os judeus e em seguida os cristãos reconhecem como livros “sagrados”, isto é, normativos, canónicos. Os Judeus fixaram o cânon dos livros por eles considerados sagrados no concílio de Javne, nos finais do séc. I d.C., cânon que exclui os livros deuterocanónicos. Para os católicos, pelo contrário, o cânon do AT estava já praticamente definido antes do hebraico, tendo adoptado a maior parte dos livros contidos na Versão dos Setenta. A fixação dos textos do NT foi relativamente mais simples e as incertezas referem-se unicamente a alguns casos (por volta do séc. IV os 27 livros do NT já tinham plena aceitação, como o prova o Cânone de Muratori, lista de livros do séc. II; algumas “batalhas” se travaram, por exemplo, com Marcion, o herético (d séc. II) que não aceitou o AT e quase todo o NT, excepto S. Lucas e as Cartas de Paulo (por considerar que o Deus justo, vingativo do AT não se coadunava com o Deus misericordioso do NT!).

17 Fragmento da Bíblia dos LXX
3.2 – O cânone bíblico Mas por que é que o cânone dos católicos e dos protestantes são diferentes? De facto, o número de livros do AT para os católicos é de 46 e para os protestantes é de apenas 39. As raízes desta diferença prendem-se com haver dois cânones: Os judeus residentes na Palestina adoptaram o cânone judaico-palestinense (cânone breve) que continha 24 livros, todos escritos originariamente em hebraico (são os livros protocanónicos), sendo seguidos, mais tarde, pelos protestantes que adoptaram esse cânone, só que com a diferença de se dividir em 39 livros. Em parte, critérios de doutrina levaram os protestantes a fazerem isso: por exemplo, eliminaram os Macabeus porque neles está patente a crença no Purgatório! Os judeus da Diáspora, que residiam no estrangeiro, adoptaram o cânon judaico-alexandrino (da Versão dos LXX), que continha mais 7 livros e alguns trechos; foi o cânon adoptado pelos católicos e pelos ortodoxos (cânone longo). Os palestinenses puseram de lado esses livros devido a que só aceitaram a língua hebraica, para eles sagrada, rejeitaram os livros escritos fora da Palestina (como Deus só se pudesse revelar confinado a um espaço e língua!!…), introduziram critérios de maior ou menor antiguidade do livro, etc. Fragmento da Bíblia dos LXX Por isso, as Bíblias católicas têm hoje 73 livros e as protestantes apenas 66! QUEM DIZ QUE AS BÍBLIAS SÃO TODAS IGUAIS ESTÁ ENGANADO!

18 3.2 – O cânone bíblico A Bíblia hebraica tem 24 livros no AT (ou 22), que correspondem aos 39 livros dos protestantes. Divide-se em três partes: a) a Lei, TORA ou Instrução (corresponde ao nosso Pentateuco); b) Os PROFETAS (Nebiim), divididos em dois grupos: primeiros profetas (os livros históricos, de Josué aos livros dos Reis); e segundos profetas (os nossos livros proféticos); c) Os ESCRITOS (Ketubim): os restantes livros; são os 13 escritos hebraicos (dos Salmos às Crónicas, dos quais faz parte os cinco rolos ou Megilloth – Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, Lamentações e Ester, que se liam inteiros nas principais festas judaicas). As Bíblias cristãs costumam dividir-se em: PENTATEUCO, LIVROS HISTÓRICOS LIVROS DIDÁCTICOS (ou SAPIENCIAIS) e LIVROS PROFÉTICOS. Por vezes, o Pentateuco é englobado nos Livros Históricos. A Com as primeiras letras de cada um destes títulos (Tora, Nebiim e Ketubim), formam a palavra Tanak, que para os judeus designa a Bíblia.

19 3.2 – O cânone bíblico

20 3.3 – Algumas notas gerais sobre os livros
OS TÍTULOS DOS LIVROS: o nome com que tradicionalmente os livros são designados (Génesis, Êxodo, etc.) não é original, mas foi dado muito depois, aludindo ao que se pensava ser o seu conteúdo. Os judeus titulavam os livros pelas primeiras palavras com que começavam. Há livros que têm vários títulos (ex: Paralipómenos ou Crónicas, I Samuel ou I dos Reis, etc). OUTROS TÍTULOS (PERÍCOPES): aparecem ao longo do texto, em caracteres negros, procuram dar ao leitor um a ideia geral do que vai ler, e são da responsabilidade dos tradutores; não devem ser lidos ao proclamar a Palavra em público. INTRODUÇÕES, NOTAS E PARALELOS: anotações várias que ajudam os leitores; as notas de rodapé são esclarecimentos, uma vezes de carácter doutrinal, outras de carácter histórico ou linguístico; também aparecem à margem ou nas notas de rodapé os «lugares paralelos», isto é, as citações da Bíblia que falam do mesmo tema. As Bíblias protestantes não têm, normalmente notas de rodapé, salvo as luteranas. OS AUTORES: Deus é o principal humano; os autores humanos, também verdadeiros autores, não teve apenas um autor, mas inúmeros, pois de facto foi escrita ao longo de cerca de 1100 anos; muitas vezes o mesmo livro foi retocado várias vezes por redactores posteriores; de um versículo para outro pode haver uma diferença de muitos anos! ; na antiga literatura semítica desconhecia-se os direitos de autor, pois todos podiam pegar numa obra mais antiga e retocá-la, pois ninguém se importa com o verdadeiro autor; mas é corrente atribuir a autoria dos livros a um personagem famoso nesse género literário: em princípio devemos aceitar os autores que se apontam tradicionalmente (por ex., a Moisés atribui-se a escrita da Tora; hoje sabe-se que é fruto de inúmeras tradições, como veremos), tendo em conta o que se disse. Chama-se de «autêntico» um livro que foi realmente foi escrito pelo autor ao qual é atribuído. A ORDEM DOS LIVROS: Como biblioteca que é, a Bíblia tem várias possibilidades de ordenação dos livros. Por tamanho, como as cartas de Paulo que estão dispostas segundo a extensão, em ordem decrescente; por temas, por exemplo, os Profetas ou as Cartas de Paulo; podemos colocar juntos os que constituem autoridade, e depois os outros (assim, as Bíblias ecuménicas e certas edições protestantes colocam no final do Antigo Testamento os Livros «deuterocanónicos»). A ordem actual dos livros na bíblia (ordem canónica) não corresponde à ordem histórica, isto é, nem os primeiros são precisamente os mais antigos, nem os últimos mais recentes. No séc. XIII os livros do AT foram colocados nos três blocos que vimos: históricos, didácticos e proféticos. A ordem dos livros proféticos na Bíblia cristã foi invertida relativamente à Bíblia hebraica (Tora, Profetas e Escritos): isto para vincar mais a “ponte” entre o AT e o NT. Os primeiros livros são: AT - os da época do Rei Salomão (quando se começam a reunir as condições para a escrita), cerca de 950 a.C., por exemplo I e II Samuel, I e II Reis, Salmos, etc; o último do AT é o da Sabedoria, por volta de 50 a.C. O primeiro do NT é a 1ª Tes, por volta de 51; e o último do NT é o Apocalipse (cerca do ano 100 d.C)

21 3.3 – Algumas notas gerais sobre os livros
1º CONJUNTO: Livros Históricos e Narrativos do A.T. Contam-nos a história do povo de Israel, comunicando-nos, à base dela, verdades de salvação. Conforme os períodos, podem ser agrupadas em 5 conjuntos: 1º - Pentateuco, os 5 primeiros livros da Bíblia (= cinco rolos), Génesis, êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio; narra-nos a história do povo de Israel desde Abraão até à conquista da Palestina (1900 a.C e 1200 a.C), conta-nos também a história das origens nos 11 1ºs capítulos do Génesis. 2º - Josué, Juízes: conquista da terra (entre 1200 e 1300 a.C.); 3º - I e II Samuel, I e II Reis e I e II Crónicas: falam-nos da monarquia hebraica, desde a fundação , divisão do reino, queda do reino do Norte (Israel) e do Sul (Judá) e deportação (587 a.C. a 538 a.C.); 4º - Esdras e Neemias: descreve-nos a repatriação permitida por Ciro e a restauração política-religiosa (538 a.C. e 432 a.C); 5º - I e II Macabeus: conta-nos o levantamento contra os opressores da Palestina (entre 170 e 135 a.C.); 6º - Alguns incluem Rute, Tobias, Judite e Ester, mas são livros de carácter edificante e narrações de episódios concretos. Note que apesar de contar o que se passou em determinada época histórica, a ordem de escrita não é esta. 2º CONJUNTO: livros didáctivos, poéticos e sapienciais do A.T. Livros que recolhem a sabedoria popular, proverbial, lírica e mística do Povo de israel e o seu espírito de oração: Job, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cãntico dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico. 3º CONJUNTO: Livros proféticos do A.T. Os profetas, homens que anunciam a mensagem de Deus, falam em vez de Deus e denunciam as injustiças e conduzem o povo para a fidelidade à Aliança. Profetas do séc. VIII a.C. (Reino do Norte): Amós, Oseias (profetas escritores) e Elias, Eliseu (não escritores). Profetas do séc. VIII a.C. (Reino do Sul): Isaías, Miqueias, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Naum, Habacuc e Sofonias; Profetas do desterro (séc. VI): Ezequiel, Deutero-Isaías e Abdias. Profetas do pós-exílio (séc. VI a.C..): Ageu, Zacarias, Isaías, Malaquias, Joel, Jonas, Baruc, Daniel. NOTA: os profetas costumam ser maiores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel) e menores (os outros doze), consoante a extensão dos seus escritos. Quanto a Isaías sabe-se que houve três Isaías (Proto-Isaías, Deutero-Isaías e Trito-Isaías. 4º CONJUNTO: Livros Históricos do Novo Testamento. Evangelhos (segundo S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João) e Actos dos Apóstolos. NOTAS: a ordem canónica dos evangelhos não é igual á histórica (o primeiro a ser escrito foi o de S. Marcos). Evangelho significa boa notícia, antes de ser escrito foi proclamado por Jesus: o Evangelho de Jesus. Os Evangelhos Sinópticos são os que se podem colocar lado a lado e são muito semelhantes: Marcos, Mateus e Lucas. 5º CONJUNTO: Livros didácticos do Novo Testamento. As Cartas Paulinas ou de S. Paulo (13 cartas), a Carta aos hebreus, as Cartas Católicas (S. Tiago, S. Judas, duas de S. Pedro e três de S. João): 21 cartas. 6º CONJUNTO: Livros proféticos do NT. O Apocalipse. Consumação gloriosa de Jesus cristo.

22 3.4 – A divisão em capítulos e versículos
Nos antigos manuscritos, a Bíblia apresenta-se em “escrita contínua”, sem espaçamentos, e frequentemente só em caracteres maiúsculos. Para encontrar facilmente uma citação, criou-se o sistema de referências bíblicas, através da divisão em capítulos e versículos. Como antecedentes desta divisão temos o ensaio judeu: dividiram a Lei e os profetas para lerem nas celebrações litúrgicas; dividiram a Lei em 54 secções (tantas quantas as semanas do ano), as "perashiyyot" (= divisões). Os profetas não foram divididos inteiros em "perashiyyot", como a Lei, mas seleccionaram-se 54 trechos deles, os chamados "haftarot" (= despedidas), porque com a sua leitura se encerrava nas funções litúrgicas a leitura da Bíblia. Em Lc 4, 16-19, Jesus foi convidado a ler a haftarot (despedida) e leu um trecho de Isaías 61; Quanto ao ensaio cristão: Chegaram até nós alguns manuscritos antigos, do século V, onde aparecem as primeiras tentativas de divisão bíblica. Por isso, sabemos, por exemplo, que naquela antiga classificação, Mateus tinha 68 capítulos, Marcos tinha 48, Lucas, 83 e João contava 18 capítulos. DIVISÃO EM CAPÍTULOS: Em 1226 Étienne Langton (ou Estêvão Langton) teve a ideia de dividir cada livro em capítulos numerados, antes de ser sagrado bispo (futuro arcebispo de Canterbury, em Inglaterra), enquanto desempenhava as funções de professor em Sorbona, em Paris. Esta divisão, foi usada, pela primeira vez na «Bible de Paris». O êxito deste sistema foi enorme, e foi usado até pelos judeus. DIVISÃO EM VERSÍCULOS: À medida que o estudo da Bíblia ganhava em precisão e minúcia, revelou-se esta divisão insuficiente: é assim que o dominicano italiano Santos Pagnino, publicou em 1528, em Lyon uma bíblia toda subdividida em frases mais pequenas. Contudo, não lhe corresponderia a ele a glória de ser o autor do nosso actual sistema de classificação de versículos, mas a Roberto Stefano (ou Estienne), um editor (ou impressor) protestante. Aceitou a divisão de Pagnino do AT com pequenos retoques (curiosamente Pagnino não subdividira os 7 deuterocanónicos: teve Estienne que o fazer!); para o NT fez uma nova numeração. Esta divisão foi feita numa viagem em diligência de Lyon a Paris, notando-se por isso que foi feita de uma forma arbritária. Finalmente o Papa Clemente VIII mandou publicar uma nova versão da Bíblia em latim para uso oficial da Igreja, pois o texto anterior de tanto ser copiado à mão tinha sido deformado. A obra viu a luz a 9 de Novembro de 1592 e foi a primeira edição da Igreja Católica que apareceu com a já definitiva divisão de capítulos e versículos.

23 Como indicar uma referência bíblica?
3.4 – A divisão em capítulos e versículos Além de capítulos e versículos, cada livro está designado por uma abreviatura. Estas tendem a ser cada vez mais simples: Rom para Rm, Tgo para Tg, etc. No índice das bíblias encontra-se a lista. É quase uniforme em todas as bíblias; o Eclesiástico (Ecli) é também chamado de Siracida (Sir) ou Ben Sira (o seu autor); o Eclesiastes (Ecl ou Ec) é também chamado de Qoheleth (Qo). Só a Carta a Filémon, 1ª e 2ª Cartas de São João e a Carta de São Judas é que apenas têm um capítulo. A numeração dos Salmos não é idêntica na Bíblia hebraica e na Bíblia grega, esta seguida pela Bíblia latina e pelos livros litúrgicos católicos. Usa-se, habitualmente, a numeração hebraica, colocando entre parêntesis a do latim. (Exemplo: Salmo 104(103)). O sistema tem vindo a generalizar-se. No entanto, tem certos escolhos: não nos devemos ater aos capítulos e versículos se quisermos apreender o sentido do texto. Exemplos de escolhos: Sab 2; Dan 6, etc. Mas ajuda-nos a conhecer a Bíblia até às minúcias: por exemplo: tem 1328 capítulos e versículos; as palavras no texto original somam e tem letras, etc., etc. O primeiro que se indica é a abreviatura do livro. Em seguida, o primeiro número corresponde ao capítulo (aos nºs grandes na Bíblia) e o segundo - separados por uma vírgula - ao versículo (aos nºs pequenos na Bíblia). Por exemplo, Gn 2, 5 significa Livro de Génesis, capítulo 2, versículo 5. Como indicar uma referência bíblica? O hífen serve para unir vários capítulos ou versículos. Indica «desde ... até ... inclusive». Gn 2-5 significa Génesis, capítulos 2 ao 5 (inclusive); Gn 2, 4-8 significa Génesis, capítulo 2, versículos do 4 ao 8 (inclusive). Com o ponto e vírgula separam-se duas referências diferentes: Gn 2; 5 significa Génesis, capítulos 2 e 5. O ponto separa dois versículos diferentes do mesmo capítulo: Gn 2, remete aos versículos 4, 8 e 11 do capítulo 2 do Génesis. O «s» acrescentado a um número significa «e seguinte»: Gn 2, 4s indica que deve-se ler o versículo 4 e o seguinte, isto é, o 5. Se são acrescentados dois «s», deve-se ler alguns dos versículos que se seguem ao citado, isto é, «os seguintes». Gen 2, 4ss significa que se devem ler alguns versículos a partir do número 4 do capítulo 2 do Génesis.

24 4. Os géneros literários

25 4 – Os géneros literários
A mensagem da salvação que a Bíblia é porta-voz, é proposta e expressa nos vários textos de várias formas. Tanto se passa de relatos históricos a textos poéticos, hinos de vitória, hinos litúrgicos, etc. Estas várias técnicas de expressão foram chamadas de «géneros literários» pelos especialistas. Cada género tem uma função diferente: os relatos históricos pretendem informar; os de vitória, envolver as pessoas; os legais, estabelecer a ordem, etc. Podemos dividir em dois grandes grupos: Os textos em forma poética. Dentro destes: os poemas de amor (Cântico dos Cânticos, por exemplo), bênçãos, cânticos de acção de graças, súplicas, lamentações, hinos de louvor e os oráculos proféticos. A literatura sapiencial pertence a este género. Os textos em forma de prosa. Podemos encontrar documentos de carácter histórico (crónicas, genealogias, evangelhos, etc), cartas (as de Paulo, de Pedro, de Tiago, de João e de Judas), os discursos proféticos, relatos de milagres, relatos da infância de Cristo, narrações míticas, sagas, etc. Não atender ao género literário de um texto bíblico é um erro crasso: é pôr o texto a dizer o que não diz! Você lê um poema da mesma maneira que lê uma notícia de jornal? IMPORTÂNCIA DOS GÉNEROS LITERÁRIOS: A linguagem influi sobre o assunto em questão. Mesmo quando o tema é igual dele podem falar o cientista, o filósofo, o jornalista, o historiador; cada um exprime-se em linguagem própria que confere ao tema um tom próprio. O género literário produz efeitos no leitor. Por exemplo, Jesus ensinava muito por parábolas; podiam também dizer: «isto é assim…», mas o efeito nos ouvintes seria certamente diferente. A escolha do género também está ligada aos elementos do conteúdo que se quer realçar. Por exemplo, numa fábula, o que interessa é a conclusão moral, num relato histórico, o acontecimento entre si, etc.

26 5. As línguas da Bíblia, manuscritos e traduções

27 5.1 – As línguas da Bíblia A Bíblia foi escrita por diversos autores com diferente mentalidade, cultura e estilo; e também em línguas diferentes, conforme a língua falada pelo povo ao qual Deus Se dirigia mais imediatamente. São três as línguas em que a Bíblia foi escrita: o hebraico, o aramaico e o grego comum (koiné). O AT foi quase todo escrito em hebraico, exceptuando alguns capítulos em aramaico (Esd 4, ; Dan 2, ) e vários livros em grego (Sab e 2 Mac); os restantes deuterocanónicos paracem ser uma tradução grega de um original hebraico. Os do NT estão em grego comum (koiné), embora, apareçam por vezes traduções do armaico. Crê-se que o Evangelho de São Mateus teria sido escrito primeiro em aramaico. Os textos originais da Bíblia reflectem três horizontes culturais muito diferentes. O HEBRAICO. Pertence à família das línguas semíticas; foi suplantada pelo aramaico por volta do séc. VI a.C., embora continuasse a ser utilizada no culto. O alfabeto consta de 22 consoantes, é grafada com escrita quadrada, da direita para a esquerda; por volta do séc. VII, uns gramáticos judeus, os massoretas, fixaram o sentido do texto, juntando as vogais em forma de pontos debaixo ou em cima das consoantes; a pronúncia que nos deixaram é pouco segura: a mais correcta é as consoantes da Bíblia hebraica e as vogais da tradução grega dos LXX. Por isso, o texto hebraico da Bíblia chama-se de «massorético». O ARAMAICO: já se usava no séc. VIII a.C. como língua internacional da Assíria; foi suplantando o hebraico como língua falada; Jesus falava aramaico e os Evangelhos também referem algumas expressões suas nesta língua. Abbá, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice! Mas não se faça o que Eu quero, e sim o que Tu queres.» (Mc 14, 36) O GREGO: o grego do NT é diferente do grego clássico; aproxima-se mais da língua falada, designada por koiné (ou comum); contém muitas construções de carácter semítico.

28 5.2 – Manuscritos e traduções
CÓPIAS MANUSCRITAS MAIS IMPORTANTES: Os autógrafos (originais) estão perdidos, só temos cópias. Do AT: os documentos mais antigos do AT provém das descobertas de Qumram, ao Norte do Mar Morte, desde Até aí os manuscritos hebraicos na nossa posse eram o Códice de Alepo (ano 980) e o códice de Leninegrado ( ). As descobertas de Qumram permitiram recuar até ao séc. II a.C., colocando à disposição testemunhos sobre todos os livros do AT (excepto o de Ester). Do NT: os códices maiúsculos (escritos em pergaminho), por exemplo, Codex Sinaiticus, Codez vaticanus (cerca de 360), Alexandrino, etc. e papiros: papiro Chester Beaty (P45, 46, 47) de 260; os Bodmer (P 66, 75) (ano 170) e o John Rylands (P52) é do ano 125, o 7Q5 (Mc 6, 12 e 53), com 20 letras é do ano 50, etc. As cópias eram feitas em papiro ( obtém-se de um caule de um arbusto) ou pergaminho (da pele de animal, é mais resistente). O codex (livro) é adoptado pelos cristãos de preferência ao rolo de pergaminho utilizado pelos judeus para as Escrituras Santas. Mais tarde (a partir do séc. XII) difunde-se o papel. Como a Palavra de Deus é para todos, tem de ser traduzida nas línguas de todos os povos. Para não haver perigo de erro, Deus confiou-a à Sua Igreja, que vela por ela; as edições católicas têm o Imprimatur (foram aprovadas pela Igreja). As traduções da Sagrada Escritura 22. É necessário que os fiéis tenham amplo e fácil acesso à Sagrada Escritura. Por isso, a Igreja, logo desde os seus começos tomou como sua aquela antiquíssima versão grega do Antigo Testamento, denominada dos Setenta; e tem sempre em grande apreço as outras traduções, quer orientais, quer latinas, sobretudo a chamada Vulgata. Porém, uma vez que a palavra de Deus deve estar sempre ao alcance de todos os fiéis, a Igreja procura, com maternal solicitude que se façam, nas várias línguas, traduções exactas e adaptadas, partindo sobretudo dos textos originais dos livros Sagrados. Se essas traduções, tendo em conta a opor­tunidade e a anuência da autoridade da Igreja, se fizerem, inclusivamente, em colaboração com os irmãos separados, poderão ser usadas por todos os cristãos. TRADUÇÕES: A mais notável é a Versão dos Setenta (LXX); (à volta de 250 a.C.), muito usado pelos judeus da Diáspora e pelos primeiros cristãos; segundo a lenda 70 tradutores (ou 72) trabalhando separadamente, chegaram à mesmíssima tradução, o que provaria a sua inspiração; outras traduções gregas: a de Áquila, de Símaco, de Teodocião. Algumas traduções actuais católicas em português: a Bíblia de Jerusalém (tradução do francês para português do Brasil), pelo seu rigor científico; a Bíblia Sagrada (da Difusora Bíblica, dos Capuchinhos), é a mais recomendável em português de Portugal; A Bíblia Sagrada (da Paulus), apresenta notas concisas que dão a ideia de conjunto, a Bíblia Pastoral, (de São Paulo), igual à anterior, a Bíblia Sagrada das Missões – Cucujães, etc. Como bíblias inter-confessionais ou ecuménicas temos a Bíblia em português Corrente, que agrupa os deuterocanónicos entre o AT e o NT. Outras traduções são a sítiaca, a copta e a latina (na península Ibérica usou-se nos sécs. II-IV uma tradução latina própria (Vetus latina Hispana); depois, a Vulgata de São Jerónimo (cerca de 384) chegou rapidamente à península, através de uns andaluzes; dela derivam os livros litúrgicos. A primeira Bíblia traduzida para português foi a do protestante João Ferreira de Almeida, no séc. XVII.

29 5.3 – Uma cilada: a Bíblia das T.J.
Cabe aqui um alerta no que respeita à Tradução que as Testemunhas de Jeová usam: a Bíblia que elas usam sofreu violação na tradução. Os “peritos” que o fizeram não goza de reconhecimento por parte dos especialistas em ciências bíblicas e apresenta aos leitores alguns textos falsificados de modo a adaptarem a Bíblia à usa própria doutrina! Isto torna a sua Bíblia (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas) uma tradução a evitar. Por exemplo, analisar o Bom Ladrão (Lc 23, 43) e a instituição da Eucaristia (Lc 22, 19). Algumas Notas sobre as T.J.: 1ª acima de tudo, como cristãos devemos ter caridade com as T.J.; 2ª - conheça a sua fé católica, não caia em dizer que as TJ é que sabem de Bíblia: estude você também na Verdade! Elas dizem que «as Bíblias são todas iguais» e depois incitam-no a seguir a deles: já sabemos que assim não é! 3ª As T.J. apenas têm pouco mais de 100 anos; o seu fundador foi Charles T. Russel que nasceu em 1852, que começou a estudar a Bíblia sem nenhumas bases; Cristo disse: «Eu estarei sempre convosco até ao final dos tempos?» O que aconteceu nos 19 séculos até ao aparecimento das TJ, todos andaram enganados? Ou mentiu Cristo>? 4ª - Os temas que as T.J. falam são sobre o Armagedom que destruirá a Terra e só ficarão os bons e a terra será transformada num Paraíso terrestre; estamos no fim deste sistema de coisas (assim o provam as guerras, terramotos, etc., mais intensos desde 1914), Deus (Jeová) vai castigar o mundo… Enfim, só pensam no próximo mundo, de conquistarem uma parcela de terreno no paraíso terrestre, há um alheamento do mundo: onde fica o ser fermento na massa como dizia Jesus? Deus não é um Deus vingativo como nos fazem crer, mas um Deus que cria, que anda no meio do Seu Povo, que perdoa, que é Pai e ama; 5ª Marcaram variadas vezes o fim do mundo, todas falhadas, como se alguém o soubesse (só o Pai o sabe!): 1914, 1925 (ressuscitariam os justos do AT; para os acolher construíram uma luxuosa mansão que ficou para o dirigente da época), 1975, 1986 e 2000. 6ª Acreditam que apenas vão para o céu e os restantes terão de se contentar com um paraíso aqui na terra; Jesus disse: «Deixai vir a Mim as criancinhas porque delas é o Reino dos céus»… 7ª Não são cristãos, não acreditam em Cristo como Deus, Nosso Salvador, é uma criatura criada por Jeová; mas Jesus disse: «Eu e o Pai somos Um»; 8ª Outras crenças: o nome de Deus é Jeová, a cruz é um símbolo pagão, Jesus morreu numa estaca, não se deve celebrar o Natal, nem o Dia do Pai, do aniversário, a alma não é imortal… Não seguem os princípios fundamentais da interpretação bíblica: Interpretação fundamentalista, lêem à letra o que lá está, desconhecendo a questão dos géneros literários, etc.; Não aprofundam os textos no seu contexto; Não conhecem o princípio da progressão da revelação; Tomam à letra cada versículo em separado, isolam frases para conseguirem ilustrar algum princípio da sua doutrina. Para eles o hagiógrafo escreveu o texto bíblico como «um empresário dita uma carta à sua secretária» reduzindo o autor sagrado a mero executante das ordens de Deus; o encontro entre as duas liberdades, onde fica?

30 6. A interpretação, crítica e leitura da Bíblia

31 6.1 – A interpretação da Bíblia e a crítica bíblica
Desde as suas origens que a mensagem do texto bíblico é difícil de compreender. É preciso comentá-lo para que se torne acessível e actual. Cada geração dá o seu contributo para a revelação do sentido oculto das Escrituras. O midrash (da raiz dârash, «procurar») é, em última instância, os livros dos comentários bíblicos judaicos. O midrash tem duas orientações: 1ª halakah (caminhar), aplica-se sobretudo aos textos legislativos e exprime-se em leis, para «caminhar»; 2ª haggadah (relato), aplica-se sobretudo ao desenvolvimento das narrações bíblicas, com o objectivo de fundamentar a halakah. Na Idade Média difundiu-se os «quatro sentidos da Escritura» que se tornou clássica: 1º sentido literal (ou histórico); o significado primeiro e óbvio; 2º sentido alegórico: as lições espirituais escondidas sob a letra, esclarecem os mistérios presentes ou futuros de Cristo e da Igreja; 3º sentido tropológico (do grego tropos, «modo») ou moral: as mensagens incitam para a virtude, para a conversão do coração; 4º sentido analógico («elevação»): as sugestões mais ou menos subentendidas no texto que elevam às coisas invisíveis e celestes e proporcionam as alegrias da vida futura. Para se poder captar o significado da Sagrada Escritura é preciso sintonizar-se com a sabedoria do Espírito e com a sabedoria dos homens (até ao final da Idade Média, a leitura da Bíblia estava pendente da sua leitura espiritual): o seu estudo torna-se científico ou crítico. Os exegetas (estudiosos da Bíblia) tentam várias abordagens para retirar e compreender a riqueza da Bíblia: é a exegese; a hermenêutica vai mais além desta: tenta elaborar uma teoria geral de interpretação virada par a compreensão. Nos estudos há hoje duas orientações: a) os estudos diacrónicos: tenta explicar o texto sagrado através da sua formação e os condicionamentos a que esteve sujeita; para isso utiliza o chamado método histórico-crítico, que faz uma crítica textual (procura estabelecer o texto o mais próximo possível do original, servindo-se de documentos antigos; quando há várias passagens alternativas escolhe a mais breve, a mais difícil, a diferente das passagens paralelas, etc.), literária, de redacção, das tradições, dos géneros literários; b) Os estudos sincrónicos: considera o texto enquanto tal, a sua estrutura, as técnicas narrativas, a mensagem e valoriza o contributo das outras ciências; sobressaem: a análise narrativa (vê os textos como narrações), a análise semiótica (chamada antes de análise estrutural, que analisa os textos nos níveis discursivo, narrativo e semântico), a análise canónica (interpreta os textos à luz do cânone, tanto do At como do NT, confrontando com a Tradição), a leitura hebraica (coloca à disposição um conjunto de comentários rabínicos), as leituras inspiradas nas ciências humanas (na antropologia, psicologia, sociologia, etc, valorizando os resultados conseguidos nestes sectores), as leituras contextuais (em que prevalece o desejo de esclarecer um contexto ligado ao leitor; por exemplo, a abordagem da Teologia da Libertação na América do Sul, a abordagem feminista, etc.).

32 6.2 – O contributo da arqueologia e das disciplinas não literárias
A arqueologia é a ciência que tem por objectivo estudar a antiguidade, reconstruindo a história e o seu meio. Com a arqueologia a Bíblia ficou enriquecida porque a história do Povo de Deus tornava-se concreta e até tangível em certos casos. Exemplos: A estela do faraó Merneptah do séc. XII a.C: menciona Israel de modo explícito; A pedra moabita, que regista a conquista de Moab por Omri, rei do Reino do Norte, que confirma o relato do II Reis 3, 4-27 O túnel de Ezequias, que foi escavado pelo rei de Judá, do mesmo nome, do séc. VIII a.C. para fornecer água a Jerusalém O tanque de Siloé… Betsaida, a terra de Pedro, André e Filipe… Há outras disciplinas que ajudam no estudo da Bíblia, tais como: a epigrafia (estuda as inscrições diversas), a papirologia (estuda as coisas escritas em materiais perecíveis, como papiros, cerâmica, erc), a numismática (moedas), etc. A inscrição que menciona Pilatos

33 6.3 – A leitura de um texto A Bíblia não é um livro fácil; para evitar colocar o texto bíblico a dizer aquilo que não quer dizer, deve-se seguir alguns princípios gerais: A primeira coisa é escolher uma boa Tradução da Bíblia Católica em português; aconselha-se a Bíblia Sagrada, da Difusora Bíblia (chamada Bíblia dos Capuchinhos), acessível; lembre-se que são traduções, por isso há sinónimos que dizem a mesma coisa, por isso as bíblias não dizem taxativamente as mesmas palavras, ao traduzir por vezes algo se perde, por vezes as palavras evoluem de sentido ao longo dos tempos; as bíblias protestantes também podem ser lidas, mas lembre-se que não têm introduções, nem notas explicativas e faltam livros (os deuterocanónicos do AT), além de faltar a autorização eclesiástica (imprimatur); mas rejeite a Bíblia das T.J. como vimos; Rejeite a leitura fundamentalista, não leia ao pé da letra! Muitas coisas são simbólicas (por exemplo, os nºs; 666 é o nº da Besta do Apocalipse, mas significa que não chega ao 7 nº da perfeição é é 3 vezes imperfeita; é 12 tribos de Israel x 12 x 1000, impossível de contar, etc), é necessário ter em conta os géneros literários (as formas de expressão são variadas: lembre-se que ler um jornal não é igual a ler poesia!), saber o que o autor quis dizer e não aquilo que parece: não ponha o texto a dizer o contrário daquilo que diz! Ter em conta o contexto histórico em que foi escrito o livro, a mentalidade semítica diferente da nossa; e também lembrar-se que a revelação é progressiva, correspondendo o NT a um estádio mais avançado do que o AT na Revelação de Deus; ler literalmente leva pessoas à morte por rejeitarem transfusões de sangue, por exemplo! Mas a intenção era travar a idolatria nos tempos mais recuados! A Bíblia deve ser lida no seu contexto; colocar cada versículo no contexto do capítulo e no contexto geral do livro e de toda a Bíblia; não se devem isolarr frases soltas; corremos o risco de dizer: a Bíblia diz que «Deus não existe»! (Sl 10, 4), mas refere-se aos não-crentes; colocar a leitura no contexto da Tradição viva da Igreja; a Bíblia deve ser lida em comunidade, na Liturgia; deve-se ter em conta as notas explicativas da Bíblia, os estudos dos exegetas católicos e os documentos da Igreja (por exemplo, a Dei Verbum do Vaticano II, a Interpretação da Bíblia na Igreja, etc.)

34 «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna! »
6.4 – A leitura de fé Tendo em conta o que se disse antes estaremos preparados para iniciar a leitura e abrirmo-nos a uma leitura de fé. A Bíblia foi escrita por homens de fé para homens de fé, o seu destinatário é a comunidade de crentes e só o crente consegue alcançar o seu sentido espiritual. Dois namorados que escrevem entre si estão na posse do sentido total do que está a acontecer, estão «sintonizados»; uma pessoa que leia a carta, não capta todo o sentido. O espírito vai para além da letra. O crente não vê aquilo como algo que já passou, mas que continua como palavra viva actual e o interpela hoje e o compromete na sua vida. Não lê para saber, mas lê para viver O objectivo é o encontro com Deus; a palavra de Deus não são as letras que lá estão escritas, mas o chamamento que ressoa dentro de nós. A leitura crente da Bíblia é para colocarmo-nos numa atitude de escuta, de fé, é verdadeira oração; existem vários métodos para orar com a Bíblia, como o da lectio divina; mas Deus não se limita à Bíblia, Ele está na comunidade dos crentes, na Palavra de Deus na Liturgia, na natureza, nos acontecimentos de cada um do dia-a-dia: Ele está, temos é de O ouvir! «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna! » No 8º encontro: «A Palavra de Deus, alimento da vida cristã» será aprofundada esta questão.

35 7. Bibliografia recomendada (E.F.C. 5)


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