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Machado e a rua do Ouvidor

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Apresentação em tema: "Machado e a rua do Ouvidor"— Transcrição da apresentação:

1 Machado e a rua do Ouvidor
A presença da rua do Ouvidor na vida social do Rio de Janeiro de todo o séc. XIX foi tão marcante que é impossível falar da cidade sem a ela se referir.. mereceu dos cronistas do passado as mais variadas denominações: rua-salão, clube ao ar livre, França Antártica, rainha da moda e da elegância, fórum de debates, via dolorosa dos maridos pobres, pátria dos franceses de todos os países e dos boêmios de todas as idades, beco dos faladores, etc. pelos apelidos podemos perceber que se tratava de uma rua estreita elegante, muito freqüentada e propícia a boatos. A propósito de um projeto de alargamento da rua (que não passou de mais um boato), o escritor Machado de Assis saiu em sua defesa:’ (Avançar c/mouse)

2 “..Há nela, assim estreitinha, um aspecto
e uma sensação de intimidade; É a rua própria do boato. Vá lá correr um boato por avenidas amplas e lavadas de ar. O boato precisa de aconchego, de contigüidade, do ouvido à boca para murmurar depressa e baixinho e saltar de uma lado para outro(...)O característico desta rua é ser uma espécie de loja única, variada, estreita e comprida. Depois é mister contar com a nossa indolência.. Se a rua ficar mais larga para dar passagem a carros, ninguém irá de uma calçada a outra para ver uma senhora que passa – nem a cor dos seus olhos, nem o bico dos seus sapatos – e onde ficará em tal caso o “culto do belo sexo” se lhe escassearem os sacerdotes?”

3 À porta perguntei-lhe eu: - Onde saberemos notícias?
(Em outro trecho:) À porta perguntei-lhe eu: - Onde saberemos notícias? - Aqui mesmo na rua do Ouvidor. - Pois então na rua do Ouvidor é que?... - Sim; a rua do Ouvidor é o lugar mais seguro para saber notícias. A casa do Moutinho ou do Bernardo, a casa do Desmarais ou do Garnier, são verdadeiras estações telegráficas. Ganha-se mais em estar aí comodamente sentado do que em andar pela casa dos homens da situação. A rua do Ouvidor resume o Rio de Janeiro. A certas horas do dia, pode a fúria celeste destruir a.cidade; se conservar a rua do Ouvidor, conserva Noé, a família e o mais. Uma cidade é um corpo de pedra com um rosto. O rosto da cidade fluminense é esta rua, rosto eloqüente que exprime todos os sentimentos e todas as idéias...

4 Queres ver a elegância fluminense
Queres ver a elegância fluminense? Aqui acharás a flor da sociedade, - as senhoras que vêm escolher jóias ao Valais ou sedas à Notre Dame, - os rapazes que vêm conversar de teatros, de salões, de modas e de mulheres. Queres saber da política? Aqui saberás das notícias mais frescas, das evoluções próximas, dos acontecimentos prováveis; aqui verás o deputado atual com o deputado que foi, o ministro defunto e às vezes o ministro vivo. Vês aquele sujeito? É um homem de letras. Deste lado, vem um dos primeiros negociantes da praça. Queres saber do estado do câmbio? Vai ali ao Jornal do Comércio, que é o Times de cá. Muita vez encontrarás um cupê à porta de uma loja de modas: é uma Ninon fluminense. Vês um sujeito ao pé dela, dentro da loja, dizendo um galanteio? Pode ser um diplomata. Dirás que eu só menciono a sociedade mais ou menos elegante? Não; o operário pára aqui também para ter o prazer de contemplar durante minutos uma destas vidraças rutilantes de riqueza, -porquanto, meu caro amigo, a riqueza tem isto de bom consigo, - é que a simples vista consola.

5 Talvez o carioca vivesse saturado e embriagado de natureza, sugere um cronista, daí o fascínio pelo “aconchego acotovelante” da rua do Ouvidor.

6 FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA ENTRE NO SITE: http://www.corepoesia.com
TEXTO: (exceto os de M. de A): “Chiquinha Gonzaga” por Edinha Diniz IMAGENS: INTERNET MÚSICA:”ESCORREGANDO” de Ernesto Nazaré


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