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Texto: Os suicidas Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro Música: Capricho italiano
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Há muitos anos, compadecido de um jovem
que se jogara de um edifício devido a alguém que o deixara, iniciei um trabalho de preces pelos suicidas.
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Para toda reunião mediúnica que eu dirigisse a
partir daquele dia, o primeiro minuto seria para eles. A principio fiquei pensando o que dizer para alguém que, magoado, busca na morte a solução do seu problema e acorda enlouquecido de dor e de espanto com sua indestrutibilidade.
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Quais palavras seriam capazes de gerar esperança,
amenizar a dor, minimizar a decepção, evitar a loucura total e o embrutecimento?
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Intimamente perguntei ao meu guia espiritual
sobre este minuto que se repetiria milhares de vezes na minha vida, posto que dirijo reuniões mediúnicas já fazem mais de quarenta anos.
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Então ele fez soar em minha mente as palavras do salmo que, de tanto repetir, trago gravado na memória: o Senhor é meu Pastor. Nada me faltará. ...
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Certa feita, no Natal, estava eu na reunião e
preparava-me para a prece final quando uma jovem, utilizando-se da palavra de uma médium disse: professor! Não se assuste com o meu gesto. Eu tenho permissão dos dirigentes da casa para agir.
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Então a médium se levantou sob a influência
da comunicante e beijou a mão de todos os componentes do grupo, dizendo a cada um: Deus lhe pague. Eu não tenho como.
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Depois disso, ela contou que estivera internada
em um hospital de amparo aos suicidas e que o seu nome estava escrito no livro, ali sobre a mesa, junto com outros sofredores.
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Em seguida descreveu o que ocorre no hospital
no minuto da prece: abre-se na parede um grande painel luminoso e nele surgem cenas e palavras do salmo, impregnadas de luz, que se desloca da parede encharcando o perispírito dos enfermos que esperavam ansiosos por aquele momento.
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Disse-nos, também que muitos enfermos
se recuperam e se alegram através daquele minuto e que alguns, sabendo que ela obtivera a permissão para nos visitar, lhe pediram que colocássemos seus nomes no referido livro.
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Finalmente, agradeceu em nome de todos
os desesperados, enfatizando: este minuto dedicado a nós é mais importante do que anos de conversa vã sobre o que fizemos.
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E voltou, agora na condição de enfermeira,
para junto dos seus irmãos internos, deixando-nos o agradecimento em nome e em louvor da Mãe dos Sofredores, Maria de Nazaré.
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Aquilo, para nós, foi a confirmação do óbvio: o bem que fazemos hoje é nosso advogado em qualquer tempo ou lugar.
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Formatação: o caçador de imagens
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