Surrealismo.

Apresentação em tema: "Surrealismo."— Transcrição da apresentação:

1 Surrealismo

2 De cabeça pra baixo (Raul Seixas/Claudio Roberto)
É na cidade de cabeça prá baixo A gente usa o teto como capacho Ninguém precisa morrer Prá conseguir o Paraíso no alto O céu já está no asfalto Na cidade de cabeça prá baixo Dinheiro é fruta que apodrece no cacho Ninguém precisa correr Nem tem idéia do que é calendário Num tem problema de horário É tão bonito ver o sorriso do povo Que habita o lugar Olhar prá cima e ver a espuma das ondas Se quebrando no ar Olha prá cima meu filho O chão é lugar de cuspir Na cidade de cabeça prá baixo A gente usa o teto como capacho Ninguém precisa fazer Nenhuma coisa que não tenha vontade Vou me mudar prá cidade, nego, eu É na cidade de cabeça pra baixo É na cidade de cabeça pra baixo...

3 Características do Surrealismo
Associação livre de ideias; Rejeição à lógica e à razão; Entrega aos sonhos, à loucura. A coluna quebrada, de Frida Khalo, 1944

4 Salvador Dalí (1904 – 1989) Associava fatos e imagens que nada tinham a ver com a lógica; Foi expulso do movimento surrealista por aproximar-se do fascismo. Retrato de Paul Eluard, de Salvador Dalí, 1929

5 “A única diferença entre um louco e mim é que não sou louco.”
Frases A Persistência da Memória, de Salvador Dalí, 1931 “A única diferença entre um louco e mim é que não sou louco.” “Para conquistar Gala, minha primeira e única mulher, fiz de tudo para atrair sua atenção: raspei minhas axilas, pintei-as de azul, cortei a camisa, lambuzei-me de cola de peixe e excrementos de cabra. No pescoço, coloquei um colar de pérolas.”

6 Influência na Literatura
André Breton escreveu em 1924 o Manifesto do Surrealismo em Paris; Libertação do inconsciente através da escrita automática; Texto em que as relações lógicas não servem de apoio ao leitor, porque as imagens criadas não encontram equivalente no mundo conhecido; Não resta ao leitor outra saída a não ser entregar-se ao universo de sonho proposto pelo texto.

7 Aproximação do terror (Murilo Mendes) 1 Dos braços do poeta Pende a ópera do mundo (Tempo, cirurgião do mundo): – O abismo bate palmas, A noite aponta o revólver. Ouço a multidão, o coro do universo, O trote das estrelas Já nos subúrbios da caneta: As rosas perderam a fala. Entrega-se a morte a domicílio. Dos braços... Pende a ópera do mundo. 2 Tenho que dar de comer ao poema. Novas perturbações que me alimentam: Nem tudo o que penso agora Posso dizer por papel e tinta. O poeta já nasce conscrito, Atento às fascinantes inclinações do erro, Já nasce com as cicatrizes da liberdade. O ouvido soprando sua trompa Percebe a galope A marcha do número 666. Palpo a Quimera O tremor E os jasmins da palavra “jamais”. 3 Dos telhados abstratos Vejo os limites da pele, Assisto crescerem os cabelos dos minutos No instante da eternidade. Vejo, ouvindo, ouço vendo. Considero as tatuagens dos peixes, O astro monocelular. Os rochedos colocam-se máscaras contra pássaros asfixiantes. A grande Babilônia ergue o corpo de dólares. Ruído surdo, o tempo oco a tombar... A espiral das gerações cresce.