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Os Curumins na Escola Era uma vez uma escola que foi importada da Europa para ensinar os filhos da elite do País. Tudo ia às mil maravilhas! Os alunos.

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1 Os Curumins na Escola Era uma vez uma escola que foi importada da Europa para ensinar os filhos da elite do País. Tudo ia às mil maravilhas! Os alunos estavam aprendendo bem: Latim, grego, gramática, equações e cálculos. Os pais estavam contentes, porque não precisavam mais mandar os filhos a Europa. Lisboa, Paris, Madri e Londres ficaram apenas para as viagens de passeio. Só tinham um problema: Fazer com que os filhos “estudassem” as intermináveis tarefas e decorassem o ponto.

2 Toda vez que achavam necessário, as famílias contratavam preceptores para as aulas particulares. Certo dia, pela intervenção da FUNAI – Fundação Nacional do Índio, a escola teve de aceitar a matrícula de algumas crianças indígenas, da aldeia vizinha, que simplesmente vieram e entraram na escola. Eram dez belos exemplares das tribos Tupi. Acontece que o sábio Pajé entendeu que o poder dos brancos vinha do saber que era ensinado na escola e convenceu o Cacique da Aldeia a mandar alguns Curumins à escola.

3 Os Curumins estranharam o ambiente
Os Curumins estranharam o ambiente. Era completamente diferente do meio em que foram criados. Surpreenderam-se com a aparência dos professores, a linguagem e todos os costumes. Estavam deslocados. Se as crianças indígenas estranharam muito, a estranheza dos professores foi ainda maior. A presença dos Curumins provocou um alvoroço, um corre-corre de cá pra lá e boatos de lá pra cá. Acabou com a tranquilidade e a paz da escola.

4 - Como pode uma coisa dessa. - Curumins na nossa escola. - Ora essa
- Como pode uma coisa dessa? - Curumins na nossa escola? - Ora essa! É só o que faltava! - É muito atrevimento? Não havia outro assunto nos corredores. Logo surgiram hipóteses. !” É uma raça inferior”. “São indolentes por natureza.” “Intelectualmente são apáticos!” entre todas as hipóteses, duas começaram a tomar corpo: Os Índios são carentes de tudo, por isso não vão aprender!” e “Os índios não são capazes de aprender!”

5 Poucos dias depois, alguns professores, os mais exaltados, procuraram o diretor da escola. Eles queriam a convocação do Conselho de Escola para decidir sobre os Curumins. O diretor, que não queria tomar a iniciativa, orientou os mestres para fazerem um abaixo assinado com dois terços dos professores, pedindo a convocação do Conselho. Rapidamente os professores conseguiram as assinaturas necessárias e o Conselho foi realizado. A proposta dos mais exaltados era a expulsão pura e simples.

6 Mas alguém disse que aquilo não existia no Regimento; o que existia era a “transferência compulsória”. todos então concordaram com essa providência, porque o que queriam os Curumins longe dali. Porém o diretor que presidia a sessão começou a ponderar: “ Temos que preservar a imagem da escola!”, “Como é que o pessoal da mídia irá reagir?”, uma vez que “a Educação é direito de Todos”, não é certo a escola discriminar ninguém, nem mesmo os Curumins!

7 Nisso se levantou um professor que ainda não tinha falado
Nisso se levantou um professor que ainda não tinha falado. Era o professor mais ponderado da escola. geralmente falava por último. A sua fala era sempre respeitada e aceita por todos. Falou ponderadamente, medindo cada palavra. Disse que a escola não podia precipitar-se expulsando os Curumins. Na verdade não precisava chegar a esse extremo, pois, se os Curumins pertenciam a uma raça atrasada, são carentes de tudo e incapazes de aprender, não precisa expulsá-los.

8 Era só apartar um pouco nas matérias e usar testes capciosos que eles começariam a abandonar a escola. Não ficaria nenhum. Se alguém ficasse seria por uma inteligência excepcional e mereceria a atenção da escola. Essas palavras foram consideradas muito sábias e foram acatadas por todos. Decidiram não decidir nada, mas saíram “decididos” a apertar nas matérias e nas provas. Dito e feito! Já no primeiro bimestre foi uma catástrofe. Os Curumins não conseguiram média. Apenas dois deles tiraram nota 4.

9 Eles começaram a ter saudades das tardes gostosas debaixo das jabuticabeiras e das manhãs pródigas de caça e pesca. Começaram a pensar se não seria perda de tempo ficar na escola. No segundo bimestre tudo isso se confirmou. A derrocada foi geral. Apenas os dois Curumins do primeiro bimestre obtiveram média, mesmo porque foram os únicos que caíram nas graças dos professores. No decorrer do terceiro bimestre os Curumins começaram a faltar. No ínicio alguns se recusaram a vir, depois, todos que não tiveram média.

10 O que eles faziam na aldeia era muito mais atrativo do que as atividades da escola. Não tiveram dúvidas: Abandonaram a escola! Com a saída dos Curumins a paz a e a tranquilidade retornaram à escola. Os professores que queriam a expulsão estavam triunfantes. O professor ponderado conquistou maior reputação. E o diretor estava aliviado como quem tira um peso das costas. Ficaram na escola apenas dois Curumins. Nã porque eles fossem melhores que os outros, mas porque eram os mais pacatos e receptivos e, principalmente porque caíram nas graças dos professores.

11 Na verdade a escola precisava que alguns ficassem para dizer ao mundo todo que, se os outros não ficaram, foi só por culpa deles! O Cacique achou isso natural! Ele mesmo não estava vendo nenhuma utilidade na escola. Mas o Pajé, esse ficou muito desapontado e não se conformava. “Por que será que os pequenos Curumins não aprendiam?” Pressentia nisso um desastre para o seu povo, pois nunca os índios seriam alguma coisa no futuro. o Pajé dormiu pensando nessas coisas e teve uma revelação. Ele era representante da sua raça, sofrida, marginalizada, cada vez mais recuada.

12 Sentia-se representante também de toda gente sofrida do presente e do futuro. A revelação do Pajé era que, num futuro não muito distante, o s descendentes dos Curumins seriam chamados de piás, guris, crilas, moleques, meninos de rua e meninos de favela. A vida ficaria ainda pior. A natureza não mais forneceria frutas silvestres. a caça e a pesca se tornariam mais difíceis. Apareceriam habitações que se chamariam favelas.

13 Muitos não teriam nem tabas de índios, nem casas de brancos: iriam morar debaixo de uma coisa barulhenta chamada ponte. A fome seria generalizada. O pior de tudo é que a situação dos moleques, piás, crilas, guris nas escolas não mudaria. Eles continuariam recebendo o mesmo tratamento que os Curumins receberam. O Pajé ficou tão triste que perdeu o apetite. ele foi definhando, definhando, definhando...


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