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A cenda a luz Mas feche os olhos e abra-os devagar: a luz intensa pode cegá-lo. Mantenha os olhos fechados por alguns instantes, não vai demorar muito.

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2 A cenda a luz Mas feche os olhos e abra-os devagar: a luz intensa pode cegá-lo. Mantenha os olhos fechados por alguns instantes, não vai demorar muito. Pergunte-se, enquanto seus olhos estão fechados, de quem são os olhos com os quais você vê o mundo? São os Seus olhos ou os olhos ou os olhos que o mundo grudou em seu rosto? Olhos moldados num padrão único de visão, vendados e vedados por inúmeras íris de medos e conceitos, de julgamentos e culturas. Você abre os olhos, o mundo que você vê, é real? O que é a realidade?

3 Olhos Capítulo I

4 Os olhos se abrem, piscam várias vezes, a luz machuca, o mundo parece borrado e distante, encoberto por uma névoa que o envolve criando uma sensação de irrealidade. Aos poucos a imagem borrada toma a forma de um quarto, paredes brancas e nuas, uma janela aberta onde o sol se infiltra por entre as grades. A cabeça vai de um lado ao outro, sem forças para levantar-se, os braços inertes, caídos ao lado do corpo dormente. As horas passam, arrastando-se como lesmas sobre as pernas imóveis e indiferentes. Os olhos se abrem e fecham várias vezes, a visão mais nítida distingue no canto um quandro-relógio: flores abertas e disformes arrastadas por uma brisa invisível se enroscam nos ponteiros que, na verdade, são os dedos da mão do homem-engrenagem. Nada faz sentido, mas que sentido haveria de fazer? Os olhos giram nas órbitas, o mundo todo gira e tudo escurece novamente, enquanto o corpo lentamente também começa a girar, descendo e girando, numa espiral contínua e rítmica, sempre descendo, mergulhando no infinito, afundando deliciosamente num quieto entorpecimento.

5 Por instantes, os olhos nada vêem. A imagem do homem-engrenagem do relógio aparece repentinamente, seus dedos-ponteiros marcando um tempo estranho, uma roldana gira no rosto mecânico e os olhos piscam, o rosto se movimenta e se abre num sorriso. Quanto tempo se passou, quantas horas, minutos...que parcela insignificante do tempo eterno foi gasta? Quanto tempo...Quanto tempo foi perdido no delírio febril, perdido no devaneio, quanto tempo se perde na vida com experiências sem valor. O homem-maquina sorri, sarcástico, o tempo não volta. Tempo. Aos poucos a imagem evanesce como um sopro de fumaça contra a luz. Tic. Tempo. Tac. Tic. Tac.

6 Apenas a escuridão e o tiquetaquear do relógio. Que há no mundo que seja mais paradoxal que o tempo? Tempo que cura as feridas e mágoas, tempo em que se multiplicam as células e toma forma o corpo, o tempo em que cresce e vive. A vida humana é regida pelo tempo: dia de nascer, a hora do primeiro encontro, hora do almoço, hora de dormir, o tempo em que sonhei e a hora de acordar... o dia em que conheci aquela pessoa, os anos que estamos juntos, os meses longe. Lembra-se do dia em que conheceu alguém especial? Um grande amigo, um grande amor, um grande mestre..? O tempo há e levá-las, a todas. E aos poucos o tempo apagará seus rastros na terra, assim como apagará os seus e os meus, assim como apagou os passos daqueles que vieram antes de nós e foram esquecidos. O tempo é algo maravilhosamente terrível e terrivelmente maravilhoso. Mas, o que é o tempo sem a memória? Para lembrar-se que existe o tempo, lembrar-se quanto tempo se passou e o que se passou nesse tempo.

7 Tic. Tac. Tic. Tac. Tic. Tac. Se eu morresse hoje e não houvesse nada, nem ninguém para lembrar ou marcar o fato de que eu existi, seria como se eu nunca houvesse existido? Tic. Tac. Tic. Tac. Tic. Tac. Os olhos se abrem novamente, o corpo outrora pesado, agora é leve como um suspiro e não seria difícil flutuar. A cabeça se move facilmente, as imagens são nítidas, o pensamento é confuso.

8 O tronco se apóia num braço que o alavanca e ele se ergue, ainda vacilante, fica em pé, é aquele quarto, branco, janelas gradeadas, o quadro- relógio na parede, com suas flores deformadas e o homem-engrenagem e seu sorriso zombeteiro. As pernas levam o corpo até a porta do quarto, está destrancada. Fora do quarto um corredor se estende longamente dos dois lados, portas e mais portas, portas escondem segredos, guardam-nos dos olhos alheios. Os pés continuam arrastando o corpo pelo corredor, sombras com formas humanas vagam de um lado ao outro, seres internalizados, olhos desfocados e distantes, cabelos revoltos e as bocas...cavernas cheias de dentes, balbuciando interminavelmente. Continua...


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