Com uma sensibilidade nada habitual numa sociedade patriarcal, Jesus tem o costume de falar explicitamente das mulheres tornando-as “visíveis” e pondo.

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Transcrição da apresentação:

Com uma sensibilidade nada habitual numa sociedade patriarcal, Jesus tem o costume de falar explicitamente das mulheres tornando-as “visíveis” e pondo em relevo a sua actuação. Na nova família de Jesus todos partilham vida e amor fraterno. Os homens perdem poder, as mulheres ganham dignidade. As mulheres escutavam a sua mensagem, aprendiam d’Ele e seguiam-n’O de perto, o mesmo que os discípulos homens. O facto é incontestável e, ao mesmo tempo, surpreendente, pois, nos anos trinta e ainda mais tarde, às mulheres não lhes era permitido estudar a lei com um rabino. A grandeza e dignidade da mulher, e também a do homem, nasce da sua capacidade para escutar a mensagem do reino de Deus e entrar nele. José Antonio Pagola. Jesús: uma abordagem histórica.

O episódio de Marta e Maria serviu, em muitas ocasiões, para contrapor oração e acção, vida contemplativa e vida activa. Dedicação às coisas espirituais e preocupação pelas coisas materiais. Chegou-se a afirmar que a oração, a contemplação e as coisas espirituais são superiores: a melhor parte. Essa interpretação é fazer uma má leitura do texto. A conclusão deste evangelho pode ser: Há que ser contemplativos na acção e activos na contemplação. Marta e Maria são dois modelos de vida cristã que é preciso coordenar e integrar: a escuta quieta e sossegada da palavra e a atitude de serviço aos outros. “Felizes os que escutam a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11,18).

Naquele tempo, Jesus entrou em certa povoação Lucas apresenta a vida como um longo caminho, a busca constante de uma meta, a superação contínua em direcção a um obcjetivo. Nesse caminho está Jesus fazendo o percurso da sua vida, subindo montes, atravessando vales, descendo encostas, encontrando companheiros de viagem e pessoas que vão em direcções diferentes. No seu caminho, detém-Se um dia em casa dos seus amigas.

e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. No ambiente judeu não era bem visto que uma mulher autónoma, que não aparecesse como filha ou esposa de alguém, acolhesse um homem em sua casa. A casa de Betânia passou à história como símbolo da melhor hospitalidade. Atitude humana e social que não é só para atender necessidades materiais. Como no caso de Jesus em Betânia, é para se encontrar, conversar, dialogar, ajudar- se, trocar opiniões, estabelecer laços de comunicação e de autêntica amizade. Quando isto acontece, a hospitalidade é também boa notícia, evangelho feito vida.

Ela tinha uma irmã chamada Maria, que, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Interessar-se pelo que uma pessoa tem para dizer também é uma maneira de a acolher. A atitude de Maria, como a de Marta, supõe uma enorme novidade. Sentar-se aos pés do mestre é a postura própria do discípulo. As mulheres não podiam aceder ao estudo da lei, nem aprender directamente de nenhum mestre. Maria, com a aprovação de Jesus, rompe essa norma. Jesus concede às mulheres o lugar de discípulas. A imagem de Jesus invertendo os critérios e os valores habituais está presente em todo o Evangelho.

Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: – Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me. Marta é o protótipo da pessoa atarefada que sempre tem mil coisas a fazer. Vive presa às suas tarefas. Apesar de ter Jesus em casa, não descobriu a novidade e a alegria da sua mensagem. Pensa que a sua forma de actuar é a melhor e recorre a Jesus para que consiga que a sua irmã faça o que ela faz. Jesus faz-nos ver que os momentos mais importantes da vida se vivem por cima das preocupações e ansiedades, fruto das obrigações que nos impomos a nós mesmos.

O Senhor respondeu-lhe: – Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária.. Jesus repreende Marta com carinho, a repetição do seu nome é prova disso. (Escuto Jesus a repetir o meu nome e o que me quer dizer a seguir). Não censura o seu serviço, mas o seu activismo, a sua ansiedade, a sua perturbação exterior, o seu nervosismo. Tem “muitas coisas” que a absorvem, a enchem, a angustiam, a descentram. O múltiplo opõe-se ao único. Escutar, acolher, sentir-se bem com a novidade da mensagem de Jesus é o único necessário, a melhor parte.

Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada. Jesus toma partido pela mulher-pessoa livre que foi capaz de escolher, deixando-se transformar pela palavra. O texto supõe que a escolha de Maria está ameaçada, que existe o risco de que lhe queiram tirar a sua liberdade de escolha, a sua capacidade de escuta da palavra, a sua autonomia de pensamento e vida, a sua capacidade de decisão, o seu lugar de discípula.

Todos somos umas vezes Marta, outras Maria. Todos nos sentimos com frequência acabrunhados, dispersos e tentados a fazer da eficácia a nossa principal preocupação. Mas temos feito também a experiência do sossego e a unificação que nos dá ordenar as nossas prioridades e viver centrados no essencial. E uma vez mais somos convidados a saborear a Palavra que, no mais fundo de nós mesmos, se converte numa fonte de assombro e de alegria e nos reenvia para um serviço mais generoso e mais livre.

Senhor, ando inquieta e dispersa conjugando mil afazeres. Vou parar, sentar-me a teus pés, estar calada junto a Ti para encontrar o meu ser mais profundo à sombra da tua presença. Vou esperar sossegadamente, para que no meio deste silêncio, nasça a tua Palavra; para que na minha terra ressequida, floresça a tua Sabedoria. Dolores Aleixandre