PROTOCOLO DE LEITURA Alice no País das Maravilhas.

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Transcrição da apresentação:

PROTOCOLO DE LEITURA Alice no País das Maravilhas

P1 (pesquisadora) – Soraya Moreira – Estudante de Pedagogia - UnB P2 (pesquisadora) – Mayara de Oliveira Leal Alves – Estudante de Pedagogia - UnB P3 (pesquisador) – Jefferson Pedroza dos Santos – Estudante de Pedagogia - UnB SC (Sujeito Colaborador) – – Gustavo Fernandes – tem 10 anos e cursa a 4ª série no Colégio Notre Dame – 914 Sul.

P1.: Olá Gustavo! Meu nome é Soraya, o dele é Jefferson e o dela é Mayara, a gente vai mostrar um pedacinho de um livro bem famoso, Alice no país das maravilhas. Você provavelmente já deve ter visto o filme, você viu? SC. : É eu vi, passou um dia desses na sessão da tarde. É aquele que tem o gato roxo? P1.: Isso mesmo, sabe qual o nome do gato roxo? SC.: Não sei não, qual é?

P3.: Cheschire. SC.: Que nome feio! Parece até nome de lutador do WWE. P1.: WWE, o que é isso? SC.: É um joguinho para PS2 (Playstation 2), que você é um lutador. É bem legal, você já jogou? P2.: Não, acho que nunca tinha ouvido falar nesse jogo. Percebi que você gosta muito de assistir televisão e jogar videogame. E ler, você gosta? SC.: Não, é muito chato. Nem tem figura e não dá pra escolher o personagem. P1.: Mas o livro da Alice não é chato não. SC.: É sim, todos os livros são chatos!

P3.: Vou te provar que não é! Fala um pouquinho sobre o que você achou do filme. SC.: Achei super legal, era tão colorido. Tinha o chapeleiro louco, musiquinhas legais, a rainha era muito feia e gorda, só não gostei do final, porque era só um sonho. P3.: Sabe de onde tiraram a história do filme? SC.: Não! P3.: Desse livro que eu te falei. SC.: Tinha um livro, pensei que livro só tivessem histórias bestas. Os livros que a professora passa são muito chatos. Igual minha mãe, toda fez que apronto ela manda eu ler.

P2.: Mas ler não é um castigo, é algo bom. Esse livro que vamos te mostrar é muito legal, mas hoje só vamos ler um pedacinho dele. SC.: Então ta, mas só um pouquinho. Depois eu vou jogar videogame. P1.: Tudo bem, mas se gostar do livro eu deixarei ele pra você ler ao invés de jogar videogame, pode ser? SC.: Tá, mas eu gosto mais de jogar videogame. P1.: Então vamos começar! É o primeiro capítulo do livro “Alice no país das maravilhas”, já que você não gosta de ler eu separei apenas os primeiros 4 parágrafos. Você sabe o que é parágrafo? SC.: Eu aprendi isso na escola! É o espaço que você dá antes da primeira linha dos textos, né? P1.: Isso mesmo!Então vamos começar a ler? SC.: “Alice estava começando a ficar muito cansada de estar sentada ao lado de sua irmã e não ter nada para fazer: uma vez ou duas ela dava uma olhadinha no livro que a irmã lia, mas não havia figuras ou diálogos nele e “para que serve um livro”, pensou Alice, “sem figuras nem diálogos?” P3.: Alice estava cansada de que? SC.: De brincar, de estudar.

P3.: Mas o texto diz que ela tava cansada de outra coisa, você lembra de que? SC.: Lembro, de ficar sentada com sua irmã sem fazer nada. P3.: Isso mesmo! E o que a Alice pensou de um livro sem figuras? SC.: (apontado para o trecho lido) Para que serve um livro. P1.: Você tem certeza que é isso que ela tava pensando? SC.: Sim! (Apontando novamente) Sem figuras nem diálogos. P1.: Isso mesmo! Pode continuar lendo. SC.: “Então, ela pensava consigo mesma (tão bem quanto era possível naquele dia quente que a deixava sonolenta e estúpida) se o prazer de fazer um colar de margaridas era mais forte do que o esforço de ter de levantar e colher as margaridas, quando subitamente um Coelho Branco com olhos cor-de-rosa passou correndo perto dela.” P2.: Você entende o significado de “consigo mesma”? SC.: ué, sozinha P2.: O que ele que dizer nesse trecho aqui quando fala que Alice pensou: “se o prazer de fazer um colar de margaridas era mais forte do que o esforço de ter de levantar e colher as margaridas”

SC.: que ela tava com preguiça... P2.: Por que ela tava com preguiça? No texto fala, você viu? SC.: porque era um dia quente e ela tava com sono... P1.: Então vamos continuar, lê o próximo trecho... CS.: (Lendo) “quando sú-súbita-subitamente um Coelho Branco com olhos cor-de-rosa passou correndo perto dela.” P3.: Você entendeu o que é subitamente? CS.: Não, o que é isso? P3.: É a mesma coisa de derrepente, vamos ler novamente substituindo subitamente por derrepente? CS.: (Lendo) “quando derrepente um Coelho Branco com olhos cor- de-rosa passou correndo perto dela” P3.: E agora você entendeu? CS.: Sim, sim P1.: Vamos continuar... você pode ler o próximo?

CS.: “Não havia nada de muito especial nisso, também Alice não achou muito fora do normal ouvir o Coelho dizer para si mesmo “Oh puxa! Oh puxa! Eu devo estar muito atrasado!” (quando ela pensou nisso depois, ocorreu ocorreuuu-lhe......que deveria ter achado estranho, mas na hora tudo parecia muito natural); mas, quando o Coelho tirou um relógio do bolso do colete, e olhou para ele, apressaaaando-se a seguir, Alice pôôs-se em pé e lhe passou a idéia pela mente como um relâmpago, que ela nunca vira antes um coelho com um bolso no colete e menos ainda com um relógio para tirar dele.” P2.: você ia achar estranho se você visse um coelho, com colete e falando que estava atrasado? CS.: Eu ia, já pensou se a Lilica começasse a falar? P2.: Quem é Lilica? CS.: É a minha coelha que fica lá na chácara, se ela começasse a falar ia ser engraçado, imagina um coelho com um colete? P3.: Como você imagina esse colete? CS.: Preto e com ferro que nem os que os policiais usam... P3.: Mas no texto não fala que é um colete de policial, fala? CS.: Não, mas que colete é então? Tipo o colete que meu avó usa? P3.: Isso, colete roupa. Mas o que Alice achou quando viu um coelho falante?

CS.: Esqueci, posso olhar a história de novo? P1.: Pode sim! CS.: (apontando para o texto) Não achou fora do normal. P1.: Isso mesmo. Continuando, o que a Alice fez quando o coelho tirou o relógio do colete? CS.: Isso eu lembro, ela ficou em pé! P1.: Muito bem! A Alice ficou em pé e uma idéia passou pela mente dela como um relâmpago, você entendo o significado disso? CS.: Entendo sim, é uma idéia muito rápida. P1.: Parabéns Gustavo. Vamos continuar a leitura. CS.: “Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca.” P2.: Você entende o sentido de “ardendo de curiosidade?” CS.: É por que ela tava muito, muito curiosa? P2.: Certíssimo! Mas me diga, para onde ele saltou? SC.: Acho que para a toca dele, né? P2.: Isso. Vamos continuar.

SC.: “No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali. A toca do coelho dava diretamente em um túnel, e então aprofundava-se repentinamente. Tão repentinamente que Alice não teve um momento sequer para pensar antes de já se encontrar caindo no que parecia ser bastante fundo.” P1.: Você saberia me dizer sem olhar no texto em que Alice não pensou quando foi atrás do coelho? SC.: Sei sim, ela não sabia como ia sair dali. P1.: Onde dava a toca do coelho? SC.: Acho que num túnel, né? P3.: Sim. Você entende o significado da palavra “repentinamente”?

SC.: Não, o que é isso? P3.: É o mesmo que de repente! Ficou mais claro agora? SC.: Agora entendi tudo! P3.: O que entendeu? SC.: Que foi tão rápido que a Alice não conseguiu pensar e quando viu já tava caindo no buraco fundo. P1.: Muito bem! O texto já acabou. Você continua achando o texto chato? SC.: Não, adorei o texto a Alice é uma menina muito esperta, diferente das meninas do meu colégio. P2.: Que bom que você gostou, quer ficar com o livro pra ler depois? SC.: Quero sim, mas agora vou jogar videogame.

Comentário Esse protocolo de leitura foi realizado durante uma tarde na casa de um dos pesquisadores, pois o Sujeito Colaborador é irmão de um deles. O objetivo da atividade era incentivar o SC a trabalhar questões relativas à interpretação. Podemos concluir que Gustavo apesar de ter contato com a leitura, não desenvolveu uma imagem prazerosa desta. Apesar de não ter familiaridade com o livro “Alice no País das Maravilhas”, já conhecia o enredo, pois já tinha contato com o filme. Segundo ele já havia passado o filme na Sessão da Tarde (Programa de Televisão), isso corrobora com o pensamento de Paulo Freire de que a leitura do mundo precede a da palavra

Concluo que Gustavo não estava muito disposto a colaborar com a atividade, pois ele estava interrompendo sua atividade preferida (jogar videogame) e por esse motivo tivemos que escolher um trecho pequeno. Durante a atividade ele conseguiu compreender bem os significados implícitos, e não muito bem alguns explícitos no texto, talvez por indisposição, pois Gustavo costuma ser bem esperto e com facilidade de executar tarefas. Escolhi o texto de Lewis Carol, pois acredito ser um texto muito rico e imaginativo, mas pouco conhecido na forma escrita.