Arte e Literatura Introdução aos estudos literários.

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Transcrição da apresentação:

Arte e Literatura Introdução aos estudos literários

Guernica – Pablo Picasso, 1937

Fotografia tirada no dia do bombardeio em Guernica.

O pintor espanhol Pablo Picasso (1881–1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em Essa obra cubista apresenta elementos plásticos identificados pelo: a) painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando à realidade, colocando-se em plano frontal ao espectador. b) horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano. c) uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica. d) esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro. e) uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográfica livre de sentimentalismo.

A Rosa de Hiroshima Pensem nas criançasDa rosa da rosa Mudas telepáticasDa rosa de Hiroshima Pensem nas meninasA rosa hereditária Cegas inexatasA rosa radioativa Pensem nas mulheresEstúpida e inválida Rotas alteradasA rosa com cirrose Pensem nas feridasA anti-rosa atômica Como rosas cálidasSem cor sem perfume Mas, oh, não se esqueçamSem rosa, sem nada Vinícius de Moraes

No poema, A Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes: a) a referência a um acontecimento histórico, ao privilegiar a objetividade, suprime o teor lírico do texto. b) parte da força poética do texto provém da associação da imagem tradicionalmente positiva da rosa a atributos negativos, ligados à ideia de destruição. c) o caráter politicamente engajado do texto é responsável pela sua despreocupação com a elaboração formal. d) o paralelismo da construção sintática revela que o texto foi escrito originalmente como letra de canção popular. e) o predomínio das metonímias sobre as metáforas responde, em boa medida, pelo caráter concreto do texto e pelo vigor de sua mensagem.

De Elisa Lucinda Dei um gelo nela (o poema da geladeira) Estava há uma semana vazia... Fazia dias que ela não gelava senão água. Até que choveu na minha conta outro dia: Saí, comprei aves, peixes, lagostas, camarões. Olhei pra ela, estava cheia. Chuchus sorriam pra mim: há quanto tempo... diziam. Uvas e beterrabas batiam palminhas do reencontro Até a galinha morta era feliz por mim. Dormi pensando em receitas boas. Acredita que de manhã um carrasco havia sido pago pra levá-la? Ela que nunca foi totalmente minha. Liguei pra dona, me humilhei sozinha dentro do discurso justo de que sou artista e por isso inconstante na economia. E a dona nada. Não cedia. O carrasco ia levar minha deusa, minha neve possível, minha geada de estimação. À hora marcada, chorei agarrada àquela cônsul mimada demais por mim; Tão adotiva, tão afetiva... eu atracada a ela, pedia, gemia... E ela, nada; ela fria, desligada, já não me dava nem gelos. Fiquei sem patrimônio. Sem preservação de alimentos. Fiquei sem centro, a zombar de mim. Até que me lembrei dos meus bens: a coragem, a beleza, a força, a poesia, a esperteza. coisas que não se encontram em pontos-frios, coisas que não são substituíveis por um isopor. Então já amanheci pondo coentros nas jarras como flores! Curei minhas dores sem congelamento. Me virei por dentro onde tudo é mantido quente vivo. Tirei tudo de letra e de ouvido como quem tira uma música!

CIRCUITO FECHADO, Ricardo Ramos Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

Arte e Literatura Presente em todas as civilizações; Expressão dos sentimentos humanos Relação do homem com o universo e consigo mesmo. Definição: o fazer – o conhecimento e a expressão. Literatura – a arte da palavra. Para que o texto literário ganhe vida é necessário que o leitor aceite as regras do mundo imaginado pelo autor, entrando no jogo ficcional proposto!

A linguagem literária Para construir sentidos, produzir novos significados, o artista literário trabalha a palavra indo além do seu significado básico (a palavra em estado de dicionário); também seleciona e combina as palavras para obter o máximo de efeito sonoro em busca do ritmo poético.

A linguagem literária O aprendiz de poesia [...] Só às vezes,, subitamente, dos espaços descia um braço de vento que varria as folhas secas da rua... A janela estava aberta, e em sua moldura a lua viera se postar, os olhos cravados em mim. [...] Vinícius de Moraes

DENOTAÇÃOCONOTAÇÃO Palavra com significação restrita.Palavra com significação ampla, criada pelo contexto Palavra com o sentido comum, aquele encontrado no dicionário. Palavra com sentidos que carregam valores sociais, afetivos, ideológicos etc. Palavra utilizada de modo objetivo.Palavra utilizada de modo criativo, artístico. Linguagem exata e precisa.Linguagem expressiva, rica em sentidos.

Texto literário As características do texto literário: Ficcionalidade: os fatos apresentados no texto literário não fazem necessariamente parte da realidade. Por isso, diz-se que a ficção (simulação, o fingimento, a criação ou invenção, a fantasia) é um componente importante da Literatura. Função estética: o artista procura representar a realidade a partir da sua visão, interpretando aspectos que julga mais relevantes, sem se preocupar em retratá-la de modo fiel. O que se verifica não é a semelhança com o real, mas a interpretação dele se faz.

Em síntese: TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO-LITERÁRIO Linguagem pessoal, contaminada pelas emoções e valores de seu emissor. Linguagem impessoal, objetiva, informativa. Linguagem plurissignificativa, conotativa.Linguagem que tende à denotação. Recriação da realidade, intenção estética.Informação sobre a realidade. Ênfase na expressão.Ênfase na informação, no conteúdo.

Para fechar nossa aula: Assista ao vídeo sobre Arte no: