Boca de Ouro NELSON RODRIGUES. Sobre o autor... Nasceu no Recife, em 1912 e foi para o Rio de Janeiro com a família com sete anos de idade. O Brasil deixava.

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Transcrição da apresentação:

Boca de Ouro NELSON RODRIGUES

Sobre o autor... Nasceu no Recife, em 1912 e foi para o Rio de Janeiro com a família com sete anos de idade. O Brasil deixava de ser predominantemente agrícola e se industrializava rapidamente. Os padrões de comportamento mudavam e o Brasil passava a precisar de um novo teatro para espelhá-lo. No Rio de Janeiro, seu pai era jornalista e fundou o Jornal A Manhãs, onde Nelson, ainda adolescente inicia sua carreira jornalística como repórter policial. Não poucas vezes teve problemas com a censura, pois suas peças eram consideradas ousadas demais para a época, tanto pela abordagem de temas polêmicos como pelo uso de uma linguagem expressionista que exacerbava imagens e situações extremas.

Sobre o livro... Escrito por Nelson Rodrigues em 1959, a peça Boca de Ouro retrata, através da figura de um bicheiro do submundo carioca, alguns temas constantes em sua dramaturgia, tais como traição, exploração e violência. Estreou em São Paulo no Teatro Federação no dia 13 de outubro de FRACASSO: o forte sotaque polonês do diretor/ator o afastava completamente do personagem. Classificado como tragédia carioca, não restam dúvidas de que, nas tragédias cariocas, Nelson aproximava-se do homem comum, cotidiano, detentor dos amargores resultantes da pobreza, da submissão humilhante, dos fracassos e das injustiças sociais. O brasileiro finalmente podia de alguma maneira se reconhecer no teatro do dramaturgo e compactuar com a miséria de personagens

Sobre o livro... O bicheiro ”Boca de Ouro” é uma figura temida e megalomaníaca, que tem esse apelido porque, ao melhorar de vida, trocou os dentes perfeitos por uma reluzente dentadura de ouro. Quando “Boca” é assassinado, seu passado é vasculhado por um repórter de um jornal sensacionalista em busca de histórias escabrosas. A fonte do jornalista é dona Guigui, a volúvel e passional ex-amante do contraventor, uma mulher que, ao sabor de seus humores, revela diferentes versões da mesma história. Nascido em uma pia de gafieira, Boca de Ouro tenta superar a infância difícil com sonhos grandiosos: a dentadura e o caixão de ouro. Durante toda a peça, o bicheiro propõe negociações em torno da vida alheia, mostrando que, para ele, o dinheiro pode comprar qualquer coisa.

1º Ato A peça se inicia no consultório do dentista. Boca de Ouro decide arrancar todos os dentes saudáveis e colocar uma dentadura de ouro. CORRUPÇÃO: Boca suborna o dentista que se nega a arrancar-lhe os dentes. Ainda no primeiro ato, o protagonista é assassinado, e a partir de então a história é contada do ponto de vista de Dona Guigui, ex-amante do bicheiro, que é interrogada pelo repórter Caveirinha. AGIOTAGEM: Ainda sem saber da morte do bicheiro, na primeira versão de Dona Guigui sobre o assassinato de Leleco, Boca de Ouro teria oferecido dinheiro “emprestado” a Leleco na condição de que sua mulher Celeste fosse buscar o dinheiro sozinha. VICIO: Leleco “vende” a própria mulher para pagar o vício no jogo.

1º Ato Nessa primeira versão, Boca de Ouro aparece como um assassino cruel, capaz de matar Leleco no corredor, enquanto Celeste aguarda apavorada no quarto do bicheiro. “Boca tenta agarrar Celeste à força e beijá-la no peito. Ela grita. Leleco vem ao seu encontro. Eles se abraçam. Querem ir embora. Boca torna-se ameaçador. Diz que ninguém sai. Ordena que Leleco, se quiser viver, mande sua mulher entrar no quarto. Ele obedece. Boca o expulsa. Antes de sair ele ameaça: ― Seu miserável! Tenho a sua ficha. Tu nasceu numa pia de gafieira! Intolerante com qualquer crítica à sua mãe, Boca de Ouro atinge Leleco mortalmente no rosto com a coronha do revólver. “

2º Ato Boca de Ouro: “Minha mãe era gorda, tão gorda que não se notava a barriga de gravidez. No nono mês foi dançar na gafieira. Lá pulou, cantou, pintou o caneco. De repente sentiu um troço, um puxo... Pediu licença ao par, que era um preto... Minha mãe não ligava para a cor... Pediu licença e foi ao toalete das senhoras. Então eu nasci! Minha mãe me apanha e me enfiou na pia. Depois abriu a bica em cima de mim e voltou para o salão...” Dona Guigui: “Esse negócio de “pia de gafieira”, ele não adimite, ah não! Queres saber da maior, e vê se tem cabimento: o “Boca”, quando bebe, chama a mãe de “A virgem de ouro”! Uma vagabunda de apanhar homem da esquina, no meio da rua!”

2º Ato Ao saber da morte do ex-amante, Dona Guigui chora e passa a elogiar Boca de Ouro “Dor dos subúrbios – dor quase cômica pelo exagero” Homem rigoroso que mata, mas não sem motivo. Conta agora sua segunda versão do assassinato relatando uma Celeste nada fiel e um Leleco não tão inofencivo. É Leleco quem tenta se aproveitar do bicheiro agora e, após não conseguir o dinheiro que queria, tenta matá-lo. Mas Celeste, esposa de Leleco, o apunhala pelas costas salvando, de certa maneira, a vida de Boca de Ouro. A forma elogiosa como Dona Guigui passa a tratar Boca de Ouro irrita o marido, que faz as malas e decide deixar a casa.

3º Ato Ao fazer as pases com o marido Agenor, Dona Guigui volta a denegrir a imagem de Boca de Ouro, fazendo referência a um assassino frio e covarde. “― Por que é que o Boca nunca se meteu com o meu velho? Sabia que o Agenor é fogo! Agenor metia-lhe a mão na cara!” Na sua terceira versão, Leleco teria descoberto que Celeste o traia com Boca de Ouro. Ao ir na casa de Boca de Ouro, armado, cobrar um bilhete “premiado”, Leleco acaba sendo assassinado pelo bicheiro e também pela própria mulher.

3º Ato “Eles escondem o corpo atrás do móvel. Ele quer agora que Celeste vá porque ele está esperando visita, mas ela recusa-se a sair. Pouco depois, aparece Maria Luísa, a grã-fina. Ela e Celeste se conhecem e se cumprimentam. Estudaram no mesmo colégio. A conversa entre as duas começa amigável mas depois as duas começam a discutir. Celeste acusa Maria Luísa de tê- la humilhada. No auge da discussão, Celeste mostra o corpo do marido morto atrás do móvel. Ela diz que foi o Boca que matou.” Boca de Ouro mata Celeste pela traição.

3º Ato Ao final do livro, a morte de Boca de Ouro é anunciada na rádio: “ Mataram o Boca de Ouro, o Al Capone, o Drácula de Madureira, o D. Quixote do jogo do bicho, o homem que matava com uma mão e dava esmola com a outra! Uma multidão, uma fila dupla que se alonga até o pátio do necrotério. São homens, mulheres e até crianças. Até crianças que vêm olhar pela última vez essa estrela do crime que foi Boca de Ouro! ” “ Esse povo veio ver o Boca de Ouro, o célebre Boca de Ouro. Entra no necrotério e encontra, em cima da mesa, um cadáver desdentado! Sem um mísero dente! Não é um paradoxo? É um paradoxo! Acho isso um requinte – pior que as 29 facadas. “

Comentários De ato para ato, mais se percebe que “Boca de ouro” pertence muito mais a uma mitologia suburbana do que à realidade normal da Zona Norte. A exemplo de outras narrativas de Nelson Rodrigues, esta também não apresenta a verdade objetiva dos fatos e, sim, a ótica distorcida pela emoção ou desvairio de uma mulher. Dono de uma fortuna conquistada por meios ilícitos, Boca de Ouro passeia com certa desenvoltura por entre as mais diversas classes sociais. Manipula a imprensa, compra políticos e corrompe a opinião pública. Maria Luísa, a grã-fina representante da alta sociedade, está convertida e disposta a batizar Boca de Ouro, colocando também em discussão na peça a questão da religião. O batizado do bicheiro é a tentativa de se aproximar da alta sociedade e, quem sabe, ser aceito por ela.

Comentários Por meio de uma transmissão para a Rádio Continental, o repórter revela os fatos: Boca de Ouro morreu com 29 punhaladas, efetuadas por sua ex-amante, Maria Luíza, e ainda por cima, acabam por lhe roubar sua dentadura de ouro. O locutor exprime a ironia e o desprezo do povo que fora atrás de um símbolo extraordinário de extravagância (a dentadura de ouro) e encontra a miserável, grotesca, mas reveladora realidade de um pobre cadáver desdentado. Sem sua dentadura, o personagem fica nu, desprovido de sua aura, frágil na sua condição humana, desdentado como nascera, numa pia de gafieira. Herói popular/Bandido suburbano

Sobre a Imprensa... Nota-se no livro o papel ambíguo reservado à imprensa. Esta na verdade, mais do que promover a investigação, promove a sensação. A peça foi escrita em 1959 época em que as grandes cidades brasileiras passavam por um surto de transformações na imprensa. O processo de redemocratização do país provocou o surgimento de novos jornais. Eram populares e não raro enveredavam pelo sensacionalismo das manchetes espalhafatosas. Nelson não via esse sensacionalismo com bons olhos pois via que criava-se e desfazia-se mitos da noite para o dia.

Em cena... No cinema: No teatro:

Obrigada!