Vamos recomeçar a nossa trajetória

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Transcrição da apresentação:

Vamos recomeçar a nossa trajetória BEM-VINDOS! Vamos recomeçar a nossa trajetória

A CIDADE E AS SERRAS Eça de Queirós – 1900 – Realismo em Portugal Gênero: romance realista português – fase do Realismo fantasista Estrutura: livro dividido em duas partes – 16 capítulos desiguais Foco narrativo: primeira pessoa – narrador-testemunha (deuteregonista) Enredo: a trajetória de Jacinto do progresso da civilização à simplicidade do campo Personagens: esféricos / planos / caricaturais: JACINTO - ZÉ FERNANDES - JOANINHA - GRILO - TIA VICÊNCIA – SILVÉRIO - Tempo: de 1820 até 1894 – divisão em blocos bem definidos. Espaço: considerado “romance de espaço” – o espaço influencia da psicologia das personagens. Linguagem: Parte I - poder de ironia e talento caricatural, Parte II – carga de lirismo com descrições impressionistas

Retomando o trabalho com Drummond Retomando o trabalho com Drummond! (lista dos poemas comentados em sala) Morro da Babilônia Congresso internacional do medo Brinde no juízo final Privilégio do mar Indecisão do Méier Bolero de Ravel Os ombros suportam o mundo Mãos dadas

Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora. MENINO CHORANDO NA NOITE Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora. O choro atrás da parede, a luz atrás da vidraça perdem-se na sombra dos passos abafados, das vozes extenuadas. E no entanto se ouve até o rumor da gota de remédio caindo na colher. Um menino chora na noite, atrás da parede, atrás da rua, longe um menino chora, em outra cidade talvez, talvez em outro mundo. E vejo a mão que levanta a colher, enquanto a outra sustenta a cabeça e vejo o fio oleoso que escorre pelo queixo do menino, escorre pela rua, escorre pela cidade (um fio apenas). E não há ninguém mais no mundo a não ser esse menino chorando.

Atualizando... Menino chorando na noite Morro da Babilônia Congresso internacional do medo Brinde no juízo final Privilégio do mar Indecisão do Méier Bolero de Ravel Os ombros suportam o mundo Mãos dadas

PARNASIANISMO

A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade.

A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Longe da movimentação das rebeliões populares, que o eu lírico considera estéreis. Poema de caráter metalingüístico. A um poeta disciplina. Com Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Compara o trabalho do poeta ao de um artesão. “Construir” um poema demanda esforço. (idéia contrária a da inspiração , defendida pelos românticos.)

Referência à Antiguidade Clássica, muito comum no Parnasianismo. A forma não deve parecer produzida artificialmente. Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Riqueza e sobriedade são características almejadas. A imagem é o mais importante do poema, nada pode atrapalhar sua pureza.

O efeito final do texto precisa, necessariamente, agradar, sem passar a impressão de artificialidade. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício: O poeta é considerado um “mestre” que passou por um sacrifício para realizar sua obra.

A união do conceito de Beleza ao de Verdade é um pensamento derivado da Antiguidade Clássica. Apesar de todo o trabalho empregado, a obra ainda é considerada “simples”. Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. Os dois últimos versos de um bom soneto funcionam como a “chave de ouro” do texto e trazem um resumo das idéias principais abordadas.

Outro texto Parnasiano para reforçar as características mais importantes:

Profissão de Fé - Olavo Bilac (fragmentos) ourives: joalheiro que trabalha em ouro. Profissão de Fé - Olavo Bilac (fragmentos) Carrara: cidade italiana famosa pela produção de mármore. Invejo ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. Imito-o. E, pois, nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro. Por isso, corre, por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme Corre o cinzel. ônix: espécie de pedra preciosa. cinzel: instrumento de aço, usado por gravadores e escultores.

Corre; desenha, enfeita a imagem, A idéia veste: Cinge- Corre; desenha, enfeita a imagem, A idéia veste: Cinge-!he ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste. Torce, aprimora, alteia e lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina. Sem um defeito. A língua é tratada pelos parnasianos como um material precioso, que deve ser “burilado” para transformar-se em uma obra de arte perfeita.

SIMBOLISMO

Art Nouveau

Paul Cézanne

Vincent van Gogh

Paul Gauguin

SIMBOLISMO Em Portugal – 1890 Eugênio de Castro – Oaristos Antônio Nobre – Só Camilo Pessanha - Clepsidra Brasil – 1893 Cruz e Souza – Missal e Broquéis Alphonsos de Guimaraens - Kyriale SIMBOLISMO

SENSAÇÃO MISTÉRIO MUSICALIDADE RELIGIOSIDADE MELANCOLIA ATMOSFERA NOTURNA COR SUGESTÃO

ISMÁLIA – Alphonsus de Guimaraens Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...

ANTÍFONA – Cruz e Souza Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas! Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras Formas do Amor, constelarmente puras, De Virgens e de Santas vaporosas... Brilhos errantes, mádidas frescuras E dolências de lírios e de rosas ... Indefiníveis músicas supremas, Harmonias da Cor e do Perfume... Horas do Ocaso, trêmulas, extremas, Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...

Visões, salmos e cânticos serenos, Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes... Dormências de volúpicos venenos Sutis e suaves, mórbidos, radiantes ... Infinitos espíritos dispersos, Inefáveis, edênicos, aéreos, Fecundai o Mistério destes versos Com a chama ideal de todos os mistérios. Do Sonho as mais azuis diafaneidades Que fuljam, que na Estrofe se levantem E as emoções, todas as castidades Da alma do Verso, pelos versos cantem.

Que o pólen de ouro dos mais finos astros Fecunde e inflame a rima clara e ardente... Que brilhe a correção dos alabastros Sonoramente, luminosamente. Forças originais, essência, graça De carnes de mulher, delicadezas... Todo esse eflúvio que por ondas passa Do Éter nas róseas e áureas correntezas... Cristais diluídos de clarões alacres, Desejos, vibrações, ânsias, alentos Fulvas vitórias, triunfamentos acres, Os mais estranhos estremecimentos...       

Flores negras do tédio e flores vagas De amores vãos, tantálicos, doentios... Fundas vermelhidões de velhas chagas Em sangue, abertas, escorrendo em rios... Tudo! vivo e nervoso e quente e forte, Nos turbilhões quiméricos do Sonho, Passe, cantando, ante o perfil medonho E o tropel cabalístico da Morte...

SIMBOLISMO No Brasil – 1893 Cruz e Souza – Missal e Broquéis Alphonsos de Guimaraens - Kyriale SIMBOLISMO Em Portugal – 1890 Eugênio de Castro – Oaristos Antônio Nobre – Só Camilo Pessanha - Clepsidra

VERSOS ÍNTIMOS – Augusto dos Anjos Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão – esta pantera – Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te a lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!

Autores de prosa do Pré - Modernismo no Brasil

"O sertanejo é, antes de tudo, um forte "O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços do litoral. A sua aparência, entretanto, (...) revela o contrário. (...) É desengonçado, torto. (...) Reflete a preguiça invencível, (...). Basta o aparecimento de qualquer incidente (...) transfigura-se. (...) reponta (...) um titã acobreado e potente (...) de força e agilidade extraordinárias." OS SERTÕES – Euclides da Cunha – O Homem

Caiu Canudos, em 5 de outubro de 1897, "ao entardecer, quando caíram seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados. (...) No dia 6 acabaram de destruir desmanchando-lhes as casas, 5.200, cuidadosamente contadas. (...)"     A Luta

"Antes, no amanhecer daquele dia, comissão adrede escolhida descobrira o cadáver de Antônio Conselheiro. (...) Desenterraram-no cuidadosamente. Dádiva preciosa (...)! Fotografaram-no depois. (...)". Cortaram-lhe a cabeça. "Trouxeram depois para o litoral, onde deliravam multidões em festa, aquele crânio. (...) Ali estavam (...) as linhas essenciais do crime e da loucura..."

Um homem de consciência Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para joão Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro. Nunca fora nada na vida, nem admitia a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor. Mas João Teodoro acompanhava com aperto de coração o deperecimento visível de sua Itaoca. _ Isto foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons _ agora só um e bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal dá serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando...

João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível. _ É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxa e boto-me fora daqui. Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada... Ser delegado numa cidadinha daquelas é coisa seríssima. Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado _ e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca! ...

João Teodoro caiu em meditação profunda João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as malas. Pela madrugada botou-as num burro, montou num cavalo magro e partiu. _ Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens? _ Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim. _ Mas , como? Agora que você está delegado? _ Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado , eu não moro. Adeus. E sumiu.  

Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas, as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia com azedume e paixão a proeminência do Amazonas sobre todos os demais rios do mundo. Para isso ia até ao crime de amputar alguns quilômetros ao Nilo e era com este rival do "seu" rio que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua frente! Em geral, calmo e delicado, o major ficava agitado e malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em face da do Nilo.

Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs, antes que a "Aurora, com seus dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo", ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la lengua guaraní ó más bien tupí, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-lo -- Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar o ponto, distraído, sem reparar quem lhe estava às costas, disse em tom chocarreiro: "Você já viu que hoje o Ubirajara está tardando?"