“DIRETÓRIO PASTORAL LITÚRGICO-SACRAMENTAL

C APÍTULO VI O Sacramento da Unção dos Enfermos

Ouçamos atentamente... Mc 6,7-13

D ESAFIOS PASTORAIS Agora, fazendo um pequeno cochicho, como tem sido compreendido e utilizado o Sacramento da Unção dos Enfermos nas nossas comunidades? Cada uma faça anotação pessoal dos pontos elencados na conversa, depois, estas serão partilhadas...

comunidade e ao enfermo: 200. Desafios pastorais quanto à comunidade e ao enfermo: desconhecimento do valor e dos efeitos salvíficos do sacramento; visão errônea do sacramento, associada à idéia de morte; temor do enfermo e do idoso quanto à recepção do sacramento; inexistência, em algumas Paróquias, das Pastorais da Saúde e da Pessoa Idosa; descuido pastoral no atendimento aos doentes e idosos; ausência da Igreja Católica nos hospitais e nos bairros afastados; indiferença dos profissionais da saúde para com a assistência religiosa aos doentes.

à celebração da Unção dos Enfermos 201. Desafios pastorais quanto à celebração da Unção dos Enfermos: a. desconhecimento da dimensão litúrgico- celebrativa deste sacramento; b. celebração do sacramento realizada quase que somente nos domicílios; c. ausência de Missa com os enfermos e idosos em muitas Paróquias; d. celebração quase somente para os agonizantes, sobretudo em hospitais; e. celebração apressada, sem a participação da família.

Motivação teológica 194. “A sagrada Unção dos Enfermos, como a Igreja Católica professa e ensina, é um dos sete sacramentos do Novo Testamento, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, sugerido em São Marcos (cf. 6,13), promulgado e recomendado aos fiéis por São Tiago, apóstolo e irmão do Senhor. Algum de vós está enfermo? Pergunta ele. Chame os Presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente. O Senhor o aliviará, e, se tiver pecado, receberá o perdão (Tg 5,14-15)” (Sacra Unctionem Infirmorum in: Ritual da Unção dos Enfermos, p. 9).

195. A Unção dos Enfermos é atestada desde longa tradição tanto na Igreja do Ocidente como na do Oriente. entendido como momento celebrativo do Mistério Pascal de Cristo na vida de nossos irmãos doentes e idosos não é um sacramento só dos que estão no fim da vida. Este sacramento, com o Concílio Vaticano II, foi entendido como momento celebrativo do Mistério Pascal de Cristo na vida de nossos irmãos doentes e idosos e não só para aqueles que se encontram às portas da morte: “A ‘extrema unção’, que também e melhor pode ser chamada ‘unção dos enfermos’ não é um sacramento só dos que estão no fim da vida. o É certamente oportuno recebê-lo quando o fiel começa a correr risco de morte pela doença ou velhice” ( Sacrosanctum Concilium, n. 73).

196. A Igreja, ao ungir seus doentes e idosos, segue a prática misericordiosa que Cristo tinha para com os enfermos. De fato, a obra de Cristo continua a se realizar, pois a Epístola de São Tiago ensina que a Unção dos Enfermos concede ao ungido a graça do Espírito Santo, perdoa os pecados e concede, se for da vontade de Deus, a cura dos males físicos e espirituais (cf. Ritual da Unção dos Enfermos, n. 6) A celebração deste sacramento consiste, sobretudo, na oração da fé e na unção dos enfermos com o óleo santificado pela bênção de Deus após a imposição das mãos pelos presbíteros da Igreja; por este rito é conferida a graça do sacramento. É oportuno lembrar que os ministros ordinários desse sacramento são o bispo e o presbítero.

Por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo. Para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos. A Sagrada Unção O sacerdote unge o enfermo com o santo óleo, na fronte e nas mãos, rezando a seguinte oração:

199. A Unção confere ao enfermo a graça do Espírito Santo, que contribui para o bem do homem todo, reanimando nele a confiança em Deus e fortalecendo-o contra as aflições da morte. Proporciona também o perdão dos pecados, a cura e a consumação da penitência cristã A doença e a morte se tornam oportunidades que sejam estreitados os laços de comunhão entre os membros da comunidade. O sacramento da Unção tira o doente e o idoso do isolamento, fazendo-os sentirem-se amados e em comunhão com Deus e com os irmãos da comunidade.

O que ainda nos falta para compreender melhor este sacramento? Quais as dúvidas que nós ainda temos? Rapidamente, vamos anotar o que nos lembramos para depois, partilhar nos grupos...

Mesmo na diversidade, precisamos caminhar na UNIDADE. Assim, vamos refletir sobre o que as comunidades, comissões e conselhos de nossa diocese ponderaram como elementos fundamentais para a caminhada pastoral deste sacramento Normas Pastorais

a. é dever evangélico cuidar dos doentes e idosos em suas necessidades físicas, psíquicas e espirituais; b. seja assumida por padres e leigos a caridade pastoral para com os enfermos e idosos; gravemente enfermo ou em idade avançada, cujas forças se encontrem sensivelmente debilitadas c. pode receber o sacramento da Unção dos Enfermos (cf. Ritual da Unção dos Enfermos, n. 11) todo fiel gravemente enfermo ou em idade avançada, cujas forças se encontrem sensivelmente debilitadas, mesmo que não se trate de grave enfermidade, d. É considerada “pessoa idosa”, no Brasil, aquela que completa sessenta e cinco (65) anos Normas pastorais quanto à comunidade e ao doente:

observe-se que continua em vigor o preceito segundo o qual, todo cristão deve confessar ao menos uma vez por ano todos os pecados graves (cf. cân. 989); “é claro que não podem receber validamente a absolvição os penitentes que vivam em estado habitual de pecado grave e não queiram mudar a própria situação” ( Misericórdia Dei, n. 7).

promova na comunidade um trabalho de evangelização sobre o sacramento: necessidade, modalidade, exigência, condições etc; desperte nos fiéis, a dimensão comunitária deste sacramento realizando, tanto quanto possível, celebrações comunitárias, com confissão e absolvição individuais; para dar licitamente a absolvição coletiva, fora do perigo de morte, não basta que os confessores sejam insuficientes para atender aos penitentes; deve-se considerar que os penitentes não fiquem privados por muito tempo do perdão sacramental ou da comunhão; 190. Normas pastorais quanto ao ministro da Penitência

Pastorais da Saúde Pessoa Idosa e. criar as Pastorais da Saúde e da Pessoa Idosa em todas as Paróquias; f. organizar o atendimento aos doentes e idosos, envolvendo os familiares e profissionais da saúde em parceria com os órgãos públicos; g. descobrir na Paróquia pessoas sensíveis para este trabalho pastoral com os enfermos; h. formar agentes capacitados para o trabalho pastoral com os enfermos, suas famílias e os profissionais da saúde; i. envolver os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão no trabalho com as pessoas idosas e com os enfermos.

203. Normas pastorais quanto à celebração da Unção dos Enfermos: a.Haja Missa com os enfermos e idosos, aproveitando ocasiões especiais e os tempos fortes da Igreja, como a Quaresma. b.Haja uma equipe de celebração que integre a Pastoral da Saúde e a Pastoral Litúrgica. c.Haja preparação dos doentes e idosos e envolvimento da família na celebração. d.Os enfermos e idosos façam a confissão sacramental antes da celebração da Unção dos Enfermos d.Os enfermos e idosos, na medida do possível, façam a confissão sacramental antes da celebração da Unção dos Enfermos, como pede o Ritual (cf. Ritual da Unção dos Enfermos, n. 65).

e. Seja levado o viático na celebração do sacramento da Unção dos Enfermos, na medida do possível, para ser alimento e força para o enfermo ou o idoso. f. Haja celebração nos hospitais, oportunamente. g. Nas chamadas “Missas dos Enfermos” que muitas comunidades têm o costume de realizar, os doentes e os idosos devidamente preparados poderão ser ungidos (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1002). Tenha-se o cuidado, para que o Óleo dos Enfermos não seja ministrado frequentemente em tais Missas.

sacramento da Unção dos Enfermos e sua pastoral 204. Algumas orientações gerais sobre o sacramento da Unção dos Enfermos e sua pastoral: a. a solidariedade cristã não se encerra com a celebração do sacramento. Prolonga-se após o restabelecimento ou morte do enfermo ou idoso. b. sejam instituídos o ministério das exéquias e a Pastoral da Esperança, para atender as famílias assistidas pela Pastoral da Saúde e da Pessoa Idosa, nos momentos de morte e luto; c. organizar, com a ajuda da Pastoral da Saúde, da Pastoral da Pessoa Idosa e dos ministros extraordinários da Sagrada Comunhão um fichário dos doentes e idosos para visitas periódicas dos padres da Paróquia Orientações gerais

T RABALHANDO EM GRUPOS Quais os desafios, dificuldades ou incompreensões, em relação ao Sacramento da Unção dos Enfermos, que é mais presente em sua comunidade paroquial? Diante do que foi visto, o que é possível melhorar? Quais as dificuldades para a mudança? Sugestões Uma pessoa do grupo deve reunir todas as anotações, colocando título (Sacramento da Unção do Enfermos), o nome da paróquia e participantes, entregando-a no final a um membro da Equipe Diocesana...