CICLO ESTRAL DA RATA Gisela Rodrigues da Silva Sasso

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Transcrição da apresentação:

CICLO ESTRAL DA RATA Gisela Rodrigues da Silva Sasso Ricardo Santos Simões Jõao Henrique Rodrigues Castello Girão Sérgio Ricardo Marques Rinaldo Florencio-Silva

O reconhecimento das fases do ciclo estral é importante na pesquisa experimental em ginecologia, principalmente no estudo do controle da função neuro-endócrina. A identificação da atividade ovariana normal e a extensão do comprometimento desta quando esses animais são expostos a determinadas drogas, cirurgias ou agentes tóxicos, fornecem subsídios para pesquisa básica que visa ao melhor conhecimento e sua utilidade na atividade clínica. Vilela et al., 2007

A palavra estro é oriunda do grego Oistro, ou do latim Oestrus que significa desejo irracional, frenesi, ardor sexual. Defini-se estro como um conjunto de comportamentos e fenômenos de acasalamento que precedem e acompanham a ovulação na maioria dos mamíferos de sexo feminino, excluindo-se os primatas (macacos, gorila, chimpanzés, babuínos e seres humanos). O estro ou cio, é comumente referido como dia zero do ciclo estral; é o período da fase reprodutiva do animal, onde a fêmea apresenta sinais de receptividade sexual, seguida de cópula.

DURAÇÃO DAS FASES DO CICLO ESTRAL EM RATAS A rata é um animal do tipo poliestro, ou seja, apresenta ciclos estrais rápidos e sucessivos. Apresentam um ciclo estral de 4-5 dias para 60% - 70% dos animais. No entanto, algumas ratas apresentaram ciclos mais regulares e outros irregulares. Os irregulares são caracterizados quando o animal se mantem numa mesma fase, durante 4-5 dias, ou ciclos, em que a alternância entre as fases não segue a sequência de proestro, estro, metaestro e diestro. O proestro normalmente tem uma duração de 15 horas (mais frequente à noite), o estro 12 horas (frequente durante o dia), o metaestro de 12 horas e o diestro de 48-62 horas.

Formas de se obter o colpocitológico 1 – Esfregaço vaginal Com o auxilio de um “cotonete” mergulhado em solução salina, faz-se ligeira rotação no interior da vagina. A seguir com cuidado faz-se um decalque sobre a lâmina histológica. 2 – lavado vaginal Para realizar o lavado vaginal, utiliza-se uma pipeta que possa conter aproximadamente uma gota (0,3 ml) de solução salina ( NaCl a 0,9%). Essa gota é inserida no lume vaginal e depois aspirada e espalhada em lâmina histológica. As laminas histológicas podem ser observadas diretamente ao microscópio de luz, com magnificação de 10 e 40 vezes, sem a necessidade do uso de lamínula. No entanto para se caracterizar melhor as fases do ciclo, costuma-se mergulhar as lâminas em uma solução de álcool-éter (1:1) para fixação e a seguir cora-se pelo corante Papanicolaou ou pelo Shorr.

ESFREGAÇO VAGINAL - TIPOS DE CÉLULAS EPITELIAIS Visto que o ciclo estral está relacionado a um processo hormonal dinâmico, notamos haver modificações nos vários órgãos genitais. Deve ser frisado que essas modificações estão defasadas em relação aos níveis séricos dos hormônios. No entanto, devido a ação dos hormônios sexuais (estrogênios e progesterona) sobre o epitélio vaginal podemos avaliar a fase do ciclo estral. Os estrogênios causam proliferação e queratinização, já a progesterona promove mucificação. Assim, analizando-se os tipos de células presentes no esfregaço vaginal podemos identificar as fases do ciclo estral e ter um ideia dos níveis dos hormônios sexuais

Tipos de células que ocorrem no esfregaço vaginal (colpocitológico) Células basais e parabasais Células intermediárias Células superficiais Leucócitos Silva, 2008

OUTROS ELEMENTOS PRESENTES NOS ESFREGAÇOS VAGINAIS Além dos leucócitos outra estrutura que indica a fase do ciclo é a presença de muco. Este muco é producido pelo epitélio vaginal; assim, durante a fase de diestro ocorre mucificação do epitelio vaginal.

ESFREGAÇO VAGINAL Fases do Ciclo Descrição Quadro Histológico Comportamento Duração Estro Grande quantidade de células epiteliais acidófilas e anucleadas Cópula Lordose Ovulação 12 horas Metaestro Presença de células epiteliais acidófilas anucleadas e nucleadas, células cianófilas e leucócitos Não ocorre cópula e nem lordose Diestro Presença de células epiteliais acidófilas, células cianófilas, leucócitos e muco 48 – 62 horas Proestro Presença de células epiteliais acidófilas e eosinófilas nucleadas Lordose podendo ocorrer cópula 12 - 18 horas

Proestro

Estro

Duração da fase (horas) Células queratinizadas Quadro demonstrativo da caracterização colpocitológica das fases do ciclo estral da rata Fases Duração da fase (horas) Células acidófilas Células cianófilas Células queratinizadas Leucócitos Muco Proestro 12-18 ++ __ Estro 12 +++ Metaestro Diestro 48 + Legendas: + a +++= intensidade de presença; ­­ - ausência.

Devido a rata ser um animal poliovulatório e seu ciclo estral ser muito rápido (4 a 5 dias) após a ovulação (proestro-estro) formam-se inúmeros corpos lúteos, permanecendo durante 3 ou 4 ciclos consecutivos. Assim, pode-se observar nas lâminas de ovário corpos lúteos recém formados normais ao lado de corpos lúteos em estágios de degeneração durante todas as fases. Os níveis hormonais são diferentes do ciclo menstrual da mulher

Pelo gráfico notamos que no inicio da fase de proestro (fase folicular) ocorre um pico de estradiol, o que desencadeia um pico de LH e de FSH. Tal como nos seres humanos, o aumento das gonadotrofinas desencadeia a ovulação (estro). Com relação a progesterona, devido a presença dos inúmeros corpos lúteos oriundos dos diferentes ciclos, notamos um pico no diestro e outro no proestro. Todos esses hormônios retornam aos níveis basais após a ovulação. Finalmente, há um breve pico temporário de estradiol no meio do estro. Emanuele et al.,2002

BIBLIOGRAFIA Emanuele MA, Wezeman F, Emanuele NV. Alcohol's effects on female reproductive function. Alcohol Res Health. 2002;26(4):274-81 Santos BF. Criação e manejo de ratos. In: Andrade A, Pinto SC, Oliveira RS. orgs. Animais de Laboratório: criação e experimentação [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002. 388 p. ISBN: 85-7541-015-6. Available from SciELO Books http://books.scielo.org Silva ASM. Manejo Zootécnico – Biotério Laboratório Análise Neuro Comportamental (LANEC) PUC-Rio. 2008. http://docslide.com.br/documents/manejo-zootecnico-bioterio-laboratorio-analise-neuro-comportamental-lanec-puc-rio-alex-sandro-moraes-silva-rio-10072008.html Vilela MG, Santos Júnior JL, Castro e Silva JG. Determinação do ciclo estral em ratas por lavado vaginal. FEMINA, 35(10): 2007.