PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922)

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Transcrição da apresentação:

PARNASIANISMO (final de 1870 – 1922) “A Arte pela Arte” “A Arte sobre a Arte”

INTRODUÇÃO O parnasianismo foi um movimento literário que surgiu na França, na metade do século XIX e se desenvolveu na literatura europeia, chegando ao Brasil. Esta escola literária foi uma oposição ao romantismo, pois representou a valorização da ciência e do positivismo. O nome Parnasianismo surgiu na França e deriva do termo “Parnaso”, que na mitologia grega era o monte do deus Apolo (deus da juventude e da luz) e das musas da poesia. Na França os poetas parnasianos que mais se destacaram foram: Théophile Gautier, Leconte de Lisle, Théodore de Banville e José Maria de Heredia.

CARACTERÍSTICAS Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor parnasiano trata os temas baseado na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção; Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos; Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em si e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético; (Arte pela Arte) O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar rimas esteticamente ricas; Uso de linguagem rebuscada (Difícil Compreensão) e vocabulário culto;

CARACTERÍSTICAS Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas; Preferência pelos sonetos; Valorização da metrificação: O mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso; Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.

PARNASIANISMO NO BRASIL No Brasil, o parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força até o movimento modernista (Semana de Arte Moderna de 1922). O marco inicial do parnasianismo brasileiro foi em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias. Os principais representantes do Parnasianismo brasileiro foram: -Alberto de Oliveira. Obras principais: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto na Forma Brasileira (1916). -Raimundo Correia. Obras principais: Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898). -Olavo Bilac. Obras principais: Poesias (1888), Crônicas e Novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências Literárias (1906), Dicionário de Rimas (1913), Tratado de Versificação (1910)

ironia e piedade, Crônicas (1916), Tarde(1919) -Francisca Júlia ironia e piedade, Crônicas (1916), Tarde(1919) -Francisca Júlia. Obras principais: Mármores (1895), Livro da infância (1899), Esfinges (1903), Alma Infantil (1912). -Vicente de Carvalho. Obras principais: Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902), Poemas e Canções (1908), Versos da mocidade (1909), Páginas Soltas (1911), A voz do sinos (1916).

ALBERTO DE OLIVEIRA (1857-1937) POESIA DESCRITIVA IMPASSIVIDADE O CULTO DA ARTE PELA ARTE A EXALTAÇÃO DA ANTIGÜIDADE CLÁSSICA PERFEIÇÃO FORMAL MÉTRICA RÍGIDA LINGUAGEM EXTREMAMENTE TRABALHADA

Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura. Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa. Alberto de Oliveira

Vaso Grego Esta de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que o suspendia Então, e, ora repleta ora esvasada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas, o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse. (Alberto de Oliveira

RAIMUNDO CORREIA (1860 – 1911) TEMAS TÍPICOS DA ESTÉTICA PARNASIANA: A NATUREZA, A PERFEIÇÃO FORMAL, A CULTURA CLÁSSICA POESIA FILOSÓFICA, DE MEDITAÇÃO, MARCADA PELA DESILUÇÃO E POR UM FORTE PESSIMISMO

MAL SECRETO Se a cólera que espuma, a dor que mora N'alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devora O coração, no rosto se estampasse; Se se pudesse, o espírito que chora, Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse! Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito* inimigo, Como invisível chaga cancerosa! Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa!"

AS POMBAS Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais...mais outra...enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sangüínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem...Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais...

OLAVO BILAC (1865-1918) AUTOR DA LETRA DO HINO À BANDEIRA TEMAS: O AMOR, O CULTO À PÁTRIA, A ADMIRAÇÃO PELO TRABALHO E PELO PROGRESSO, O CULTO AO SACRIFÍCIO E AO HEROÍSMO, A DOR DA SAUDADE, A TENTAÇÃO DO PECADO

LÍNGUA PORTUGUESA Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela... Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: "meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

A UM POETA Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço: e trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua Rica mas sóbria, como um templo grego Não se mostre na fábrica o suplicio Do mestre. E natural, o efeito agrade Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade.

Ora (direis) ouvir estrelas! XIII "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto ... E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas."

BIBLIOG. PEREIRA & PELACHIN, Helena Bonito e Marcia Maisa. Português Na trama do texto. Ensino Médio. Ed. FTD TERRA, ERNANI. Português para o Ensino Médio. Vol. Único. Ed. Scipione www. Google.com.br