Como entender os acidentes de trânsito Ronaro Ferreira
Conversaremos sobre: Para entender os acidentes Aprendizagens Onde os acidentes acontecem Por que os acidentes acontecem Causas e Prevenção
Mortes por violências no brasil - 2013 Grupo CID10 - Ano Violência (em geral) Acidentes de Trabalho “Acidentes de transporte terrestre” 42.266 1.800 Quedas 12.551 604 Exposição a forças mecânicas 1.457 440 Corrente elétrica e pressões extremas 1.518 375 Afogamento 8.088 207 Fogo, fumaça e calor 1.313 79 Agressões 56.804 54 Transporte água e ar 272 45 Forças da natureza 210 24 Envenenamento acidental 839 19 Animais e pantas venenosas 231 Lesões autoprovocadas 10.533 6 Outros 15.601 195 Total 151.683 3.867 Fonte:DATASUS
Para entender os acidentes
Áreas que estudam sinistros Engenharia Ciências Humanas Saúde Outras Áreas Arquitetura Psicologia Epidemiologia Direito de trânsito Urbanismo Antropologia Medicina de tráfego Direito Civil Engenharia de tráfego Sociologia Traumatologia Direito Criminal Projetos viários Psicologia de trânsito Ortopedia Segurança pública Engenharia transportes Psicol. comportamental Atendimento de urgência Administração pública Engenharia automotiva Psicologia social Reabilitação Segurança do trabalho Psicologia ambiental Enfermagem Ergonomia Fisioterapia
Teorias ou Abordagens Abordagem da engenharia de trânsito Psicologia de trânsito Matriz de Haddon Barreiras do Reason Visão Zero e Sistema Seguro Ergonomia da atividade Pilares da Organização Mundial de Saúde Abordagem da Saúde Pública
Engenharia de Trânsito Clássica Fator: humano, veicular e viário-ambiental Foco nas causas imediatas Predomínio dos fatores humanos (90%) Atuação nos 3 E’s Financiamento para fatores viários (95%)
Nova Engenharia de Trânsito 1980– novos enfoques teóricos Fatores institucionais e sociais Crítica ao paradigma automobilístico Política de pró-pedestre Traffic calming Prioridade para o transporte coletivo Mesmas práticas em 90% das ações
Psicologia de Trânsito Clássica O trânsito é formado por pessoas, vias e veículos A maioria dos sinistros são produto de algum processo psicológico que não funciona bem Prevenção - ênfase na seleção e capacitação dos condutores (crianças e jovens) Psicologia Ambiental – novo enfoque Ambiente normativo, relação mútua Pessoa-Ambiente, escalas de ambiente, as pessoas são parte do meio, a percepção é mais importante que a “realidade”
Veículos e equipamentos Entorno socioeconômico Matriz de Haddon (1968) Fatores Humano Veículos e equipamentos Entorno físico Entorno socioeconômico Fases Pré-colisão Dirigir alcoolizado, problemas de visão, características psicológicas individuais Manutenção do veículo, luzes, pneus, estabilidade, freios Qualidade do pavimento, semáforo, clima, luminosidade Limite de velocidade, processo de habilitação, crenças e opinião sobre as colisões, política de fiscalização Durante a colisão Suscetibilidade do corpo às lesões, estar com cinto ou capacete, condições de saúde Design para redução de danos a ocupantes, pedestres e outros veículos, air bag Vias com áreas de escape, guardrails, postes quebradiços Padrões de segurança para veículos e vias, leis sobre uso do cinto de segurança Pós-colisão Número, tipo e gravidade das lesões, idade, estar alcoolizado Incêndio pós-acidente, portas travadas Acessibilidade do local do acidente, resíduos do acidente na via Atendimento de urgência, planos de emergência, política de saúde
Veículos e equipamentos Entorno socioeconômico Matriz de Haddon (1968) Fatores Humano Veículos e equipamentos Entorno físico Entorno socioeconômico Fases Pré-colisão Dirigir alcoolizado, problemas de visão, características psicológicas individuais Manutenção do veículo, luzes, pneus, estabilidade, freios Qualidade do pavimento, semáforo, clima, luminosidade Limite de velocidade, processo de habilitação, crenças e opinião sobre as colisões, política de fiscalização Durante a colisão Suscetibilidade do corpo às lesões, estar com cinto ou capacete, condições de saúde Design para redução de danos a ocupantes, pedestres e outros veículos, air bag Vias com áreas de escape, guardrails, postes quebradiços Padrões de segurança para veículos e vias, leis sobre uso do cinto de segurança Pós-colisão Número, tipo e gravidade das lesões, idade, estar alcoolizado Incêndio pós-acidente, portas travadas Acessibilidade do local do acidente, resíduos do acidente na via Atendimento de urgência, planos de emergência, política de saúde
Barreiras de Reason (1990) Os sistemas estão sujeitos a vários tipos de risco E desenvolvem diferentes barreiras de proteção Para ocorrer uma falha, é preciso que ela passe por todas as barreiras Ambiente, via, veículo, condutores... Teoria do Queijo Suiço
Barreiras de Reason (1990)
Visão Zero (1997) Visão Zero Progressiva e Sistemas Seguros O corpo humano é frágil (30km/h) Os seres humanos erram Os sistemas precisam compensar os erros e reduzir os impactos nas pessoas Fatores: condutores, veículos, vias e velocidade Uma pessoa morrer no trânsito é antiético
Ergonomia da Atividade Segurança do trabalho Árvore de causas ou “causas das causas”
Ergonomia da Atividade Os sistemas têm falhas de segurança As falhas dependem da maturidade do sistema As pessoas compensam as falhas Elas precisam de condições (físicas, organizacionais e sociais) para isto Para entender os acidentes é necessário entender a rotina e a sua variabilidade
Os PILARES DA OMS Engenharia Educação Enforcement (coação, coerção)
OS 5 Pilares DA OMS Usuários Vias Veículos Resposta pós-acidente
OS 5 Pilares DA OMS Gestão Usuários Vias Veículos Resposta pós-acidente
5 Pilares e 1 Processo Monitoramento Gestão e avaliação Usuários Vias Veículos Resposta pós-acidente
Abordagem da Saúde Pública Determinantes Modo de transporte e Estilo de condução Dahlgren & Whitehead, 1992
Teorias ou Abordagens Abordagem da engenharia de trânsito Psicologia de trânsito Matriz de Haddon Barreiras do Reason Visão Zero e Sistemas Seguros Ergonomia da atividade Os 5 Pilares da Organização Mundial de Saúde Abordagem da saúde pública
aprendizagens
Fatores institucionais/sociais Política de mobilidade Novas Tecnologias Engenharia Psicologia Haddon Reason Fatores institucionais/sociais Política de mobilidade Transporte coletivo e não motorizados O ambiente gera comportamento As normas fazem parte do ambiente Pré-colisão, na colisão e pós-colisão Melhorar as barreiras
É antiético deixar alguém morrer A velocidade é o principal fator Novas Tecnologias É antiético deixar alguém morrer A velocidade é o principal fator Eliminar conflitos em velocidades altas Procurar as “causas das causas” Pessoas precisam de condições para se protegerem Gestão centralizada e monitoramento Determinantes da saúde Visão Zero Ergonomia OMS Saúde pública
O Trânsito é formado por Fatores Humanos Fatores do Veículo Fatores da Via e Meio Ambiente A interação entre estes fatores O ambiente social, político e econômico A cultura que o permeia
Onde os acidentes acontecem
Localização dos acidentes Mortos e Feridos Graves (BH, 2014)
Hierarquização de Trechos Identificação de locais/trechos de vias com alta incidência de acidentes Relatório estatístico das 100 vias com maiores índices de acidentes com vítimas Análise de todos os trechos de 200 metros 2013 e 2014
Lista de vias por AT e UPS
Vantagens Inclui também acidentes sem coordenadas Apresenta informações resumidas de muitas vias Analisa trechos com mesma dimensão (200 m) Permite comparar trechos de diferentes vias Incorpora acidentes com fator velocidade do PVT e EVAT Quantifica acidentes por tipo (choque, atropelamento...) Inclui a fiscalização eletrônica existente
Por que os acidentes acontecem
PROJETO VIDA NO TRÂNSITO Qualificação dos bancos – REDS, SIM, SIH Fatais – REDS 177 óbitos PVT 268 óbitos Reclassificação de acidentes – Fatais, Graves e Leves Análise de BOs de acidentes fatais e graves Identificação de Fatores de Risco e Grupos
Projeto vida no trânsito 2014
Fatores de risco PVT acidentes fatais e graves - bh 2014
Vistorias de Acidentes Uma lupa Análise in loco e entrevistas 937 vistorias de jun/2012 a mar/2015 (2%) Atropelamentos e acidentes com motociclistas 90% dos acidentes foram causados por uma junção de fatores contribuintes Eliminar um fator pode evitar o acidente
Causas de Acidentes em BH
Principais Causas de Acidentes Frequência Fator Causal Código 380 Desatenção (atenção inadequada) 650 194 Falha ao olhar corretamente 641 82 Falha ao julgar a trajetória, velocidade ou espaço 642 Distância entre veículos incompatível 604 54 Exceder o limite de velocidade 601 44 Exceder velocidade adequada para o momento 602 52 Desobediência ao direito de passagem de outro veículo 633 46 Desobediência à sinalização (pare e preferencial) 631 43 Passagem ou ultrapassagem imprópria 634 36 Desvio brusco, movimento excessivo de direção 643 34 Perda do controle do veículo 644 30 Inexperiência do condutor 662 Moto andando entre veículos 690
Grupos de Causas 67_ 68_ 4__ 60_ 65_ 50_ 67_ 68_ 65_
Comportamento do Pedestre Debilidade ou distração do condutor Causas simultâneas Código Comportamento do Pedestre Frequência 680 Falha ao respeitar semáforo, sinalização, agente ou direito de passagem 34 681 Ação relacionada a veículo parado ou estragado 4 682 Local impróprio de travessia 83 683 Uso incorreto dos recursos de travessia para pedestres 35 684 Falha ao julgar a velocidade ou trajetória do veículo 685 Ação perigosa na via (parado, deitado, trabalhando, brincando) 13 686 Prejudicado pelo consumo de álcool 687 Prejudicado pelo consumo de drogas (ilícitas e medicam.) 688 Descuidado, desatento, negligente ou com pressa 82 Código Debilidade ou distração do condutor Frequência 650 Desatenção (atenção inadequada) 380 651 Aparentemente cansado/fadigado/dormindo 1 652 Aparentemente doente (incapaz, debil. física/mental, mal súbito) 11 653 Prejudicado pela ingestão de álcool 4 654 Prejudicado pelo uso de drogas (ilícitas ou medicamentos) 5 655 Distração por uso de equipamento de comunicação 656 Distração dentro do veículo 3 657 Distração fora do veículo
Fatores causais dos atropelamentos FATORES DOS PEDESTRES % 1º Descuidado, desatento, negligente ou com pressa 32,4 2º Local impróprio de travessia 23,3 3º Uso incorreto dos recursos de travessia para pedestres 10,1 4º Falha ao julgar a velocidade ou trajetória do veículo 9,3 5º Falha ao respeitar semáforo, sinalização, agente ou direito 8,6 6º Ação perigosa na via (parado, deitado, trabalhando, brincando) 4,0 CONDUTORES DE VEÍCULOS LEVES % 1º Desatenção 31,8 2º Falha ao olhar 18,8 3º Perda do controle do veículo 7,1 4º Exceder o limite de velocidade 5,9 5º Falha ao parar (sinal, pedestre, preferencial) 3,5 6º Conversão ou retorno ilegal MOTOCICLISTAS % 1º Desatenção 18,8 2º Exceder o limite de velocidade 10,4 3º Moto andando entre veículos 4º Visão prejudicada por veículo circulando normalmente 8,3 5º Desobediência à faixa de pedestres 6,3 6º Visão prejudicada por veículo parado/estacionado. 7º Inexperiência do condutor Veículos leves = automóveis, caminhonetes, camionetas e utilitários.
Fatores causais acidentes com motos CONDUTORES DE VEÍCULOS LEVES % 1º Falha ao olhar 25,5 2º Desatenção 22,2 3º Desobediência ao direito de passagem de outro veículo 9,1 4º Desobediência à sinalização (pare e preferencial) 6,1 5º Falha ao julgar a trajetória, velocidade ou espaço 3,7 6º Desviar bruscamente, movimento excessivo de direção 3,1 CONDUTORES DE VEÍCULOS PESADOS % 1º Desatenção 28,3 2º Falha ao olhar 25,0 3º Desobediência ao direito de passagem de outro veículo 6,7 4º Sinalizar incorretamente 5,0 MOTOCICLISTAS % 1º Desatenção 20,0 2º Exceder a velocidade 11,7 3º Distância entre veículos incompatível 9,7 4º Falha ao julgar a trajetória, velocidade ou espaço 7,6 5º Falha ao olhar 5,3 6º Passagem ou ultrapassagem imprópria 5,1 7º Moto andando entre veículos 4,6 Veículos pesados = ônibus e caminhões.
Boa notícia O almoço será...
Boa notícia > Possibilidades de prevenção causas identificadas
Um trânsito novo pede soluções novas Muito obrigado. ronaroferreira@gmail.com ronaro@pbh.gov.br
E você? Quais as ações que você pode iniciar? No seu comportamento no trânsito Com a família e amigos No seu trabalho Na sua empresa Na sua cidade
Muito obrigado. Outra vez. ronaro@pbh.gov.br
Fatores que influenciam na: Abordagem Sistêmica Foco nas interações entre Usuários, Veículos e Ambiente (físico, social e econômico) Fatores que influenciam na: Exposição ao risco Ocorrência da colisão Gravidade das lesões Resultado das lesões após a colisão
Possibilidades de Prevenção Os 3 E’s ou Os 6 pilares
Por que sinistros acontecem? Intencionalidade Muitas teorias Vontade divina Destino Horóscopo Teorias “científicas”
Constituição do Trânsito Homem Veículo Via e M. A.
Constituição do Trânsito Homem Veículo Via e M. A.
Constituição do Trânsito Políticas Públicas e Ações Privadas Veículo Via e M. A. Homem
Constituição do Trânsito Cultura Políticas Públicas e Ações Privadas Veículo Via e M. A. Homem