HISTÓRIA 10.º ANO RENASCIMETO
O Renascimento e a Formação da Mentalidade Moderna
DEFINIÇÃO DE RENASCIMENTO Movimento de renovação cultural: literário, científico e artístico, com origem em Itália, no século XV, que se baseou na recuperação dos modelos de cultura da Grécia e de Roma, tendo por características principais: o Humanismo (valorização das capacidades criadoras do Homem); o classicismo (baseado nos modelos greco-romanos (antiguidade clássica); - O individualismo (reconhecimento do valor da razão e da consciência individuais). “O Homem é medida de todas as coisas” Protágoras
Como surgiu o nome RENASCIMENTO? Giorgio Vasari (1511-1574), artista e historiador de arte do renascimento, fez referência ao termo nas suas obras. Jacob Burckhardt na obra “A cultura do Renascimento na Itália”(1867), define o renascimento como uma época de "descoberta do mundo e do homem".
Onde e quando surgiu o RENASCIMENTO? ITÁLIA SÉC. XV
Principais fases do Renascimento Italiano FLORENÇA 1ª Fase (Quattrocento): séc. XV (1420-1500)
2.ª Fase – Séc. XVI (1500-1530) Cinquencento ROMA
VENEZA SÉC. XVI
Que factores tornaram a Itália o berço do Renascimento? A presença de vestígios romanos A presença de intelectuais gregos Rivalidades políticas e económicas entre os vários Estados A prosperidade económica das cidades (voltadas para a indústria, comércio, banca e finança); Mecenato: Senhores e burgueses ricos (mecenas ¹), protegiam as letras, as artes e a ciência (ex.: os Médicis, de Florença; os Bórgia e Sforza, de Milão; os Este, de Ferrara; os papas Alexandre VI, Júlio II e Leão X, em Roma); 1 - Caio Cílnio Mecenas (Gaius Cilnius Maecenas) foi um cidadão romano da época imperial. Foi um grande político, estadista e patrono das letras.
Abundância de ruínas e obras de arte greco-romanas.
Galeria dos Mecenas
Caraterísticas do Renascimento Humanismo: valorização do Homem e das suas capacidades; Individualismo: capacidade de afirmação pessoal seja através da riqueza, glória ou fama. Espírito crítico: uso da experiência e da razão para validar o conhecimento; Classicismo: defende o regresso aos valores greco-romanos.
A invenção da imprensa escrita por Gutenberg
Difusão do Renascimento – principais centros Século XVI: Os Países Baixos (sob a protecção dos duques da Borgonha): Antuérpia, Bruxelas, Lovaina, Leide; França: Paris, Lyon, Montpelier; Inglaterra: Londres, Oxford e Cambridge; Império Sacro Romano-Germânico: Colónia, Basileia, Mogúncia, Estrasburgo, Heidelberg, Erfürt, Nuremberga e Leipzig; Península Ibérica: Alcalá de Henares, Salamanca, Toledo (Espanha); Coimbra, Lisboa e Évora. Polónia: Cracóvia; Hungria: Budapeste
Que factores contribuíram para esta renovação cultural? Mais escolas e universidades; Espírito de curiosidade e gosto pelo saber; Invenção da imprensa (1456, por Gutenberg – o primeiro livro impresso foi a Bíblia de 1200 págs); Dinamismo das cidades/focos de difusão cultural (atraíam estudantes e professores); Descobrimentos – a valorização da experiência e da observação directa dos factos aliada ao espírito crítico levou ao alargamento do conhecimento.
O Humanismo e a renovação literária A renovação literária aprofundou o interesse pelo estudo das línguas: latim, grego, hebraico, aramaico, árabe e pelas línguas nacionais.
Idade média – Teocentrismo e Geocentrismo PTOLOMEU, Claudius (90-168 d.C.): matemático, astrónomo e geógrafo grego, na sua obra "Almagesto", defendeu o Geocentrismo: a ideia de que a Terra estava fixa no centro do Universo e à sua volta giravam os planetas, incluindo o Sol. Esta visão influenciou todo o pensamento na Idade Média até a Idade Moderna.
Deus no centro do universo TEOCENTRISMO Deus no centro do universo e na vida dos homens I D A D E M É D I A
Idade Moderna – Antropocentrismo e Heliocentrismo Predomina uma mentalidade Humanista – antropocentrismo –, o Homem passa a estar no centro do universo, considerado o ser mais perfeito da Criação, capaz de criar e transformar coisas.
Heliocentrismo O astrónomo e matemático polaco Nicolau Copérnico (1473-1543) defendeu a teoria heliocêntrica, criada pelo astrónomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.).
Compreensão da Natureza e seus fenómenos As descobertas marítimas proporcionaram um alargamento do conhecimento do mundo e da natureza – Naturalismo Baseado na observação e na experiência - Experiencialismo Progresso científico: Geografia Botânica e Zoologia Astronomia Medicina Matemática
DESENVOLVIMENTO DO ESPÍRITO CRÍTICO AFIRMAÇÃO DO INDIVIDUALISMO DESENVOLVIMENTO DO ESPÍRITO CRÍTICO
Duarte Pacheco Pereira ESMERALDO DE SITU ORBIS (1460-1533) PORTUGAL ESMERALDO DE SITU ORBIS “O tratado de novos lugares da terra” “A experiência é mãe de todas as coisas, por elas sabemos radicalmente a verdade…” http://cvc.instituto-camoes.pt/filosofia/ren1.html
Pedro Reinel (1462-1542) Pedro Reinel foi o primeiro cartógrafo português a assinar um trabalho seu. A sua carta atlântica de cerca de 1485 representa a costa ocidental do continente africano e reflete as viagens de exploração levadas a efeito por Fernão Gomes (1474) e por Diogo Cão, na sua primeira viagem em 1482-1484. A produção cartográfica da “escola” dos Reinel destaca-se pela qualidade técnica, rigor científico e artístico das suas produções. http://cvc.institutocamoes.pt/navegaport/b13.html
“Colóquios dos Simples, e drogas e coisas medicinais da Índia” GARCIA DE ORTA (1501-1568) “Colóquios dos Simples, e drogas e coisas medicinais da Índia” A sua obra deu um contributo importante para o desenvolvimento da farmacopeia e da medicina
Luís Vaz de Camões (1525-1580) No canto IX de Os Lusíadas, camões apresentou a sua utopia, a “ilha dos Amores”, em que a liberdade amorosa seria o paraíso para os marinheiros exaustos da viagem marítima de Vasco da Gama para a Índia.
THOMAS MORE – UTOPIA (1477-1535) Crítica a sociedade inglesa e seus vícios (luxo e ostentação). Situava-se numa ilha imaginária, a Utopia. Apresentava uma sociedade mais justa e igualitária, com propriedade coletiva. Valorizava as letras e a música (deviam acompanhar as refeições). Apreciava e defendia a natureza. Defendia a tolerância religiosa e o suicídio. INGLATERRA
Miguel de Cervantes Saavedra, escritor (1547-1616) Decadência da fidalguia D. Quixote de La Mancha, 1605 Contrapõe o herói, D. Quixote, ao homem prático e realista, Sancho Pança. Usa uma fina ironia para criticar a sociedade do seu tempo. Aparece uma referência ao governo da Utopia por Sancho Pança, a Barataria, de acordo com o sentido prático e realista da sua vida simples. ESPANHA
Erasmo de Roterdão (1466-1536) “O elogio da loucura” A personagem principal é a loucura - a Moria; Critica a sociedade do seu tempo, incluindo o clero, o comércio das indulgências, as crendices e as superstições; HOLANDA
François Rabelais (1494-1553) Gargântua e Pantagruel (utopia) Crença nas capacidades do Homem. Defesa da liberdade e da instrução. Situava-se numa ilha imaginária, no Oriente. Apresentava a ausência de regras fixas. FRANÇA
NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527) “Pai” da ciência política moderna Maquiavel começa O Príncipe descrevendo os dois principais tipos de governo: as monarquias e as repúblicas. No capítulo 16 Maquiavel nota que por norma pensamos que o melhor para um governante é ter a reputação de ser generoso. Mas se for praticada em segredo ninguém o saberá e será tido como ganancioso. Se for praticada abertamente, a necessidade de manter a reputação, levá-lo-á à bancarrota. Pelo que terá necessidade de retirar mais dinheiro aos súbditos o que o fará ser odiado. Para o autor o melhor é o governante ter uma reputação de ser avarento. "Os homens quando não são forçados a lutar por necessidade, lutam por ambição." Folha de rosto da edição de 1580, do Príncipe de Maquiavel
História10.º Ano Manual adotado.