Amaury Gremaud HEG II A Grande Depressão nos EUA.

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Transcrição da apresentação:

Amaury Gremaud HEG II A Grande Depressão nos EUA

A euforia americana: “The age of business” Depois de 22 retomada do crescimento Anos gloriosos nos EUA PIB aumenta 50% em 8 anos, Produção industrial 90%, Taxa de desemprego fica entre 3 e 5% ( %) Pilares - debate Liberais: diminuição da presença dos Estado, efeito positivo da queda dos impostos, controle da dívida, diminuição da sindicalização Crédito – redução das taxas de juros depois de 22 e elasticidade do sistema bancário Ampliação crédito ao consumidor (bens de consumo duráveis – american way of life: Buy now, pay later) oAumento dos consumidores de automóveis 25% para 60% oMudança nos padrões de consumo crédito para investimento e no exterior Teia de investimentos inter-relacionados Construção civil (residências e infraestrutura: estradas e energia), automóveis e BCD, petróleo, metal mecânica Calvin Coolidge, sucede a Warren Harding

A euforia e seus problemas Nem todos os setores Setores fora da expansão: carvão, ferrovias, agricultura: preços não se recuperam depois da deflação de 21, Dificuldade mais de ¼ da população “Pobreza negra” Euforia – contamina a bolsa e outros ativos Bolhas: imobiliária (Florida) Valorização das ações lucros enormes no processo e existência de crédito Efeito riqueza – cria circulo viciosos (virtuoso ?) perspectiva que isto não tem limites: não percepção de risco e afastamento dos fundamentos Grande numero de bancos comerciais: dificuldade do FED em regular ou supervisionar Não alcance; Não dispõe de instrumentos 1928 especulação continua mesmo com aumento dos juros e maior cautela dos bancos

Da euforia ao pânico Grande mudança de perspectiva em poucos meses otimismo desenfreado vira pessimismo desenfreado Percepção de excesso de capacidade produtiva e de estoques excessivos Construção civil: inflexão no crescimento Queda no investimento bruto Ritmo de expansão do consumo diminuiu sensivelmente Características de inovações de produtos se esgotam, expansão agora é reposição, desgaste. Consumidores saciados (diminui inovações) Não acompanhamento de crescimento da renda agrícola (falta parte dos consumidores)

Crise de 30: Keynesianos x monetaristas Motivos e Política econômica Declínio “autônomo” da demanda agregada : (visão keynesiana) reversão do crescimento anterior investimentos (Robert Gordon) ou consumo (Peter Temin) Crise de sobre-investimento, superprodução, insuficiência de consumo Esgotamento das oportunidades de investimento e deslocamento da demanda por investimento (IS para esquerda-baixo) Inerência da economia privada com algumas explicações estruturais: progresso técnico poupador de mão de obra, que reduziu a massa salarial que poderia sustentar o consumo Diminuição da geração de progressos técnicos (inovação de produto) – ampliação de consumo se reduz a reposição redução da taxa de crescimento da população e redução da demanda agregada em geral e em particular no setor habitacional e na indústria automobilística; não incorporação de parte da população ao american way of life: Problemas com agricultura oQueda (e não recuperação) de preços agrícolas: falências (inclusive bancarias) no meio-oeste e problemas internacionais (países exportadores)

Qual o papel da Crise da Bolsa (1929) Causa ou aprofunda crise ? Aprofunda crise: Crise é anterior mas Transforma marola em tsunami Porque crise ?: otimismo transformado em pessimismo com sinais de reversão econômica Crise financeira também problemas de regulação/prudenciais Importância da quebra da bolsa:  Efeito riqueza, bancos e liquidez Efeito riqueza – contração do consumo Perdas com o crash foram significativas na riqueza de bancos, corporações e famílias em função da valorização fictícia anterior Diminuição da disposição a consumir também significativa Crise de liquidez (contração de crédito) Bancos – diminui empréstimos e buscam liquidez Atrofia base do sistema de gasto Deflação Empresas - buscam desovar estoques Famílias - vendas de ativos Efeito confiança – contração do “animal spirit”

Debate em torno da política econômica Qual papel da política monetária ? Friedman: responsabiliza política monetária por crise (visão monetarista) antes da crise FED adota política monetária contracionista: aumento de juros e diminuição de M1; (LM para esquerda-cima) Objetivo: combater especulação Falência de bancos e omissão de socorro – acentua crise monetária Consequência: pequena recessão transformada em uma depressão Temin: enxugamento monetário é consequência da crise (não causa). oSe fosse política monetária – juros teriam subido, mas na verdade caíram (?) Até onde era possível fazer política monetária contra cíclica (até onde ela seria eficiente ?) o“Pode-se levar o cavalo para a água mas não obrigá-lo a beber” Expansão Monetária (queda dos juros) seria pouco eficiente (IS inclinada, LM achatada) Grande problema de política econômica é demora em uma política fiscal agressiva Consenso: depois da crise: Política monetária é tardia e tímida (não recupera liquidez do sistema)

A política econômica e seus problemas FED (e governo americano) não agiu de forma acertada, debate sobre se é a: Causa da crise Causa do aprofundamento da crise Causa da demora na recuperação da crise Debate em torno de por que agiram equivocadamente: (in)competência técnica das autoridades monetárias, (in)adequação dos arranjos institucionais no âmbito do sistema, (in)existência de um corpo teórico que pudesse dar sustentação a decisões diferentes das que foram tomadas, compromisso com objetivos incompatíveis tais como o controle da especulação financeira, a preservação das reservas internacionais, o equilíbrio do balanço de pagamentos, a solvência do sistema bancário, a oferta de liquidez, etc.

A Crise fora dos EUA