FISIOLOGIA E NUTRIÇÃO DA VIDEIRA aaa Aspectos hormonais do crescimento fitormônios e reguladores de crescimento Prof. Leonardo Cury Bento Gonçalves/RS.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
FISIOLOGIA VEGETAL Hormônios vegetais; Controle dos movimentos;
Advertisements

BOTÂNICA.
MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA
Senescência e Abscisão
Hormônios Vegetais Prof. Edinho.
Hormônios Vegetais (Fitormônios).
HORMÔNIOS VEGETAIS (Fitormônios) -GIBERELINAS -CITOCININAS -ETILENO
FISIOLOGIA VEGETAL Hormônios vegetais; Controle dos movimentos;
Sistemas de controle nas plantas:
Hormônios Vegetais (Fitormônios).
O que você deve saber sobre
Aula Fisiologia Vegetal - 2º. Ano Ensino Médio - Biologia
Hormônios vegetais, Fotoperiodismo e Movimentos vegetais
Hormônios vegetais/ fitormônios
Cap Hormônios Vegetais
Hormônios Vegetais (Fitormônios).
Hormônios Vegetais ou Fitormônios B-15
Funções dos Macro e Micro Nutrientes
Regulação hormonal nas plantas
Regulação nos Seres Vivos
Hormônios Vegetais (Fitormônios).
Regulação hormonal do crescimento
Hormônios Vegetais Fitormônios.
Escola Secundária de Maximinos
HISTOFISIOLOGIA VEGETAL
Meristemas.
AULA 3: Farmacobiotecnologia
Hormonas Vegetais.
Hormônios Vegetais (Fitormônios).
Prof. Regis Romero.
Hormônios Vegetais (Fitormônios).
FITORMÔNIOS HORMÔNIOS VEGETAIS.
Sistemas de controle nas plantas:
Fisiologia vegetal.
Hormônios Vegetais (Fitormônios).
Biologia volume único 3.ª edição Armênio Uzunian Ernesto Birner.
CAMPUS PELOTAS - VISCONDE DA GRAÇA Curso: Técnico em Fruticultura
Ecofisiologia aplicada à alta produtividade em trigo
Auxina Hormônios Vegetais Também chamados de fitormônios.
Hormônios Vegetais ou Fitormônios
HORMÔNIOS VEGETAIS OU FITORMÔNIOS
MORFOGÊNESE Controle do desenvolvimento das plantas
FITOHORMÔNIOS * o que são? Como são tb. chamados? Principais classes e possíveis novas classes Concentração fisiológica I- Auxinas Conceito: cresc. e tropismos.
HORMÔNIOS VEGETAIS AUXINAS GIBERELINAS CITOCININAS ETILENO
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO: BRIÓFITAS
Pré-Vestibular Frei Seráfico
Sérgio Yoshimitsu Motoike
Biologia Apostila 7– Parte B Prof. Rafa Botânica.
Poda da videira Universidade Federal de Viçosa
ÁCIDO ABSCÍSICO.
GIBERELINAS 1- Aspectos históricos Início dos estudos (1926)-Japão
1. Hormônios Vegetais – responsáveis pelo controle da divisão celular, do crescimento celular e da diferenciação das células Auxina: Alongamento.
conceitos e características
Regulação Hormonal dos vegetais
Prof sóstenes Hormônios vegetais.
FISIOLOGIA VEGETAL Professor Edivan.
CITOCININAS.
A VITICULTURA DA METADE SUL
Hormônios Vegetais Prof. Rafael Rosolen T. Zafred.
HORMÔNIOS VEGETAIS a) AUXINAS: produzida no meristema apical,
Acadêmicos: Gustavo Conte Rosina e Lucas Carraro
Acadêmicos :Geane Ferrari Ketlin Lolatto. »Grupo de substancias orgânicas, de ocorrência natural, que atuam em processos fisiológicos em baixas concentrações.
HORMÔNIOS VEGETAIS.
Raleio de Frutos.
FISIOLOGIA VEGETAL Prof. Omar Medina
ANÁLISE QUANTITATIVA DE CRESCIMENTO DE PLANTAS Clovis Pereira Peixoto 2 ___________ 1 MINICURSO apresentado no X CBFV e XII CLAFV 2 Professor Dr. Associado.
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS1
Aulas Multimídias – Santa Cecília Profª. Sâmia Lima.
Regulação nos seres vivos
Hormônios Vegetais.
Transcrição da apresentação:

FISIOLOGIA E NUTRIÇÃO DA VIDEIRA aaa Aspectos hormonais do crescimento fitormônios e reguladores de crescimento Prof. Leonardo Cury Bento Gonçalves/RS

Introdução Hormônio: Palavra de origem grega que significa estímulo; Hormônio vegetal ou fitormônio: Composto orgânico de ocorrência natural, produzido pelas plantas, atua em baixas concentrações promovendo, inibindo ou modificando processos morfológicos e fisiológicos; Regulador de crescimento: Possui as mesmas propriedades dos fitormônios sendo porém, exógeno (externo à planta).

Fitormônios A síntese pode ser localizada e em diferentes tecidos vegetais (difere dos animais); Podem atuar em tecidos distantes ou em tecidos adjacentes, nem sempre o transporte é essencial; A ação dos Fitormônios depende: Disponibilidade da substância; Sensibilidade do tecido (estágio fenológico, idade, órgão, tecido, etc);

Fitormônios Grupos de Fitormônios : Auxinas : Fitormônio do crescimento; Citocininas: Regulador da divisão celular Giberelinas: Regulador da altura e comprimento dos órgãos Etileno: Fitormônio gasoso do estresse/maturação Ácido Abscísico: Fitormônio do estresse Outros: (Jasmonato, Brassinosteróides, etc.) - em discussão

Fitormônios Todos os hormônios atuam em conjunto, e todo efeito hormonal observado é derivado de um balanço hormonal.

Natureza, ocorrência e efeito

Auxinas Forma predominante: Ácido Indol-3-Acético (AIA); Local de biossíntese: Ápices de ramos, folhas e sementes jovens; Funções conhecidas: Estimula o alongamento celular; Estimula a divisão celular em células de meristemas, em combinação com citocininas; Estimula a produção de Etileno, quando em altas concentrações (efeito herbicida); Estimula a diferenciação de feixes vasculares (Floema e Xilema).

Auxinas Desenvolvimento de frutos Dominância apical/arquitetura Orientação do crescimento Impede senescência Orientação do crescimento

Auxinas

Vascularização (floema e xilema) e cicatrização Auxinas Vascularização (floema e xilema) e cicatrização

Auxinas Enraizamento A 150ppm AIB/48h

Auxinas Aplicações práticas: Propagação de plantas, tratamentos de estacas (AIB); Prevenção de queda de folhas, flores e frutos (pegamento de frutos) (ANA); Partenocarpia em frutos (AIA); Agente desfolhante (herbicida, 2,4-D); Formação de raízes em cultura de tecidos (2,4-D, AIB, ANA, AIA); Prevenção de brotação lateral (flores); Controle do florescimento (flores).

Citocininas (parei) Forma predominante: Zeatina; Local de biossíntese: Ápices de raízes e sementes jovens; Funções conhecidas: Estimula a divisão celular; Morfogênese em cultura de tecidos (diferenciação da parte aérea); Estimula a formação de gemas; Estimula o crescimento de gemas laterais (inibição da dominância apical); Estimula a expansão foliar, pelo efeito na extensão celular; Pode estimular a abertura estomática em algumas espécies; Promove o desenvolvimento de cloroplastos, via estímulo da síntese de clorofila.

Citocininas Auxina Essencialidade Citocinina Citocinina + Auxina Parte Aérea/Raiz Embrapa Uva e Vinho, 2007 Auxina Citocinina

Define a proporcionalidade nas plantas Citocininas x Auxinas Define a proporcionalidade nas plantas Citocininas Auxina

Define a diferenciação de gemas na videira Citocininas x Auxinas Define a diferenciação de gemas na videira

Giberelinas Forma predominante: Ácido Giberélico-1 (GA-1) (primeira forma (GA-3); Local de biossíntese: Tecidos jovens (PA) e sementes em desenvolvimento; Funções conhecidas: Alongamento de ramos e frutos, pela divisão e extensão celular; Causa partenocarpia (sem semente) durante o desenvolvimento de frutos; Reduz o florescimento, atrasa a senescência foliar e a maturação de frutos; Funções Fisiológicas (modificações nos níveis de Auxina do tecido alvo); Vigor da parte aérea aumenta a produção endógena de giberelina.

Estimula o crescimento dos tecidos (alongamento) Giberelinas Estimula o crescimento dos tecidos (alongamento) Disponibilidade de GA 0 GA 100 ppm GA

Giberelinas x Citocininas Atenuação de resposta ao GA Mutante Normal

Giberelinas x Citocininas Em função de práticas de manejo: Proporção de (PA); Efeito da luz; Excesso de Vigor (N, água) SEM COM Amarração / Desbaste / Desponte / Desfolha

Giberelinas – Aplicações e efeitos práticos Crescimento de raízes: Inibe o crescimento de raízes; Expansão foliar e alongamento de ramos: Pelo aumento individual de células; Florescimento: Em videira, altas concentrações de GA inibe a diferenciação de gavinhas em primórdios de inflorescência; Partenocarpia: Desenvolvimento da uva sem a fecundação (bagas sem sementes); Frutificação: Incrementa o pegamento de frutos (sem efeito para queda de frutos); Efeitos secundários: Previne desordens de película; Redução de danos físicos (compactação de cachos); Danos por fungos (aeração do cacho).

Etileno Forma predominante: Gás Etileno (C2H4) Local de biossíntese: Maioria dos tecidos sob a condição de estresse, em senescência ou em maturação; Funções conhecidas: Estimula a senescência de flores e folhas; Estimula a maturação de frutos; Estimula a queda de folhas e frutos; Estimula a superação do processo de dormência; Estimula o crescimento e a diferenciação de ramos e raízes (resposta tripla).

Etileno 2

Etileno

Curvas de comportamento fisiológico pós-colheita de frutos

Etileno Propiciar a indução da senescência e encerramento de um ciclo vegetativo; Favorecer a brotação (ciclo seguinte);

Etileno Ethephon Controle Ethephon + 1-MCP 1-MCP

Etileno Baixa concentração nas etapas I e II e máxima 20 dias antes da virada de cor; O etileno é necessário para induzir o reinício do crescimento e o acúmulo de antocianinas; A aplicação de etileno (Etephon) em 20 ppm no início da fase II adianta a virada de cor e acumula mais carboidratos e polifenóis totais;

Ácido Abscísico Forma predominante: Ácido Abscisico; Local de biossíntese: Raízes, folhas maduras e sementes; Funções conhecidas: Estimula o fechamento estomático nas folhas (estresse hídrico); Inibe o crescimento de ramos; Pode estimular o crescimento de raízes; Apresenta relação com a indução e manutenção do processo de dormência em gemas; Induz a transcrição de genes relacionados com a maturação de frutos (ex.: cor, degradação de ácidos, etc)

Ácido Abscísico Abertura estomática (Citocininas) e fechamento estomático (Ác. Abscísico)

Inibe o crescimento de ramos Ácido Abscísico Inibe o crescimento de ramos

Fitormônios e reguladores de crescimento na vitivinicultura Crescimento vegetativo; Crescimento produtivo; Qualidade da fruta. II Brotação; Fertilidade de gemas. III Crescimento radical; Vigor do Porta-enxerto.

Reguladores do crescimento Estimulante de crescimento: Substâncias químicas que promovem o crescimento de tecidos (divisão e expansão celular), efeitos similares às auxinas, giberelinas e citocininas: Ex.: GA3, CPPU, Tidiazuron, AIB, ANA. Repressores de crescimento: Substâncias que reduzem ou limitam o crescimento celular ou favorecem a senescência de tecidos. Ex.: Ethrel (etileno), Cycocel (-GA), Paclobutrazol (-GA) Obs.: Os estimulantes também podem ser repressores, em função da dose.

Reguladores do crescimento Crescimento do cacho/baga: GA3; CPPU; TDZ. Controle do vigor vegetativo: Cycocel II Superação da dormência: Dormex; Ethrel. Fertilidade de gemas: Cycocel; Paclobutrazol.. III Crescimento radical: AIB (150 mg/L ou ppm/48h) AIA (25 ppm misturada ao AIB) ANA (100 ppm/48h).

Reguladores do crescimento Superação da dormência: Cianamida hidrogenada (Dormex): Condições sub-tropicais: 1,25 - 2,5 % ia; Condições tropicais: 2,1 - 5,2% ia

Reguladores do crescimento Obs.: Para melhorar a brotação de Niágara (em T<15°C): Usar o Ethrel 240® (9 L/ha) (15 a 25 dias antes da poda); Ethrel 720® (3 L/ha) (15 a 25 dias antes da poda).

Reguladores do crescimento Etefon (Ethrel) em Niágara: Sem Etefom + Dormex (3,6% i.a.) Etefom (9L/ha Ethrel 240®) + Dormex (3,6% i.a.)

Obs.: O tempo disponível é mais importante que as quantidades. Reguladores do crescimento Fertilidade de gemas/vigor vegetativo: Cycocel (Antagônico competitivo de GA) - aplicação (parte aérea) - 500 a 1000 mg i.a./L; Paclobutrazol (Inibe a síntese de GA) - aplicação antes da brotação (risco de efeito residual) - 3 kg i.a./ha Aplicações no início do ciclo, quando os ramos estão com 5 folhas Obs.: Produtos não comercializados no Brasil e com grande dificuldade de aquisição. Importantes apenas para cultivares sem sementes com alto vigor e baixa fertilidade (ex.: Thompson Seedless) . CITOCININA Produz a inflorescência Diferencia a flor (pós-brot.) Desenvolve o pistilo (pós-brot.) GIBERELINA Favorece a anlagen inibe a inflorescência inibe a flor (pós-brot.) Obs.: O tempo disponível é mais importante que as quantidades.

Reguladores do crescimento Crescimento do cacho: Ácido Giberélico (GA3); TDZ (Citocinina); CPPU (Citocinina) Observações importantes: Deve haver controle de carga (máx. 30 Mg/ha); Excesso de carga do ciclo anterior afeta as respostas; A época de aplicação é crucial para o resultado; Todo cacho deve ser tratado (ação não sistêmica); Foram testados mas não estão registrados

Reguladores do crescimento BRS Clara GA3 - 60 ppm i.a TDZ - 4 ppm + 20 ppm GA3 CPPU - 5 ppm + 10 ppm GA3 BRS Linda GA3 - 10 ppm i.a. TDZ - 4 ppm + 5 ppm GA3 CPPU - 5 ppm + 5 ppm GA3 BRS Morena GA3 - 40 ppm i.a. TDZ - 2 ppm + 5 ppm GA3 Aplicação única tamanho 4-5 mm Niágara: GA3 (30 ppm i.a); TDZ (10 ppm i.a.); Aplicação única (ervilha (15-18 dpf)) Itália: TDZ* (5-10 ppm i.a); Aplicação única (10-15mm) Atrasa maturação

Reguladores do crescimento Tamanho da baga: 2x GA3 90 ppm 4 mm e 10 dias após 1x GA3 60 ppm 4 mm Sem GA3 BRS CLARA/ Jales-SP

Reguladores do crescimento Tamanho da baga: Ácido Giberélico (GA3) 2 aplicações (50 ppm) (5mm e 10 dias após)

Reguladores do crescimento Registros para uva no Brasil

Observações finais A ação hormonal depende do balanço endógeno de todos grupos hormonais; O efeito hormonal é dependente da dose, do estágio de desenvolvimento, do tecido tratado, da genética (cultivar) e das condições edafoclimáticas; Fitormônios e Reguladores de Crescimento atuam em doses muito baixas, deve-se ter muita atenção durante o preparo diluição (álcool), concentrações comerciais, validade, limpeza dos bicos e qualidade da água e condições climáticas no dia da aplicação (T°C e Chuvas); Nunca seguir uma recomendação, sem antes testá-la em menor escala na propriedade.

OBRIGADO PELA ATENÇÃO leonardo.cury@bento.ifrs.gov.br ?