ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA

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HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
Transcrição da apresentação:

ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA Ultima flor do Lacio, inculta e bella, És, a um só tempo, esplendor e sepultura: Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela...   Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lyra singela, Que tens o trom e o silvo da procella, E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”, E em que Camões chorou, no exilio amargo, O genio sem ventura e o amor sem brilho!   BILAC, Olavo. Poesias Prof. Ms. Nailton Matos

FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA A língua portuguesa está intimamente relacionada com os acontecimentos históricos que se sucederam na Península Ibérica. Pouco se sabe acerca dos povos que teriam habitado o solo peninsular antes da chegada dos romanos (séc. III a. C.). De entre esses faz-se referência aos iberos, aos celtas, aos fenícios, aos gregos e aos cartagineses.

FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA A Península Hispânica fora habitada, em tempos muito remotos, pelos Iberos, povo agrícola e pacífico. Por volta do século VI antes de Cristo, este território fora invadido pelos Celtas, um povo turbulento e guerreiro. E a prolongada permanência provocou o cruzamento entre estes dois povos, dando origem à denominação de Celtiberos.

FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA Depois, os Fenícios, os Gregos e os Cartagineses estabeleceram colónias comerciais em vários pontos da Península.

ROMANIZAÇÃO DA PENÍNSULA IBÉRICA Os Romanos invadem a Península, no século III antes de Cristo, com o intuito de travar a expansão dos Cartagineses, dado que estes constituíam uma séria ameaça ao domínio do mundo mediterrâneo pretendido por Roma. Vencidos os Cartagineses, os Romanos acabaram por dominar toda a Península, tanto no aspecto político-militar quanto no aspecto cultural, nomeadamente no que respeita à língua. A civilização latina foi-se impondo através da abertura de escolas, da construção de estradas e de templos, pela incrementação do comércio, pelo serviço de correio, etc. Consequentemente, a sua língua, o Latim tornou-se indispensável e obrigatório, suplantando os idiomas já existentes.

FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA O Latim dos soldados romanos não era o mesmo dos escritores. Era o Latim usado pelo povo, chamado Latim Vulgar. Já o povo peninsular se encontrava totalmente romanizado, quando, no século V da era cristã, a Península voltara a ser invadida e assolada, desta vez pelo povos bárbaros germanos (alanos, suevos, vândalos, visigodos), gente essencialmente guerreira e de cultura inferior à alcançada ao longo do processo de romanização. Daí que os bárbaros, apesar de vencedores, acabassem por adotar a civilização e a língua latinas. Mas isto não impediu a dissolução da unidade política do império, uma vez que os bárbaros, baseados no pressuposto de que a instrução fragilizava o espírito bélico dos soldados, decretaram o encerramento das escolas.

TRANSFORMAÇÃO DO LATIM VULGAR EM DIALETO À queda e fragmentação do Império Romano sucede-se a supressão dos elementos unificadores do idioma. Isto é, o Latim Vulgar, já substancialmente modificado pela ação do substrato linguístico peninsular, perde progressivamente terreno e desenvolve-se diferentemente em cada região. Isto equivalerá a dizer que o Latim vulgar se dialetou, sobretudo devido à invasão bárbaro-germânica. Chegados ao século VII, os árabes, vindos do Norte de África, invadiram a Península. Como a sua cultura era superior à que o povo peninsular possuía, eles tentaram impor a sua língua como oficial. Porém, os habitantes da Península, sentindo as enormes oposições de raça, de língua e de religião que os separavam do povo vencedor, não aceitaram a sua civilização e continuaram a falar o "romance" (o Latim Vulgar, contaminado por diversos substratos)

TRANSFORMAÇÃO DO LATIM VULGAR EM DIALETO Entretanto, algumas povoações acabaram por receber diretamente a influência dos árabes, formando uma espécie de comunidades mistas, denominadas "moçárabes", mas mantendo independência quanto ao culto religioso. O moçárabe resultou da interpenetração da língua árabe (superstrato) e do dialeto popular de estrutura românica (substrato) A invasão árabe desencadeou a formação do Estado monárquico português

EMANCIPAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA O processo de expulsão do povo árabe da Península foi longo e penoso. Nos finais do século XI, sob a bandeira de D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, muitos fidalgos acorreram em auxílio do monarca para libertar o reino da presença do infiel. Entre eles destaca-se D. Henrique, conde de Borgonha, que, pelos serviços à coroa e à causa cristã, recebera em casamento a filha do rei, D. Tareja, e, por dote, o governo do Condado Portucalense, um pequeno território situado na costa ocidental da Península, entre os rios Douro e Minho.

EMANCIPAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA D. Afonso Henriques, filho do conde D. Henrique, continuou a luta contra os mouros, pretendendo transformar o reino de Leão e Castela num estado independente. De entre os inúmeros combates, ganhou particular importância a batalha de Ourique, em 1139, quer pela vitória alcançada sobre os árabes, quer também pelo fato de os soldados, antes de se iniciar o combate, terem aclamado D. Afonso Henriques de rei de Portugal. Mas só em 1143 seria reconhecida a independência do Condado Portucalense e D. Afonso Henriques proclamado rei. Nascia então Portugal.

EMANCIPAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA Nessa região, onde fora fundada a monarquia portuguesa, falava-se um dialeto denominado galaico-português, expressão linguística comum à Galiza e Portugal. Mas, à medida que Portugal alargava os seus domínios para Sul, ia absorvendo os falares (ou romances) que aí existiam e, consequentemente, ia-se diferenciando do galego, até se constituirem como línguas independentes: o galego acabou por ser absorvido pela unidade castelhana, e o português, continuando a sua evolução, tornar-se-ia a língua de uma nação.

LÍNGUA PORTUGUESA: PERIODIZAÇÃO Fase Pré-Histórica: começa com as origens da língua e vai até ao século IX. Entre o século V e o século IX temos o que geralmente se denomina romance lusitânico. Ao longo deste período encontramos somente documentação em Latim Vulgar. Fase Proto-histórica: estende-se do século IX ao século XIII. Nesta fase encontram-se já, nos documentos redigidos em Latim Bárbaro (o Latim dos notários e tabliães da Idade Média), palavras e expressões originárias dos romances locais, entre os quais aquele que dera origem ao Português. Donde se deduz que a língua já era falada, mas não escrita. Fase Histórica: inicia-se no século XII e estende-se até aos nossos dias. Esta fase compreende dois períodos:       1. Período do Português Arcaico: vai do século XII ao século XV.  2. Período do Português Moderno: do século XVI até aos nossos dias.

O GALEGO-PORTUGUÊS O galego-português formou-se a partir do século IX, na antiga província romana da Gallæcia, como resultado da assimilação do latim vulgar falado pelos conquistadores romanos a partir do século II d.C. Incorporou também léxico de origens pré-celta, celta, basca, germânica, provençal.

OS TEXTOS EM GALEGO-PORTUGUÊS Na primeira fase foram produzidos e reproduzidos manuscritamente Lugares de produção: Cartórios e conventos (Coimbra, Lorvão e Alcobaça) Na segunda fase: Universidades e na corte

TEXTOS EM GALEGO-PORTUGUÊS Documentos públicos Títulos de compra e venda Testamentos inventários doações Historiográficos Cronicões e livros de linhagens

TEXTOS EM GALEGO-PORTUGUÊS Hagiográficos Eclesiásticos Literários Poesia (Cancioneiros: Ajuda, Biblioteca Nacional, da Vaticana)) Prosa ( novelas de cavalaria)

BIBLIOGRAFIA HAUY, Amini Boainain. História da língua português: séculos XII, XIII e XIV. São Paulo: Ática, 1989. ILARI, Rodolfo. Lingüística românica. 2ed. São Paulo: Ática, 1997.