O PAGADOR DE PROMESSAS – DIAS GOMES

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Transcrição da apresentação:

O PAGADOR DE PROMESSAS – DIAS GOMES ANÁLISE DE OBRA LITERÁRIA CONTEXTO HISTÓRICO A obra foi escrita em 1960 , no auge da 3ª fase do Modernismo. Guerra fria 1955 – Juscelino Kubitschek 1964 – Golpe militar – ditadura Dados biográficos: Alfredo Dias Gomes Nasceu em Salvador – Bahia – em 1922 Morreu no Rio de Janeiro em 1999. Autor de romances e teatros

OBRAS : TEATRO Zeca Diabo O pagador de promessas O bem-amado O santo inquérito ROMANCES Duas sombras apenas Sucupira, ame- a ou deixe-a Odorico na cabeça TELEVISÃO O espigão Saramandaia Roque Santeiro Mandala Araponga

ENREDO - PRIMEIRO ATO – PRIMEIRO QUADRO Zé do Burro carregara uma cruz pesada ( o mesmo peso que a do Cristo, segundo ele) de algum lugarejo da roça baiana até a capital, Salvador. Foram 7 léguas, 42 quilômetros – de sofrimento Para às 4 horas da manhã, em frente à igreja de Santa Bárbara. Acompanhado de Rosa, sua mulher, ela não está feliz com a jornada – enfrenta fome e cansaço. De madrugada, aparece Bonitão e sua amante Marli O malandro está tomando todo o dinheiro da mulher. Bonitão interessa-se pela Rosa, mulher bonita e mais uma possível escrava sexual. Conversa e leva Rosa para o hotel, prometendo merecido conforto SEGUNDO QUADRO No início do segundo quadro , começa o movimento na praça. Surge uma beata, o sacristão abre a porta da igreja. Bonitão volta sozinho e acorda Zé do Burro.

O padre Olavo aparece na porta da igreja. O pagador de promessa explica ao padre o que pretende. No começo da conversa o padre até admira o gesto do Zé. Ao descobrir , porém , no decorrer da conversa, tratar-se de um burro e , pior, a promessa ter sido realizada num terreiro de candomblé, a Iansã – versão africana da santa católica. O padre fica possesso e recusa a permitir a entrada de Zé e Sua cruz. Fecha a porta principal e abre ao público a lateral. O pobre penitente não consegue entender a atitude do sacerdote, mas não está disposto a arredar o pé de frente da igreja. SEGUNDO ATO – PRIMEIRO QUADRO Inicia-se com a chegada de populares e vendedores à praça em frente à igreja. O galego abre o seu boteco Minha tia monta o seu tabuleiro com os quitutes

Dedé Cospe-rima anuncia seus poemas de cordel. O guarda aparece para inspecionar o ambiente. Rosa retorna para junto do marido. Surgem jornalistas, um repórter e um fotógrafo, eles estão interessados em criar um história sensacionalista. Insinuam ser aquilo tudo um golpe político de candidato. Ressurge Bonitão dando em cima de Rosa, é surpreendido por Marli. SEGUNDO QUADRO Incorpora-se ao grupo o mestre Coca,renomado capoeirista. O guarda aparece com uma cópia do jornal em que todos aparecem na primeira página. O secreta , policial civil , avisado por Bonitão espreita o Zé. O guarda lê a notícia sensacionalista, Zé passou a ser visto como revolucionário. Zé acredita ser tudo uma provação, grita para o padre.

Aparece monsenhor que propõe ao matuto refazer sua promessa Aparece monsenhor que propõe ao matuto refazer sua promessa. Desobrigando-o de entrar na igreja, ele não aceita. Bonitão confessa a Rosa que havia denunciado Zé para a polícia , em breve ele seria preso. TERCEIRO ATO O terceiro ato apresenta a praça da igreja cheia de gente.É dia da festa de Santa Bárbara. Vieram os capoeiristas de mestre Coca, que darão um espetáculo. Vem o repórter com uma barraca e colchão de molas para acomodar Zé e Rosa e esticar ao máximo sua permanência, a fim de explorar o episódio . Marli retorna e encara Rosa, desacatando-a. Chega o delegado para tomar ciência da situação. O secreta insiste na prisão, finalmente o delegado exige que Zé o acompanhe à delegacia. Os populares incitam Zé do Burro, que tem uma faquinha na mão, a não seguir a polícia. Os capoeiristas tomam o partido do roceiro. O padre surge e dá-lhe uma pancada no braço,derrubando a faca.

Forma-se uma confusão generalizada. Ouve-se um tiro. Afastam-se todos e Zé do Burro está morto no chão. Os capoeiristas põem o corpo de Zé do Burro sobre a cruz e com ele entram na igreja, cumprindo sua promessa. Uma trovoada tremenda desaba sobre a praça. Iansã e Santa Bárbara

PERSONAGENS: Zé do Burro : protagonista; homem jovem, da roça, próxima de Salvador.Ingênuo, bom e corajoso. O apelido lhe viera por andar sempre seguido do burro Nicolau, para cuja cura havia feito a promessa. Rosa : mulher de Zé , impaciente e fútil. Marli : prostituta e amante de Bonitão apaixonada e possessiva. Bonitão: cafetão e sedutor, aliado da polícia e golpista. Padre Olavo: sacerdote relativamente jovem, mente fechada por preconceitos.Intransigente. Sacristão: homem de 50 anos com mentalidade de quatorze,apresentado como caricatura. Guarda : policial , não gosta de encrencas e tenta evitá-las. Beata: estereótipo de carola, julga-se acima dos outros. Galego: botequeiro, espanhol, típico comerciante. Minha tia: vendedora de comida típica baiana,frequentadora de terreiros.

Dedé Cospe-Rima: poeta popular, na velha tradição nordestina,amado e temido por seus versos. Mestre Coca: estivador e mestre de capoeira, simpatizante dos mais fracos. Repórter : típico repórter chinfrim que tudo faz para explorar, a seu bel prazer , um fato. Secreta: estereótipo do mau policial civil, no limite entre o bandido e o mocinho, mais para bandido. Monsenhor: representante político da Igreja, com ares de inquisidor. Delegado: autoridade estereotipada do período da repressão. Manuelzinho : amigo de mestre Coca

Estrutura da obra: Peça de estrutura simples com três atos. Os dois primeiros atos divididos em dois quadros. A ação é progressiva. Linear. Clímax é no desfecho , rapidamente um tiro e um moribundo. O Espaço: Salvador , zona velha da cidade. Uma praça em frente à igreja dedicada a Santa Bárbara. O Tempo: O autor classifica a época como atual. Foi publicada e teve sua primeira montagem em 1960. Tempos de instabilidade sociopolítica. Findavam os anos dourados. O entusiasmo da era JK.

A linguagem: Diálogos rápidos Linguagem cinematográfica O emprego do coloquial. Há alguns regionalismos, especialmente de origem africana e comuns entre frequentadores de candomblé . TEMAS O tema central da obra é de cunho social (Um homem simples, de uma sociedade marginalizada – a roça – entra em conflito com os valores da cidade) Crítica ao autoritarismo, à intolerância e à corrupção das autoridades. Sincretismo religioso Sociedade miscigenada