Todos os que tem fé são povo de Deus A Igreja é em toda a parte povo de Deus, toda a comunidade dos crentes. Só a partir do século III notou-se a separação.

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Transcrição da apresentação:

Todos os que tem fé são povo de Deus A Igreja é em toda a parte povo de Deus, toda a comunidade dos crentes. Só a partir do século III notou-se a separação entre clero e leigos. Todos são povo, inclusive o clero, cada qual com suas funções e ministérios específicos.

Crer: fator comum da unidade.

“Por isso, chamou a si um povo constituído de judeus e gentios que deve crescer simultaneamente, não segundo a carne, mas segundo o Espírito, para a unidade que constitui o novo povo de Deus”. (1Pd 1, 23).

TODOS SÃO POVO DE DEUS POR CHAMAMENTO DE DEUS Não é um povo que se reúne por iniciativa própria, mas por chamamento de Deus; Todos são chamados em Jesus Cristo; Chamados para servir a Deus. O ponto de partida não é a salvação do indivíduo, mas a salvação de toda a comunidade – Ele chama um povo;

Não é o indivíduo como tal que é Igreja, mas o indivíduo chamado, que se torna e é membro da Igreja (KÜNG,2002 p. 182).

“Aprouve no entanto a Deus santificar e salvar os homens, não individualmente,excluindo toda a relação entre eles, mas antes constituindo em povo que se conhecesse na verdade e o servisse na santidade”. (Constitutio de Ecclesia do Vaticano II, 1964 – 9).

TODOS OS QUE SÃO POVO DE DEUS, SÃO-NO ATRAVÉS DE UMA DECISÃO HUMANA Uma hipostasiação da Igreja tem que ser excluída; A Igreja em si não existe, ela nunca existe sem as pessoas. Igreja: chamado de Deus e resposta humana. Adesão pela fé. Não se pertence a Igreja por tradição, nascimento ou descendência.

“A Igreja não é Deus, não é Cristo, nem é o Espírito, nós é que somos Igreja” (KÜNG, 185).

“Sem nós, fora de nós, acima de nós não tem a Igreja qualquer realidade” (KÜNG, 185).

“A todos aqueles que olham com fé para Jesus, como autor da salvação e princípio da unidade e da paz, Deus convocou-os e constitui com eles a Igreja” (Constitutio de Ecclesia do Vaticano II, 1964 – 9).

O povo de Deus de todos os crentes é um povo histórico Não é supra histórico; É povo vivo e peregrinante no tempo; Caminha no tempo suscetível aos erros e fragilidades do tempo.

“Ecclesia semper reformanda é exigência quotidiana de Deus ao seu povo que se encontra a caminho” (KÜNG, p. 187).

O povo de Deus no Vaticano II Eclesiologia do passado: Concentrada na hierarquia; Societas Perfecta: o essencial são os governos que a regem.

Proposta do Concílio: Cap. 1 LG: Igreja na relação com a Trindade – aspecto divino da Igreja – Mistério da Igreja. Cap. 2 LG: Aspecto humano da Igreja: realidade histórica. Divino e humano: dimensões de uma mesma realidade: a Igreja.

“O Vaticano II estende á Igreja a doutrina que o Concílio de Calcedônia aplicou a Cristo: duas naturezas completas, cada uma na sua ordem e substancialmente unidas” (COMBLEM,p.22).

Concílio de Trento Dimensão humana e divina da Igreja realidade unívoca: obedecer a Igreja = obedecer a Deus = Desaparecimento da realidade humana da Igreja.

“A hierarquia é sacralizada e colocada acima da Igreja que perdeu seu caráter humano para transformar-se numa mediação supra-humana – quase no nível do próprio Cristo” (COMBLIM, 2002, p. 24).

Jornet: “Deus instituiu primeiro a hierarquia e a Igreja procede da hierarquia”. A humanidade de Jesus e a hierarquia são causas eficientes da Igreja. O povo de Deus é receptor dos sacramentos.

Origem do conceito “povo de Deus” Bíblica: Israel foi escolhido por Deus para ser seu povo. AT: tema central, tudo procede da condição de ser povo de Deus. NT: nascimento da Igreja a partir do povo de Israel: manifestação do caráter histórico da Igreja. AT: distingue-se por distância e diferença que estabelece com outros povos. NT: distingue-se pela relação de missão que estabelece com outros povos. “ O povo de Deus é missionário – existe em forma de missão”

Realidade ecumênica de Povo de Deus: há várias formas de pertencer a um povo. “Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele, embora, fora de sua estrutura visível se encontrem vários elementos de santificação e verdade” (LG 8b).

O povo de Deus subsiste (está presente) na Igreja Católica, ou seja, não excluí sua presença em outras religiões.

“Todos os homens, pois, são chamados a esta católica unidade do povo de Deus, que prefigura e promove a paz universal. A ela pertencem ou são ordenados de modos diversos quer os fies católicos, quer os outros crentes em Cristo, quer em fim todos os homens em geral, chamados à salvação pela graça de Deus”; (LG 13d).

A promoção dos leigos no povo de Deus Teologia antiga: duas classes Clero X Leigos Sagrado X Profano Teologia do NT: todo o povo de Deus é sacerdotal: o sagrado é profano e o profano é sagrado.

“Os leigos são povo de Deus, o que se lhe diz deles vem da condição de povo de Deus. A participação no sacerdócio e no múnus profético e de Cristo lhes vem do fato de pertencerem ao povo de Deus”.

“A missão dos leigos deriva diretamente de Cristo. Tudo isso se realiza em colaboração harmoniosa entre leigos e hierarquia”.

História do Conceito de Povo de Deus Duas eclesiologias antagônicas subsistem na Igreja: a hierárquica e a do povo de Deus. Onde se apóia a fundamentação da Igreja hierárquica? Raiz neo-platônica; Filosofia do um: “do um vem o múltiplo. O múltiplo vem por via de degradação”; Objetiva-se retornar a unidade; Transferindo o esquema para a Igreja o papa impõe-se como princípio de Unidade. A chave do sistema é: “um Deus – um mundo – um imperador

Protestantismo Tentativa de uma eclesiologia do Povo de Deus. Mas não conseguiu ser fiel a intuição de retornar as origens. Continuou a divisão: clero (pastores) X povo.

História A partir do século XI e mais precisamente no século XII surgiram movimentos que buscavam a afirmação do povo. Duas vertentes:

MOVIMENTOS SOCIAIS: Contra o clero e a burguesia; Comunas; Movimentos urbanos...

MOVIMENTOS ESPIRITUAIS: Movimento franciscano: “emancipação do clero”.

O retorno às origens: convergência de dois movimentos INTELECTUAL: Aceita os métodos históricos críticos para pensar o cristianismo. SOCIAL: Reconhece o mundo dos pobres – povo.

Esses movimentos queriam uma Igreja mais inserida na história humana e mais fiel as origens. Desses movimentos nasceu uma eclesiologia que se concentrou em torno do conceito de Povo de Deus.

O que faltou ao Concílio? Ensinar que os pobres são povo de Deus e que o povo de Deus é dos Pobres.