A economia açucareira e sua projeção a pecuária Amaury Gremaud FESB I.

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A economia açucareira e sua projeção a pecuária Amaury Gremaud FESB I

 Economia açucareira grande crescimento no XVI Último quartel do século XVI: economia açucareira decuplica  Montante de capitais investidos é considerável Capital físico importante, inclusive plantel de escravos (20% do capital físico) Parte importante dos investimentos são realizados por meio de importações (escravos, equipamentos)  Renda gerada também é grande Colônia é rica, tem uma renda per capita alta, apesar de concentrada 90% do valor exportado na mãos dos “fazendeiros”  Vínculo entre economia açucareira e demais núcleos de povoamento do país é baixo Fluxos internos de renda 10%

 Grande massa de recursos Altos gastos com importações de bens de consumo importados Grande margem para recapitalização existente na economia açucareira  Explica decuplicação na ultimo quartel do século  Possibilidade era de, dado a alta rentabilidade, duplicar capacidade produtiva em dois anos  Este ritmo de crescimento só excepcionalmente utilizado, nas etapas mais favoráveis  Esta renda não é dos fazendeiros É uma renda enviada ao exterior, decorrente de pagamento de juros relativos aos capitais aqui aplicados, em geral por comerciantes  capitalização governada pela capacidade de absorção do aumento da produção pelo mercado  Acerto do ritmo de ampliação da capacidade produtiva (raras as vezes que houve superprodução)indica o “controle” do setor produtivo pela comercialização  Comerciantes definem o ritmo de crescimento da produção que se coadune com ampliação de demanda

 Recursos não reinvestidos no setor açucareiro Também não são investidos em outros setores ou regiões coloniais Renda que sobra na verdade é renda liquida enviada ao exterior para não residentes  Renda dos investidores: juros recebido pelos comerciantes em decorrência dos investimentos por eles realizados  Recursos para os investimentos foram importados  Quando recursos reinvestidos Assume novamente a forma de importações  Equipamentos e escravos  Tendência a crescimento vegetativo negativo dos escravos no Brasil (diferente dos EUA)  Mesmo necessidade de contratação de profissionais (e pagamento de salários) deve diminuir (substituição por escravos) Depois de importados equipamentos são instalados com mão de obras escrava  Sem fluxo monetário

 Investimentos em uma economia escravista diferente de uma economia não escravista Investimento – economia industrial sem escravos:  Cresce renda da própria economia, faz parte da demanda agregada se não houver uma grande quantidade de bens importados Investimento – economia exportadora escravista  Existe uma grande quantidade de bens importados,  o que não é importado é renda gerada por escravos – lucro do empresário mas sem assumir a forma monetária  Escravos – é capital fixo Quando não estão ocupados na produção de produto para exportação devem estar ocupados em outras tarefas  Obras de construção, melhoramentos: são aumento dos ativos do empresário mas sem criar fluxo de renda

 Consumo tem situação semelhante Parte importante importados Outra parte gerado com mão de obra escrava  presta serviços pessoais aos donos  Presta serviços a si próprio  Serviços não são monetizados  Estão implícitos no custo de aquisição do escravo  Escravo neste caso é uma espécie de bem durável de consumo  Fazendas forte tendência a autosuficiencia Não é feudalismo (economia natural)  Há especialização econômica, economia voltada para o mercado externo e há dispêndio monetário quando da compra do escravo  Diferente de uma economia assalariada Impulso dinâmico do investimento e do consumo é transferido para o exterior ou é uma renda não monetizada, que não não vai para mercado

7 Tendência à estagnação estrutural  Crescimento do sistema apenas em extensão  Depende de mercado, se absorver faz ampliação – cresce lucros e investimentos Crescimento: Ocupação de novas terras e aumento das importações Possibilidades ilimitadas, dada oferta de mão de obra e terra elástica  não se geravam tensões capazes de modificar a estrutura produtiva do país Não propulsão sobre outras setores pois não gera mercado para outras atividades  Tendência à estagnação estrutural

Estagnação estrutural  Decadência (queda das exportações): diminuição dos lucros do sistema Redução das importações  Não existe desequilíbrio de Balanço de pagamentos nesta economia, ato de importar e tomado pelo mesmo que recebe impulso ou não das exportações Ajuste de produção (mesmo com parada total)  Escravos outras atividades - manutenção do engenho  Condições mínimas de abastecimento garantidas  Não crise forte, desemprego e fechamento  O que ocorre é atrofiamento do setor monetário Pode haver diminuição progressiva, mas lenta do ativo da empresa se crise for mais grave  Não reposição da depreciação (apenas uma parte dos equipamentos  Reposição da mão de obra  Lenta agonia - Não provoca mudança estrutural  Crise do açúcar – secular

9 Economia açucareira e Pecuária  Economia Açucareira -Demandas: Importações  Bens de consumo (luxo) e Escravos Internas – pouco  parte da demanda atendida dentro da própria unidade produtiva sem monetização  Diferente de outras produções onde ha limite na oferta de terras  Lenhas,  animais de tiro  Carne:  parte de alimentação de patrões e escravos, nem sempre possível produção interna à unidade produtiva  Atividade criatória: separação espacial Cria atividade dependente – pecuária

10 Atividade criatória - Características a) Ocupação de terras: extensiva e itinerante Nordeste e Sul b) Inversões (investimentos) mínimas c) acumulação – crescimento natural (vegetativo) - induzia à permanente expansão, independentemente da demanda d) Baixa rentabilidade Renda total (monetizada): máximo 5% das exportações de açúcar (£ )  depois alguma exportação  Começos século XVIII: Antonil: BA e PE: cabeças

11 Possibilidades de crescimento  Condição fundamental: disponibilidade de terras  Capacidade empresarial Ocupação acessível ao colono sem recursos  Trabalho nas fazendas de criação (4 a 5 anos)  Direito a uma cria em quatro  conta própria Fácil adaptação dos indígenas  Sem problemas do lado da oferta

12 Possibilidades de crescimento  Demanda Grande dependência da atividade açucareira para expansão monetária da atividade  Rápida expansão  elevação da demanda e penetração da pecuaria no sertão Ciclo do açúcar se reflete parcialmente na pecuária  Aceleração do ciclo – especialização da fazenda e expansão – pressão sobre pecuária  Diminuição do ciclo - inverso

13 Economia criatória  Produtividade muito inferior à açucareira  Menor grau de especialização e comercialização Crescimento extensivo, sem ganhos de produtividade Aumento das distâncias  Queda da produtividade  Redução da renda média da população envolvida  Principal função: subsistência de sua população Ampliação de rendas monetárias dependendo do açúcar Reversão – subsistência  Economia do couro