“(...)De repente, a praça inteira começou a correr atrás de mim. Corria, corria, corria, mas o pessoal acompanhava. Nunca vi esse povo correr assim no dia a dia, porém, quando é “pra” pegar gente safada, corre que nem leopardo. O desespero era tão grande que subi em um telhado de uma casinha e comecei a falar: - “Pera”! Pare de querer me matar, gente!(...) Tudo que eu disse sobre o que aconteceria com vocês no futuro, melhorou a vida de todo mundo. O pessoal começou a se acalmar e a se conformar com as minhas palavras. Aos poucos, o povo começou a ir embora, até só eu ficar em cima do telhado.”
“(...)Logo tratei de comprar o jornal do dia, a revista da semana e uns cartões postais da cidade nos dias de hoje. Como bom amigo do tempo, preveni-me, se ele mudasse o Antônio jovem iria embora rapidamente. Não poderia voltar sem evidências. Quando terminei de juntar tudo, olhei “pra” ele no olho, que estava com um olhar interrogativo. - O que foi? – perguntei. - Por que está fazendo tudo isso? Por que me ajuda? - Não quero que aconteça com você o mesmo que aconteceu comigo. Nesse momento, vi que ele sentiu uma emoção avassaladora. E, Antônio me devolveu: - Então, é isso? Você sou eu? - Sim. Agora vá trazer o mundo “pra” Nordestina por mim. Assim, ele partiu.”
“(...) O povo começou a se zangar. Todo mundo foi saindo da praça e eu fiquei observando. Já era tarde, quando o último “esperante” esperançoso saiu decepcionado. Durante a hora em que o povo dorme e a cama acorda de tanto a gente se revirar, eu “tava” imaginando todo mundo revoltado em frente de casa, exigindo explicação e eu sem o que dizer. Uai, mas eu fora mesmo ao futuro! O que havia acontecido com esse Antônio de antigamente? Será que tudo isso haveria sido imaginação minha? Meu Cristo...”
“(...) A pedido de Antônio, como era amigo do tempo, o dia clareou. Mas, a pedido de Karina, o viajante do futuro ficou mais um tempo em casa com sua amada. Ao sair de lá, com suas mãos segurando as mãos de Karina e as mãos de Karina segurando suas mãos, Antônio notou algo estranho, mais estranho do que o estranho com o qual estava acostumado. Todos olhavam com o olhar bravo para ele. ”
“(...) Karina estava me esperando na sala, chorando um tanto de lágrimas que eu não sabia que era possível chorar.” “(...) Ela começou a me olhar com um jeito diferente. Viu que o que eu estava falando era verdade, mas não disse nada. Aproximei-me dela e meu coração disse “pra” minha coragem, “vai”, e minha coragem respondeu, “vou nada”, mas minha boca não ouviu e beijou Karina.”
O futuro do pretérito é usado: 1.Para tratar de um acontecimento futuro em relação a outro, já ocorrido. Exemplo: Achávamos que eles trariam (iriam trazer) o jantar. 2. Para tratar de um fato incerto, fazendo hipóteses ou suposições. Exemplo: Quem seria aquela mulher toda agasalhada em pleno verão do Rio de Janeiro?
3. Para tratar de um fato que poderá ou não ocorrer, dependendo de determinada condição. Tais sentenças condicionadas (if senteces) vêm sempre acompanhadas de outra, cujo verbo principal é conjugado no imperfeito do subjuntivo. Exemplo: Se pudesse escolher, quem você levaria (iria levar) para uma ilha deserta?
4. Para tratar de uma surpresa ou uma indignação sobre um evento: Surpresa: Eles viajarão de avião tendo tanto medo de voar? Jamais imaginaria (iria imaginar) isso. Indignação: O quê? Ela comeu todo o chocolate? Ela não faria uma coisa dessas! 5. Para dar sugestões e fazer pedidos de maneira mais educada: Por favor, você poderia repetir o que acaba de dizer?
O pretérito imperfeito é usado: 1. Para tratar de um hábito ou acontecimento que ocorria com frequência no passado: Exemplo: Antigamente, ela fazia exercícios todos os dias. 2. Para indicar a continuidade de um acontecimento em relação a outro que ocorreu ao mesmo tempo no passado. Exemplo: Quando o marido chegou, ela dormia. 3. Para tratar do que era presente em um momento do passado que se está descrevendo. Exemplo: “Faltava um ponto a meu adversário para ganhar. A mim, faltavam-me não sei quantos: sei só que eram muitos.” (Álvares de Azevedo, 1965)
(...)Para provar que havia ido ao futuro, Antônio disse que naquele instante ia chover e choveu. Disse que ia ventar e ventou. E quando disse para parar, parou. Todos estavam impressionados, mas Antônio ainda não havia acabado. Começou a falar sobre o futuro das pessoas que lá estavam e cada uma ia acreditando.
(...)Para provar que havia ido ao futuro, Antônio disse que naquele instante iria chover [choveria] e choveu. Disse que iria ventar [ventaria] e ventou. E quando disse para parar, parou. Todos estavam impressionados, mas Antônio ainda não havia acabado. Começou a falar sobre o futuro das pessoas que lá estavam e cada uma ia acreditando [acreditava].