TRANSIÇÕES DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA
Para ilustrar essa aula vamos começar com um video do Progf Para ilustrar essa aula vamos começar com um video do Progf. Hans Rosling, Professor de Saúde Global do Karolinska Institute http://www.youtube.com/watch?v=jbkSRLYSojo
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Envelhecimento da população, que passa a ter, proporcionalmente, maior número de idosos do que jovens Laurenti 1990
Transição demográfica “A evolução de altas para baixas taxas de fecundidade e mortalidade em um país. Foi anteriormente atribuída a mudanças tecnológicas e à industrialização, mas provavelmente está mais diretamente relacionada à melhorias educacionais e de condição da mulher na sociedade. É acompanhada por mudanças na estrutura de idade da população: conquanto decrescem as taxas de nascimentos e de mortalidade, aumenta a proporção de idosos na população.” Miquel Porta
Transição demográfica Envelhecimento da população Maior proporção de mulheres na população Aumento da expectativa de vida População mais urbana e mais alfabetizada
Pirâmide populacional Representação gráfica da estrutura de uma população segundo idade e sexo
Fonte: Joseph A. McFalls, Jr. Population: A Lively Introduction Fonte: Joseph A. McFalls, Jr. Population: A Lively Introduction. Population Bulletin 46(2); 1995: 22.
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA A composição de uma população em determinada região depende da relação dinâmica entre dois fatores principais: Fecundidade Mortalidade
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA A composição de uma população em determinada região depende da relação dinâmica entre dois fatores principais: Fecundidade Mortalidade Migração
DEFINIÇÕES Taxa de fecundidade – relaciona o número de nascidos vivos num determinado período com o número de mulheres em idade fértil (15-49 anos- No Brasil:10-49) Taxa de natalidade – relaciona o número de nascidos vivos num determinado período com a população total Taxa de mortalidade – mortes num determinado período na população total
PROCESSO DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA População Mortalidade Fecundidade Tempo
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA Mudança na população de situação com alta mortalidade e alta fecundidade para outra com baixa mortalidade e baixa fecundidade
DECLÍNIO DA FECUNDIDADE NO MUNDO 1950-2010
FATORES PREDITORES DA FECUNDIDADE
POPULAÇÃO MUNDIAL EM BILHÕES 2011 2050 Mundo 7 + 9 Países desenvolvidos 1,3 1,28 Países subdesenvolvidos 5,7 7,9 Fonte: ONU 2009
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL 1950-2050
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO EM DIFERENTES REGIÕES DO MUNDO 2010-2050 Números em milhares
POPULAÇÃO MUNDIAL POR FAIXAS ETÁRIAS EM DISTINTAS REGIÕES, 2008 PAÍSES FAIXA ETÁRIA (anos) < 15 15-24 25-59 60+ Desenvolvidos 17% (200 mi) 13% (160 mi) 49% (605 mi) 21% (264 mi) Subdesenvolvidos 29% (1,7 bi) 19% (1,1 bi) 43,5% (2.5 bi) 8,5% (475 mi) Fonte: ONU 2009
EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER DA POPULAÇÃO EM DIFERENTES REGIÕES DO MUNDO, 1950-2010
EXPECTATIVA MÉDIA DE VIDA AO NASCER EM DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS DA HUMANIDADE ERAS/POPULAÇÕES MÉDIA EVN (anos) Neanderthal 20 Grécia Clássica 20-30 Roma Clássica América do Norte pré-Colombiana 25-35 Britânico Medieval Início do Século XX 30-40 Média do Mundo Atual 68
COMPARAÇÃO DEMOGRÁFICA DE DOIS PAÍSES
ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER: PARADOXOS 1990-1995 2005-2010 África do Sul 61 52 1965-1970 2005-2010 Rússia/Ucrânia 69,6 69,2 Fonte: ONU 2009
Conceitos Demografia: estuda os determinantes e as conseqüências do crescimento das populações humanas Transição demográfica: interrelação entre fertilidade e mortalidade refletindo em mudanças na estrutura da população Transição epidemiológica: mudanças no padrão da mortalidade e das doenças John Graunt in his Natural and Political Observations…on the Bills of Mortality* detected regularity in patterns of births and deaths. He noticed a higher sex ratio in favor of males at birth and females at age of death. Graunt also constructed a primitive life table (life tables generate life expectancy and survival data) and estimated the population size of London, England. * John Graunt, “Natural and Political Observations Mentioned in a Following Index, and Made upon the Bills of Mortality,” in William Petty, The Economic Writings of Sir W. Petty, vol. 2, ed. C.H. Hull (New York: Augustus M. Kelley, 1964): 314-431.
The demographic transition is presented as a function of time and socioeconomic development. It traces a change from a state where a population experiences high rates of mortality and fertility, and hence a low rate of natural increase (Stage I), to one where the mortality and fertility rates are low - as is the rate of natural increase (Stage IV). Stages II and III are characterized by high population growth rates due to large discrepancies between respective birth and death rates.A fluctuating mortality rate in Stage I reflects human helplessness in the face of epidemics, wars and other natural and manmade calamities. The fluctuating fertility rate in Stage IV suggests human decision-making that is sensitive to economic change, and facilitated by modern methods of contraception. Noteworthy, the post-World War 11 baby boom in the United States and other industrialized countries was a mere “boomlet” compared to the population explosion of the demographic transition. The demographic transition, as theory or concept, cannot be attributable to one person. Rather it reflects the work of a number of scholars including Carlos P. Blacker, Kingsley Davis, Adolphe Landry, Frank Notestein, and Warren Thompson. Reference: Dudley Kirk. Demographic Transition Theory. Population Studies 50; 1996: 361-387.
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA Mudança na população de situação com alta prevalência e mortalidade por doenças transmissíveis para outra onde as doenças não transmissíveis são predominantes Laurenti 1990
Gráfico Interativo http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMp1113569
Esse gráfico ilustra bem a relação entre Transição epidemiológica e demográfica. Na fase pré-transição demográfica a mortalidade e a fecundidade eram elevadas. No inicio da transição demografica houve diminuição da mortalidade mas a fecundidade continuou elevada. Foi quando houve aumento da população, e coincide com a diminuição das pandemias.NA fase da TD tardia, há diminuição da fecundidade e a população aumenta menos, mas envelhece. A fase da TE relacionada a ela é de doenças degenerativas que retardam a morte, etc. Ian R.H. Rockett. Population and Health: An Introduction to Epidemiology. Population Bulletin 1999; 54(4): 3-44.
Estágios da Transição epidemiológica Peste e fome (alta mortalidade e baixa esperança de vida) Estágio 2: controle das doenças infecciosas (diminui a mortalidade e a fecundidade) Estágio 3: aumento das doenças degenerativas e aquelas causadas pela ação do homem
ESTÁGIOS DA TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA (Omran 1971) Pestilência e fome – mortalidade e fecundidade elevadas Desaparecimento das pandemias – declínio da mortalidade e fecundidade, com variações no tempo e no espaço Doenças degenerativas e da civilização – mortalidade e fecundidade baixas Declínio da mortalidade por doenças cardiovasculares – envelhecimento populacional, modificações no estilo de vida, doenças emergentes e ressurgimento de doenças Longevidade paradoxal – emergência de doenças enigmáticas e capacitação tecnológica para a sobrevivência do inapto
MODELOS DE TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA (Omran 1971) Clássica ou ocidental – Países Europeus, Estados Unidos, Canadá Acelerada – Japão Retardada ou contemporânea – América Latina e alguns países asiáticos
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA BRASIL
EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE E DA FECUNDIDADE TM TF Fonte: IBGE
EVOLUÇÃO DA ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER, MORTALIDADE INFANTIL E FECUNDIDADE, BRASIL, 1980-2010 ANO EVN (anos) TMI (0/00NV) TF 1980 61,9 79,9 4,0 1990 65,5 52,0 2,8 2000 67,1 39,1 2,4 2010 73,2 19,8 1,8
MORTALIDADE INFANTIL NO MUNDO ATUAL
Aumento da população feminina Um dos reflexos da transição demográfica foi a allteração na razão de sexos, ou seja no número de homens para cada 100 mulheres
Número de homens para cada 100 mulheres Número de homens para cada 100 mulheres . O gráfico mostra que em alguns locais a razão de sexo ainda é maior na primeira faixa etária, até os 19 anos, pois nasce mais homens que mulheres. Na faixa seguinte já a razão é de menos de 100 homens para cada grupo de 100 mulheres.
PARTICIPAÇÃO DE HOMENS E MULHERES NA POPULAÇÃO TOTAL, POR FAIXA ETÁRIA (2000) Fontes: 1930/1940: Previdência em Dados; 1970/1980: CEPAL; 2000: IBGE
EVOLUÇÃO DA PROPORÇÃO DAS FAIXAS ETÁRIAS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA 2010-2050
PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA COM 60 OU MAIS ANOS DE IDADE 1900 1950 2000 2010 3,2% 4,2% 8,6% 11,1% Fonte: IBGE
EVOLUÇÃO DA PROPORÇÃO DE IDOSOS POR FAIXAS ETÁRIAS, BRASIL 2010-2050
GRAU DE POBREZA POR IDADE (2000) Fonte: PNAD Obs: Linha de Pobreza = R$98,00
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NO BRASIL SÍNTESE Desde 1950 a população brasileira cresceu 3 vezes, a parcela com > 60 anos > 6 vezes e tende a aumentar Controle de doenças potencialmente letais em décadas recentes mudou expectativa de vida Queda da mortalidade e fertilidade modificou estrutura de idade da população, desviando-a para faixas etárias avançadas A industrialização e a urbanização influenciam no envelhecimento populacional
PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO BRASIL TENDÊNCIA TEMPORAL, 1930-2003
MORTES POR GRUPOS DE CAUSAS MUNDO E BRASIL, 2000 Doenças não-infecciosas Condições maternas e perinatais Causas externas Doenças infecciosas e parasitárias % Fonte: OMS, IBGE
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA EVIDÊNCIAS A transição epidemiológica está interconectada à transição demográfica Países em desenvolvimento o ritmo de transição epidemiológica é mais rápido e dependente das tecnologias de saúde A transição epidemiológica tem impacto social e econômico na sociedade Transição epidemiológica contínua Queda da mortalidade por DCV Doenças emergentes: AIDS, malária e dengue Estrutura bipolar de saúde Prevalências altas de doenças transmissíveis e não-transmissíveis
BIBLIOGRAFIA Omran AR. The epidemiologic transition: a theory of the epidemiology of population transition. Milbank Mem Fund Q 1971; 49:509-538 Laurenti R. Transição demográfica e transição epidemiológica. In: Primeiro Congresso Brasileiro de Epidemiologia. Campinas: Anais, 1990, p. 143- 65. Vermelho LL; Monteiro MFG. Transição Demográfica e Epidemiológica. Cap. 6. In: Medronho JA. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2004. p.91-103.