As Coisas Georges Perec.

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Transcrição da apresentação:

As Coisas Georges Perec

GEORGES PEREC Romancista Poeta Argumentista nasceu em Paris em 1936. morreu em março de 1982. Icek Perec Cyrla Szulewicz, ambos judeus de origem polonesa. Romancista Poeta Argumentista Ensaísta Francês do século 20.

GEORGES PEREC Foi educado em Paris, em um colégio do estado em Étampes (comunidade Francesa) Decidiu ser escritor, antes dos vinte anos, mas, por quase dez anos, além de algumas resenhas de livros e ensaios sobre literatura e cinema, ele não publicou nada.

GEORGES PEREC Fez dois anos de serviço militar em um regimento de paraquedistas, mas foi dispensado do serviço ativo na Argélia. Casou-se em 1960 com Paullete Pétras e partiu para a Tunísia. Voltou no ano seguinte. Passou os últimos 6 anos de sua vida com a cineasta Catherine Binet, tendo produzido um filme. Morreu de câncer nos brônquios em 3 de março de 1982 .

GEORGES PEREC Possui uma série de textos publicados postumamente. Depois de um ano passado em Sfax (Tunísia) e um curto período trabalhando como pesquisador de mercado, Perec obteve um cargo de arquivista em um laboratório de investigação médica em Paris, onde ficou até 1979.

GEORGES PEREC As Coisas. Uma história dos anos sessenta Foi seu primeiro livro, o fez famoso quase instantaneamente. É um dos mais importantes Romancistas franceses do Pós-segunda guerra mundial.

As Coisas – 1ª Parte “Gostariam de ter sido ricos. Acreditavam que teriam sabido sê-lo.” (p.15) Espaço: Paris, dos anos 60. Paris do Palais-Royal, Saint-Germain, Luxembourg, Montparnasse. Apartamento minúsculo e charmoso = sufocavam com a ausência de espaço. “(...) amavam a riqueza antes de amarem a vida.” (p.20)

Paris

As Coisas Filhos de pequenos burgueses Estudantes amorfos Psicossociólogos Com o amadurecimento, a cobiça é menos ferrenha. Necessidade de impressionar quem entrevistavam. A vida com os amigos era um turbilhão – almoços rápidos, jantares mais demorados, mas amizades frágeis. Estilo de vida determinado pelos outros: revista L’Express, o cinema, os bairros nobres.

As Coisas Guerra da Argélia: esquecem os problemas (?) Aos 30 anos, necessidade de um emprego fixo Consciência de querer gozar a vida, mas sem dinheiro. Guerra da Argélia: esquecem os problemas (?) Envolvimento “epidérmico” → consciência?

Apartamento minúsculo As Coisas – 2ª Parte “A solidão deles era total.” (p.98) Espaço: Tunísia – Sylvie dará aula em Sfax. Apartamento é muito grande e frio. Semana comandada pela rotina de Sylvie: dias fastos e dias nefastos → “A vida deles era como um hábito demasiado longo, como um tédio quase sereno: uma vida sem nada.” (p.102) PARIS x SFAX Apartamento minúsculo Casa dos sonhos Impelidos de possuir Despossuídos

As Coisas – Epílogo Planos para o futuro: retorno a Paris. Rotina. Sonhos, esperanças → comida insípida

Personagens O livro “As Coisas” retrata a vida de um jovem casal parisiense que vive em função de tudo aquilo que almejam possuir. Trata-se de dois jovens: Jérôme com vinte e quatro anos e Sylvie com vinte e dois e pouco estudo, sem experiências de trabalho e que plenamente insatisfeitos com sua forma de existência partem em uma busca desenfreada pelos padrões de vida da alta sociedade, mas sua busca baseia-se apenas em um modo imaginário, uma vez que se torna um hábito demasiado longo, um tédio quase sereno suas horas e seus dias dedicados simplesmente a imaginar como seria suas vidas se possuíssem tudo aquilo que julgavam subitamente necessário para ser feliz.

Personagens Sem pretensões de um bom trabalho pelos estudos mal acabados eles tornam-se psicossociólogos por influência do destino e por não conseguirem algo melhor e que lhes permitissem ficar boa parte de seus dias disponíveis para sua rotina de ouvir seus discos, fumar um cigarro, ficar em meio ao amontoado de supostos móveis e objetos desnecessários em seu apartamento e caminhar pelas ruas de Paris, deslumbrando-se e ansiando as maravilhosas vitrines que mais pareciam querer “engoli-los” de tanto desejo de levar para casa cada um daqueles objetos que traziam consigo grandes marcas e altos valores de mercado. Porém, quanto mais almejavam algo, menos interesses tinham em trabalhar para consegui-lo. Suspiravam de desejo e despeito por não terem nascido ricos ou por não terem sido herdeiros de uma grande fortuna e apenas esses sentimentos já se faziam o bastante para que vivessem em profunda melancolia. Depois de algum tempo, conseguiram entrar para um agência e trabalhar como entrevistadores, momento no qual visualizaram uma oportunidade para ampliar seu vocabulário, conhecer novas pessoas, talvez viajar, se vestir melhor e ainda se divertir enquanto passavam suas poucas horas diárias entrevistando diferentes pessoas. Mas esse ápice também durou pouco. Logo se viram novamente impregnados de tédio e estavam mais uma vez fazendo aquilo por fazer.

Personagens No mundo de Jérôme e Sylvie era quase regra desejar sempre mais do que se podia comprar. Não eram eles que tinham decretado isso; era uma lei da civilização, um dado de fato, de que a publicidade em geral, as revistas, as artes das vitrines, o espetáculo da rua, e até, sob certo aspecto, o conjunto das produções comumente chamadas culturais eram as expressões mais adequadas. Em cada vitrine abarrotada de objetos havia mais do que uma proposta de compra, em seus vidros se podia enxergar o reflexo de uma sociedade sedenta pela posse e pelo consumo, que colocava o ter à frente do ser. Com esse jovem casal não fora diferente.

Personagens A guerra da Argélia foi marcada por uma época violenta em que donas de casa estocavam quilos de açúcar, garrafas de óleo, latas de atum, café. Patrulhas de guardas móveis, com capacetes, vestindo impermeáveis pretos, calçando coturnos passeavam pelo bulevar Sébastopol. No entanto, a guerra continuava, embora eles a achassem um simples episódio, um fato secundário. Jérôme e três amigos conseguiram, a tempo, ser dispensados do serviço militar com certificados falsos.

Personagens Após as influências trazidas pelo fim da guerra, Jérôme e Sylvie partem para Tunísia com a expectativa de uma vida melhor, mas se deparam com um seu emprego na pequena e monótona cidade de Sfax, lugar onde conseguem uma casa ampla como sempre desejaram, mas que se revelou fria com seus poucos móveis e objetos. Mais uma vez a insatisfação os dominou, mas desta vez se viram longe das tentações que Paris lhes oferecia a cada esquina, vivendo em uma cidade onde o luxo seria tomar um café e fumar um cigarro. Ambos se viram longe de tudo o que antes ostentava seus pensamentos, agora ela dando aulas, corrigindo provas e andando com seu companheiro por comodismo e insatisfeito com o trabalho, preferindo a condição de desempregado. Viveram alguns meses de cinema em cinema, por poucos restaurantes e um único café, indo e vindo de algumas cidades vizinhas, onde já nada fazia sentido.

Personagens Voltaram a Paris, reencontraram seus poucos amigos, sentiram-se novamente insatisfeitos e invejaram o fato de que alguns tivessem conseguido progredir financeiramente e se fecharam como tantas outras vezes em seu mundo particular. Embora voltassem de Sfax sem grandes ambições, aos poucos foram retomando suas enormes proporções e fazendo com que tudo o que sentiram falta, estando longe, voltasse a deixar de representar algo expressivo, tudo era como antes, sem graça, frio, tedioso. Suas vidas eram como sempre haviam sido e em uma nova tentativa de possuir muitos bens, de viver com muito luxo e pouco trabalho embarcaram mais uma vez ao desconhecido e desta vez foi diferente. Ao se prepararem para uma refeição durante a viagem, os pratos possuíam emblemas, os talheres eram pesados, de pura prata, tudo parecia luxuoso como sempre almejaram, mas igualmente sua comida fora insípida, assim como o transcorrer de suas vidas em busca do que nunca deveria ter sido a sua verdade.

Personagens Sem se afastar do princípio de relegar a história em favor dos objetos, Georges Perec fundamenta sua crítica às idiossincrasias dos anos sessenta. Através de um realismo que se apega apenas àquilo que é sólido, negligenciando o modo de ser, ressaltando o fato de ter, de possuir cada vez mais, fazendo referência a um diagnóstico frio dos reais valores da sociedade de consumo da época e que são também os dos tempos atuais.

DÉCADA DE 60 A sociedade pós-industrial nasceu com a Segunda Guerra Mundial, a partir do aumento da comunicação entre os povos, com a difusão de novas tecnologias e com a mudança da base econômica. Um tipo de sociedade já não baseada na produção agrícola, nem na indústria, mas na produção de informação, serviços, e estética.

DÉCADA DE 60 Essa sociedade provém de um conjunto de situações provocadas pelo advento das indústrias: O aumento da vida média da população; O desenvolvimento tecnológico; A difusão da escolarização; A difusão da mídia.

DÉCADA DE 60 E, na década de 60, a civilização ocidental passou por mudanças profundas na cultura. Jovens com cabelos compridos; Uso de blue jeans, roupas coloridas e psicodélicas; TV em cores; Milhares de eletrodomésticos e geladeiras modernas; Rádio tocando rock and roll; Mudanças na conduta sexual e nos padrões de comportamento da juventude.

DÉCADA DE 60 Essa década representou um período de grande liberdade sexual para as mulheres, jovens e homossexuais. O mundo estava em constante mudança, com grande abundância material, transformação tecnológica e inovação cultural. Essas mudanças exerceram fortes influências na sociedade, a partir daí, a estrutura familiar começa a mudar (divórcios, mãe solteiras e até pessoas optando por viverem sós).

DÉCADA DE 60 O jovem cada vez mais tomava consciência de si mesmo como ser autônomo, livre e autor de sua vida, e com isso começavam a se tornar interessantes para as indústrias de bens de consumo. Foi a partir da década de 60 que a produção em massa se generalizou. Com isso, surgiu uma multiplicidade de bens materiais e culturais que geram conforto, comodidades e uma vida melhor para uma grande massa de consumidores. Os valores individuais, como liberdade, independência, autoafirmação, felicidade individual, saúde, satisfação e prazer da cultura juvenil foram cooptados pelas grandes indústrias. E a partir daí se promoveu e reforçou um estilo de vida individualista e consumista.

As Coisas – uma história dos anos sessenta CONSUMO FELICIDADE LIBERDADE

Consumo – As Coisas PAGAR TRABALHAR COMPRAR

FELICIDADE E FACILIDADE Incentivo ao consumo PROPAGANDA FELICIDADE E FACILIDADE ACEITAÇÃO TRABALHO PRODUÇÃO EM MASSA

O QUE TE FAZ FELIZ?

O QUE TE FAZ FELIZ?

O QUE TE FAZ FELIZ?

QUEM É MAIS FELIZ?

SERÁ QUE A PROPAGANDA E A IMAGEM NOS CONVENCEM?

Música: Engenheiros do Hawai

Poema: Carlos Drummond