A CATEQUESE NA
Aconteceu de 13 a 31 de maio de 2007, em Aparecida, São Paulo.
Os números da V Conferência 21 Conferências Episcopais de toda a América latina e Caribe enviaram anotações e relatórios. Também enviaram sua contribuição os Departamentos da CELAM, alguns Dicastérios romanos e outros organismos e eventos continentais 2.400 é o total de páginas recebidas com valiosa contribuição 188 é o número de páginas do Documento oficial da CELAM - Síntesis de los Aportes Recebidos para la V Conferencia General del Episcopado Latinoamericano.
266 é o total dos participantes, sendo: 162 delegados 81 convidados 8 observadores 15 peritos SOBRE OS PAÍSES 800: Dioceses e Arquidioceses 1300: Cardeais, Arcebispos e Bispos 39.000: sacerdotes diocesanos 22.950: sacerdotes religiosos (ligados a congregações e ordens religiosas) 4.700: diáconos permanentes 40.650: religiosos (não ordenados) nas diversas Ordens e Congregações religiosas.
112.100: religiosas em todo o Continente 500.370.000 é o número de católicos 600.900.000 – população em toda a América Latina e Caribe.
Há um dinamismo apostólico subjacente a V Conferência Há um dinamismo apostólico subjacente a V Conferência. É uma tomada de consciência por parte da Igreja, de que a época da cristandade já passou, e a Igreja não pode se limitar a uma pastoral de manutenção do que já tem e de que, numa sociedade pluralista e secularizada, ela deve ter uma postura mais ativa na proclamação de sua mensagem.
Outra novidade, pela ênfase que recebeu, concerne ao laicato Outra novidade, pela ênfase que recebeu, concerne ao laicato. Havia uma concordância de que a ação pastoral de leigos e leigas será decisiva para o futuro. Assim, boa parte do texto final é dedicada à identidade do discípulo de Jesus Cristo, à sua formação, à sua missão e à sua inserção na Igreja. Mário França Miranda.
O Documento de Aparecida é, ao nosso ver, o ponto mais alto do Magistério da Igreja latino-americana e caribenha. É o melhor documento produzido até hoje pelos nossos bispos e talvez por qualquer outro episcopado regional. Clodovis Boff
Estrutura: fé viva em Cristo a partir de uma experiência de encontro (“discípulos”) ; fé essa que se irradia no mundo em forma da missão (“apóstolos”); e que se prolonga na sociedade em termos de compromisso pela justiça e pela vida (“para que n’Ele nossos povos tenham vida”).
O Documento de Aparecida está estruturado em 10 capítulos, distribuídos em três partes, que correspondem à dinâmica do método ver-julgar-agir, cujo esquema está alinhavado pelo fio condutor em torno à Vida, explicitado transversalmente no tema da V Conferência: “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo para que nEle nossos povos tenham vida” 1ª parte: A vida de nossos povos hoje (ver) 2ª parte: A vida de Jesus Cristo nos discípulos missionários (julgar) 3ª parte: A vida de Jesus Cristo para nossos povos (agir)
Fé viva; Evangelização; Missão social.
A Igreja segundo Aparecida: uma Igreja “discipular”: ouvinte da Palavra, grande orante, contemplativa, adoradora, e eucarística. uma Igreja “missionária”, que anuncia com alegria e entusiasmo a Boa-nova do amor de Deus em Cristo, que dá sentido ao coração humano, também nesta vida. uma Igreja “agápica”, enquanto se faz samaritana de todos os caídos à beira das estradas do mundo, cuidando deles e curando-os.
A catequese no DA: Está presente em todo o documento que tem um sabor catequético; Em sentido estrito são poucos os números que tratam diretamente do tema: 268-300. Mas em sentido lato, a catequese perpassa todo documento, pois seu grande objetivo é formar discípulos e missionários
A catequese desde o VER:
A catequese desde o VER: Para anunciar bem o Evangelho, a Igreja deve estar atenta aos sinais dos tempos. Não pode só responder a perguntas que não foram feitas. Como participar das alegrias e esperanças deste nosso tempo se a Igreja não as conhece?
Aparecida considera como anunciar a Boa Nova e formar discípulos e missionários AQUI em nosso continente, a partir da nossa realidade. Nossa catequese deve estar inculturada na nossa realidade para favorecer o encontro com Jesus Cristo; Analisar a realidade não é só apontar as sombras, mas ver as luzes também; é preciso partir do positivo para o negativo;
Não estamos numa época de mudanças, mas numa mudança de época impelida pela globalização; Muitos estão dispersos e confusos e perderam o sentido para suas vidas; Nossa realidade sócio-cultural é muito rica. Mas há muito individualismo, consumismo, egoísmo, injustiça e pobreza; No campo político há avanços, mas se assinalam excessos e a corrupção;
Aparecida também nos questiona a respeito da situação ecológica, dos desmatamentos e da depredação. Somos pastores da criação? Necessitamos de um renovado diálogo inter-cultural, inter-religioso e ecumênico; O crescimento de fiéis e de ministros não tem sido proporcional ao aumento da população; Reconhecimento dos erros da Igreja LA e Cb: moralismos, discriminação, individualismo, débil opção pelos pobres...
O que guardar? As mudanças culturais tem dificultado a transmissão da fé por parte da família e da sociedade. Muitos abandonam a Igreja. A catequese, como um dos canais privilegiados de transmissão da fé deve levar isso em consideração.
A catequese no nosso continente: A catequese de muitos não os ajudou a adquirir uma identidade cristã sólida (297); A catequese tem sido algo ocasional. É uma ação de momento que antecede os sacramentos da iniciação cristã; (298) Tem sido algo puramente doutrinal. Não se forma a fé integralmente. Muitos nunca mais lerão sequer um livro de religião ao longo da vida. (299)
Após a catequese, poucos perseveram na missa dominical Após a catequese, poucos perseveram na missa dominical! Pouquíssimos, participam das atividades da Igreja (pastorais); A iniciação cristã está fragmentada! Não se vê mais o itinerário discípulo – missionário: querigma, sacramentos, formação permanente; (287) A religiosidade popular não tem sido aproveitada e muito menos evangelizada. Assim, dá espaço para o sincretismo (300);
Quais desses desafios estão presentes em nossa catequese setorial Quais desses desafios estão presentes em nossa catequese setorial? Que fatos positivos ou negativos não foram abordados?
A catequese e o JULGAR com os olhos de Cristo:
A catequese e o JULGAR: Aqui a preocupação é conscientizar! Qual a nossa identidade? E o que fazer para conquista-lá? (caps. 3-6); O que temos de positivo? A vida, a família, a dignidade humana, a atividade humana, a DSI, nossa fé latino-americana; Quem deve iluminar a nossa realidade? Os discípulos e missionários, sal e luz!
Pelo Batismo recebemos a vocação de discípulos; Aos poucos devemos fazer a experiência de um encontro vivo com o Senhor; Nossa vida cristão é uma caminhada de conversão permanente; Santidade é seguimento, que resumidamente consiste em deixar o ES nos identificar com Jesus Cristo;
A catequese não pode ser um programa, mas a comunicação de uma experiência (145); o verdadeiro discípulo é missionário. Só se é discípulo dentro de uma comunidade. No cap. 06 nos são apresentadas as linhas para a formação dos cristãos. Parte-se da espiritualidade, para depois avançar para águas mais profundas. Jesus é o nosso modelo de formador. Tal itinerário é catequético e compreende: o encontro, a conversão, o discipulado, a comunhão e a missão.
O eixo de todo DA são os nn O eixo de todo DA são os nn. 286-300 que insistem na catequese permanente. Catequese = iniciação cristã. A catequese deve levar a um catecumenato pós batismal para aqueles que foram batizados, mas não catequizados. Deve fundamentar a adesão inicial. Catequese deve ser uma formação orgânica e sistemática da fé. Não se reduz ao ensinamento, mas leva ao seguimento.
A catequese a partir do AGIR:
A catequese a partir do AGIR: Formação teológica e pedagógica dos catequistas; que seja integral, querigmática e permanente. Que seja bíblica, comunitária, humana e espiritual; Precisamos de cursos e escolas de formação permanente; É preciso formar o ser, o saber e o saber fazer pela espiritualidade, teologia e pedagogia.
Materiais e subsídios se inspirem no catecismo e na DSI; A abordagem pedagógica seja atualizada; O papel da família é fundamental. Ajuda da pastoral familiar. Maior compromisso do pároco e responsáveis pela catequese. As paróquias sejam lugares querigmáticos e catequéticos. Que a catequese ajude a adquirir uma identidade católica, pessoal e comunitária.
O coração do DA é promover o encontro com Cristo, o amor por Ele e o seguimento dEle. Passar da catequese ocasional para um itinerário catequético permanente. Nossa catequese é capaz de criar processos permanentes? Toda catequese deve ser querigmática e viva! Não seja só doutrinal, mas também vital: amizade com Cristo pela oração, missa, comunidade e missão.
Que aproveite a piedade popular, sobretudo a mariana, com seu potencial educativo, libertando-a do sincretismo que ofusca seu sentido cristão.
Quais devem ser as nossas prioridades? E como chegar lá?