3º + Prof. Carlos Eduardo Siqueira

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Transcrição da apresentação:

3º + Prof. Carlos Eduardo Siqueira Classicismo 3º + Prof. Carlos Eduardo Siqueira

Classicismo - contexto Europa Desenvolvimento industrial e comercial e virtude principalmente da expansão marítima; ascensão da burguesia comerciante e industrial; declínio de poder da Igreja e da nobreza; os artesãos passam a trabalhar para grandes capitalistas e deixam de vender seus produtos apenas em suas cidades; senhores feudais passam a apropriar-se das terras comunais, reduzindo servos e colonos a assalariados e produzindo para o mercado;

Classicismo - contexto Europa aumenta o volume de trocas e, conseqüentemente, a procura por ouro e outros metais preciosos; grandes casas financeiras enriquecem à custa de empréstimos públicos para as monarquias; empobrecem aqueles que vivem do mercado local (artesãos) e de serviços feudais (assalariados); Reforma Protestante: iniciada com o protesto de Lutero contra a venda de indulgências, em 1517.

Classicismo - contexto Portugal (séculos XV – XVI) Descoberta do caminho marítimo para as Índias; concentração do poder político e econômico nas mãos dos monarcas; exploração econômica das colônias; progressos da burguesia, principalmente da camada composta por comerciantes; apesar do progresso, os frutos da expansão marítima ainda estão restritos à monarquia (impostos etc.). Isso significa o não investimento no desenvolvimento industrial e agrícola; 1580: batalha de Alcácer-Quibir contra os mouros – desaparecimento de D. Sebastião – início de 60 anos de dominação espanhola.

Classicismo - contexto Renascimento Surgimento da tipografia acelera a difusão de novas idéias e de notícias; o descobrimento do caminho marítimo para as Índias e do contato estabelecido com outras partes do mundo modificam a concepção dos europeus em relação ao planeta, a costumes e crenças; invenções / aperfeiçoamento técnico: mostram novas possibilidades de transformação da natureza e abrem caminhos para a ciência matemática e experimental; 1516: Tomas Morus – Utopia: concepção de uma cidade ideal, racionalmente elaborada: reflete o sentimento de otimismo e de confiança do homem clássico. Nesse texto, Morus defende a formação de uma República Humanitária sem comunidades privadas.

Classicismo - contexto Renascimento assimilação da cultura greco-latina: essa assimilação se dá porque o homem é mais individualista, não mais preocupado apenas com questões religiosas; outra causa dessa difusão é o advento da tipografia; a cultura greco-latina é o único modelo condizente com o pensamento do homem dos séculos XV e XVI; a cultura greco-latina leva em consideração o homem como um ser que age sobre a natureza; como um ser responsável por sua vida; como um ser racional; O HOMEM RENASCE.

Classicismo Aspectos formais do Classicismo Medida velha: redondilhas presentes em geral em vilancetes; medida nova – dolce stil nuovo – verso de dez sílabas, o decassílabo, acentuado obrigatoriamente ou na 4a e 8a sílabas (decassílabo sáfico) ou na 6a (decassílabo heróico). Essa medida era originária da Itália, onde era praticada desde o século XIII. O decassílabo permite maior variedade de acentos, mais flexibilidade ao poeta, por prestar-se a um número maior de combinações que a redondilha. É próprio para uma poesia mais individualizada; o soneto é uma medida que se equilibra com os decassílabos, pois condensa o pensamento;

Classicismo Aspectos formais do Classicismo o poeta não quer mais ser apenas um artífice do verso, como o trovador; quer revelar o mundo íntimo do amor, e o caminho glorioso que devem seguir os grandes homens do mundo (aversão à vulgaridade). A poesia tem uma função esclarecedora e pedagógica; outros assuntos da lírica clássica: elogios de heróis, conselhos epistolares sobre o bem público, ensinamentos morais, políticos, religiosos e filosóficos; principais autores do Classicismo português: Francisco Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, António Ferreira, Luís Vaz de Camões. 

O Festim dos Deuses - Bellini

Anunciação – Leonardo da Vinci

Classicismo Luís Vaz de Camões (n. 1524/1525 – f. 1579/1580) Escassez de documentos que comprovem dados biográficos; esteve fora do círculo de letrados, embora participasse dos centros aristocráticos e da corte; não se encaixava no modelo clássico de homem de Letras; perde a vista direita em batalha contra os mouros em Ceuta; ao ferir com um golpe de espada um funcionário do Palácio Imperial, foi preso; obteve liberdade com a condição de partir para a Índia, em 1552, como homem de guerra; estadia conturbada no Oriente, onde desempenhou várias funções, como a de “provedor de defuntos e ausentes”;

Vilancete   Perdigão perdeu a pena Não há mal que lhe não venha. Perdigão que o pensamento Subiu a um alto lugar, Perde a pena do voar, Ganha a pena do tormento. Não tem no ar nem no vento Asas com que se sustenta: Quis voar a uma alta torre, Mas achou-se desasado; E, vendo-se depenado, De puro penado morre. Se a queixumes se socorre Lança no fogo mais lenha:

Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; e, para mais m’espantar, os maus vi sempre nadar em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim o bem tão mal ordenado, fui mal; mas fui castigado. Assim que só para mim anda o mundo concertado.

De que me serve fugir De morte, dor e perigo, Se me eu levo comigo?   Tenho-me persuadido Por razão conveniente, Que não posso ser contente Pois que puder ser nascido. Anda sempre tão unido O meu tormento comigo, Que eu mesmo sou meu perigo. E, se de mi me livrasse, Nenhum gosto me seria, Que, não sendo eu, não teria Mal que esse bem me tirasse. Força é logo que assi passe: Ou com desgosto comigo, Ou sem gosto, e sem perigo.

Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Busque Amor novas artes, novo engenho,  Pera matar-me, e novas esquivanças;  Que não pode tirar-me as esperanças,  Que mal me tirará o que eu não tenho.    Olhai de que esperanças me mantenho!  Vede que perigosas seguranças!  Que não temo contrastes nem mudanças,  Andando em bravo mar, perdido o lenho.  Mas, conquanto não pode haver desgosto  Onde esperança falta, lá me esconde  Amor um mal, que mata e não se vê;  Que dias há que na alma me tem posto  Um não sei quê, que na[s]ce não sei onde,  Vem não sei como, e dói não sei porquê.

Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho, logo, mais que desejar, Pois em mi[m] tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, Pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assi[m] com a alma minha se conforma, Está no pensamento como idéia; [E] o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples busca a forma.

Obrigado cadusiqueira@hotmail.com