Michelli Cristina Galli 18/05/2013

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Transcrição da apresentação:

Michelli Cristina Galli 18/05/2013 A REVOLUÇÃO DA ESCRITA NA GRÉCIA E SUAS CONSEQUÊNCIAS CULTURAIS Eric A. Havelock Michelli Cristina Galli 18/05/2013

Oralidade e Escrita Qual é a função da escrita? A escrita atravessa o tempo; A escrita atravessa o espaço;

O Permanente e o Provisório Martha Medeiros O casamento é permanente, o namoro é provisório.  O amor é permanente, a paixão é provisória.  Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.  Um endereço é permanente, uma estada é provisória.  A arte é permanente, a tendência é provisória.  De acordo? Nem eu. 

Um casamento que dura 20 anos é provisório Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem pra agora, hoje é o meu dia, nenhum outro. Amor permanente... como a gente se agarra nesta ilusão. Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar pra trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro da nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro. 

Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire. Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento- me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.

O SOM DA FALA E O SIGNO ESCRITO “Iletrados” - “Não-letrados” - “Pré-letrados” Os gregos pré-letrados: contexto. Uma cultura pode até fundar-se totalmente na comunicação oral, e ser ainda um cultura. Linguagem oral é fundamental em nossa espécie, enquanto ler e escrever têm todo o jeito de um acidente recente.

Por que “inventaram” a escrita? Atualmente, como seria o mundo sem a escrita? Somente os seres humanos são capazes de comunicar-se por meio da escrita. A história da escrita não passa de um mero instante da história da nossa espécie.

“ Hoje temos dificuldades de ensinar nossos filhos a ler” Somos “programados” para ouvir e ao longo do tempo desenvolvemos o “olhar” . Talvez a dificuldade em compreender a escrita esteja em “converter” o oral em visual. “ Hoje temos dificuldades de ensinar nossos filhos a ler”

Atualmente na cultura ocidental o que significa ser “Iletrado” Citação de editorial de opiniões do New York Times, outubro de 1970 “Entre um terço e a metade da população mundial sofre de fome e desnutrição. Os povos do mundo subdesenvolvido constituem a maioria da raça humana, e demograficamente crescem mais rápido que as populações da União Soviética, dos Estados Unidos ou da Europa Ocidental. No mundo atual, há mais de cem milhões de analfabetos do que havia vinte anos atrás, perfazendo um total de cerca de oitocentos milhões”.

Quais as palavras do texto estão associadas ao termo analfabetismo? Há relação entre “Iletrada” e “Aculturada” ? Por que em um sociedade em que a todo momento estamos em contato com a escrita ainda há pessoas analfabetas? Qual é a melhor fase para a alfabetização? Alfabetizar adultos.

Símbolos Numéricos e Símbolos Linguísticos Nossos ancestrais aprenderam a contar muitos antes de ter aprendido a ler. Formas de contagem: pedrinhas, nós em cordas, dedos e símbolos. A simbolização visual de quantidades veio a formar-se originariamente com mais facilidade que a representação simbólica do discurso.

Fala X Leitura O Homo sapiens é uma espécie que usa a fala oral, elaborada pela boca, a fim de comunicar-se. O Homo sapiens não é por definição um escritor ou leitor. O ato de usar símbolos escritos para representar a fala é um “truque” útil. Acidente histórico – homem leitor.

Os diferentes sentidos da palavra “escrever” Letrada e Iletrada » Preconceito; Qual é a finalidade da escrita? A enunciação oral e a palavra escrita são ambos atos, ou representam atos, que visam comunicar. Só há comunicação quando há a produção e recepção de ideias.

A linguagem pode ser vista como um “palco” no qual os atores (interlocutores) contracenam, confrontando diferentes intenções e expectativas. Interlocutores / Linguagem e Sentido / Sentido e Contexto. Por que temos dificuldades em interpretar um texto?

Os Silabários Pré-Gregos Letrado é aquele que possui capacidade de ler e escrever e comunicar-se com um grupo por meio da escrita e da leitura. Quanto maior a proporção de leitores na população, tanto mais letrada ela vem a ser. Leitura fonética. A leitura deve ser “aguçada” em um estágio antes da puberdade.

O ato de ler deve ser um reflexo inconsciente. O adulto que aprende a ler depois de ter completado a aquisição do seu vocabulário oral raramente chega a ser – se é que chega – fluente na leitura. O que é ser fluente na leitura?

Alfabeto versus silabário Contribuições fenícias; Alfabeto grego; Uma língua consiste de sons não de símbolos e letras; A dificuldade compreensível, mas crucial, que o homem teve para simbolizar com sucesso os sons linguísticos, com propósito de leitura, torna-se explicável quando a técnica do silabário é comparada com a do alfabeto grego.

Sons vocálicos e sons consonantais. Combinação de duas operações físicas; A distinção só foi possível depois que o alfabeto grego tornou os sons “visuais” , reconhecidos como letras.

Silabário: representam sílabas. O alfabeto grego dissolve a sílaba em seus componentes acústicos e biológicos, uma vez que usamos partes do corpo para produzir sons.

Leitura e Literatura Se você quer que seu leitor reconheça o que tenciona dizer-lhe, então você não pode dizer qualquer coisa, ou tudo que bem quiser. Com quem eu falo? Qual é a minha intenção? A compreensão está ligada ao conhecimento vocabular, arranjo sintático e aos assuntos assim expostos.

Somos convidados a ler uma versão formalizada do que se passou, do que de fato as pessoas disseram e creram. Falta o relato apurado da enunciação oral, somos convocados a acolher uma versão oficializada.

Resultado da invenção Introdução das letras gregas por volta de 700 a.C. Os gregos não inventaram o alfabeto, eles inventaram a cultura letrada e a base letrada do pensamento moderno. As formas e os valores das letras tiveram de atravessar um período de variação local antes de tornar-se padronizadas para toda a Grécia. Status elitista do conhecimento da escrita;

Na falta de uma tecnologia da palavra escrita, a Grécia não-letrada não se terá apoiado numa tecnologia da palavra falada? O alfabeto, tornando disponível um registro visual completo, em lugar de um registro acústico, aboliu a necessidade de memorização e por conseguinte a de ritmo. A energia do cérebro era gasta para memorização de ritmos e musicalidades da oralidade.

A antiga arte da poesia oral Qual era o método disponível para tratar com o discurso efêmero de maneira a torná-lo menos efêmero? Um animal pode latir, urrar, grunhir e ganir, no entanto somente o homem produz a fala objetivando a comunicação. O homem não é inteligente por ter mãos, mas por ter boca. A linguagem é um arranjo de sons não de letras, ela só vem a existir à medida que esses sons se ordenam segundo modelos com uma significação correspondente.

Exemplo prático. 1º Ano do curso técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio. Inventamos um país: Cofusco; Palavras novas só são usadas se aceitas pela comunidade de fala. Padronização.

Grécia Pré-letrada: Sem memória a comunicação era impossível; Código genético; Código cultural; Jogar pedras.

Como em uma cultura oral o enunciado, a sintaxe a as ordens das palavras podem ser preservados? Som da fala: música aos ouvidos do ouvinte e do falante. Todas as sociedades fundam sua identidade e a reforçam por meio da conservação de seus hábitos. Sociedades letradas fazem-no por meio de documentos, as sociedades pré-letradas obtêm o mesmo resultado pela composição de narrativas poéticas que servem também com enciclopédia de conduta.

Transmissão por meio de memorização; O que existia era apenas o som, memorizado através dos ouvidos e praticados pelas bocas de pessoas vivas. Um poema é mais memoriável que um parágrafo em prosa, uma canção é mais memoriável que um poema.

As consequências do Alfabeto O invento grego fez prevalecer o seu legado nas culturas posteriores. Por que “adulterar o original”, como foi feito pelo alfabeto romano? O sistema grego foi inventado para simbolizar o grego antigo e portanto estava limitado à fonética desse idioma. 23 letras não era o bastante e ainda exigia algumas modificações.

Se tentássemos pronunciar o grego antigo como nos sairíamos? Há professores de Língua Espanhola? Há professores de Língua Inglesa? A padronização do alfabeto para o mundo grego foi no século IV; Elemento motivador: poder político e cultural de Atenas. O sistema de escrita oriental correspondia às necessidades da pronúncia.

Há no Brasil uma variedade de prestígio? Norma-padrão; Variação Linguística; A Primazia de Atenas estabeleceu a ortografia do grego antigo;

A Guerra das escritas; A leitura antes da imprensa; Política e alfabeto; As culturas alfabéticas e o mundo moderno.

Referências Bibliográficas ABAURRE, Maria Luiza M. ABAURRE, Maria Bernadete M. PONTARA, Marcela. Português: contexto, interlocução e sentido. 1 ed. São Paulo, Moderna, 2008. FARACO, Carlos Alberto. Tezza, Cristovão. Prática de texto para estudantes universitários. 9.ed. Petrópolis: Vozes, 2001. HAVELOCK. Eric A. A revolução da escrita e suas consequências culturais. São Paulo: Editora Unesp; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. WEISZ. Telma. Alfabetizar no contexto da cultura escrita. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=6aiP7Jdy39Q Acesso em 13 mai. de 2013