O Fenómeno Espírita BREVE ESTUDO SOBRE A EVOCAÇÃO DOS MORTOS, POR DIVERSOS POVOS, AO LONGO DO TEMPO.

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Olá, a paz de Jesus! Um instante de silêncio para pedir a graça do Espírito Santo...
Transcrição da apresentação:

O Fenómeno Espírita BREVE ESTUDO SOBRE A EVOCAÇÃO DOS MORTOS, POR DIVERSOS POVOS, AO LONGO DO TEMPO.

O Fenómeno Espírita é de todos os tempos. A crença na Imortalidade da Alma está presente em todos os povos e culturas. A História conserva a memória do intercâmbio permanente estabelecido entre os vivos e os chamados “mortos”. Mas só o Espiritismo pode explicar essa ordem de fenómenos racionalmente.

NOS POVOS DA ANTIGUIDADE Eram gerais as crenças: - NA IMORTALIDADE DA ALMA - NA COMUNICAÇÃO ENTRE OS VIVOS E OS MORTOS.

A EVOCAÇÃO DOS MORTOS Os sacerdotes conheciam os segredos ocultos pelo véu da morte, pois contactavam com as almas desencarnadas. Mas só a eles era lícito esse contacto. O povo era mantido na ignorância quanto ao verdadeiro estado da alma após a morte. Este assunto era, pois, considerado sagrado. As cerimónias, pelas quais os sacerdotes entravam em contacto com os “mortos”, eram, para eles, uma fonte de lucro. O lucro obtido pelos sacerdotes era de vária ordem: além dos proventos económicos usufruiam do poder misterioso de contactar o invisível, movimentando, assim, largo capital de medo com que subjugavam a massa ignorante. Dominavam pelo temor. O Evangelho fala dos prodígios mágicos que não eram mais que a manipulação intuitiva de leis da física e da química, desconhecidas pelos demais.

NA ÍNDIA DOS VEDAS OS VEDAS SÃO O MAIS ANTIGO CÓDIGO RELIGIOSO CONHECIDO. APARECE MILHARES DE ANOS ANTES DE JESUS CRISTO. NOS VEDAS AFIRMA-SE A EXISTÊNCIA DOS ESPÍRITOS.

O GRANDE LEGISLADOR MANU EXPRIME-SE A ESTE RESPEITO: “Os espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes convidados para as cerimónias em comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam lugar a seu lado quando eles se assentam”. Reparemos que o espírito é aqui descrito como invisível aos olhos humanos, apresentando-se como uma forma aérea (algo como uma coluna de fumo muito ténue. Afirmavam já, também, que os espíiritos participam nos mais comesinhos actos da nossa vida: eles estão em toda a parte, observam-nos, interferem nos nossos actos.

OUTRO AUTOR HINDU DECLARA: “Muito tempo antes de se despojarem do envoltório mortal, as almas que só praticaram o bem, como as que habitam os corpos dos sannysassis e dos vanaprastha (anacoretas e cenobitas) adquirem a faculdade de conversar com as almas que as precederam no swarga; é sinal que para essas almas, a série das suas transmigrações sobre a terra terminou”. ( TEXTO DO BAGAVATTA ) Este trecho é muito curioso e leva a que possamos reflectir um pouco. Refere um “envoltório mortal”, ou seja, o corpo, a roupa que o espírito veste ao encarnar e da qual se despoja ao desencarnar. Existe, então, de um princípio imortal - a alma - que é anterior ao corpo e que dele se serve, enquanto encarnada. Refere, depois, que as almas habitam um corpo. Não são, pois, de ma-neira alguma, o próprio corpo. Por isso dizemos “este corpo é meu” e não “este corpo sou eu”. “As almas que só fizeram o bem”, ou seja, as almas boas e caridosas, aquelas moralmente despertas, aquelas espiritualmente mais avança-das, “adquirem a faculdade de conversarem com as almas que as pre-cederam”. É um fenómeno mediúnico. São criaturas que, ainda encar-nadas, vivem simultaneamente em dois planos: o material e o espiritu-al. Eles ouvem e falam com os mortos, tão normalmente como falam com os vivos. Xico Xavier é uma destas almas. Muitos daqueles a que vulgarmente chamamos santos, deram provas, testemunhadas por outros, deste mesmo fenómeno. O autor hindu diz, ainda, textualmente: “ é sinal que para estas almas, a série das suas transmigrações sobre a terra terminou”. Ou seja, que já não lhe é mais necessário reencarnar na Terra para se aperfeiçoa-rem e que existem muitos outros mundos habitados além da Terra.

OS FAQUIRES E A EVOCAÇÃO DOS ESPÍRITOS Desde tempos imemoriais, os sacerdotes iniciados nos mistérios preparam os indivíduos chamados faquires para a evocação dos espíritos e para a obtenção dos mais notáveis fenómenos do magnetismo. O segredo da evocação era reservado àqueles que pudessem ter quarenta anos de noviciado e obediência passiva.

OS TRÊS GRAUS DA INICIAÇÃO O PRIMEIRO GRAU FORMAVA OS BRÂMANES DO CULTO VULGAR E OS ECÔNOMOS DOS PAGODES ENCARREGADOS DE EXPLORAR A CREDULIDADE DA MULTIDÃO. APRENDIAM A COMENTAR OS TRÉS PRIMEIROS LIVROS DOS VEDAS, A DIRIGIR CERIMÓNIAS E A CUMPRIR SACRIFÍCIOS. OS BRÂMANES DO 1º GRAU ESTAVAM EM COMUNICA-ÇÃO CONSTANTE COM O POVO: ERAM OS SEUS DIRECTORES IMEDIATOS.

2º grau da iniciação Era composto pelos exorcistas, adivinhos, profetas e evocadores de Espíritos. Estes, em certos momentos críticos, eram encarregues de actuar sobre a imaginação das massas, por meio de fenómenos sobrenaturais. Liam e comentavam o Atharva-Veda, repositório de conjurações mágicas.

o 3º grau de iniciação Era composto pelos brâmanes que já não tinham mais relações directas com a multidão. Ocupavam-se unicamente do estudo das forças físicas e naturais do Universo. Quando se manifestavam exteriormente, faziam-no sempre por meio de fenómenos aterrorizadores e de longe.

NA CHINA Desde tempos imemoriais que os chineses se entregaram à evocação dos Espíritos dos avoengos.

Com o tempo, e em consequência das guerras que forçaram parte da população hindu a emigrar, o segredo das evocações espalhou-se por toda a Ásia, encontrando-se ainda entre os egípcios e entre os hebreus a tradição que veio da Índia.

NO EGIPTO Os historiadores são unânimes em atribuir aos sacerdotes egípcios poderes que parecem sobrenaturais e misteriosos. A Bíblia narra alguns dos prodígios (com algum excesso à mistura) realizados por estes magos. É certo que eles evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente os hebreus de se entregarem a estas práticas.

A PROIBIÇÃO DE MOISÉS “Que entre nós ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade”. Deuteronómio

NO ANTIGO TESTAMENTO: Saúl consulta a pitonisa de Endor e comunica-se com a sombra de Samuel (fenómeno de materialização).

A CABALA Apesar da proibição de Moisés, houve sempre investigadores tentados por essas evocações misteriosas. Institui-se, então, uma doutrina secreta a que chamaram Cabala. Cercaram-na de precauções, fazendo o adepto jurar inviolável segredo para o vulgo

DIZ O TALMUD: “Qualquer pessoa que, sendo instruída nesse segredo ( a evocação dos mortos), o guarda com vigilância num coração puro pode contar com o amor de Deus e o favor dos homens; o seu nome inspira respeito, a sua ciência não teme o olvido, e torna-se ele herdeiro de dois mundos: aquele em que vivemos agora e o mundo futuro”

NA GRÉCIA A crença nas evocações era geral. Todos os templos possuíam mulheres, chamadas pitonisas, encarregues de proferir oráculos, evocando os deuses. Muitas vezes o consultante queria, ele próprio, ver e falar à sombra desejada, e, como na Judeia, conseguia-se pô-lo em comunicação com o ser que desejava interrogar.

HOMERO, NA “ODISSEIA”: descreve as cerimónias pelas quais Ulisses pôde conversar com a sombra do divino Tirésias. Estas práticas eram frequentemente empregadas por aqueles que desejavam entrar em relação com as almas dos parentes, ou amigos,que tinham perdido.

APOLÓNIO DE TIRANA Este sábio filósofo pitagórico e taumaturgo de grande poder, possuía vastos conhecimentos referentes às ciências ocultas; a sua vida é pródiga em factos extraordinários; ele acreditava firmemente nos Espíritos e nas suas comunicações com os encarnados.

EM ROMA As sibilas romanas, evocando os mortos, interrogando os Espíritos, são continuamente consultadas pelos generais. Nenhuma pessoa importante decidia sem receber prévio aviso dessas sacerdotisas.

Em Itália, tal como na Índia, no Egipto e entre os hebreus, o privilégio de evocar os mortos, primitivamente reservado aos membros da classe sacerdotal, espalhou-se, pouco a pouco, entre o povo.

Se crermos em Tertuliano, o Espiritismo era exercido entre os antigos pelos mesmos meios que, hoje, entre nós. Diz ele: “Se é dado aos magos fazer aparecer fantasmas, evocar as almas dos mortos, poder forçar a boca das crianças a proferir oráculos; se eles realizam grande número de milagres, se explicam sonhos, se têm às suas ordens Espíritos mensageiros e demónios, em virtude dos quais as mesas que profetizam são um facto vulgar, com que redobrado zelo esses Espíritos poderosos não se esforçarão por fazer em próprio proveito o que eles fazem em serviço de outrem ?” (Tertuliano - “Apologética”, 23)

AMIANO MARCELINO Escreve, numa passagem sobre Patrício e Hilário, levados perante o tribunal romano por crime de magia, acusação esta de que eles se defenderam referindo que “tinham fabricado, com pedaços de loureiro, uma mesinha (mensulam) sobre a qual colocaram uma bacia circular feita de vários metais, tendo um alfabeto gravado nas bordas. Em seguida, um homem vestido de linho, depois de ter recitado uma fórmula e feito uma evocação ao deus da profecia, tinha suspendido em cima da bacia um anel preso a um fio de linho muito fino e consagrado por meios misteriosos. O anel, saltando sucessivamente, mas sem confusão, sobre várias letras gravadas, e parando sobre cada uma, formava versos perfeitamente regulares, em resposta às questões propostas”.

Hilário acrescentou: “Um dia, ele tinha perguntado quem sucederia ao imperador actual, e o anel, designando as letras, deu a sílaba: Theo. Nada mais inquiriram, persuadidos de que se tratava da palavra Theodoro”. Os factos, diz Amiano Marcelino, desmentiram os magos, mais tarde, porém não a predição, porque esta foi Theodósio.

A evocação dos mortos foi geral na Antiguidade, como vimos. O poder teocrático e o poder civil estavam muito intimamente ligados para que esta prescrição fosse severamente observada. Não convinha que as almas dos mortos viessem contradizer o ensinamento oficial dos sacerdotes e lançar a perturbação entre os homens, fazendo-os conhecer a verdade.

A IGREJA CATÓLICA E A IDADE MÉDIA A Igreja Católica, mais do que qualquer outra, teve necessidade de combater essas práticas para si detestáveis. Durante a Idade Média milhares de vítimas foram queimadas sem piedade, sob o nome de feiticeiros e mágicos, por terem evocado os Espíritos. A tortura e os horrores cometidos para encontrarem os vestígios do diabo no corpo das vítimas, ainda hoje causam arrepios e desgosto e tudo isso para maior glória de um Deus de amor e de misericórdia !

JOANA D’ARC Esta figura heróica mostra como as comunicações dos Espíritos podem dar resultados tão grandiosos quão inesperados. Não fosse a História registar os factos e a história dessa pastora que expulsa o estrangeiro do seu país, guiada pelas potências espirituais, pareceria maravilhosa ficção.

Apesar de todas as perseguições, a tradição conservou-se. A História conserva ainda os nomes de Paracelso, Cornelius Agripa, Swedenborg, Jacob Boehm, Martinez Pascalis, Conde de Saint-Germain, Saint-Martin, etc.

Às vezes as manifestações eram públicas e atingiam extraordinário desenvolvimento. Não é sem terror que se lêem as narrações relativas aos possessos de Loudun, os factos estranhos atribuídos aos convulsionários de Cevenas e aos visionários do cemitério de Saint-Médard.

CONCLUSÃO Fica demonstrado que, em todos os tempos, a evocação dos mortos foi praticada universalmente, e que todos esses fenómenos, na realidade, são tão velhos quanto o mundo

EM SEGUIDA, ESTUDAREMOS O MOVIMENTO ESPÍRITA CONTEMPORÂNEO, MOSTRANDO A CONSIDERÁVEL IMPORTÂNCIA QUE ELE CONQUISTOU EM NOSSA ÉPOCA.