ESTUDO DA MODULAÇÃO DA CAMADA LIMITE ATMOSFÉRICA NA REGIÃO DA CONFLUÊNCIA BRASIL-MALVINAS A PARTIR DE DADOS DAS OPERAÇÕES ANTÁRTICAS 23 A 28 (2004 A 2009)

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ESTUDO DA MODULAÇÃO DA CAMADA LIMITE ATMOSFÉRICA NA REGIÃO DA CONFLUÊNCIA BRASIL-MALVINAS A PARTIR DE DADOS DAS OPERAÇÕES ANTÁRTICAS 23 A 28 (2004 A 2009) Diogo Arsego1,2, Ronald Souza2, Otávio Acevedo1 1Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria - RS, Brazil 2Centro Regional Sul, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRS-INPE), Santa Maria - RS, Brasil diogo.arsego@gmail.com XVIII Simpósio Brasileiro sobre Pesquisa Antártica - 2011 - São Paulo - Brasil Introdução O Oceano Atlântico Sul exerce papel fundamental, ainda que pouco estudado, no tempo e clima do Brasil (PEZZI E SOUZA, 2009). A Confluência Brasil-Malvinas (CBM) é a região onde ocorre o encontro entre águas quentes transportadas pela Corrente do Brasil (CB) e águas mais frias transportadas pela Corrente das Malvinas (CM) resultando em grande atividade oceânica de mesoescala na região. Essa região é considerada uma região chave para a melhor compreensão dos processos de teleconexões entre a Antártica e a América do Sul. Para melhor entender a resposta atmosférica causada pelas interações entre as distintas massas de água na região da CBM foi desenvolvido um programa de pesquisa denominado INTERCONF (Interação Oceano-Atmosfera na Região da Confluência Brasil-Malvinas) que tem sido financiado pelo Programa Antártico Brasileiro através de vários projetos e, mais recentemente, pelo INCT da Criosfera. O presente trabalho tem por objetivo analisar a influência dos gradientes termais encontrados na região de estudo na modulação da Camada Limite Atmosférica (CLA) a partir de dados sinóticos de oceano e atmosfera coletados durante os anos de 2004 a 2009 durante as Operações Antárticas (OPs) 23 a 28. Dados O INTERCONF visa o estudo da dinâmica oceânica e atmosférica do Oceano Atlântico Sudoeste, em especial na região da CBM. Para cumprir seu objetivo, vale-se de espaço a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel, pertencente a Marinha do Brasil que é equipado para realizar medidas simultâneas do oceano e da atmosfera na região da CBM (Figura 1). A cada ano no início de cada Operação Antártica (OP), usualmente no mês de outubro ou novembro, o navio parte do porto de Rio Grande (RS) em direção a Antártica. Durante seu percurso, o navio desloca-se até a região dos intensos gradientes termais horizontais da região da CBM e realiza medidas da temperatura da água do mar em função da profundidade, valendo-se de sondas do tipo XBT (Expendable Bathy-Thermograph), e medidas da atmosfera através de radiossondagens (Figura 2). Desde 2004 durante a OP23, o INTERCONF estuda a região da CBM sobre seus aspectos oceanográficos e meteorológicos. O presente estudo vale-se dessas medidas adquiridas desde a OP23 até a OP 28 (2009). A Tabela 1 indica as datas e locais em que o INTERCONF realizou medidas. Fig. 1 – Lançamento de radiossondas e XBTs pelo projeto INTERCONF a bordo do NApOc. Ary Rongel. Tabela 1 – Informações sobre data e trajetória em que foram feitas as amostragens da atmosfera na região da CBM durante as várias OPs. Metodologia Imagens de TSM provenientes do sensor Advanced Microwave Scanning Radiometer a bordo do satélite Aqua (AMSR-E) foram utilizadas para determinar a posição de lançamento das sondagens realizadas pelo INTERCONF (Fig. 2). A partir dos dados originais das radiossondas, foram calculados os perfis médios e os perfis da mediana dos perfis atmosféricos das diversas Operações Antárticas entre 2004 e 2009. As variáveis atmosféricas analisadas foram a umidade específica, umidade relativa, temperatura potencial e as componentes u e v da velocidade do vento até a altura de 1000 m dentro da CLA. Resultados Os perfis de temperatura potencial (Fig. 3 - painéis da esquerda), demonstram claramente, uma CLA bem misturada sobre águas quentes da Corrente do Brasil e sobre o vórtice. A CLA é estável nos perfis realizados sobre águas mais frias. Observa-se nos perfis de umidade específica (Fig. 3 – painéis da direita), que no lado quente (norte) da frente encontra-se uma atmosfera com uma camada de mistura mais bem desenvolvida com altura aproximada de 600 m. Os perfis das componentes zonal e meridional do vento (não mostrados), desmonstram predomínio da componente zonal nos três perfis. Sobre o vórtice e águas frias os ventos são predominantemente de leste. Fig. 2 – Imagens da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) do sensor AMSR-E nos dias em que o INTERFONF realizou medidas atmosféricas durante as Ops 23 a 28. Os números correspondem aos locais de lançamentos das radiossondas. Fig. 3 - Perfis médios (painéis superiores) e de mediana (inferiores) de temperatura potencial (esquerda) e umidade específica (direita) das sondagens realizadas sobre águas da CB, CM e sobre o vórtice quente deprendido da CB. Conclusões Os resultados demonstram claramente a interação entre oceano e atmosfera na região da CBM e a influência dos gradientes termais encontrados na frente na modulação da CLA. A presença de águas mais quentes aumenta a mistura vertical, e consequentemente, a CLA é mais bem desenvolvida nessas situações. A melhor compreensão da influência dos gradientes termais da região de estudo na circulação atmosférica resultará numa melhora na previsão de tempo e clima no Brasil e demais países sul-americanos. Agradecimentos Os autores agredecem ao Programa de Pós-Graduação de Meteorologia da UFSM e ao CNPq pela bolsa de estudo, a tripulação do NApOc Ary Rongel pela inestimável ajuda durante a fase de coleta de dados e o apoio financeiro do CNPq ao projeto INCT da Criosfera (704222/2009 ) . OP Data da coleta de dados Lat/Lon Início Transecto Fim Transecto Radiossondas Lançadas Quente Frio 23 2-3 novembro de 2004 38.12 S/53.55 W 40.01 S/54.30 W 3 2 24 28-29 outubro de 2005 38.54 S/52.51 W 40.54 S/54.03 W 5 9 25 27-28 outubro de 2006 38.51 S/53.51 W 39.81 S/55.57 W 4 26 16-17 outubro de 2007 39.65 S/54.59 W 40.11 S/55.15 W 1 27 14-16 outubro de 2008 36.85 S/52.40 W 38.62 S/55.05 W 8 6 28 2-4 novembro de 2009 37.97 S/52.46 W 44.67 S/52.50 W 10* Total: *3 sobre um vórtice quente 32*