O Sulfeto de dimetila (DMS) é um dos principais gases voláteis que contêm enxofre, e é componente essencial para o ciclo biogeoquímico do enxofre. Forma.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
“Terra, Fogo, Água e Ar - apelo para a vida do planeta preservar”
Advertisements

Engenharia Ambiental Química Ambiental Prof. Alonso Guimarães
Produção de metano em ambientes úmidos nos trópicos
Do petróleo ao plástico
Ciclo Global do Carbono
NUVENS Uma nuvem é o resultado da aglomeração de um grande número de gotículas d’água, cristais de gelo ou a mistura de ambos. Em geral, as nuvens são.
METABOLISMO ENERGÉTICO
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Recursos.
Domínios e Paisagens Biogeográficos
BREVE HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DA ATMOSFERA
Aquecimento global Aula n.º5 (90 minutos).
CAPÍTULO 03 - O MEIO AQUÁTICO
FATORES QUE INFLUENCIAM A FOTOSSÍNTESE – Aula 20
Ciclos Biogeoquímicos
Ecotoxicologia Poluição Atmosférica 17/09/2012
Seminário Ecologia Energética Macrófitas Aquáticas
Sistemas Estuarinos Costeiros
Ser heterótrofo: ser que não produz seu próprio alimento.
POLUIÇÃO.
Ciclos Biogeoquímicos
Ciclos Biogeoquímicos
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA.
Saionara Pires Rodrigues - Cientista Social UFRGS
O que é o projeto LBA? LBA é a sigla para o Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia. Liderado pelo Brasil, o LBA é o maior.
POLUIÇÃO Prof Edilson Soares
Professor: José Tiago Pereira Barbosa
PRODUÇÃO DE SERAPILHEIRA E TRANSFERÊNCIA DE NUTRIENTES EM ÁREA DE SEGUNDA ROTAÇÃO COM FLORESTA DE Pinus taeda L. NO MUNICÍPIO DE CAMBARÁ DO SUL, RS Autores:
Prof. M.Sc. Hamilton Ishiki
GEOGRAFIA I – 3º BIMESTRE
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Professor: José Tiago Pereira Barbosa
SATÉLITES INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS Produtos imagens
FOTOSSÍNTESE.
UNIDADE 2 – NA ATMOSFERA DA TERRA: RADIAÇÃO, MATÉRIA E ESTRUTURA
Origem e evolução das células
RESÍDUOS SÓLIDOS DECOMPOSIÇÃO BIOLOGICA
Fundamentos Químicos da Vida
UNIDADE 2 Da Atmosfera ao Oceano
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA.
Fábio Xavier Wegbecher
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
CIÊNCIAS DO AMBIENTE Aula 5: ECOSSISTEMAS TERRESTRES
O ambiente é de todos – vamos usar bem a energia
Ciclos Biogeoquímicos Globais
FORÇANTES CLIMÁTICAS.
CICLOS DO N2, O2 , CO2.
Problemas Ambientais.
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Detecção remota: fundamentos
GRANDE CAMADA DE GASES QUE ENVOLVE A TERRA
FATORES CLIMÁTICOS.
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
O Efeito Estufa.
FUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS
Matéria Orgânica e Oxigênio Dissolvido.
Ciclos Biogeoquímicos
FOTOSSÍNTESE Profª Drª Elizabete M J Costa.
Papel do Azoto e dos micro organismos na Agricultura
ENERGIA = FLUXO ; MATÉRIA = CICLO Trajeto de uma substância
Profa. Renata Medici. DEFINIR ATMOSFERA  Camada gasosa de espessura muito fina que envolve a Terra, sendo fundamental para a manutenção da vida na superfície.
1 Ano Ensino Médio 2º Bimestre Professor: Hugo Vieira
O papel dos Rios na Ciclagem de Carbono na Amazônia
Sistema climático global
Gustavo Camargo da Silva Igor Raineri Nunes João Pedro Cabral
CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Introdução a Química.
Preservar e Recuperar o Meio Ambiente
EFEITO ESTUFA.
Transcrição da apresentação:

O Sulfeto de dimetila (DMS) é um dos principais gases voláteis que contêm enxofre, e é componente essencial para o ciclo biogeoquímico do enxofre. Forma molecular: 3HC – S – CH3 . Segunda maior fonte de enxofre, sendo a primeira o dióxido de enxofre (SO2) produzido pela atividade antrópica. Foi descoberto por Lovelock em 1972.

Distribuição global da emissão de enxofre na atmosfera (Bates et al Distribuição global da emissão de enxofre na atmosfera (Bates et al., 1987; Leck & Rodhe, 1991 e Brasseur et al., 1999). Fonte Composto Emissão (TgS/ano) Vulcões SO2, H2S, COS 7 – 10 Solo e Vegetação H2S, DMS, COS, CS2, DMDS 0.4 – 1.2 Queima de biomassa SO2, CO2, H2S 2 – 4 Industrial SO2, sulfatos 88 – 92 Oceano DMS, COS, CS2, H2S 10 – 40

Derivado do sulfonil propionato de dimetila (DMSP). Produzido biologicamente por processos metabólicos do fitoplâncton e macroalgas (Challenger & Simpson, 1948; Lovelock, 1972; Nguyen, 1978).

Hipóteses da transformação de DMSP a DMS: no meio intracelular através de quebras de enzimas e com a morte ou assimilação do organismo pelo zooplâncton ocorrendo a dimetilação do DMSP através da digestão anaeróbica. (CH3)2–S–CH2–CH2–COOH ––––––> (CH3)2S + H2C=CH–COOH (DMSP) (DMS) (Ácido Acrílico)

Tese Ciclo biogeoquímico de sulfeto de metila (DMS) na interface ar-mar (Andreae, 1990 e Liss et al. 1993).

Liberação do DMSP / DMS Morte do fitoplâncton e macroalgas; Predação do fitoplâncton e macroalgas por zooplâncton; - Uma vez liberados (DMSP/DMS) sofrem transformações por processos biológicos e fotoquímicos (bactéria – metano).

Variações do DMSP / DMS - Sazonal (Maior concentração no verão); - Vertical (Maior concentração na superfície); - Relação direta com a produção primária (P. S. Liss, G. Malin and S. M. Turner, 1993). Fatores: Temperatura, Nutrientes e Luz; - Zooplâncton - variação vertical (S.Belviso, M.Corn and P.Buat-Menard, 1993).

Página 120 Perfil anual do DMS em Cape Grim Baseline State (R.W.Gillett, G.P.Ayers, J.P.Ivey and J.L.Gras).

Verão (nmols/m3) Inverno (nmols/m3) Representação Sazonal dos Hemisférios Norte e Sul. Região Verão (nmols/m3) Inverno (nmols/m3) Tasmânia – Austrália (Hemisfério Sul) 11 1.3 Mar Mediterrâneo (Hemisfério Norte) 17 2.3

Perfil de profundidade: concentração de DMSP e DMS na água (G. O Perfil de profundidade: concentração de DMSP e DMS na água (G.O.Kirst, M.Wanzek, R.Haase, S.Rapsomanikis, S.Demora, G.Schebeske e M.O.Andreae, 1993).

Funções do DMS / DMSP - Função osmorreguladora (com aumento na salinidade, há aumento do DMSP); Ácido acrílico formado na transformação de DMSP para DMS atua como agente bactericida e crioprotetor (reduz ou impede lesões causadas pelo congelamento). (CH3)2–S–CH2–CH2–COOH ––––––> (CH3)2S + H2C=CH–COOH (DMSP) (DMS) (Ácido Acrílico)

Fluxos Oceano-Atmosfera Superfície do oceano supersaturado: indica um fluxo no sentido oceano – atmosfera; - Fluxo estimado: 35 x 1012 g S / ano (P.S.Liss, G.Marlin e S.M.Turner, 1993).

Liberação para a Atmosfera; Oxidação e reações de transformação do DMS em partículas de núcleos de condensação; Formação de nuvens.

As fontes naturais contribuem em 60% de enxofre orgânico para a atmosfera no H. Norte e 15% no H. Sul. O DMS uma vez na atmosfera sofre intensa oxidação parte por conta do O2 atmosférico, parte por conta do vapor de água e parte por conta do NO3. Todos eles acabam formando produtos semelhantes, porém por reações e sistemas muito complexos. (A. A. Turnipseed & A. R. Ravishankara, 1993)

Hipótese do Ciclo de Enxofre na Atmosfera.

Principais formas: SO2, SO3 e MSA (methane sulphonade acid). O SO2(g) e SO3(g), quando formados, basicamente se oxidam com o O2 presente na atmosfera, e, na presença de H2O, formam H2SO4(p). O H2SO4(p), por sua vez, se constitui um núcleo de condensação.

Possíveis processos associados à formação de nuvem e ciclo do DMS (C Possíveis processos associados à formação de nuvem e ciclo do DMS (C. Leck; K. Bigg; D. C. Covert, 1991): - Junção espontânea para formar novas partículas ultrafinas (nucleação homogênea); Condensação em partículas já existentes acompanhada de um aumento da partícula e das populações desta; - Absorção por gotículas de nuvens onde os gases são convertidos em compostos não-voláteis e para fase aquosa.

A formação de nuvens se deve principalmente à formação de H2SO4(p), que funciona como núcleo de condensação de nuvens.

Esquema detalhado dos processos que envolvem o DMS na atmosfera.

Alta correlação entre o fluxo mar-ar de DMS e a quantidade observada de DMS na atmosfera (Andrea, M.O., Elbert, W., Demora, S.J. – 1995); Alta correlação entre a concentração de aerossóis e o fluxo mar-ar (Andrea, M.O., Elbert, W., Demora, S.J. – 1995);

Dados de Satélite (Clorofila x Aerossóis) consistentes (Cropp, R. A Dados de Satélite (Clorofila x Aerossóis) consistentes (Cropp, R.A. et al – 2005); Dados de Irradiância x DMS(mar) correlatos (Vallina, S.M. et al – 2007); - Evidências não conclusivas (problemas do satélite).

Modelos indicam que o aumento da temperatura realmente estratifica os oceanos e inibe a mistura vertical; Anti-CLAW e CLAW não são excludentes; Incertezas a respeito do ciclo do Enxofre na atmosfera.

Estudo da Variação Sazonal do DMS nas águas superficiais do Sistema Estuarino-Lagunar de Cananéia Objetivos: Otimizar a técnica de análise do DMS; Estimar a concentração do DMS para a compreensão do ciclo local do Enxofre;

Objetivos: Verificar a existência de uma relação entre as concentrações de DMS e as variáveis físicas, químicas e biológicas. Tese de Mestrado de Heitor Conrado de Araújo Júnior (2002).

Complexo Estuarino-Lagunar Área Estudada: Complexo Estuarino-Lagunar de Cananéia (SP)

- Amostras da água do mar coletadas em duas profundidades por estação (com 100% e 15% de incidência da radiação solar); - Medições de temperatura (in situ), salinidade, clorofila-a, oxigênio dissolvido, pH, nutrientes e a composição e abundância do fitoplâncton; - Para amostras atmosféricas, os valores de concentração do DMS foram inferiores ao limite de detecção do método.

Cromatógrafo Varian CP-3800

Resultados e discussões: As maiores concentrações de DMS em água do mar foram registradas no verão (2000) de < 0,05 a 68 ng S/L; e menores no inverno (2001) de < 0,05 a 8,2 ng S/L. Na primavera (2001) de < 0,05 a 52 ng S/L e no outono (2001) de < 0,05 a 26 ng S/L.

Resultados e discussões: Foi observada correlação linear positiva entre a concentração do DMS e clorofila-a em todos os períodos indicando que a produção de biomassa é o fator dominante na elevação da concentração do DMS. O grupo dos dinoflagelados, especialmente a espécie Prorocentum minimum, foi o que mais contribuiu para a produção de sulfeto de dimetila.

Resultados e discussões: A associação entre os grupos dos dinoflagelados e cocolitoforídeos aumentou a correlação com o DMS de 0,57 para 0,63. Os demais parâmetros físico-químicos avaliados apresentaram fraca correlação com as concentrações de DMS observadas em águas superficiais e subsuperficiais.

Charlson, R. J. , Lovelock, J. E. , Andreae, M. O. e Warren, S. G Charlson, R. J., Lovelock, J. E., Andreae, M. O. e Warren, S. G. (1987). Oceanic phytoplankton, atmospheric sulphur, cloud albedo and climate. Nature 326, 655-661. Cropp, R.A., Gabric, A.J., McTainsh, G.H., Braddock, R.D. e Tindale, N. (2005). Coupling between ocean biota and atmospheric aerosols: Dust, dimethylsulphide, or artifact? Global Biogeochemical Cycles 19, GB4002. De Araújo Jr., H.C. (2002). Variação Sazonal do Sulfeto de Dimetila em Águas Superficiais do Sistema Estuarino-Lagunar de Cananéia. Dissertação de Mestrado. Liss, P.S., Malin, G. e Turner, S.M. (1993). Production of DMS by Marine Phytoplankton. Dimethylsulfide: Oceans, Atmosphere and Climate. Barnes, I. (1993). Overview and Atmospheric Significance of the Results from Laboratory Kinetic Studies Performed Within the CEC Project “OCEANO-NOX”. Dimethylsulfide: Oceans, Atmosphere and Climate.