História de Portugal Aula n.º 17

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
AS GRANDES NAVEGAÇÕES SÉCULO XV
Advertisements

D. Afonso Henriques. D. Afonso Henriques A sua Biografia.
Pedro I de portugal D. Pedro I foi o oitavo rei de Portugal, foi-lhe dado o cognome de “O Justiceiro” (também o Cruel; Cru; ou o vingativo), estes cognomes.
D. Afonso ll.
A República faz 100 anos.
A ARTE EM PORTUGAL: O GÓTICO - MANUELINO Marina Amorim Santos.
REVOLTA DE 1383 – 1385: Crise e Guerra da Independência .
Unidade 5 O encontro entre dois mundos Os Europeus chegam a América.
A REAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA CONTRAREFORMA
D. MANUEL I ( ) (O VENTUROSO)
Formação de Portugal Pedro Thiago de F. R. Costa N.º 22 7ºC
Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré Professora: Kátia Duarte
Por :Natania Nogueira Professora de História
A Morte de D. Fernando e o problema de sucessão.
sobre a História de Portugal?
Expansão marítimo e comercial européia
Tema D – Portugal no contexto europeu dos séculos XII a XIV
IMPERIO CAROLÍNGIO SÉCULO V AO SÉCULO IX.
(:Castelos medievais:)
POR MARES NUNCA ANTES NAVEGADOS
Mosteiro dos Jerónimos
A REFORMA PROTESTANTE No inicio da Idade Moderna, porém, certos religiosos passaram a protestar contra o que consideravam abusos da autoridade papal. Alguns.
Restauração da Independência
A EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA DOS SÉCULOS XV E XVI
Expansão marítimo-comercial ibérica
A RECONQUISTA CRISTÃ.
Formação de Portugal Colégio Militar de Belo Horizonte – História – 6ª ano – Maj Edmundo – 03/2012.
A Crise de Teresa Martins.
História de Portugal Cognomes dos Reis.
APRESENTÃÇÃO DE SLAYDS
FAMILIA REAL PORTUGUESA
CONCURSO LER E SABER.
O último paga o churrasco
História de Portugal Aula n.º 10 A Crise (século XIV)
A CONQUISTA DA LINHA DO TEJO
História e Geografia de Portugal
APRESENTAÇÕES EM POWERPOINT
Os Portugueses no Brasil
A Expansão Portuguesa.
Trabalho Elaborado por: Fátima Marta Mariana
DE CONDADO A REINO INDEPENDENTE
Escola Básica Padre Joaquim Maria Fernandes Teatro D. Maria II
O INTERREGNO ( ) D. LEONOR TELES O MESTRE DE AVIS
Formação de Portugal I Dinastia
Formação do Reino de Portugal
Formação do Reino de Portugal 1137
QUE CONSEQUÊNCIAS TERÃO PARA UM PAÍS PERÍODOS DE CRISE?
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
III Dinastia Dinastia Castelhana ou Filipina
História de Portugal Aula n.º 16 D. Afonso V D. João II D. Manuel I.
Biografia de Dona Inês de Castro
História de Portugal Aula n.º 19 A União Ibérica.
A Expansão Portuguesa.
Historia de Portugal Emanuel Pires Nº4 Cef oi. Navio Escola Sagres.
BIOGRAFIA DO MARQUÊS DE POMBAL
História de Portugal Aula n.º 9 A Conquista do Território
CORREÇÃO ATIVIDADES 2º Ano
A Vinda da Família Real para o Brasil
MARAVILHAS DE PORTUGAL
Passado e Mundo Actual A arte manuelina.
Sistema Anglo de Ensino
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO PROBLEMA SUCESSÓRIO PORTUGUÊS DE
A Solução para a Crise do Mundo Feudal e o Início da Era Moderna Professora: Arluce Dantas Bezerra.
Trabalho de História Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
A HISTÓRIA GRAVADA NA PEDRA CLICAR Mosteiro dos Jerónimos A HISTÓRIA GRAVADA NA PEDRA.
Primeiro rei de Portugal
Restauração da Independência
 Inês de Castro, foi uma nobre Galega que nasceu na Galiza em 1320 ou 1325 (não se sabe ao certo) e morreu em Coimbra a 7 de Janeiro de Filha de.
A União Ibérica. Retorno ao Norte de África A crise do império oriental, na segunda metade do séc. XVI, levou muitos portugueses a defenderem o regresso.
História de Portugal Aula n.º 13
Transcrição da apresentação:

História de Portugal Aula n.º 17 Nova Crise Política – Da Morte de D. Duarte à batalha de Alfarrobeira O Reinado de D. Afonso V, o Africano D. João II Os Judeus e os Cristãos-Novos em Portugal D. Manuel I

Morte de D. Duarte O reinado de D. Duarte foi muito curto: durou apenas 5 anos e poucos dias. Este rei faleceu vítima de peste. O seu filho, D. Afonso V, tinha pouco mais de seis anos quando D. Duarte faleceu. Por isso, ficou a governar, como regente, a sua mãe, a rainha D. Leonor. No entanto, a sua regência sofreu oposição por parte de vários sectores da nobreza que decidiram entregar o governo do Reino ao infante D. Pedro, duque de Coimbra e tio de D. Afonso V. Em 1446, D. Afonso V, atingindo os 14 anos, assumiu o governo, nas corte de Lisboa. No entanto, D. Pedro continuou a auxiliá-lo, o que não deixou satisfeita a facção da Alta Nobreza que se opunha ao Infante. Esta facção era encabeçada pelo duque de Bragança (D. Afonso, meio-irmão do infante D. Pedro), pelo conde de Ourém e pelo arcebispo de Lisboa. As constantes intrigas destes nobres levou o rei a dispensar os serviços do tio, que se retirou para as suas terras de Coimbra. Não satisfeitos, os adversários do Infante perseguiram os seus apoiantes e lançaram suspeitas junto de D. Afonso V convencendo-o que o tio queria apoderar-se da Coroa.

Continuação das Conquistas em Marrocos A Batalha de Alfarrobeira Sabendo disto, o infante D. Pedro partiu de Coimbra em direcção à corte, para esclarecer a verdade. Como se fazia acompanhar de alguma gente armada o Rei, tomou o gesto como prova da sua infidelidade, e mandou tropas aos seu encontro. O embate das duas hostes deu-se em Alfarrobeira (perto de Alverca) onde o Infante viria a perder a vida. Continuação das Conquistas em Marrocos Depois da vida política do Reino de Portugal voltar à normalidade, o rei D. Afonso V decidiu dar continuidade às conquistas portuguesas em Marrocos iniciadas pelo seu avô, D. João I. Assim, em 1458, o Rei e a maior parte dos membros da Alta Nobreza do Reino passaram ao Norte de África conquistando Alcácer-Ceguer. Em 1471, os portugueses conquistaram Arzila e Tânger. Devido à sua intensa actividade militar em Marrocos, D. Afonso V recebeu o cognome de o Africano. A partir desta época, e devido a tais conquista, os soberanos portugueses começaram a denominar-se Reis de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar em África.

As Ordenações Afonsinas Durante a regência do infante D. Pedro foi publicada com o nome - As Ordenações Afonsinas – a primeira colecção de leis portuguesas, que começaram a ser recolhidas desde o tempo de D. João I. Foi, também, durante o reinado de D. Afonso V que foi introduzida a imprensa, aperfeiçoada por Gutembergue na Alemanha.

D. João II Quando D. João II sobe ao trono após a morte do seu pai, D. Afonso V, em 1481, este inicia um processo de centralização do poder real, processo que desagradou a alguns nobres do Reino. Assim, inicia-se um novo período de certa turbulência política. Um grupo de membros da Alta Nobreza começaram a conspirar contra o Rei. Esta facção era encabeçada pelo duque de Bragança, que será degolado em Évora. O duque de Viseu, cunhado e primo de D. João II, instigador de uma segunda conspiração, morreu apunhalado pelo próprio Rei. Além, deste muitos outros nobres foram desterrados ou morreram na prisão.

Os Judeus e os Cristãos-Novos em Portugal O reinado de D. João II ficou também marcado pela permissão de entrada em Portugal dos judeus expulsos de Espanha, em 1492, pelos reis católicos, D. Fernando (rei de Aragão) e D. Isabel (rainha de Castela). Desde o início da fundação do reino que viviam judeus em Portugal. Nos primeiros tempos, a minoria judaica podia viver em conjunto com os cristãos, mas com o passar do tempo os judeus passaram a ser obrigados a viver em bairros próprios, denominados judiarias. Os judeus dedicavam-se especialmente ao comércio e ao artesanato e também praticavam a usura, actividade que estava proibida aos cristãos. Muitos judeus foram ricos mercadores e banqueiros e chegaram a financiar os reis nas empresas dos Descobrimentos. Além dos negócios, muitos judeus ainda se notabilizaram no exercício da medicina, na astrologia-astronomia e nas letras.

Em 1496, D. Manuel I (que sucedeu ao seu primo, D Em 1496, D. Manuel I (que sucedeu ao seu primo, D. João II), por exigência do contrato do casamento com D. Isabel, filha dos Reis Católicos, ordenou a expulsão dos judeus, que devia efectuar-se até Outubro de 1497. Porém, em Abril desse mesmo ano, o rei mandou retirar e converter ao cristianismo os filhos menores dos judeus que ainda estavam em Portugal, aceitando converter-se ao cristianismo e passando a ser designados como cristãos-novos. Os problemas sociais e religiosos não se resolveram, porque não cessava de crescer a má-vontade de algumas camadas da população contra os cristãos-novos, dando origem a vários tumultos, com a morte de muitos ex-judeus, como o que ocorreu em Lisboa em 1506, em que foram assassinadas cerca de três mil pessoas.

D. Manuel I – o Venturoso Título do Rei Ordenações Manuelinas D. João II faleceu sem deixar descendentes directos. Por esta razão sucedeu-lhe no trono, como parente mais próximo, D. Manuel, duque de Beja, que era primo e cunhado de D. João II. Título do Rei Depois do descobrimento marítimo para a Índia D. Manuel I adoptou o título de rei de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia. Ordenações Manuelinas Durante o reinado de D. Manuel I foi reformada a legislação afonsina. Ao novo Código de leis, acrescentado com todas as disposições promulgadas desde D. Afonso V, deu-se o nome de Ordenações Manuelinas.

O Manuelino Enquanto na Itália floresciam novas tendências artísticas ligadas ao Renascimento, em alguns países da Europa como era o caso de Portugal, permanecia a influência dos modelos de arquitectura gótica. Nos reinados de D. Manuel I e D. João III, a arquitectura adquiriu características especiais, principalmente ao nível da decoração, que a distinguem dos outros países europeus, originando o estilo que se costuma designar como manuelino. O manuelino mantém, em grande parte, as estruturas arquitectónicas góticas, embora em alguns casos também se notem influências da Renascença. A maior originalidade do estilo manuelino residiu na exuberante decoração arquitectónica, com motivos de carácter naturalista – plantas, folhas, raízes, troncos – e marítimos – cordas, conchas, bóias, redes. Além destes, eram também utilizados símbolos nacionais, como a cruz de Cristo, o escudo real e a esfera armilar. Estas características, visíveis na arquitectura, passaram a reproduzir-se noutras manifestações artísticas, como a ourivesaria, a decoração de custódias, cálices, cruzes, etc., a marcenaria, a iluminura ou a gravura.

Escudo real de D. Manuel I Cruz de Cristo Escudo real de D. Manuel I Esfera armilar Custódia de Belém Cálice Gravura

Iluminura manuelina

Os monumentos em estilo manuelino espalharam-se por todo o país, abrangendo templos, palácios, fortalezas e simples moradias. Os mais significativos são o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, e, em Tomar, o Convento de Cristo, onde é muito característica a célebre janela da Sala do Capítulo.