PARNASIANISMO PRODUÇÃO LITERÁRIA.

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Transcrição da apresentação:

PARNASIANISMO PRODUÇÃO LITERÁRIA

PARNASIANISMO Nasceu com a publicação de uma série de poesias, precedendo de algumas décadas o simbolismo. O seu nome vem do Monte Parnaso, a montanha que, na mitologia grega era consagrada a Apolo e às musas, uma vez que os seus autores procuravam recuperar os valores estéticos da Antiguidade clássica

CARACTERÍSTICAS GERAIS Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, daí as palavras raras e rimas ricas. Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.

CARACTERÍSTICAS GERAIS Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e se justifica por sua beleza. Faz referências ao prosaico (prosa), e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos. Estética/Culto à forma: Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal.

CARACTERÍSTICAS GERAIS Rimas QUANTO AO VALOR: Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. QUANTO À POSIÇÃO:Há uma ênfase das rimas do tipo cruzada ou alternada (ABAB) para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas interpoladas ou intercalada (ABBA). Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos.

CARACTERÍSTICAS GERAIS Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.

CARACTERÍSTICAS GERAIS Temática Greco-Romana - A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos.

CARACTERÍSTICAS GERAIS Cavalgamento ou encadeamento sintático (enjambement) - Ocorre quando o verso termina quanto à métrica (pois chegou na décima sílaba), mas não terminou quanto à idéia, quanto ao conteúdo, que se encerra no verso de baixo. O verso depende do contexto para ser entendido. Tática para priorizar a métrica e o conjunto de rimas. Como exemplo, este verso de Olavo Bilac: Cheguei, chegaste. Vinhas fatigada e triste. E triste e fatigado eu vinha.

TRÍADE PARNASIANA OLAVO BILAC -Príncipe dos poetas brasileiros -Autor do Hino à Bandeira -Poeta cívico RAIMUNDO CORREIA -Visão negativista do mundo - Poesia com caráter filosófico - Poeta das pombas

TRÍADE PARNASIANA ALBERTO DE OLIVEIRA -Um dos mais típicos representantes do Parnasianismo -Excessiva preocupação formal -Gosto por preciosismo -Sintaxe rebuscada -Príncipe dos poetas brasileiros

PARNASIANISMO: transpiração e mitologia grega A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego.... RIMAS: ABBA (INTERCALADAS OU INTERPOLADAS) E RICAS (PALAVRAS DE CLASSES DIFERENTES) Olavo Bilac

PARNASIANISMO: descrição de cenas PALAVRAS AO MAR Mar, belo mar selvagem das nossas praias solitárias! Tigre A que as brisas da terra o sono embalam, A que vento do largo eriça o pêlo! Junto da espuma com que as praias bordas pelo marulho acalentada, à sombra das palmeiras que arfando se debruçam na beirada das ondas - a minha alma abriu-se para a vida como se abre a flor da murta para o sol do estilo Vicente de Carvalho VERSOS BRANCOS (não há rima)

PARNASIANISMO: mitologia grega ...Musa, a Grécia, como antes Do último heleno, dá que eu sonhe agora! Pátria do gênio ousado; de gigantes Berço de oiro e de luz; Grécia imortal! Ria-nos, Musa, o mundo hodierno, embora; Em rapto audaz, nas rêmiges possantes, Transporta o meu ideal!.... Raimundo Correia Rimas misturadas: ABACBAC - não tem ordem

PARNASIANISMO: gosto pelo soneto LÍNGUA PORTUGUESA - por Olavo Bilac         Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura; Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela... Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: "Meu filho!" E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho! RIMAS INTEPOLADAS OU INTERCALADAS (ABBA) RIMAS RICAS

O AMOR NO PARNASIANISMO A poesia amorosa do parnasianismo prezava a mulher concreta, palpável, aparecendo Vênus, a deusa do amor na mitologia como protótipo da figura feminina.   Outra característica que o Parnasianismo brasileiro não seguiu à risca foi a visão mais carnal do amor em relação à espiritual. Olavo Bilac, principalmente, enfatizou o amor sensual, entretanto, sem vulgarizá-lo.

RAIMUNDO CORREIA – PESSIMISMO E ENJAMBEMENT AMOR E VIDA Esconde-me a alma, no íntimo, oprimida, Este amor infeliz, como se fora Um crime aos olhos dessa, que ela adora, Dessa, que crendo-o, crera-se ofendida. A crua e rija lâmina homicida Do seu desdém vara-me o peito; embora, Que o amor que cresce nele, e nele mora, Só findará quando findar-me a vida! Ó meu amor! como num mar profundo, Achaste em mim teu álgido, teu fundo, Teu derradeiro, teu feral abrigo! E qual do rei de Tule a taça de ouro, Ó meu sacro, ó meu único tesouro! Ó meu amor! tu morrerás comigo! RIMAS INTERPOLADAS OU INTERCALADAS (ABBA)

OLAVO BILAC – AMOR SENSUAL Ao coração que sofre, separado Do teu, no exílio em que a chorar me vejo, Não basta o afeto simples e sagrado Com que das desventuras me protejo. Não me basta saber que sou amado, Nem só desejo o teu amor: desejo Ter nos braços teu corpo delicado, Ter na boca a doçura de teu beijo. E as justas ambições que me consomem Não me envergonham: pois maior baixeza Não há que a terra pelo céu trocar; E mais eleva o coração de um homem Ser de homem sempre e, na maior pureza, Ficar na terra e humanamente amar. (AO CORAÇÃO QUE SOFRE) RIMAS CRUZADAS OU ALTERNADAS (ABAB)

ALBERTO DE OLIVEIRA Vênus, a ideal pagã, que a velha Grécia um dia Alberto de Oliveira revela características românticas; seu lirismo, porém é mais contido, estando longe dos excessos sentimentais do Romantismo. A seguir, um exemplo: APARIÇÃO NAS ÁGUAS Vênus, a ideal pagã, que a velha Grécia um dia Viu esplêndida erguer-se à branca flor da espuma, Cisne do mar Iônio Mais alvo do que a bruma!

APARIÇÃO NAS ÁGUAS (cont.) Visão, filha, talvez da ardente fantasia De um cérebro de deus: Vênus, astro – no mar e lágrimas – nos céus; Vênus, quando eu te vejo a resvalar tão pura Do oceano à flor, Das águas verde-azuis na úmida frescura: Vem dos prístinos céus, Vem da Grécia que é morta, Abre do céu a misteriosa porta E em ti revive, ó pérola do amor! RIMAS MISTURADAS: NÃO TEM ORDEM