Arte e Interatividade: autor-obra-recepção

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Arte e Interatividade: autor-obra-recepção
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Transcrição da apresentação:

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - Revista Ars publicada pelo Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicação e Artes da USP http://www.cap.eca.usp.br/ars2/arteeinteratividade.pdf

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - A abertura da obra de arte à recepção Três Fases Produtivas da Arte A obra artesanal (imagens de primeira geração) A obra industrial (imagens de segunda geração) A obra eletro-eletrônica (imagens de terceira geração) A obra aberta se identifica com Abertura de primeiro grau – remete à polissemia, à ambigüidade, à multiplicidade e riquezas de leituras; Abertura de segundo grau – remete a alterações estruturais e temáticas -> Arte de Participação; Abertura de terceiro nível – remete a interatividade tecnológica na relação homem-máquina e é mediada por interfaces técnicas.

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - Marcel Duchamp O Grande Vidro e o Livro Verde (1915 –1923) Duchamp, autor de uma única obra, nega a pintura moderna fazendo dela uma idéia, um conceito, não concebendo a pintura como uma arte apenas visual. Duchamp diz que é o espectador que faz a obra. Deslocamento das funções instauradoras (a poética do artista) para as funções da sensibilidade receptora (estética)

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - Em 1922 Moholy Nagy decide “pintar” um quadro por telefone e então inaugura-se, de forma pioneira, o universo da “interatividade”. É necessário fazer um levantamento conceitual das interfaces, tendências e dispositivos que se situam na linha do raciocínio da inclusão do espectador na obra de arte. Moholy Nagy (1922) A ótica do espectador: participação passiva – contemplação, percepção, imaginação e evocação, participação ativa - exploração, manipulação do objeto artístico, intervenção modificação da obra pelo espectador, participação perceptiva – arte cinética e interatividade.

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - http://www.geh.org/fm/amico99/htmlsrc2/moholy_sld00001.html Moholy Nagy 1922 Fotografia 37.2 x 27.3 cm. Museum Purchase; ex-collection Sybil Moholy-Nagy

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - Moholy-Nagy, László - 1927 Título: Eifersucht collage with photographic/photo-mechanical and drawn elements 63.8 x 56.1 cm. Museum Purchase; ex-collection Sybil Moholy-Nagy

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - Moholy-Nagy, László - 1925 TÍTULO: Two nudes Fotografia 27.4 x 36.7 cm. Museum Purchase; ex-collection Sybil Moholy-Nagy

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - Moholy-Nagy, László – 1937-38 Colour Photographs (later photographer/printer) Título: Study with pins and ribbons color print, assembly (Vivex) process 34.9 x 26.5 cm. De Walter Clark

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - A Abertura de Primeiro Grau Mikhail Bakhtin (1979) inaugura o dialogismo: “todo signo resulta de um consenso entre indivíduos socialmente organizados no decorrer de um processo de interação (...) que não deve ser dissociado da sua realidade material, das formas concretas da comunicação social”. Para Bakhtin, a primeira condição da intertextualidade é que as obras se dêem por inacabadas, isto é, que permitam e peçam para ser prosseguidas. O “inacabamento de princípio” e a “abertura dialógica” são sinônimos. Entre as décadas de vinte e trinta surge a teoria das “Funções da Linguagem”, de Roman Jakobson, membro do Círculo Lingüístico de Praga, onde o autor dá início ao estudo funcional da linguagem partindo da distinção entre a função de comunicação das linguagens prática e emotiva, que é caracterizada por sua orientação para o significado, e a função poética, que se exprime pela orientação para o signo como tal.

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - A Abertura de Primeiro Grau Na arte visual, a afirmação de A. Malraux (1951), segundo a qual a obra de arte não é criada a partir da visão do artista, mas a partir de outras obras, já permite perceber o fenômeno da intervisualidade como processo de construção, de reprodução ou de transformação de modelos. Já o conceito de “Museu Imaginário” do mesmo autor, incorpora a recepção pelo viés da reprodutibilidade fotográfica, toda vez que esta tecnologia permite criar museus individuais a partir de cópias das obras de arte. Na teoria da Obra Aberta (Eco, 1962), o autor define a arte como “uma mensagem fundamentalmente ambígua, uma pluralidade de significados em um só significante”. Este conceito de obra de arte inaugura a chamada “abertura de primeiro grau”. Por outro lado, a noção de poética como programa operacional proposto pelo artista corresponde ao projeto de formação de determinada obra. Os graus de abertura da obra servirão para equacionar a participação.

Arte e Interatividade: autor-obra-recepção - Julio Plaza - A Abertura de Primeiro Grau Entre nós, “A Arte no Horizonte do Provável” (1963) de Haroldo de Campos, é um texto precursor e contemporâneo da “Opera Aperta” de Eco que expõe a problemática do “probabilismo integrado na fatura mesma da obra de arte, como elemento desejado de sua composição”. As primeiras obras efetuadas com o computador obedecem ao conceito de “arte permutacional” e são, na sua grande maioria, não-figurativas. Para Moles, “a arte permutacional está inscrita qual marca de água na era tecnológica”.

A Arte no Período Eletro-eletrônico Operacionalização Co-operação por reciclagem da memória cultural

A Arte no Período Eletro-eletrônico Operacionalização Co-operação por reciclagem da memória cultural

A Arte no Período Eletro-eletrônico Operacionalização Co-operação por reciclagem da memória cultural

A Arte no Período Eletro-eletrônico Operacionalização Co-operação e automação Lígia Clark.  Bicho,1960  Alumínio Anodizado

Período Eletro-eletrônico Operacionalização Co-operação branda Edmond Couchot, Michel Bret e Marie-Hélène Tramus – 1990 “La plume et le pissenlit”