Álbum de fotografias comentadas O Cabeço Santo Antes de Setembro de 2005.

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Transcrição da apresentação:

Álbum de fotografias comentadas O Cabeço Santo Antes de Setembro de 2005

Um arco-íris desenha-se sobre o Cabeço Santo no final de uma tarde de Verão de 2003, com Belazaima do Chão em primeiro plano. Poético, mas sem ocultar a realidade de uma paisagem artificializada e monótona.

As áreas sem eucaliptos do Cabeço Santo eram ocupadas essencialmente com vegetação nativa, embora pontualmente ou em pequenas manchas tenham sido introduzidas espécies exóticas. A mais abundante era o pinheiro bravo, exótica em sentido estrito, como cultivo de rotação longa. Em jeito ornamental, a Celbi plantou algumas resinosas de forma dispersa e sem grande impacto na vegetação dominante.

Esta foto ilustra bem o contraste entre o matagal pouco intervencionado e as plantações de eucalipto, com intervenções profundas sobre um solo declivoso e frágil. Esta área, perto do Alto da Louriceira, no extremo sul do Cabeço Santo, já tinha ardido num incêndio em 1992, como ainda se podia verificar, nesta foto de 2003.

“Biodiversidade cercada”, uma legenda apropriada para esta foto.

Sem objectivo e data conhecidos, foi introduzida a Acacia longifolia, que deu origem a pequenas manchas, mas que, antes do incêndio de 2005, se encontrava sobretudo com plantas dispersas por quase todo o medronhal. Embora espontaneamente essas plantas não excluíssem a vegetação nativa, ou talvez o fizessem de forma muito lenta, a acção do fogo altera radicalmente esse comportamento.

Em alguns locais, a Acacia longifolia tinha mesmo invadido o eucaliptal.

A Acacia dealbata (mimosa) era já uma das mais graves infestantes do Cabeço Santo, ocupando praticamente todos os vales, embora não “fugindo” muito deles. Nesta imagem, o eucaliptal é substituído pelas mimosas no vale e depois, em primeiro plano, uma área de matagal/medronhal.

À medida que nos afastamos da cabeceira do monte, em direcção ao Ribeiro, as manchas de mimosa aumentam de densidade, excluindo qualquer outra vegetação.

A Celbi introduziu a Hackea sericea, ao longo da extrema da sua propriedade. Antes do incêndio de 2005, e talvez como resultado de um incêndio que queimou parte da mata em 1992, esta planta de espinhos agressivos tinha já invadido uma área de eucaliptal.

O que “salvou” os matagais e medronhais do Cabeço Santo, foi, paradoxalmente, a sua pobreza, pobreza, entenda-se, em solo com as características mais do que mínimas para ser cultivado. Assim, essas pequenas áreas ficaram essencialmente não intervencionadas desde que os rebanhos deixaram de percorrer estas montanhas, e as comunidades de subsistência aí deixaram de procurar mato e lenha.

Contudo, é fácil ficar-se espantado, diria mesmo, fascinado, pela invulgar (para estas montanhas) diversidade da flora que irrompe de certas áreas onde se acumulou um pouco mais de solo.

A flora rupícola, de uma incrível frugalidade, reveste densamente muitas rochas.

Detalhe da vegetação rupícola.

Só nos recantos onde surge um pouco mais de solo ocorrem as plantas lenhosas do matagal.

Mesmo arbustos que, plantados pela mão humana, parecem ser exigentes e requerer condições mínimas de solo, nutrientes, e humidade, aqui ocorrem espontaneamente nos locais aparentemente mais inóspitos (ao centro, na foto, um pilriteiro).

Onde a água corre, como aqui, onde começa a tomar forma o Ribeiro de Belazaima, a densidade e a diversidade da vegetação aumentam.

Em muitos locais domina o matagal de urzes, que num curto período na Primavera dá à paisagem um colorido singular.

Vista mais geral do matagal, neste caso com pequenas manchas de pinhal, semeado pela mão humana, na tentativa de “rentabilizar” um espaço que parece não ter nenhuma outra utilidade.

Exploração botânica ao Cabeço Santo, em 2004.

Desde há várias décadas que o eucaliptal ocupa, sem praticamente nenhuma regulação, condicionamento ou ordenamento, virtualmente todo o espaço destas montanhas, excepto aquele que revelou a mais elementar inaptidão.

Vista de Belazaima, desde o Cabeço Santo, com o medronhal em primeiro plano (foto de 2003).

Vista de Agadão, desde o Cabeço Santo, em 2003.

Vista da aldeia abandonada dos Cepos, quase no sopé do Cabeço Santo. Foto tirada do Cabeço do Meio na Primavera de 2005.

Encontro de formigas, na Primavera de 2005, no Cabeço Santo. Estarão preparadas para uma catástrofe não anunciada?